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  • ENTRE A CRUZ E A ESPADA
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ENTRE A CRUZ E A ESPADA por marindef

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Palavras: 5943
Acessos: 898   |  Postado em: 12/04/2017

CAPÍTULO 3

            Apesar de sua animação ser de alguém que nunca havia conhecido Paris, ela já tinha visitado a cidade uma vez antes. 

            Quando ficou decidido que ela realmente se mudaria, começaram as preocupações e preparações para que isso se realizasse, afinal, não era tão simples se mudar para outra região. Bem que Jeanne desejava que tudo se ajeitasse só com o simples poder da sua vontade, mas na realidade tinha muita burocracia e planejamento. Então, algum tempo antes, ela e seu pai tiveram que ir a Paris para resolver algumas pendências; mais especificamente onde ela iria morar e a matrícula da faculdade.

            Eles passaram somente uma noite em um pequeno hostel e os dias foram dedicados a levar documentos para a faculdade e procurar um apartamento onde Jeanne pudesse ficar. Passaram por alguns lugares onde outros estudantes já moravam e alguns lugares vazios, onde estudantes iriam ainda morar; e Jeanne gostava de praticamente todos os lugares e pessoas que conheciam. 

            Mas foi somente ao ouvir sobre um apartamento que estava reservado para uma estrangeira asiática, que estava para se mudar, que Jeanne se animou de verdade. Ela tinha uma certa admiração pelas culturas orientais; influenciada pelos desenhos japoneses que costumava gostar quando mais nova. De qualquer maneira, morar com um estrangeiro, seja lá de onde ele fosse, parecia uma experiência incrível que ela precisava viver.

            Fechado o contrato com o dono do apartamento, ela e seu pai retornaram para Saint–Dié des Vosges, sem nem passar para olhar a Torre Eiffel antes. Uma decepção que ela estava empenhada em corrigir o mais rápido possível. 

            No caminho de táxi, da estação até o apartamento, ela não desgrudou os olhos da janela desde o momento que entrara no carro, observando a paisagem com intenso interesse. Mal podia esperar para explorar cada rua de Paris, tirar foto de cada ponto turístico, fazer degustação por várias lanchonetes e bares... 

            – Primeira vez por aqui? – O taxista puxou assunto, chamando sua atenção.

            – Sim, primeiríssima. – Respondeu de acordo com seu sentimento, descartando a primeira vez que esteve lá. – Dá para perceber na minha cara, né?

            – Com certeza. – Ele concordou, rindo. – E pela quantidade de malas, imagino que você veio para ficar.

            – Sim, estou de mudança já. Seria uma tristeza vir conhecer e ter que ir embora depois. – Brincou, com um fundo de verdade por trás de suas palavras. 

            – Tá certa, tá certa. Seja bem–vinda a Paris. 

            – Obrigada. – Jeanne respondeu, um tanto animada de ouvir aquelas palavras; a fazia se sentir já parte da cidade, acolhida. Mas, ao mesmo tempo, as palavras e o sentimento a fizeram lembrar da visão que tinha tido no trem.

            "Você chegou ao seu destino.", a figura tinha dito a ela. Agora, essas palavras não paravam de se repetir em sua cabeça azul.

            – Meu destino... – Ela pensou em voz alta, mas não o suficiente para que o taxista a ouvisse. Se pegou refletindo sobre a possibilidade de ela realmente ter um destino a cumprir em Paris. Daria algum sentido a tudo aquilo.

            Uma vaga ideia do que poderia ser esse tal "destino" apareceu em sua cabeça, mas ela tratou de se livrar dela imediatamente. Não estava muito afim de se aprofundar em assuntos sérios e delicados. Era seu primeiro dia morando em Paris e ela queria mais era se divertir levemente. 

            – Você veio para estudar? – O taxista voltou a perguntar quando parou em um sinal fechado, para alegria de Jeanne que conseguiu distrair dos pensamentos negativos.

            – Eu não sou uma pessoa muito misteriosa, não é mesmo?

            – Acho que eu que estou acostumado a ver todo tipo de gente. – O homem se explicou, olhando para a garota através do retrovisor. – Sei reconhecer uma universitária perdida. Que curso você vai fazer?

            – Não quer tentar adivinhar isso também? Estou me divertindo com essa brincadeira de vidente.

            – Tudo bem, posso tentar. – Ele disse, parecendo tão animado com a ideia quanto ela. – Hmm... Eu diria artes. – Murmurou, olhando–a pelo retrovisor mais uma vez, antes de voltar a prestar atenção na rua a sua frente. O homem parecia estar agora concentrado na brincadeira e demorou mais algum tempo pensando antes de chutar: – Música? 

