Capítulo 16 - Lupas
Amanheci tendando pensar em uma forma de me aproximar de Iara, mas como? Tudo bem que se fosse analisar nada era tão complicado assim, afinal ela também já tinha deixado claro seu interesse, mas eu não seria eu se não complicasse tudo, daí não seria Malu um ser naturalmente complicado e que tem o dom de criar dificuldades inexistentes, pra não ter que levar adiante nenhuma forma de conquista. Pois ate mesmo eu consigo fazer uma análise de minha personalidade e chegar a conclusão de que deveria ser louca, afinal ne sabia dizer do que realmente esteva com medo. Putz! Preciso de análise essa menina esta me deixando maluca.
Por um momento eu cheguei a pensar em seguir meus planos iniciais de passar a semana trabalhando. Arrumei meus equipamentos e aproveitaria disponibilidade do laboratório só pra mim e teria um dia bem produtivo, mas como quase nunca as coisas ocorrem como costumo planejar, acabei passando pela varanda e ouvindo meio sem querer uma conversa nada amigável entre Pedro e Iara.
- Qual é a sua menina? Você acha mesmo que vai conseguir algo com a Malu?
- Acredito que não te deva satisfações.
-Eu já estive com aquela mulher e sei bem o quanto ela gosta de sex*, mas com homem.
-Acredito que ela deva gostar, mas pelo visto com você não deve ter sido lá isso tudo já que ela nem quis mais.
Notei o tom de puro sarcasmo na voz de Pedro, ele me parecia um completo desconhecido agindo daquela forma.
- Você não acha que é atrevimento demais da sua parte dizer isso? Você tem que provar pra dizer que não sou bom o suficiente.
- Estou sendo bem menos atrevida do que você, com essa conversa completamente sem noção.
- Sabe o que falta pra você menina, um homem que te faça ver o que é bom, assim você vai parar com essa história de colar velcro.
Foi a gota d'água o cúmulo da cretinisse e não pude ficar quieta diante do que ele dizia, por mais que eu não tivesse nada com Iara não permitiria que alguém a ofendesse assim e Pedro estava merecendo um corretivo. Aproximei-me devagar e já fui falando na cara dura com ele.
- Até onde me lembro você não pode falar por mim em relação ao que eu quero ou não. E se quer saber Pedro até mesmo uma mulher pode me satisfazer melhor do que você.
Ele ficou muito irritado com a resposta e tentou dizer algo, mas logo o impedi.
- Eu não tolero nenhuma forma de preconceito na minha equipe então se continuar a ofender Iara você estará correndo o risco de ser demitido e ainda processado por homofobia.
- Não acredito que justo você Malu vai se render a esse tipo de conduta.
- Não vou mais avisar acho melhor você se calar antes que se complique ainda mais. Iara será que você poderia me dar uma ajuda?
Notei o quanto ela ficou surpresa com o que estava acontecendo e principalmente com meu convite. Mas logo me seguiu até o laboratório.
Já que havia feito o convite decidi que me aproveitaria mesmo de sua ajuda e pra isso teria que lhe ensinar algumas coisinhas úteis sobre o meu trabalho. Mostrei um monte de livros que em geral usava pra identificar as plantas, expliquei algumas características importantes pra o estudo e ela parecia sempre muito interessada em tudo que eu dizia.
Falar sobre o meu trabalho era algo que sempre me deixava empolgada e logo eu a estava enchendo de informações sobre minhas plantas tão queridas, eu poderia simplesmente passar muitas horas apenas falando sobre o que mais amava em cada uma delas.
Resolvi lhe mostrar como usar a lupa, que era útil pra que eu identificasse as plantas menores ou então alguns detalhes das flores. Ela se sentou num dos bancos mais altos em frente a bancada e eu fiquei logo atrás dela mostrando com utilizar a lupa com toda a paciência. Meus seios tocavam as suas costas e uma sensação gostosa tomava conta de meu corpo e eu lutava pra ignorar o cheiro de flores que o cabelo e o corpo dela exalavam. Mesmo tentando manter a concentração era impossível que mesmo de forma involuntária eu me aproveitasse para tocá-la sempre que possível, seja para ajudar a manusear a lupa ou pra indicar algum detalhe que ela deveria observar com mais atenção.
