Capítulo 11
POV Adriana
Elizabeth sumiu, quer dizer, ela me ligou e explicou que teria que passar uns dias fora e eu não sei o motivo, pelo menos eu tenho certeza que ela não desconfia de mim.
Esse tempo longe seria bom, tenho que resguardar meu coração, como pude me apaixonar por uma assassina?
Tenho que aproveitar que ela está distante e ir até sua casa, avisei a equipe e esperei anoitecer, segui até sua casa e deixei o carro afastado.
Me arrastei pelos fundos da casa e pulei o grande muro, me escondi na sombra. A câmera é rotativa, isso era um ponto favorável para mim. Esperei ela ficar em um ângulo que não me denunciaria e corri.
Fiz isso até conseguir chegar no fundo do celeiro, minha respiração estava entrecortada. O suor descia pelo meu rosto apesar da noite estar fria, me esgueirei até a pequena janela e tive que colocar a mão na boca para não gritar.
Dois corpos estavam jogados no chão, um sem os membros superiores, mas claramente os dois estavam mortos. Me agachei no chão, uma parte de mim torcia para que aquilo não fosse real, finalmente dei espaço para as lágrimas.
É como se eu estivesse anestesiada e derrepente o efeito acabasse, a dor travou meu corpo e eu me encolhi no chão, o choro me fazendo ter espasmos. Eu amava uma psicopata, a dor parecia grande demais para ser suportada.
Não sei quanto tempo fiquei ali, olhei novamente pela janela e os corpos continuavam lá, fiz o caminho de volta para o carro e avisei meus companheiros, algum tempo depois a polícia passou por mim e eu deitei a cabeça no volante.
Um carro parou ao meu lado, reconheço que era meu superior, sua cara parecia insatisfeita.
- Adriana - disse ao entrar no carro - não tinha nada lá.
- Como assim? Ela não conseguiria limpar tudo tão rápido!
- Você tem certeza do que viu?
- Claro que sim! Eu sei o que vi - alguém deve ter avisado - temos um informante.
- Sim, eu já desconfiava disso - coçou a barba - nessa altura do campeonato tenho que te dizer, é bem provável que ela saiba sobre você.
- Ah Charlie, nunca chegamos tão perto - limpei as lágrimas.
- Você se envolveu sentimentalmente, eu preciso que você se afaste do caso.
- Isso não! - fui firme.
- Estou falando como amigo - me encarou - mas farei isso como seu superior se você se negar.
Sem escolhas, concordei. Naquele mesmo dia arrumei minhas coisas e partiria para Cuba, eu realmente moro no Canadá, nasci lá, mas meus pais são Cubanos e alguns anos antes voltaram para nossa cidade.
Eu precisava do colo deles, os agentes me ajudaram a arrumar minhas coisas, empacotaram tudo em menos de 2 horas, minha passagem estava comprada para as 6 horas da manhã.
Quando tudo estava pronto para a minha partida, ainda era madrugada então tentei dormir, mas não consegui. Eu não queria desistir do caso, não queria ficar longe da Elizabeth, eu preciso de respostas, mesmo sabendo o buraco que ela fez em mim, jamais poderia ser cicatrizado.
Charlie fez o melhor que pode, ele não queria perder outro agente, todos os meus dados, ou melhor, todos os dados da Luana Walker desapareciam com a minha partida.
Pensei na Amanda, o conforto dos seus braços me fariam tão bem. Eu não sabia o que as duas mulheres pensariam sobre o meu sumisso, as duas que em meses viraram minha vida de cabeça para baixo.
O trajeto para o meu voo foi feito a lentos passos, como se isso fosse mudar a minha situação, eu me sentia como um homem condenado a forca.
Deixei a cidade para trás e jurei que eu nunca mais retornaria.
- Bom dia, Dri - cumprimentou.
- Bom dia, Daniel - beijei sua bochecha.
- O que temos para hoje?
Voltei meu olhar para a janela e depois encarei meu melhor amigo, que sentou na minha cadeira e comia minhas rosquinhas, ele sempre fazia isso.
- Você não tem vergonha não? - levantei uma sobrancelha fazendo meu melhor olhar mal humorado.
- Não - falou com a boca cheia - sua sala sempre tem comida - gargalhei alto.
- E eu pensando que você gostava da minha companhia - fiz um tom magoado.
- Iludida - revirou os olhos.
- Certo, temos somente alguns documentos para despachar - respondi sua pergunta.
- Ótimo! Mais um dia de chatice - reclamou.
Ignorei o comentário e começamos a dar baixa nas papeladas. Daniel caiu em uma emboscada em uma missão e foi torturado duramente, apesar de já fazer anos, a companhia não quis deixar ele voltar para o campo.
No meu caso eu nem preciso explicar, não é? Fez um ano na semana passada, um ano que deixei aquela cidade para trás. Fiquei meses em Cuba, mas minha vida estava no Canadá e decidi voltar.
Me afastaram do campo e aqui estou, na parte burocrática, não posso falar que odeio igual o Daniel, mas eu amava o campo. Não reclamei na época, pois fiquei sem condições de fazer qualquer coisa.