            Uma risada alta escapou da garganta de Jeanne. Ficava lisonjeada que parecesse com uma musicista; uma pena que ele não poderia estar mais errado quanto à parte de artes em que ela se encaixava. De musicista, ela tinha só a cara pelo jeito. Pensando sobre todas as tentativas fracassadas de aprender a tocar algum instrumento, ela balançou a cabeça negativamente, mesmo que o motorista não pudesse ver.

            – Eu faço moda. – Respondeu, com orgulho; mas em seguida se corrigiu: – Vou começar a fazer, na verdade. 

            – Moda... – Ele repetiu a palavra de uma maneira que passava a impressão de que tinha esquecido o significado dela. – Eu não ia pensar nesse curso, realmente. Mas podemos dizer que eu cheguei perto.

            – Chegou sim! Moda é arte também. 

            – Não entendo nada de moda, mas imagino que aqui seja um bom lugar para fazer sucesso com isso. – Disse enquanto entrava numa ruazinha que Jeanne logo reconheceu. Eles tinham chegado à sua futura casa. – Bom, espero que você se dê bem.

             – Obrigada. – Jeanne murmurou, distraidamente, olhando seu prédio pela janela do carro. Um grande sorriso abriu em seu rosto e, assim que o homem terminou de estacionar, ela pulou para fora do carro.

            Parou de frente ao prédio de poucos andares, pensando como ele passava a impressão de ser um lugar muito aconchegante. Sem nem prestar atenção no taxista, que havia saído do carro também e agora estava tirando as malas do porta–malas, Jeanne tirou o celular da bolsa e bateu uma foto do prédio. Mais um registro da sua mudança.

            – Animada, né? – O taxista comentou, fazendo com que Jeanne voltasse sua atenção á ele. Ele devia estar achando ela uma idiota por estar admirando um prédio qualquer, mas ela não ligava. 

            – Bastante! – Respondeu, indo ajuda–lo a tirar as últimas malas do carro. 

            – Você quer ajuda para levar as coisas? Prometo que não cobro a mais. 

            – Valeu, mas acho que eu consigo me virar. Eu sou forte. – Ela disse e o homem riu, provavelmente não a levando a sério; devia pensar que ela era só uma menina teimosa. Mas a verdade é que Jeanne era as duas coisas: teimosa, mas também forte.

            Sua força não era algo que as pessoas esperavam dela... Não era como se ela tivesse uma aparência frágil; apesar de baixinha, Jeanne era rechonchuda – característica que herdara de sua mãe que era, de fato, gorda – e tinha sua parcela de músculos que tinha desenvolvido durante a vida, pulando de esporte para esporte. Porém, sua força ultrapassava os limites do normal. Era realmente impressionante.

            – Tudo bem, então. Deixa só eu ver quanto saiu... – Ele foi até a janela do lado do motorista, olhar o taxímetro, e Jeanne o acompanhou, pegando já sua carteira da bolsa.

            Ela olhou por cima do ombro dele e se adiantou em pegar o dinheiro; porém, ao abrir a carteira, algo chamou sua atenção. Nela, havia um papelzinho azul dobrado que Jeanne nunca tinha visto.

            Se distraindo completamente do que estava fazendo, ela pegou o papel, com curiosidade. Em um dos lados estava escrito "Para Jeanne".

            Se lembrou do último objeto que teve em mãos com a mensagem "Para Jeanne" e seu estomago se revirou. Maldita caixinha. Com hesitação, ela devolveu o papel para dentro da sua carteira; lembrando–se em seguida de pegar o dinheiro para pagar o táxi.

            – Desculpa a distração. – Ela disse, entregando–lhe o dinheiro. O taxista balançou a cabeça negativamente, com um sorriso simpático.

            – Sem problemas, menina. – Ele respondeu, entrando no carro. – Mais uma vez, seja bem–vinda. – Jeanne assentiu com a cabeça em agradecimento e o homem partiu com o carro, deixando–a sozinha com suas malas.

            Ela já havia combinado de encontrar com o dono do apartamento, por volta daquele horário, então só ligou para a portaria para avisá–lo e logo a porta foi aberta para ela. Organizou–se de forma a conseguir segurar todas as oito malas de uma vez e adentrou o prédio.

Assim que o fez, um homem foi correndo em sua direção; e Jeanne logo o reconheceu como o dono do apartamento em que ia morar. Ele era um jovem que estava para se mudar por algum motivo que ela não conseguia se lembrar; chutava casamento ou intercâmbio. Ele tinha contado da vez em que estivera lá com seu pai, mas ela estava deslumbrada demais com o apartamento em si para prestar atenção. 

