Capítulo 51 - Mãe D' água
Era incrível como eu simplesmente não cansava de todas as manhãs acordar e ficar admirada com toda aquela beleza, era inevitável sempre ficar ali olhando e com vontade de tocar naquele corpo que eu gostava tanto e ver aquela carinha de menina, cheia de pintinhas sobre a pele tão branca, mas que abrigava uma mulher incrível, que a cada dia me deixava mais e mais apaixonada, sem contar aquela cabeleira ruiva que emoldurava aquele rosto que eu amava tanto. Só de pensar que corri o risco de perder tudo isso meu coração ficava apertadinho.
-Bom dia amor! O que tanto você pensa heim mocinha?
- Estava só lembrado que exatamente há um ano eu vi a mulher da minha vida pela primeira vez.
- Hum que fofa, e se bem me lembro a primeira coisa que você fez logo que se conheceram foi dormir e babar no ombro dela....rsrrsr.
- Malvada, fazer o que se a minha namorada me faz babar até hoje por ela.
Era bom demais acordar neste dengo todo e ver seu sorriso sempre animado e sentir aquela disposição que ela sempre acordava e que me favorecia, pois logo ela vinha que nem um polvo pra cima de mim, cheia de braços e com um fogo que não acabava. E os beijes naquele dia tinham um sabor de comemoração, seria um dia especial e ele estava começando muito bem e esquentando pra variar com todos aqueles beijos e toques que me levavam ao delírio e me faziam querer ainda mais. Mas como nem tudo é perfeito, algo tinha que acontecer pra adiar nosso momento caliente matinal, e de repente quase morremos do coração com alguém quase derrubando a porta do quarto.
- Ei meninas, será que dá pra vocês ficarem nesse clima de lua de mel mais tarde, temos muita coisa pra fazer hoje.
- Ok Duda nós já vamos?
-Aff de quem foi mesmo a idéia de deixar por conta dessa maluca toda a organização hoje hein?
- Bom amada se não me engano foi você.
Eita manhã mais movimentada. Tomamos banho depressa e mal deu tempo de tomar café. Estávamos todos numa agitação só por conta dos últimos ajustes antes da inauguração da nova Reserva Particular do Patrimônio Natural a RPPN Mãe D’água. Afinal depois daquele ano completamente atípico algo tinha que acontecer de muito bom pra compensar.
Depois de toda aquela loucura de seqüestro e de tudo que descobrimos sobre o meu passado, o mau caráter do meu padrinho foi preso, alguém deixou de forma bem inocente vazar o pequeno comentário de que ele gostava de abusar de mulheres e em especial de crianças, além mais outras coisinhas nada gentis e daí os presos acabaram por dar a ele um tratamento bem especial, pro azar dele depois do tratamento VIP que recebeu de seus novos e eternos amigo ele não morreu e apesar de ser trocado de cela, corria sempre o risco de mais um de seus amigos conseguir visitá-lo, enfim meu queridíssimo padrinho estava recebendo o tratamento que merecia na prisão.
Mas deixando de lado a parte sórdida, vamos lembrar o que houve de bom. Após esses episódios a equipe queria ir embora, mas depois de tudo que havia descoberto eu não poderia permitir que tudo de ruim que havia acontecido com meus pais e a nós naquele ano ficasse simplesmente sem uma compensação. Acabei descobrindo que tinha muito mais do que imaginava ter em termos financeiros, já que a maior parte do que me pertencia estava sobre a administração de meu padrinho e muito do que ele dizia ser dele também me pertencia, então decidi investir no lugar pelo quais meus pais haviam lutado tanto e que a minha namorada também amava. Ao invés de só fazer as pesquisas, decidimos usar todos os dados obtidos durante a o trabalho para a elaboração do plano de manejo do que seria uma nova RPPN, assim iríamos garantir a preservação da área e ainda estaríamos contribuindo para a preservação da reserva indígena, agindo como se fossemos uma extensão da área deles.
E aquele era o dia marcado para a inauguração da área. Tudo tinha que estar pronto pra quando os primeiros visitantes chegassem, pois agora a área seria aberta para a visitação sempre na companhia de educadores ambientais e guias e alguns inclusive eram índios voluntários, que por seus conhecimentos sobre a fauna e flora da região enriqueceriam muito os passeios nas trilhas. Além da abertura pra visitação as pesquisas seriam ampliadas na região e vários pesquisadores também iriam chegar. E claro que a coordenadora geral de tudo isso seria Malu, que se manteria em suas pesquisas, mas que junto com parte da equipe anterior permaneceria como funcionários no parque dando suporte a visitação, aos projetos de educação ambiental e as pesquisas. Eu adorei a idéia de ter meus novos amigos por perto de forma permanente e é claro que ter a minha amada por perto sempre era algo que me deixava muito feliz.
