--Seu celular está tocando – Estela disse já dentro do carro enquanto Elis dirigia para sua casa.

--É o Tom atende ai para mim e coloca no viva voz – Estela o fez.

--Elis onde você está? Você vai entrar daqui à uma hora

--Daqui a pouco eu chego Tom, me atrasei um pouco -  Disse olhando para as pernas de Estela que usava uma short pequeno que deixava suas longas pernas expostas.

--Já tem umas gatas aqui te esperando – Na hora Elis arregalou os olhos ao ver o olhar mortal de Estela para ela.

--Avise a elas que estarei acompanhada da mais gatas de todas, da minha namorada que está escutando o que você está falando nesse momento.

--Não acredito! Serio que você está namorando com a loira gostosa?

--Ei olha o respeito seu mané – Elis disse com o rosto fechado

--Desculpa ai gata, mas não se atrasa.

--Já levou meu equipamento?

--Sim está tudo aqui.

--Tudo bem, só vou me arrumar e já estou chegando.

--Ta certo, gata a tem muita gente estão todos ansiosos para você tocar aqui novamente.

--Eu também gato.

--Olha a grana vai ser legar e dependendo de como for vão querer fechar mais alguns dias.

--Não acerte nada ainda já te falei isso, não quero contratos por enquanto

--Eu não te entendo a Fran está boa não está? Então por que não?

--Já te expliquei, agora deixa eu desligar que cheguei em casa. – Elis disse parando o caro em frente a sua casa. –Ei não liga para o que ele disse eu estou com você – Deu um leve beijo nela.

--Tudo bem, vamos para você não chegar atrasada – Desceu do carro e Eils acompanhou sem saber se ela tinha ou não ficado irritada.

--Tia a senhora vai sair com a Elis para o trabalho? – Perguntou Fran já grudada na medica

--Vou sim meu anjo, como você está?

-- Estou bem tia

--Vou me arrumar, já volto – Elis subiu correndo para seu quarto.

-- Tia a senhora vai dormir aqui hoje?

--Não sei meu anjo vamos ver mais tarde.

--Ta certo – Foi senta-se e voltar a desenhar no centro da sala

--Aconteceu alguma coisa? – Leo perguntou sentando-se ao lado de Estela

--Não por que?

--A Elis atrasou-se, isso nunca acontece.

--Foi, ela acabou me pegando no hospital e fui tomara um banho antes, dai acabamos nos atrasando.

--Tá certo – O garoto disse voltando sua atenção para o celular.

--Leo o teclado de sopro está onde? – Elis gritou ainda no segundo andar da casa

--No meu quarto, pega lá – Depois mais alguns minutos Elis surgi com uma pequena maleta e linda, com uma camiseta do nirvana, calça jeans escuro apertada e com um boné aba reta com um desenho do pato Donald.

--Vamos? – Disse tirando Estela de seus pensamentos, que no momento estava voltado para a beleza da sua namorada.

--Vamos sim – Levantou e ambas despediram-se das crianças e saíram.

--Não deu tempo de arrumar o cabelo – Elis disse assim que pararam em um sinal fechado.

--Mesmo assim você está linda – Estela disse sorrindo

--E você como sempre deslumbrante – Disse olhando para as pernas da medica

-- Acho que você vai bater o carro se não parar de olha para minhas pernas dessa maneira.

--É uma coisa involuntária, esse seu short pequeno chama a minha atenção de uma maneira – Levou a mão ate a perna da loira e acariciou a coxa dela.

--Elis é melhor você se concentrar no transito – Estela disse sorrindo para disfarçar o arrepio do seu corpo ao sentir a mão firme da outra.

--É impossível, não com você assim.

--Assim como? - Provocou

--Gostosa demais – Tiveram a sorte do sinal fechar e Elis beijou a outra com urgência, foram interrompida pelas buzinas que soavam alto, pois o sinal já tinha aberto, elas sorriram e seguiram o caminho ate a boate assim nesse clima.

--Gata que demora, você só tem vinte minutos. – Tomaz já estava na parte de trás da boate a esperando

--Calma gato, já estou aqui, conhece a Estela não é? – Abraçou a loira pela cintura.

--Ola Estela, você é minha deusa sabia? – Elis franziu a testa demonstrando raiva

--Deusa eu? Longe disso

--É sim conseguir domar esse coração merece mais que meu respeito – Beijou a mão da loira.

--Tá bom, ta bom vamos entrar. – Disse puxando a mão da loira.--Vida não vou poder te levar para a cabine hoje, a daqui é muito pequena – Olhou  para o amigo e empresário – Tom leva ela para o camarote aquele em frente a cabine, é o melhor que tem e outra nada de enxerimento escutou?