            – Deixa eu te ajudar. – Ele disse, claramente preocupado com ela, enquanto pegava três malas de sua mão.

            – Tá tudo bem. Eu aguento. – Jeanne respondeu, rindo. – Dominique, certo? – Ela perguntou para ter certeza de que lembrava o nome dele, afinal, já fazia algum tempo desde que eles tinham se conhecido.

            – Isso mesmo. – Ele respondeu, cumprimentando–a com um beijo no rosto. – E você é a Jeanne, se me lembro bem. 

            – Lembra certinho. 

            – Seja bem–vinda. – Disse, indo em direção ao elevador, ainda carregando as malas que ela havia pegado dela, e Jeanne o seguiu prontamente. Ele chamou o elevador e, enquanto esperava descer, concluiu seu pensamento: – Tanto ao meu humilde apartamento, que agora vai ser seu, quanto à essa maravilhosa cidade. – O elevador chegou e ele segurou a porta, abrindo espaço para que Jeanne entrasse com as malas.

            – Obrigada. – A garota disse, com um sorriso, tentando se enfiar do melhor jeito dentro do elevador. Quando os dois entraram, ela acompanhou com o olhar enquanto Dominique apertava o botão do 6º andar; quando a porta do elevador se fechou, ela concluiu: – Tanto pelas boas vindas como também por segurar a porta. 

            – Que isso. – Dominique soltou uma risada. – Espero que você goste daqui. A vizinhança é muito boa, tem comércio por perto, as pessoas que moram no prédio costumam ser simpáticas. Ah, por falar nas pessoas que moram aqui... Você tá sabendo que tem uma colega de apartamento, né?

            – To sabendo sim. – Jeanne tentou não deixar transparecer o quão ansiosa estava para conhecer a garota e como, na verdade, ela foi o ponto decisivo para que ela escolhesse aquele lugar. – Uma estrangeira, né? 

            – Sim, uma japonesa. – Ele esclareceu. – O nome dela é Misato. Ela já está morando aqui faz umas três semanas, eu tenho vindo de vez em quando verificar se ela tá bem... Sabe, o francês dela ainda não tá muito bom, então vai que ela precisava de alguma ajuda. Mas agora com você aqui, eu fico mais tranquilo. 

            – Pode deixar que eu vou ajudar ela, sim. – Ela garantiu, com um sorriso amigável. Estava mais do que disposta em ajudar sua futura amiga.

            – Mas mesmo com dificuldade com francês, ela é uma gracinha. – Dominique fez questão de dizer. O elevador chegou no 6º andar e as portas se abriram; o garoto passou por cima das malas, segurando a porta novamente para que Jeanne pudesse sair. Dessa vez, ele pegou ainda mais uma mala da garota, seguindo então pelo corredor, enquanto continuava a falar: – Acho que a Misato nem fica tanto tempo em casa... Ela trabalha num bar, se não me engano, e tem uns horários meio bagunçados. Inclusive, acho que ela não está aqui agora.

            Os dois seguiram até o final do corredor, quando Dominique de repente parou em frente á uma das portas. Ele tirou a chave do bolso da calça e abriu a porta, levando as malas que carregava para dentro da sala; Jeanne fez o mesmo, seguindo–o ainda. Ao entrar no apartamento, ela largou as coisas no chão da sala, sem nem se preocupar em desocupar o caminho.

O sentimento de deslumbramento voltou assim que ela pisou lá dentro. O apartamento era pequeno e bem simples. A cozinha não passava de uma extensão da sala separada por um balcão. E a única decoração, que dava cor ao lugar, eram os vários vasos de plantas e flores espalhados pelo cômodo; mas isso era mais que o suficiente para que Jeanne o achasse aconchegante. Plantas e flores sempre lhe passavam boas energias e um conforto familiar.

            – Bom, acho que agora eu te deixo sozinha para arrumar as suas coisas, se sentir mais à vontade. – Dominique disse, chamando sua atenção para realidade novamente. – Como não sou eu que mora mais aqui, não me sinto bem de mexer nas coisas. Mas tenho certeza de que você vai conseguir se virar. 

            – Eu vou me fazer sentir em casa logo, não se preocupe. – Respondeu, com um grande sorriso. O garoto então, se aproximou dela, passando por cima das malas, e entregou a chave em sua mão. – Obrigada por vir até aqui.

            – Disponha. – Ele respondeu gentilmente, despedindo–se, em seguida, com um beijo no rosto da garota. – Tchau, Jeanne.