É claro que a minha priminha mesmo não sendo da equipe também permaneceria conosco afinal como Duda costuma dizer agora ela era a marida da coordenadora de eventos da RPPN e a responsável por toda a parte judicial que envolvia as licenças necessárias para abertura e manutenção da área. Duda até tinha tentando cumprir a promessa de aprender a cozinhar, mas definitivamente esse não era um de seus talentos já que nem miojo ela acertava fazer. E os casais não acabam por ai Eduardo e Felipe, como sempre fofos também iriam ficar. Nosso “queridíssimo” Pedro depois de toda confusão se mostrou uma pessoa bem menos mala do que imaginávamos, mas ainda assim disse que ficar de vez ali seria um mergulho numa lagoa funda demais e cheia de sapas demais pro gosto dele, mas sempre que tivesse um tempo viria dar uma ajudinha. Meu cunhadinho lindo, até trouxe a namoradinha, mas a mocinha não se dava nada bem com mato e ele ficaria como nosso pesquisador externo que também apareceria sempre que pudesse. O restante do povo voltou pra casa, logo que acabamos de fazer o plano de manejo da área.
O povo começou a chegar bem cedo, alguns iriam só visitar, ma alguns pesquisadores já ficariam nos novos alojamentos. Como seria a inauguração haviam algumas atividades extras programadas que envolvia uma visita a reserva indígena, atividades educativas pras crianças e a uma apresentação que seria realizada por Malu, sobre um pouco da história da área. Nem preciso contar que fiquei ali babando vendo a minha doutora falar, e ela falava com tanto amor sobre tudo que fazia e sobre nosso trabalho que tinha muito mais gente, além de mim, encantado com as palavras de minha doutora. Apesar de ser uma área meio isolada, muita gente compareceu ao evento e era bom demais ver toda aquela gente feliz e admirada com aquele lugar. Era bom ouvir as risadas alegres das crianças e o olhar admirado das pessoas onde tantas lágrimas já haviam sido derramadas, aquela era um novo recomeço para aquele lugar.
Mal dava pra descrever toda alegria que eu sentia e o melhor é que o que aconteceria durante o dia na RPPN, era só uma parte do que estava reservado para o nosso dia. A nossa noite seria na reserva indígena, na minha verdadeira casa onde de certa forma estava o que restava da história de mim mãe e onde eu havia sido muito feliz em minha infância, nada mais justo de que naquele mesmo lugar toda a plenitude de minha alegria me fosse devolvida.
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O dia estava mesmo sendo uma movimentação danada, naquela correria toda eu mal havia tido tempo de ver a minha namorada. Mas nas poucas vezes que a vi naquela tarde ela estava com um ar tão alegre que me fez sentir a mulher mais feliz do mundo, por saber que ao menos um pouquinho daquela alegria tinha a ver com a minha entrada em sua vida. Mas naquela noite teríamos muito tempo pra estar juntas.
A noite não poderia estar mais perfeita, a lua cheia deixava tudo tão claro, estavam todos ali e eu me sentia um noivo a beira do altar esperando por minha amada. Era a primeira vez que eu a via vestida assim tão índia, ou seja, nem era tanta roupa assim, mas ela estava linda. Seu cabelo negro completamente solto, o que usava era apenas suficiente pra tapar seus seios e seu sex*, sua pele parecia ainda mais brilhante sobre a luz da lua e para completar sua vestimenta seu corpo estava coberto por desenhos de uma tinta avermelhada, e as tatuagens em seu corpo eram como uma extensão das que adornavam o meu corpo, afinal eu estava vestida exatamente como ela. Naquela noite éramos duas guerreiras índias sendo unidas pelo nosso pajé, traçando os caminhos de nossa vida em uma única estrada. Para os índios aquela situação era natural, ainda mais entre duas guerreiras.
Ficamos ali juntas no centro e uma roda composta pelos índios e por nossos amigos. Que cantava e dançavam para nos oferecer bons fluidos. Eu não entendia a língua, mas sempre que Iara podia traduzia algumas palavras pra mim. O pajé veio a nosso encontro e nos falou sobre a importância de nossa união, dizendo que os espíritos das florestas eram gratos a nossa dedicação por sua terra e seu povo e que abençoavam a nossa união é que por isso nos tornaria guerreiras e guardiãs daquele lugar. Duas indiazinhas nos entregaram tiaras feitas com pequenas flores e presas por alguns delicados ramos. Quando coloquei a tiara na cabeça de Iara notei que ela chorava, mas não foi tristeza que vi em seu olhar e sim a mesma alegria que havia nos meus quando ela depositou a outra tiara em minha cabeça. Logo em seguida o pajé nós entregou dois colares, com duas pedras que Iara me explicou serem muiraquitãs. Ele me entregou a pedra do sol dizendo que com a minha força eu sempre ajudaria a trazer à vida as plantas e Iara ficou com a pedra da lua, pois seria a quardiã da noite e regente das águas.