--Que isso gata, mulher de amiga minha para mim é homem. – Disse sorrindo

--Qualquer coisa que precisar pedi a ele tá bem?– Deu um selinho nela.

--Tudo bem, fica tranquila – Fez um carinho e viu a DJ sair correndo no meio da multidão que estava ali.

--Eu ainda quero saber o que você fez para fisgar minha amiga – Tom disse assim que se acomodaram no camarote.

--Eu não fiz nada. – Disse sorrindo.

--Tá não quer revelar o seu segredo eu não vou implorar, só te peço uma coisa, pode ser?

--Depende o que é?

--Cuida bem daquela garota que ela vale ouro e não é apenas ouro por ser a criatura de melhor coração que existe, é ouro mesmo ela tem um futuro brilhante pela frente, isso se ela aceitar. – Apontou para frente onde as luzes estavam apagadas e começava a soar um doce e baixo som de um violino, som que logo foi se misturando com as batidas do Techno, as luzes começaram a piscar enlouquecendo a grande multidão que tinha ali.

--Ela é muito boa mesmo, nunca vi uma DJ como ela – Estela disse olhando para a cabine onde a DJ tocava fazendo as pessoas pularem.

--Ela arrebenta demais, se ela tivesse um pouco mais de empenho eu a colocaria nos topos da musica eletrônica.

--Ela freou por conta da Fran não foi? O Leo me falou.

--Foi, quando a Fran ficou doente eu pensei que ela ia morrer, por dentro ela ainda estava mal por conta da Fabi, mas levava uma vida normal iria subir rapidinho.

--Eu imagino a barra que ela enfrentou – Viu ele oferecer uma bebida e aceitou uma cerveja.

--Sabe Estela você conseguiu o que cinco por cento dessas garotas que estão ai não conseguiram. – Apontou para as pessoas que dançavam

--Eu sei disso – Admitiu

--Bem vou lá em baixo já volto – Estela acenou com a cabeça e voltou-se para a cabine, algumas vezes ela via Elis a olhando e sorrindo, passou-se duas horas e sem que Estela esperasse alguém abraçou sua cintura, quando ela viu soltou-se rápido.

-- Ola loira, você está muito linda nesse short – Falou junto da orelha de Estela que se afastava.

--Boa noite para você também Suely, - Disse em uma distancia segura

--Não imaginava você aqui, ti vi lá de baixo e resolvi vim conferir.

--É estou acompanhando minha namorada – Disse apontando para a cabine e encontrando uma Elis com uma cara fechada.

--Namorada é? Serio? – Sorriu – Estela sentiu o cheiro forte de bebida.

--Serio, estamos namorando.

-- Ela é uma bela vadia que vai fazer você sofrer sabia?– Disse ainda sorrindo.

--Isso só diz respeito a mim e ela, licença Suely – Virou de costas e andou para um pouco longe da mulher, olhou para a DJ que estava finalizando a sua sequencia a viu agradecer e sair deixando uma musica animada tocando.

--Não precisa ser grossa eu só falo, pois você é legal – Ela falava aproximando-se no corpo da loira.

--Precisa sim, você faltou com respeito e isso eu não tolero.

--Tudo bem desculpas, amigas? – Estendeu a mão para Estela que aceitou o comprimento.

--Tudo bem, agora nunca mais faça o que você fez – Estela viu Elis aproxima-se

--Atrapalho? – Os olhos negros estavam com uma coloração diferente, estranha a Estela.

--Não em nada – Suely disse com um sorriso sarcástico

--Vamos pegar uma bebida no bar? – Estela queria tirar Elis dali que estava com uma cara de poucos amigos.

--Vamos – Elis encarou Suely pegou a mão de Elis e deu as costas

--Elis, aproveite bem que a loira ai é de primeira, eu deixo você ficar com meu resto – Foi o estopim para Elis, ela soltou-se da mão de Estela e avançou sobre a outra.

--Nunca mais fale assim com ela entendeu? O que você quer? É raiva por que comi sua mulher? Comi mesmo, se você não teve capacidade para isso eu não sou culpada – Ela segurava no pescoço dela com raiva, Estela mesmo assustada tentava fazer ela solta-la.

--Elis solta ela, solta ela agora – Estela puxou o braço de Elis que parecia transtornada e Suely vermelha por causa da asfixia.

