--Te apresentar a verdadeira Elis. – Disse encostando o carro numa rua escura. – Vem desce. – Estela ficou assustada

--Você está louca, olha esse lugar está tarde é perigoso. – Estela disse em pânico

--Não se preocupe vem – Saiu e abriu à porta do carona, Estela olhou ao redor viu varias casas muito simples, respirou fundo e desceu do carro, assim que a loira fechou a porta do carro dois homem aproximaram-se delas, Estela puxou Elis para próximo, estava com medo.

--Serio que é você mesmo? Não acredito – Um dos homens saiu da escuridão e revelou-se, um homem alto, sem camisa com um boné na cabeça e bermuda.

--Patão meu velho há quanto tempo – Elis abraçou o homem.

--Já te disse pra não entrar assim, o que tá rolando os velhos estão bem? – Olhou para Estela

--Estão sim, vou subi com ela posso?

--Claro que pode aqui você é que manda, nem precisa pedir.

--Nada disso é você que manda meu amigo.

--Mas é você que manda em mim então é a mesma coisa – Abraçou a DJ –Então quando vai rolar outro som daqueles?

--É só marcar que eu venho.

--Vou pedir para a patroa marcar e chamar a molecada, agora vai que com a sua gata, o moleque vai com vocês – Olhou para o garoto que parecia mais um armário de tão grande. –Olha lá, se alguém olhar feio para as damas vai se ver comigo entendeu, e outra dê privacidade a elas – O rapaz apenas balançou a cabeça, Elis estendeu a mão para uma assustada Estela que mesmo com medo aceitou, subiram por uma viela em silencio ate dá em uma rua cheias que casas velhas ou construídas de formas desregulares e amontoadas.

--Para onde estamos indo? – Estela perguntou bem próximo ao ouvido de Elis.

--Fica tranquila não corremos nenhum risco – Levou a mão de Estela ate a boca e beijou levemente a mão, depois de subir mais uma pequena ladeira Elis parou enfrente a uma pequena casa velha com as luzes apagadas.

--Quem mora ai? – Estela perguntou

--Eu morei, por grande parte da minha vida eu morei aqui abaixou a cabeça envergonhada, essa casa pertencia a uma tia minha, quando ela morreu deixou para mim hoje o Patão toma conta dela para mim, vem onde eu quero te levar é ali atrás – Passaram por um estreito e longo corredor que levava a uma pedra, de lá dava para ver a praia, tinha dois rapazes ali fumando, logo o rapaz que acompanhava elas passou na frente das mulheres

--Vaza daqui, vão pra outro canto – Ele disse autoritários, os moleques que pareciam está se drogando levantaram e mesmo com raiva saíram sem olhar para as mulheres.

--Obrigada, pode esperar lá na frente.

--Tem certeza dona?

--Tenho sim se o Patão perguntar diz que eu estou viajando ele vai entender – Ele balançou a cabeça e saiu, Elis caminhou ate a pedra e sentou, vem senta aqui comigo – bateu ao seu lado, Estela olhou de um lado para o outro e resolveu relaxar, sentou-se e olhou para frente, uma belíssima imagem se apresentava sobre os grandes prédios da orla.  – Sabe Estela eu já fui daquele jeito que você viu hoje, daquela exata maneira – Respirou fundo e olhou para frente. – O que eu vou te contar só quem cresceu comigo sabe, se você não me quiser depois eu entenderei. – Estela a olhou.

--Só saberei se você contar.