            – Até mais. – Ela murmurou, acenando, enquanto o moço sumia de sua visão, porta afora. Quando ele partiu, Jeanne foi até a porta e a trancou, com a sua nova chave.

Uma sensação boa veio daquele simples ato. Uma sensação de oficialização. 

            Mas Jeanne não se deixou levar e aproveitar aquele momento; ela tinha mais coisas em mente. Agora que o problema de se acomodar no apartamento estava resolvido, restava a curiosidade sobre o bilhete que havia encontrado em sua carteira.

            Com urgência, Jeanne tirou a carteira de sua bolsa e pegou o bilhete. Resolveu se sentar antes de abri–lo, afinal, se fosse mais um choque, como o presente que tinha recebido, ela preferia estar já no chão.

            Assim que abriu o pequeno papel azul, pôde reconhecer a letra de seu pai.

 

            "Minha querida filha,

            Imagino que o 'presente' que te entreguei antes da sua partida tenha te deixado com sentimentos negativos... Mas seu coração tão puro e tão positivo não merece isso. Muito menos nossa relação. Me deixaria muito triste saber que você se mudou com mágoas de mim.

            Escrevi isso para te pedir desculpas por ter insistido para que você aceitasse o presente. Não espero que você entenda porque fiz isso, mas era uma promessa que eu não podia quebrar. 

            Também escrevi para te dizer que eu realmente tenho um presente para você e para o início dessa sua nova fase. Um presente meu de verdade. Está em uma das suas malas. Espero que você goste e use bastante.

            Boa sorte com tudo que você viverá daqui para frente. E continue sendo essa menina radiante que você é. 

 

            Com amor,

 

            Seu pai."

 

            Terminou de ler o bilhete com lágrimas nos olhos, tentando evitar que elas pingassem sobre o papel. Seu pai era incrível e ela se sentia extremamente sortuda por tê–lo em sua vida. Não fazia ideia de quando ele tinha colocado esse bilhete em sua carteira, mas isso só mostrava como ele a conhecia bem o suficiente para saber como ela estaria se sentindo.

            Limpando as lágrimas com a ponta de sua camiseta, Jeanne decidiu começar sua busca pelo presente imediatamente. Sem uma direção, foi abrindo todas as suas malas e, consequentemente, fazendo uma grande bagunça, à procura do tal presente. Até que encontrou, em sua maior mala, uma caixa, de tamanho relativamente grande, muito bem embrulhada em papel de presente; papel esse, que ela rasgou sem pensar duas vezes.

Quando se desfez do embrulho, foi revelada a caixa de uma câmera fotográfica profissional; até melhor que a de seu irmão. Não contendo sua alegria, soltou um grito agudo e abraçou a caixa.

            – Ai meu Deus! Eu não acredito nisso! – Exclamava consigo mesmo, enquanto abria a caixa com urgência; ansiosa para ter em mãos seu mais novo bem precioso. 

            Já fazia muito tempo desde que ela sonhava com a sua própria câmera e até havia conseguido juntar dinheiro o suficiente trabalhando em lojas. Porém, a vida era feita de escolhas e ela preferiu juntar todo dinheiro que ganhava para realizar seu sonho de morar em Paris. Até porque, enquanto ela continuasse em Saint–Dié, ela podia usar a câmera de seu irmão; não havia sentido em uma câmera nova em sua velha cidade.

            Mas agora, ela tinha finalmente feito a mudança e, ainda por cima, ganhado a tão sonhada câmera. O desfecho dos seus sonhos estava sendo melhor do que ela jamais teria imaginado.

            Após se livrar da embalagem, ela passou algum tempo apenas segurando a câmera e a admirando. Totalmente emocionada, era possível ver seus olhos brilharem diante do presente. Soltou uma risada de felicidade ao se dar conta de que não precisaria mais ficar tirando fotos de má qualidade com seu celular e, com essa súbita epifania, ela correu até a janela da sala.

            A vista não era nada muito especial. Em seus sonhos, ela imaginou que estaria morando em algum lugar com vista para a Torre Eiffel ou outro ponto famoso de Paris. Porém, aquela pequena rua aleatória já servia como inspiração... Antes ela já vivia em um lugar sem uma vista espetacular, pelo menos agora ela tinha uma vista comum em Paris. Era uma vista que sempre a lembraria que tinha conseguido chegar onde queria. 

            Botou sua cabeça azul para fora da janela, inspirando fundo, com a intenção de encher seus pulmões de um novo ar. Olhou para todos os lados, admirando os detalhes da paisagem, antes de escolher para onde exatamente ela ia apontar sua nova câmera.