Hoje eu já me considerava curada, as vezes pensava na Elizabeth, hoje eu sabia que não sentia mais nada por ela, não se pode amar alguém que você não sabe quem é e muito menos amar uma assassina, isso ia contra todos os meus códigos éticos e morais.
Me encantei por ela, dizer que me apaixonei é forte demais, apenas me encantei e ela soube usar isso e me manter cativa, era como ser seduzida por uma sereia e todos sabemos o que acontecia com os homens que eram tragados para a profundeza do mar.
Por outro lado, quanto mais certeza eu tinha que o que aconteceu entre nós foi um devaneio, mais espaço eu deixei em aberto e Amanda os ocupava com perfeição, por mais que eu tentasse me livrar do sentimento que criei por ela, ele parecia mais forte e resistente.
- Pensando na gostosa?
Me assustei e encarei meu amigo, ele riu e revirei os olhos. A gostosa ao qual ele se referia era a Elizabeth, amigo que é amigo zoa até com a sua desgraça.
- Não sei de quem você está falando - me fiz de desentendida.
- Claro - debochou.
Depois disso nos concentramos no trabalho Daniel me ajudou muito no meu processo de recuperação, o que ele sofreu foi bem pior e diferente do que vivi, mas a ajuda dele foi essencial na minha recuperação.
- Balada hoje? Quero pegar vários boys.
- Você sabe que hoje é quinta né? - revirou os olhos - você e esse seu fogo.
- Não é porque você não trans* que outras pessoas não podem fazer o mesmo - o encarei boquiaberta - não incomoda não?
- O que?
- As teias.
- Que teias? - ele enlouqueceu?
- De aranha aí embaixo - começou a gargalhar - amiga você precisa de sex*, quanto tempo faz?
Ignorei sua pergunta e continuei o trabalho, ele desistiu de encher minha paciência e também foi trabalhar. Como dizer que eu não estive com ninguém depois da Elizabeth? Era melhor eu me manter calada.
E por falar nela, Charlie me contou que depois da invasão na casa da mesma, ela entrou com um processo. Como não tinham nada que a incriminasse, o juiz sentenciou que ficassem longe.
Tentaram investigar a distância, grampearam telefone, seguiram, fizeram o possível e o impossível por meses. Investigaram a morte dele e dos pais dela, mas nada foi encontrado.
Meses depois eles tiveram que arquivar o caso, o tráfico de órgãos continuou até que eles descobriram que foi o ex vice prefeito de Banchester o chefe da organização criminosa, através de uma denuncia anônima o FBI e CIA conseguiram provas contra ele, mas ele nunca foi encontrado, sendo declarado fugitivo desde então.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
rhina
Em: 29/06/2017
É disto que estava falando.....me surpreendeu ainda que intui....
mas ainda não atingiu meu subconsciente. ....
autora será que temos neurônios gêmeos? ???
Ou amamos o impossível? ???
Ou eu estou completamente viajando na maionese. ..
Não é pretensão.....é só divagação de um ser estranho que sou
rhina
alany
Em: 13/04/2017
Como assim já se passou um ano? Mds tô passada. E nada que incrimine a elizabeth? Só queria entender um pouco da história da elizabeth tbm...sla
Resposta do autor:
Yes, um ano.. mais para a frente você irá conhecer um pouco mais sobre ela, ela não está impune ainda, a história vai se desenrolar logo, logo.
Beijos
[Faça o login para poder comentar]
Darkness
Em: 13/04/2017
Eliza deve estar furiosa com a Dri kkkk
quem será que a Dri vai se encontrar na balada? curiosaaa nao estou aguentando de anciedade..
autora volte aquiii,nao nos deixe nessa agonia .-.
beijos <3
Resposta do autor:
Furiosa no mínimo kkkkkk
Quem será né.. sei não.....
Voltei e já postei kkkkk
Beijoss
[Faça o login para poder comentar]
NayGomez
Em: 13/04/2017
Amiga, que babado esse ep, já se passou 1 ano que a Adriana foi embora da vida Da Elizabeth é Amanda, o hj ela viu que o sentimento que teve pela Liz não existe e o que ela tem pela Amanda ficou, aaaaah eu vou pirar sério, gostaria de saber como a Amanda está, será que ela tá achando que a Elizabeth fez alguma coisa com a Adriana, será que na balada que a Drika for ela pode encontrar a Amanda? Será que A Elizabeth esqueceu da Adriana?! Meu eu preciso do próximo cap URGENTE Amiga T.T.
Obs: Eu Disse que Havia Amor entre a Pediatra e a Dika. Hehe elas são lindas juntas. Bjs obrigada pelo cap.
Resposta do autor:
O próximo já está aí, mas suas perguntas serão sanadas mais para frente...
Ok, parece que a Adriana sente algo pela Amanda, mas será que a Amanda sente algo por ela?? Tãtãtã
E a Eliza?
Até o próximo, beijoss.
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]