--Eu fui expulsa pelos meus pais de casa assim que eles souberam que eu era lesbica eu tinha quatorze anos, dai essa minha tia me trouxe para morar com ela, a coitada mal tinha para comer, mas dividiu o pouco comigo, muitos dias não tínhamos o que comer as vezes minhas irmãs traziam comida, outras vezes que não tinha nada dormíamos com fome mesmo, minha tia vendia bala no metro, mas como era velha muitas vezes os guardas a pegavam e apreendiam as mercadorias, dai eu comecei a ir com ela, eu e o Patão o nome dele é Anderson, mas ele odeia – Deu um leve sorriso – Bem minha tia me obrigava a estudar, falava que era a condição para ficar na casa dela, com um tempo eu descobrir minha habilidade com os números, com a musica eu já tinha desde muito pequena, minha irmã mais nova trouxe escondido o violão que o meu pai me deu de presente dai eu cantava no para vender as balas, ganhei a amizade dos guardas eu e o Patão éramos a dupla perfeita, ate alguns traficantes matarem o pai dele na nossa frente, éramos duas crianças ele ficou revoltado e cresceu antes da hora ,infelizmente não se tornou um homem honesto, hoje ele é o traficante que comanda a região porem nunca fez mal a ninguém daqui da favela, pelo contrario ele ajuda a todos que precisam, mas vamos voltar a mim, eu e ele íamos para escola e nas horas que não estávamos trabalhando íamos para uma ONG que tem na favela ao lado, lá eu e o Patão aprendemos algumas artes marciais, alem disso ainda aprendi alguns instrumentos clássicos como violino e piano, sempre aprendi musica muito rápido, não foi nada difícil para mim, quando eu tinha dezessete anos minha tia morreu, como ela não tinha ninguém e meus outros tios falavam que ela era uma prostituta eu o Patão e alguns vizinhos fizemos uma cotinha para comprar o caixão.

--Ela morreu de quer?

--Foi rápido os médicos falaram que foi enfarto, voltando, depois disso eu me revoltei, acabei o ensino médio com a ajuda dos professores que tinham pena de mim, passei a me embriagar e o pouco que eu ganhava era para comprar de bebida e ir para farra tudo eu levava para a violência, bati em muitas pessoas que nem sabiam o porquê de está apanhando, quase me destruir. – Deixou uma lagrima escorrer--Ate que eu conheci a Fabiana, ela foi meu anjo, ela com aquele jeitinho hippie me ensinou muita coisa, foi conquistando meu coração me fez amar mais a musica, me apresentou ao tom que me ensinou muito do que sabia, ele foi um dos primeiros grandes DJ de Pernambuco, eu com apenas dezoito anos comecei aos poucos me tornar uma mulher, a Fabiana era professora de  um cursinho, conseguiu uma bolsa para mim, fiquei sete meses e passei no vestibular, nesse meio tempo já tocava em alguns barzinhos e ia com o Tom tocar com ele, foi nesse meio tempo minha irmã tinha fugido e eu soube dos maus tratos que meus pais faziam com o Leo, dai resolvi o trazer para morar aqui comigo, foi ai também que eu e a Fabi fomos morar juntas, algumas vezes eu ainda saia com o patão ficávamos muito loucos e procurávamos confusão quando achávamos eu me transformava em uma pessoa violenta, não me importava com nada, mas sempre que eu aprontava essas chegava em casa parecia que a Fabi já sabia, me dava varias lições de moral eu ficava mal, porem sempre que alguém me irritava ao extremo eu ficava muito violenta, ate um dia que eu discuti com um vizinho homofóbico de um apartamento que eu e a Fabi alugamos para morar com o Leo, esse vizinho me destratou numa hora não muito boa dai comecei a bater nele, bati muito, mas o Leo viu já o finalzinho da briga e ficou muito assustado, eu lembro como hoje ele segurando minha cintura pedindo para parar ele tinha uns doze anos, eu prometi para ele e para mim mesma que nunca mais voltaria a ser aquele ser brutal que resolve as coisas no tapa.

--Você se drogava?

--Não apenas bebia muito, não vou mentir que nunca usei, mas não curtia e nunca dei valor.

--Você já chegou a matar alguém? – Estela perguntava olhando para frente.

--Nunca soube, mas creio que não e prefiro acreditar nisso, faz muito tempo que não agia dessa maneira, sempre que estava uma pilha ia na academia e descontava minha raiva em quem sabia se defender ou no saco de areia.

--Por que você acha que não se controlou com a Suely?

--Não sei, - Pegou na mão de Estela. –Quando eu vi que ela se aproximou de você foi me dando muita raiva, e quando ela falou que já tinha ficado com você aquilo me cegou me deixou sem chão, eu fiquei com medo. – Abaixou a cabeça

--Medo de que Elis?