Havia uma casinha no final da rua, com um pequeno jardim e flores variadas enfeitando a entrada, e Jeanne decidiu que ela seria a protagonista de sua primeira fotografia com a nova câmera. Mirou em direção à casa e tirou a foto, com um sorriso que não lhe cabia no rosto. Continuou ali por mais alguns minutos, com a cabeça para fora da janela, sentindo uma leve brisa bater em sua pele enquanto apreciava o belo rumo que sua vida estava tomando.

Juntou suas mãos e, repleta de gratidão, iniciou uma oração com a intenção de agradecer por todas as bênçãos que havia recebido. Porém, seu momento de paz foi interrompido por um barulho que soou por trás da garota.

            Se virou, em um pulo assustado, deparando–se com a porta de entrada aberta. E, parada no meio da sala, estava uma garota aparentemente tão assustada quanto ela. Boquiaberta, a garota encarou Jeanne e em seguida desviou seu olhar para o chão repleto de malas e roupas espalhadas, em um grande caos. Jeanne brigou consigo mesma mentalmente por ter feito tamanha bagunça, se perguntando que tipo de primeira impressão ela teria passado para a outra menina.

            – Perdoa a bagunça! – Ela exclamou e largou a câmera numa mesinha próxima, correndo em direção das malas; quase tropeçando em uma delas. Ajoelhou–se, tentando consertar seu erro de forma estabanada; todas suas roupas, antes jogadas no chão, estavam amontoadas e amassadas dentro de uma única mala. Rapidamente, arrumou todas em um canto da parede, abrindo espaço para que a garota adentrasse. – Eu não costumo ser bagunceira assim, eu juro.

            Seu pedido de desculpa foi ignorado pela menina, que parecia continuar atônita. E então, Jeanne se lembrou que ela provavelmente nem estava entendendo muito bem o que estava dizendo por conta do francês e brigou consigo novamente.  

Respirando fundo, resolveu recomeçar aquela interação caótica. Foi até a garota e estendeu sua mão, cumprimentando–a.

            – Olá, meu nome é Jeanne. Prazer.

            – Sou Misato. – Ela respondeu, parecendo menos desconcertada, e apertou a mão de Jeanne delicadamente. – Prazer. – Um pequeno sorriso se abriu no rosto dela. Jeanne encarou aquilo como uma vitória. 

            Misato era, o que Jeanne descreveria como, uma típica japonesa. Não que ela tivesse intenção de dizer que japoneses eram iguais entre si, mas todos os traços físicos mais comuns do Japão, Misato possuía. Ela era pequena e magrela, parecendo tão frágil como uma boneca de porcelana. E seu cabelo preto era escorrido, tão absurdamente liso, e comprido ao ponto de chegar à sua cintura.

            Ela estava ainda vestindo o que parecia ser o uniforme do lugar onde trabalhava; "La Vie Bohéme", como Jeanne podia ler escrito no logo que saltava aos olhos no seu peito esquerdo. Resolveu memorizar o nome caso resolvesse visita–la... Ou caso quisesse só ir a um bar beber.

            – Eu acabei de chegar aqui. – Jeanne explicou, de forma menos eufórica que o seu normal, tentando perceber pelo rosto da garota se ela estava entendendo o que estava sendo dito. – Eu ainda vou arrumar minhas coisas. Prometo.

            – Quer ajuda? – Misato ofereceu, apontando para as malas jogadas, e Jeanne viu naquilo uma chance de se aproximar da nova colega.

            – Por favor. – Respondeu, balançando a cabeça positivamente, com um sorriso. Abaixou–se para pegar suas coisas e Misato a acompanhou, pegando as malas menores. – Eu não fui ver meu quarto ainda. Na verdade, não sei qual dos quartos é meu.

            – Quarto da esquerda. – A garota respondeu, sinalizando com a cabeça a direção, e Jeanne tomou a frente; entrou no quarto e despejou as malas que carregava sobre a cama. Misato, por sua vez, colocou cuidadosamente sua parte em cima de uma mesinha de madeira ao lado da porta.

            Jeanne já havia conhecido o quarto, obviamente, da outra vez em que ela e seu pai tinham ido visitar o apartamento. Era um quarto mediano, no qual só parecia caber os moveis que já estavam ali: o armário em uma parede, a cama no meio do quarto, a mesinha ao lado da porta e um pequeno criado mudo entre a cama e a janela do quarto.

             E isso era mais do que o suficiente para a garota que nunca tinha tido sequer um quarto só para ela; afinal, em uma família de cinco irmãos, era difícil que qualquer um deles tivesse seu próprio espaço. 