Foi uma bela cerimônia e apesar de ser algo bem fora de minha cultura e de boa parte das minhas crenças eu sabia que aquilo era algo bem importante para aquele povo e eu me sentia honrada em participar, e aquela noite faria de Iara a minha esposa, pois de certa forma agora estávamos unidas como guerreiras e guardiãs.
Depois da cerimônia todos se retiraram, mas as surpresas de Iara pra mim ainda não haviam acabado. Ela me levou pra perto do rio e logo vi uma pequena embarcação muito bem decorada com algumas flores. Bom na verdade era mais uma canoa e até fiquei meio com medo daquilo afundar, mas quando Iara entrou e estendeu a mão para que eu a seguisse eu me senti segura. E fiquei ali sentadinha vendo a minha deusa índia em pé remando pra me levar nem sei onde mais isso não importava, ela estava linda e fascinante e mais uma vez me senti como que deslumbrada pela minha sereia. Tomara que não fosse naquela hora que ela faria jus a profecia de que as sereias levavam seus amantes pro fundo das águas, sem bem que eu iria de bom grado.
Chegamos logo a uma margem do rio onde parecia mais uma pequena praia e pude ver uma pequena cabana ali em meio às árvores próximas da margem. Caminhamos de mãos dadas até a entrada e antes mesmo de entrar nosso desejo já não dava mais conta de esperar, nos beijamos de uma forma ardente, foi praticamente o nosso primeiro beijo após nosso casamento, já que o da cerimônia foi bem discreto.
Ela tinha deixado tudo ali tão lindo pra nossa noite. Que realmente estava perfeita. Seus toques sobre minha pele eram algo que sempre me incendiavam, pois sentia neles A mistura de carinho e desejo que ela sentia por mim. A pouca roupa que usávamos já não existiam mais e estávamos ali com nossos copos nus cobertos apenas pelas pinturas que agora pareciam se fundir completamente junto com nossos corpos em movimentos. Sentia suas mãos deslizando por meu corpo, o contato de sua boca em meus seios. Ouvi-la gem*r enquanto me dava prazer era algo inebriante e senti-la dentro de mim com toda aquela vontade era algo que me dava muito prazer. Eu adorava tudo naquela mulher, mas seu sabor era algo que sempre me deixava com mais vontade beijar aquela pele e sentir os arrepios que percorriam seu corpo era muito bom e encontrar seu sex* completamente molhado e quase que chamando por mim era delicioso, era li que me fartava completamente de seu sabor enquanto todo seu corpo estremecia, fazendo com que ondas iguais de prazer fizessem meu corpo também estremecer.
Já estávamos meio que exaustas de tanto prazer, e ela achou graça por nossas tatuagens agora serem apenas borrões em meio a todo suor e contado, fomos ao rio e ali refrescamos um pouco nossos corpos e ela mais uma vez nadava ao meu redor e se aproximava pra um beijo e me envolveu num abraço do qual eu não queria sair. Era incrível como falávamos tão pouco e nos entendíamos tanto. Voltamos pra cabana e ficamos deitadas agora em uma rede como típicas índias e começamos a sentir o cansaço do dia agitado, já quando outro dia quase se iniciava. Eu não queria adormecer queria aproveitar cada segundo daquele dia, mas meus olhos já nem obedeciam.
-Emoriô!
Era mais uma palavra nova que eu estava aprendendo e mesmo com sono a minha curiosidade de saber o que significava era maior e ela logo me disse o que significava de uma forma muito carinhosa, que me deixou emocionada.
- Era a minha mãe que dizia, pois ela achava que essa era única palavra capaz de descrever todo amor que ela sentia, por mim.
Me senti de verdade a mulher mais feliz do mundo, mas meu sono já me vencia completamente, mas não antes de eu poder dizer.
-Emoriô, minha sereia!
Dormi mais uma vez nos braços de minha amada, sabendo que agora pertencíamos ainda mais uma a outra, e o lugar que um dia foi palco de muita dor em sua vida, agora era novamente seu lar e agora ao meu lado escreveríamos uma nova história e daríamos um novo começo aquele lugar que agora era o nosso lar.
Fim do capítulo
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