--Não sei, eu só sei que estou gostando muito de você, nunca me sentir assim antes, mesmo com a Fabi que eu pensei que era a mulher da minha vida, você é diferente, eu fico meus dias pensando em você, toda musica que fale de amor meu pensamento é voltado para você automaticamente, não é só sentimento é material, meio que sinto a necessidade de ter você perto a mim sei que somos de mundos distantes, tudo que tenho hoje eu me esforcei muito para conseguir, não estou desmerecendo você nascer rica, sei que suas mães e avos lutaram muito para isso também, mas é que é diferente e isso fica martelando na minha cabeça me deixa insegura, quando eu estava na cabine e vi aquela mulher próximo a você eu só pensava que ela tinha dinheiro e você poderia gostar mais dela do que de mim.

--Olha onde eu estou agora Elis, - Olhou ao redor. –Entrei em uma favela que nem sei o nome, estou sentava em uma pedra escutando você falar da sua vida acha mesmo que estou interessada se você tem dinheiro ou não? – Elis balançou a cabeça em negativo. –Eu fiquei muito assustada com a raiva que vi nos seus olhos quando você segurou no pescoço da Suely, não vou dizer que concordo, mas essa sua raiva é fruto da vida que foi imposta a você, Elis você é uma dentre muitas que tem que matar um leão por dia para viver, vamos fazer assim, promete que vai procurar um psicólogo?

--Eu comecei um tratamento depois de um tempo que a Fabi me deixou, mas interrompi por causa da doença da Fran.

--Mas agora a Fran está bem recuperada você pode voltar para as seções.

--Não dá agora, tenho que reiniciar o tratamento do Leo, eu devo isso a ele.

--Ele já tomou alguma dose hormonal?

--Não ainda estávamos na fase psicológica quando a Fran ficou doente.

--Elis deixa eu te ajudar?

--Não posso aceitar Estela, não é apenas orgulho é o certo, não acharia certo aceitar dinheiro seu, o Leo é meu filho, eu vou me virando, já estou aos poucos pagando as dividas que fiz para custear o tratamento da Fran e assim que acabar o Leo começa o tratamento, vou tocar em umas boates e eventos no próximo mês e vai dá para findar minhas dividas maiores.

--Eu sei que você não aceitaria dinheiro, mas trabalha comigo eu já vi o quanto você é boa, eu sou péssima com a questão financeira do hospital, trabalha comigo lá?

-- Não sei Estela, não acho certo, você pode encontrar um profissional mais qualificado.

--Mas já achei você.

--Eu não posso aceitar, tenho meu trabalho recebo pouco, mas dá para nos sustentar, também tem a musica que me dá um ótimo dinheiro.

--Tudo bem, você é que sabe. – Olhou para frente e ficaram as duas por alguns minutos assim em silencio

--Estela novamente me perdoa pelo que eu fiz? – Estela não respondeu apenas a puxou para um beijo calmo e delicado – Isso que dizer um sim ? – Deu um leve sorriso

--Isso que dizer que vamos esquecer o ocorrido.

--Prometo que vou me segurar mais.

--Tudo bem – Fez um carinho no rosto dela. – Agora vamos que estou com frio.

--Vamos minha vidinha – Elis levantou e ajudou ela a levantar, saíram caminhando a madrugada já estava indo embora encontraram Patão perto do carro de Elis conversando com outro rapaz. – Patão vou vazar, valeu ai meu amigo – Abraçou ele

--Que nada aqui quem manda é você, ver se aparece mais vezes.

--Vou aparecer, pode deixar me liga para marcar a festa.

--Vou ligar pode deixar.

--Manda um abraço para a sua esposa e dá um beijo na boca dela por mim.

--Nem começa que você está ai com sua loiruda não precisa de mais ninguém – Apontou para Estela sorrindo

--É mesmo minha loira me basta – Sorriu olhando para a medica.

--Vou lá que já está amanhecendo a Fran daqui a pouco acorda.

--Quando as coisas aliviarem aqui eu vou lá com seu afilhado para ele brincar com a menina Fran. – Despediram-se com um afetuoso abraço, quem via não imaginava que ele era chefe do trafico de uma favela.