--Me solta deixa eu acabar com a raça dela. – Ela tentou avançar sobre a mulher e Estela a impediu

--Ei Elis calma, não faz isso – Estela segurou seu rosto a fazendo encara-la e isso pareceu acalmar a DJ, ela lentamente foi abaixando a cabeça e saiu caminhando – Você acabou de perder ate minha possível amizade sua louca – Estela saiu atrás de Elis que tinha sumido no meio da multidão, conseguiu acha-la junto a Tomaz nos fundos da boate, ela parou e ficou a escutar a conversa.

--Ei calma isso acontece ela procurou isso. – Ele tentava acalmar

--Não Tom eu não podia perder a calma, eu não posso voltar a ser aquele monstro novamente.

--Calma gata foi um fato isolado, fica calma – Ele abraçou Elis que aceitou o abraço, dai ela notou Estela os olhando com curiosidade.

--Estela, desculpa eu não poderia ter agido daquela maneira – Ela aproximou-se e pegou na mão de Estela.

--Depois conversamos, agora eu quero ir para casa. – Estela disse sem olha-la estava confusa, não entendia como uma mulher tão doce poderia se transformar naquela pessoa violenta, se ela não estivesse detido não saberia o que ela poderia fazer com Suely.

--Tudo bem vou pegar meu material, Tom fica aqui com ela – Elis disse e saiu de cabeça baixa.

--Ei loira não fica com raiva dela, foi apenas ciúmes – Tom disse sentando sobre uma caixa preta.

--Eu apenas estou surpresa, Tomaz o que ela quis dizer quando falou que era um monstro?

--Isso é coisa da cabeça dela, não liga muito para neuras dela.

--Como não vou ligar se eu não tivesse a segurado ela era capaz de fazer sabe-se lá o que.

--Ela só estava com a cabeça quente, sei que não iria machucar ninguém.

--Você não vai me contar mesmo não é?

--Não é uma coisa para eu falar e sim ela, mas deixa ela falar no tempo dela só confia que ela está louca por você e a atitude dela foi só prova disso. – Estela ficou calada  e sentou ao lado do homem, depois de alguns minutos Elis voltou com um cigarro na boca parou antes de chegar próximo dos outros apagou o cigarro.

-- Vamos?  - Colocou a maleta preta encima da que eles estavam sentados.

--Abri a mala para eu colocar- Tomaz ajudou a colocar a caixa maior na mala e a menor no banco traseiro do carro. –Amanhã eu te ligo – O homem acenou para Estela piscou e saiu, as mulheres entraram no carro e seguiram sem trocar nenhuma palavra, depois de alguns minutos Elis resolveu se pronunciar

--Estela fala alguma coisa não aguento esse silencio. – Disse com a voz aflita

--Eu só queria saber o porque agiu daquela forma, você sempre agiu com tanta docilidade, nunca pensei que fosse tão... tão – Não achava palavras

--Bruta? Violenta? – Disse olhando para o transito.

--O que deu em você para agir assim?

--Eu não aguentei e estourei, fiquei cega com ela tentando de agarrar, sei que errei, mas não foi apenas minha culpa.

--Então a culpa foi minha? – Elas mantinham o tom de voz baixo

--Não foi dela, essa mulher me provoca a muitos anos, quando vi ela falando de você daquela maneira não aguentei, eu vi como ela chegou por trás de você, também vi que você não deu trela para ela, ate ai eu estava mesmo com raiva controlada, mas quando ela falou aquilo não conseguir segurar, desculpas sei que fiz errado em ser tão agressiva – Disse com lagrimas nos olhos. – Não foi minha intenção te decepcionar, mas não posso voltar atrás. – Ela parou o carro no sinal e olhou para a medica que apenas escutava resolveu falar.

--É que nunca esperaria aquilo de você e se eu não tivesse forças para te fazer soltar dela o que você faria? É essa a pergunta que eu estou me fazendo. – Virou a olhando.

--Nem eu sei o que eu faria se você não tivesse me segurado. – Disse abaixando a cabeça

--Me fala desse monstro que você falou para o Tomaz? – O Sinal abriu e Elis seguiu em silencio por mais alguns minutos.

--Não queria falar sobre isso. – Disse tensa

--E eu queria conhecer a mulher que estou loucamente apaixonada – Estela encostou a cabeça na janela do carro. - Elis guiou o carro entrando em um bairro escuro. –Onde estamos indo? – Estela perguntou, pois não conhecia aquele caminho.

--Te apresentar a verdadeira Elis. – Disse encostando o carro numa rua escura. – Vem desce. – Estela ficou assustada

Fim do capítulo