            – Gostou? – Misato indagou, com curiosidade no olhar.

            – Se eu gostei? Eu to apaixonada! – Jeanne respondeu, sem nem pensar na barreira de linguagem entre ela e a outra menina. De qualquer jeito, a estrangeira sorriu e a balançou a cabeça positivamente, parecendo satisfeita. 

            Colocou a mão na massa sem pensar duas vezes, abrindo todas as suas malas e iniciando o longo processo de instalação; tinha que arrumar toda a sua vida naquele quarto e isso seria uma tarefa árdua. Ainda muito prestativa, Misato a acompanhou, abrindo as malas que tinha deixado sobre a mesa.

            – Você é do Japão, né? – Jeanne perguntou, puxando assunto. Mas a resposta veio em forma de um balanço positivo de cabeça. Parecia que a iniciativa de criar uma conversa teria que partir dela mesmo. – Já está morando aqui há quanto tempo? 

            – Na França, perto de dois meses. Aqui... – Apontou para o chão, indicando o apartamento. – Três semanas.

            – Eu quis dizer na França mesmo. – Ela se explicou. – Mas, poxa, já faz bastante tempo que você se mudou! Passeou e conheceu muito de Paris? 

            – Sim, passeio um pouco. Conheci lugares famosos. 

            – Conhece mais que eu, com certeza. Quero muito ver os lugares famosos, principalmente a Torre. – Jeanne disse animada, mas a outra garota pareceu um tanto confusa. – Torre Eiffel? Já foi lá?

            – Oh, Torre Eiffel! – Misato repetiu em seguida, animando–se também. – Sim! Muito bonita! – Dizia, entusiasmada, e a vontade de conhecer a Torre Eiffel só aumentou no coração de Jeanne. – Te mostro Paris.

            – Por favor! – Ela respondeu, feliz com a oferta e com o fato de que a amizade delas aparentemente estava se encaminhando. – Você vai ficar aqui por quanto tempo? – Perguntou, mas a garota só virou a cabeça de lado como se aquilo fosse ajuda–la a entender a pergunta. Jeanne refraseou: – Quando você vai embora? Voltar para o Japão?

            Ela não tinha certeza se tinha dito algo errado, tocado em algum assunto que não devia, ou se Misato simplesmente não estava compreendendo direito mesmo. Mas a estrangeira ficou quieta por alguns segundos, parecendo presa em seus próprios pensamentos. Jeanne achou melhor deixa–la na dela. 

Poucos minutos depois, ela resolveu responder: 

            – Não vou embora. – Murmurou, subitamente, ainda parecendo muito distante em sua própria mente. – Não volto para o Japão. 

            – Como assim? Você não está fazendo intercâmbio? – Jeanne levantou uma sobrancelha, agora totalmente curiosa a respeito da colega. A verdade é que ela não sabia muito sobre a estadia de Misato na França; ela tinha simplesmente suposto que ela estava fazendo intercâmbio por um tempo. Mas aparentemente estava errada. 

            – Eu sai do Japão. Fugi. – Ela explicou, de forma sucinta demais para o gosto de Jeanne, que se encontrava em choque. – Não volto.

            – Como assim fugiu? Fugiu por que?! – Ela perguntou, contra o bom senso de não sair se metendo na vida de pessoas que ela mal conhecia. A contragosto, resolveu ser educada e corrigiu: – Se não quiser dizer também, não precisa...

            – Ah... Família. – Foi a resposta que Misato deu. Sucinta demais, novamente. Mas Jeanne compreendia muito bem como era não querer falar de problemas familiares e resolveu se abster de mais perguntas.

            – Complicado... – Murmurou, pensando na ironia do destino em jogar duas pessoas que estavam se mudando por culpa da família debaixo do mesmo teto. Era bom que pelo menos elas poderiam encontrar apoio uma na outra.

            Um silêncio se instalou no quarto, enquanto as duas continuavam a organizar a vida de Jeanne em seu novo quarto. Ela começou a separar suas roupas e coloca–las no armário, enquanto Misato apenas abria o que visse pela frente e colocava o conteúdo sobre a mesa. 

            E no meio dessa combinação de tarefas, Jeanne pegou Misato encarando fixamente a caixinha do rosário, que agora se encontrava sobre a mesa. Seu olhar estava vidrado como se a garota estivesse hipnotizada por aquele objeto. Como se tivesse sentido o olhar desconfiado de Jeanne sobre ela, Misato estremeceu e subitamente se virou em direção à colega.