--Vou te deixar em casa – Elis disse manobrando o carro

--Não me quer na sua casa? – Estela disse erguendo uma das sobrancelhas dando um sorriso safado, sorriso esse que foi retribuído da mesma maneira por Elis que deu aquele sorriso safado que deixava o corpo de Estela em chamas.

--Eu sempre te quero ao meu lado – Disse parando o carro no sinal e puxando a loira para um beijo avassalador.

--Então pisa fundo - Disse ao se separarem do beijo, Elis sorriu e acelerou o carro.

--Você sabe que a ultima coisa que eu quero é dormir não é? – Estela disse inclinando-se e passando uma das mãos na parte interna da coxa da DJ que soltou um gemido baixinho.

--Ainda bem que é muito cedo e o transito está livre – Elis disse tirando uma das mãos do volante segurou a mão de Estela e levou ate a boca e ch*pou dois dedos. – Estou louca pra te comer bem gostoso – Disse e foi a vez de Estela gem*r.

--Eu fiquei toda molhadinha agora – Estela gem*u bem próximo do ouvido dela.

--Tá mesmo? Estou louca para te ch*par bem gostoso – Ela disse já entrando na rua de casa, Elis colocou o carro na garagem em tempo recorde, assim que entraram em casa saiu puxando Estela para o quarto, no corredor mesmo embalaram em um beijo quente, foram caminhando para o quarto da DJ entre beijos, assim que entraram no quarto dela encontraram uma garota encolhida na cama dormindo. – Vou levar ela para o quarto dela Elis disse indo ate a cama.

--Não Elis, ela vai acordar, tá dormindo tão bonito – Subiu um pouco mais o lençol.

--Mas e nós – Elis disse contemplando o carinho que a loira tinha pela filha.

--Dormimos também, teremos muito tempo para namorar – Deu um selinho na outra.

--Tá bem, vamos ao menos tomar um banho estou pegando fogo – Elis puxou Estela pela mão para o banheiro, trancou a porta do pequeno banheiro e já foi a prensando na porta.

--Elis ela pode acordar.

-- Não tem como ela entrar aqui com a porta fechada, relaxe você me enlouquece e quer que eu me segure- Beijava o pescoço da medica que resolveu não resistir e retirou a roupa da Dj com agilidade, depois de despidas as duas foram para debaixo do chuveiro,Elis a encostou com firmeza na parede do pequeno box a suspendendo um pouco do chão a loira levantou uma das pernas prendendo a cintura da outra que não aguardou mais e foi conferir se a loira estava tão molhada quanto falará a DJ a penetrou com facilidade fazendo a outra gem*r baixinho mais o suficiente para deixar Elis louca de tesão, não foi preciso muito esforço para a loira goz*r mordendo o ombro da outra para abafar os gemidos. – Seu corpo me enlouquece mulher – Elis disse com os olhos cheios de Tesão não esperou a loira descansar a  virou de costa a loira empinou a bunda deixando-a encostada no sex* da DJ que já estava massageando o seu clit*ris levemente com dos dedos. –Isso rebol* pra mim – Elis gemia ao sentir o atrito das nádegas da loira com o seu sex*, não demorou para as duas goz*rem Elis respirava fundo com a boca colada no pescoço da loira.

--É melhor acabar nosso banho, se a Fran acordar – Estela disse após Elis iniciar mais um beijo.

--Tudo bem, você está certa – Elas saíram do banho Elis emprestou um dos seus blusões e um short de malha que tinha emprestado da outra vez, deitaram com a garota no meio dela, ela abriu levemente os olhos encarando Estela.

--Tia a senhora veio – Abraçou a loira pela cintura e voltou a dormir – Elis que olhava a cena sentiu-se muito feliz por ver o amor que a filha tinha pela medica

--Vim sim meu anjo, agora dormi com a tia – Estela abraçou a garota e fechou os olhos, Elis passou mais um tempo ali olhando as duas e depois de um tempo cochilou, não demorou muito para a menina se mover denunciando que despertará.

Fim do capítulo