O tempo fora passando e em praticamente três meses mobiliamos a fazenda e começamos a nos adaptar a ela, quando a compramos assumimos um compromisso de manter o casal de meia idade e seus pequenos filhos morando nela, ou seja, a fazenda nunca ficava sozinha e aquelas pessoas agradecidas por termos ficados com elas se empenhavam tanto que nem acreditamos que em poucos meses tudo estava tão florido e lindo.

Os gêmeos praticamente se mudaram para lá, durante a semana intercalávamos entre ficar na cidade e na fazenda, tinha a rotina de estudos dos dois e de Anna também, então sempre intercalávamos entre a cidade e a fazenda, mas os gêmeos sempre estavam conosco.

O nosso trabalho estava indo muito bem, Bianca tirara a licença maternidade, Anny e Helena fizeram um ótimo trabalho em marketing para a escola que estávamos pensando em aumentar mais duas salas, Marina e André estavam dando aulas, agora cada um com duas turmas e adoravam o que faziam e em consequência disso precisamos contratar mais dois estagiários, o que ajudou muito porque na minha ausência eles levavam a escola muito bem, a melhor equipe que eu poderia ter escolhido.

Jessy e Mika estava crescendo também juntamente com Jonas, trabalhavam em diversos lugares como terceirizados e isso vinha aumentando a credibilidade deles, ao contrário de mim, minha esposa dedicava cada segundo pela sua pequena empresa, me fazendo orgulhar cada dia mais dela.

Quando não estávamos na cidade, estávamos no Haras ou na Fazenda onde em exploração pela propriedade descobrimos uma bela cachoeira, agua inclusive que banhava o rio onde sempre íamos, Anna e Jessy adoraram o lugar e sempre que não as achava em casa era certeza que ambas estavam lá se banhando, juntamente com os nossos filhos adotados.

No começo minha mãe até brigara porque precisávamos de espaço porque tínhamos acabado de casar e tal, mas Jessy a tranquilizou dizendo estar tudo bem para nós a convivência com eles, além do mais eram companheiros de Anna, e dera a cartada final dizendo que se não fosse por eles nem teríamos ido morar tão cedo na Fazenda, isso a fizera ficar sossegada, porque era o que ela queria, nos levar para perto dela.

Os meses foram passando e o Natal estava batendo na porta, como comemoração realizaríamos a nossa primeira festa na fazenda juntando toda a família e amigos para aquele evento anual... Jessy e eu éramos ótimas anfitriãs, assim eu pensava até que dona Maria, a nossa vozinha e minha Mãe chegaram tomando conta do preparo da festa.

Tentamos relutar, até apelamos por estarmos em nossa casa, mas não tinha jeito, não ganharíamos essa briga, o que nos restou foi os preparativos secundários, na semana do Natal compramos tudo antecipado porque os mercados e as estradas estavam terríveis para trafegar naquela época.

A arvore de Natal fora montada e as pilhas de presentes espalhados ao seu redor, no fim tudo dera certo e a ceia seria perfeita... Na manhã do dia 24 acordamos abraçadinhas e fizemos a nossa comemoração particular, o nosso casamento se tornava melhor a cada dia... Dificilmente brigávamos ou discutíamos por alguma coisa, a não ser por Anna, Jessy achava que eu mimava muito a criança.

Discordava disso, não fazia mal realizar todos os desejos da pequena, faria? Na verdade ela estava certa, mas não tinha como não ceder aqueles pequenos olhos verdes pidões... E no fim ela achava graça, porque eu era muito mole com a criança, ainda mais agora que ela aprendera a me dominar, não tinha culpa de ser submissa as mulheres daquela família... Meu defeito, se isso era um defeito, era amar demais as duas.

O natal chegara, a ceia fora perfeita... Trocamos presentes, abraços e beijos... Entramos madrugada a fora comendo e conversando animadamente, Anna aguentara até as 3hs da manhã, depois se rendeu ao sono em meu colo, não demorou muito todos se dirigiram aos seus quartos e fomos descansar.

A semana pós natal fora animadíssima e logo começamos os preparativos para a virada de ano que estava em cima... Não tínhamos nada contra a queima de fogos, mas por causa dos animais não estourávamos fogos nas redondezas, tudo o que estouramos para comemorar fora as garrafas de champanhe quando começou o novo ano.

Janeiro começou tranquilo, porém na segunda semana recebemos uma ligação na madrugada de quarta-feira, Fábio avisando que Bianca havia entrado em trabalho de parto... Eu entrei em pânico, Jessica estava tranquila, a caminho da cidade liguei avisando minha mãe que iria deixar Anna no Haras para irmos até o hospital, onde toda empolgada informou que iria conosco.

Quando chegamos no hospital fora tudo tão rápido, procuramos pelo Fábio, mas fomos informados que ele havia entrado na sala onde Bianca estava, ela praticamente chegara ganhando o bebe no hospital onde foi prontamente atendida por Claudia que estava de plantão.