            – O que é na caixa? – Perguntou, sem mais delongas. Jeanne estranhou aquele interesse, considerando não responder. Mas acabou optando por ser simpática.

            – Um rosário. – Disse, com um suspiro. A outra garota, no entanto, continuou lhe encarando com indagação em seus olhos. Parecia não conhecer aquela palavra; o que não era nenhuma surpresa, considerando que ela vinha de um país budista e "rosário" não é o tipo de palavra que se usa com frequência. – É como um colar... Só que para rezar. Tem a cruz de Jesus na ponta e várias bolinhas. – Jeanne tentou explicar fazendo mímicas, mas logo se tocou de que sua explicação tinha sido horrível e ainda mais impossível de entender; o olhar de Misato estava mais confuso que antes. Ela suspirou e decidiu resolver do jeito mais fácil: – Pode abrir. Pode olhar.

            Misato não pensou duas vezes antes de avançar sobre a caixa e abri–la com curiosidade. Assim que botou seus olhos no rosário, eles brilharam como se aquela pequena cruz fosse a coisa mais incrível que vira em sua vida toda.

Diante daquela cena patética, Jeanne era incapaz de compreender toda a comoção por um mísero rosário. Mas continuou observando enquanto a outra garota o pegava em suas mãos e o levantava contra a luz, em pura admiração, analisando–o. Passou seus dedos por cada bolinha e por fim se concentrou na cruz, apertando seu dedão contra a pedra azul incrustada.

            – Igual seu cabelo. – Ela comentou, apontando para Jeanne, o que a lembrou que ela tinha feito a mesma constatação antes. Passou a mão pelo cabelo pensando que tinha que pintar logo. – É seu? – A pergunta tirou Jeanne de seus devaneios.

            – É meu, sim... Mas eu não gosto. Foi um presente que eu não queria.

            –  Presente...? – Ela repetiu, um tanto pensativa. Seu olhar se voltou para a caixa novamente. Havia algo escrito na tampa, Misato tinha reparado, mas não tinha parado para ler quando a abriu, em meio à sua necessidade de pegar o rosário em mãos. Leu bem baixinho, palavra por palavra, antes de perguntar: – Presente de Celestine?

            Ouvir aquele nome era algo que os ouvidos de Jeanne já tinham desacostumado. Conforme o tempo foi passando desde a sua infância, foi–se apagando cada vez mais a existência dela como um todo. Ela foi se tornando apenas a mãe ausente. 

            – Sim, dela. Minha mãe. – Agora era a vez de Jeanne ser sucinta. – Família, sabe como é, né?

            – Família. – Misato repetiu, concordando com a cabeça. – Mas... – A continuação da frase pendeu na boca da garota, conforme ela ia na direção de Jeanne, carregando o rosário consigo em uma das mãos.

Ela se aproximou e pegou a mão da outra, que permanecia sem reação. Ao entrar em contato com a mão de Misato, mesmo que por alguns segundos, a outra menina pôde sentir uma estranha textura e frieza na pele da garota; uma sensação áspera que contradizia a aparência de sua pele alva. Mas logo, tal sensação foi substituída pelo rosário que Misato colocou em sua palma.

– Combina com você. – Misato finalmente concluiu, fechando a mão de Jeanne envolta do rosário.

            – É, eu sei, meu cabelo é azul também. – Retrucou, revirando os olhos, um tanto decepcionada com o desfecho daquela situação.

            Esperava que Misato fosse lhe dizer algo importante ou no mínimo uma lição de moral sobre família; apesar de desconfiar que ela não tinha nenhuma, já que a solução dela tinha sido fugir de seu país. 

            – Não. Não seu cabelo. – A garota corrigiu, firmemente. Levantou seu rosto e olhou Jeanne nos olhos. Seus finos olhos eram profundos e carregados de energia, de uma forma que Jeanne nunca havia visto antes. Sentindo–se presa pelo olhar próximo da colega, a garota aguardou uma explicação que foi resumida á poucas palavras desconexas: – Você. Combina com você.

            – O que você quer dizer com isso? – Insistiu, desesperada para sanar sua curiosidade. Mas Misato balançou a cabeça negativamente e se afastou da garota.

            – Não sei falar... Muitas palavras difíceis. – Explicou, parecendo decepcionada com a sua própria dificuldade de linguagem. – Vou aprender.

            – E eu vou aguardar. – Respondeu, também decepcionada. 

            A garota olhou o rosário em sua mão, sentindo que ela merecia algum tipo de sentido para tudo que estava acontecendo. Encarou–o fixamente, na esperança de que que talvez ele tivesse alguma resposta. Mas era um objeto inanimado e obviamente não tinha resposta alguma. Só lhe restava esperar Misato aprender a se expressar em francês.

            – Gosto do azul. – Misato voltou a falar, retornando à sua tarefa de arrumar as bolsas sobre a mesa. – Do seu cabelo.

            – Gosto também. Mas às vezes as coisas precisam mudar... – Com um suspiro, Jeanne enfiou o rosário no bolso de seu casaco; depois guardaria na caixa novamente e sumiria com ele de vista, embaixo de várias roupas no armário. Resolveu voltar a arrumação. – Já estou mudando de cidade, melhor mudar tudo de uma vez.

            – Muitas mudanças. – Ela comentou, rindo baixinho. Claro que ela não tinha como saber de tudo que estava acontecendo na vida de Jeanne no momento, mas aquele simples comentário de duas palavras descrevia a fase pela qual ela estava passando. 

            Mudança de casa, de ocupação, de companhias, de cabelo, de câmera, da sua relação familiar, da voz misteriosa. Muitas mudanças, de fato.

            Com tudo isso rodando por sua cabeça, junto do cansaço da viagem e o comportamento estranho de Misato, uma súbita exaustão tomou conta do corpo e mente de Jeanne. Dizer que ela estava se sentindo totalmente atordoada seria pouco para explicar a sensação que predominava naquele momento.

            Ela se sentou na cama, olhando toda a bagunça ao seu redor. Tinha sido muita inocência da sua parte acreditar que ela poderia arrumar todo seu quarto naquela noite, sendo que no dia seguinte ela ainda teria que acordar cedo para seu primeiro dia de aula. Às vezes sua empolgação acabava com a sua razão.

            – Misato, – Ela chamou, fazendo a garota desviar sua atenção para ela. – acho que já vou dormir. Eu estou cansada. 

            – E o quarto? – Ela perguntou levantando a bolsa que estava em sua mão.

            – Deixa isso para amanhã. Ainda vou ter muito tempo para pôr tudo em ordem. 

            – Está bem. – Misato concordou, assentindo com a cabeça. Ela largou a bolsa sobre a mesa e então se despediu, prontamente: – Boa noite, Jeanne.

            – Boa noite, Misato. – Dito isso, a garota deixou o quarto com um pequeno sorriso no rosto, fechando a porta atrás de si.

            Aliviada por finalmente estar sozinha em seu quarto, depois de um dia tão cheio de pessoas e emoções, Jeanne se jogou na cama, ocupando todo o espaço que seu pequeno corpo conseguia. Ela respirou fundo e fechou seus olhos por alguns minutos, repassando por sua cabeça tudo que havia acontecido.

            Um dia com muitos altos e baixos, ela definiria. Mas sem dúvida ela estava terminando aquele dia no alto; deitada no seu quarto em Paris, a apenas algumas horas de começar seu primeiro dia como universitária.

            Um sorriso se abriu no rosto da garota; enquanto ela cogitava a ideia de já dormir ali mesmo, daquele jeito, afinal, se ela dormisse logo, mais rápido chegaria o dia seguinte. Porém, se forçou a abrir os olhos e se levantar da cama. No mínimo, ia tirar as roupas do seu caminho, já que passar roupa era um trabalho que ela não queria ter.

Pegando uma camiseta grande qualquer, ela se aprontou para dormir. Se esgueirou até o banheiro, evitando encontrar sua colega de apartamento, para escovar os dentes e limpar seu rosto. E depois, retornando ao seu quarto, completou seu ritual noturno, ajoelhando–se em frente à cama e fazendo uma oração.     

Porém, ao fazer isso, se lembrou que o rosário ainda estava no bolso de seu casaco, que agora se encontrava jogado em algum lugar do quarto. Cansada demais para lidar com aquilo, ela decidiu deixar para o dia seguinte, na esperança de que a Jeanne do futuro tivesse mais disposição em escondê–lo.

            Deitou sua cabeça no travesseiro, sentindo o sono apossar–se dela. Não levaria mais do que alguns minutos para que caísse em sono profundo. Porém dentro desses poucos minutos, entre a consciência e o mundo dos sonhos, Jeanne podia jurar que ouviu uma reza, bem baixinha. Como uma canção de ninar.

            "... cumprindo a vontade de Deus, de espada em punho, vos lançastes à luta, por Deus e pela Pátria, ajudai–me a perceber, no meu íntimo, as inspirações de Deus."

Fim do capítulo


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Comentários para 4 - CAPÍTULO 3:
Rita
Rita

Em: 12/04/2017

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