Pouco mais de uma hora ele vinha todo sorridente pelo corredor, Jessy correu para os braços dele que emocionado a abraçou e ficaram naquele abraço até me aproximar e perguntar:

-E minha afilhada?

-Ela é linda Bia... Perfeitinha... Precisa ver... Rosadinha e gordinha... Não tem como explicar a felicidade que estou sentido!

E o abracei parabenizando-o, Jessy chegou próximo ao irmão também emocionada minha mãe estava se sentindo a avó do momento, fizera várias perguntas, das quais nem o coitado d Fábio sabia responder, ficamos ali conversando, dava para ver que meu amigo estava nas nuvens... Dizem que homem não chora fácil... Mas experimenta dar o primeiro filho para ele segurar assim que nascer para ver como ele se derrete todo.

Perguntamos de Bianca e ele novamente se derretera inteiro informando que ela fora guerreira desde o começo, logo ela fora trazida para o quarto e nos deixaram entrar para ver mãe e filha... Deixei minha mãe e Jéssica entrarem primeiro e fiquei tomando um café com Fábio já dando risada e contando piadas.

Quando nos encaminhamos para o quarto e entramos encontrei uma das cenas mais linda do mundo, Jessy embalava a pequena Bruna, esse era o nome da mais nova integrante da família, ela me encarou quando entrei e sorri, me aproximei de Bianca para cumprimenta-la e saber como está, depois me aproximei de Jessy com a pequena sussurrei:

-Nossa, como é pequena...

-Na verdade Bia, ela é até grande por ser uma recém nascida.

Olhei com sarcasmo para ela apenas balançou a cabeça sorrindo e veio colocar a pequena em meu colo, fiquei tensa com aquela proximidade, olhei para os lados e lá estavam todos sorrindo, nunca peguei uma criança no colo perguntei:

-É seguro colocar a pequena em meu colo?

-Não seja boba amor! Não tem nada de mais, eu ensino você...

E aninhou a pequena em meus braços dizendo como segurar, o que podia ou não para a pequena ficar confortável em meu colo parecia estar dormindo, mas assim que que sentiu o colar de meus braços abriu os pequenos olhinhos e me olhou avaliando, sussurrei um “oi” para a pequena que abria e fechava a pequena boquinha ao ouvir meu sussurro, Jéssica ao meu lado encostou a cabeça em meu ombro e sorriu dizendo:

-Parece que ela gostou de você amor!

-É mesmo, como você sabe?

-Ela não chorou!

Olhei para minha esposa que sorria marota, logo a Médica entrou no quarto e gentilmente nos expulsou de lá dizendo que mãe e bebe precisava descansar, não me atrevi andar com o bebe então Jessy tirou ela de meu colo e colocou no colo da mãe que sorriu quando pegou a menina, saímos do quarto onde minha mãe acabou convencendo o Fábio a ir embora que ela ficava com Bianca.

Afinal, na correria acabaram não levando roupas para ela e por conta disse que acabou cedendo e saindo conosco, nos despedindo na garagem do Hospital e fomos para casa, ficamos na cidade mesmo em nossa casa.

Na manhã seguinte Mika que estava no Haras trouxera uma pequena Anna brava por termos largado ela lá, ela chegou brigando porque queria ver o bebe também, a mãe tentou se aproximar dela, mas foi para meu lado que ela viera, quando desci a escada a pequena grudara em minhas pernas perguntei:

-O que está acontecendo aqui?

Jéssica cruzara os braços e disse fingindo estar chateada:

-Sua filha está brava comigo porque nós a deixamos no Haras ontem à noite!

-Mas ela estava dormindo nem viu o horário que saímos!

-Sim, mas ela acha que eu tenho culpa e não quer falar comigo!

-Entendi...

Peguei a pequena no colo saudando minha irmã que trouxera algumas sacolas para o nosso desjejum, me aproximei de Jessy que sorriu quando a criança virou o rostinho fazendo bico, arqueei a sobrancelha e disse:

-Sabe Jessy, tem gente aqui que não vai conhecer o bebe do tio Fábio se não sorrir e der um abraço e um beijo em você!

A pequena levantou a cabeça e me olhou, fingi seriedade olhando para ela indicando a mãe com a cabeça que dizia:

-É Bia... E a bebe do tio Fábio e tão linda...

-Vocês são tão apelativas... Chega dá dó de ver!

Mikaela passou por nós rindo e indo em direção a cozinha onde dona Odete preparava o nosso desjejum, mas Anna ainda estava avaliando a situação, porém não demorou muito e se jogou nos braços da mãe e logo as duas se entenderam... Balancei a cabeça, aquela não era a primeira cena que eu tinha presenciado, precisam ver como aquelas duas brigavam e se amavam ao mesmo tempo.

Fim do capítulo