Ensinei-a como usar as pinças e o estilete pra manusear o material de forma bem delicada, em geral as pessoas demoram um tempo pra pegar o jeito por que exige coordenação motora e paciência, mas ela logo pegou o jeito e preparava as lâminas pro microscópio muito bem. Acho que minha mente estava meio poluída, pois não pude deixar de pensar no quanto a coordenação dela poderia ser algo útil em outras ocasiões.
Como ela já estava familiarizada com parte dos equipamentos e com a bibliografia decidi continuar a me concentrar no meu trabalho, tarefa que seria quase impossível com ela assim tão perto. Sentei na bancada com o microscópio e ficamos um bom tempo assim trabalhando em silêncio. Não demorou muito e eu pude sentir seu olhar sobre mim, até tentei fingir que não notava, mas ela não se contentou e, apenas olhar.
-Sabia que você fica linda assim! Essa sua pose de doutora concentrada trabalhando é encantadora.
Ela notou que fiquei sem graça com o comentário e continuo mudando um pouco o rumo da conversa.
-O que você tanto observa nesse microscópio, e nem me deixa ver.
-Não é nada demais menina, e que essas plantas aqui são ainda menores então pra ver direito tem que ser no micro.
-Hum quer dizer que esta guardando as mais bonitas pra você, espertinha!
Ela fez esse comentário com um sorriso bem lindo que não pude deixar de acompanhar, e responder sorrindo também.
-Tudo bem menina curiosa você venceu, vem eu mostro pra você.
Ela se aproximou e colou seu corpo as minhas costas pra poder olhar, por cima de meus ombros. Putz! Era incrível como o contato do corpo dela me deixava sempre mole daquela forma, e ela falando ali pertinho estava quase me hipnotizando.
-Que lindas Malu, agora entendo por que você gosta tanto delas?
-Sério que pensou isso mesmo?
Senti suas mãos deslizarem pelo meu ombro e iniciarem uma massagem suave e gostosa, meu corpo relaxou ainda mais e me recostei no corpo dela sentindo ainda mais o contato de seus seios e minhas costas.
-Doutora posso te perguntar uma coisinha?
Do jeito que ela estava me deixando com aquela massagem, ela poderia me perguntar ou pedir o que quisesse.
-Tudo bem Iara pergunte.
-Por que você nunca pede minha ajuda pra fotografar suas plantas?
-Não é por mal, só não quero abusar mesmo, pois sei o quanto essas plantas menores são chatas de serem fotografadas.
- Mas eu quero ajudar se você permitir e nem vai ser tão difícil, basta um ajustes na maquina e você vai ver suas plantinhas ficaram ainda mais lindas.
-Tudo bem moça você venceu, vou querer só ver se isso é só propaganda sua.
-Se quiser amanhã podemos fazer um teste, saímos juntas pra fotografar algumas.
-Impressão minha ou você esta querendo um encontro em moça?
-Que isso Malu, só quero mesmo retribuir o dia de hoje, e mostrar a você um pouco do meu trabalho também.
Vi seu sorriso lindo e uma carinha de gato de botas e não seria capaz de recusar um convite desses. Combinamos de sair cedo no dia seguinte. Ela ficou tão alegre que me surpreendesse com um beijo completamente espontâneo nos lábio, foi um contato rápido, mas que logo foi seguido de outro um pouco mais intenso que eu retribui, pois também estava com essa vontade a muito tempo ali naquele laboratório.Mas logo ela se afastou.
-Desculpe Malu!
- Não se preocupe menina, mas nem adianta vim com esse seu momento Polyana, com essa carinha de super feliz pra me enrolar, pode voltar a seu trabalho, pois você disse que iria me ajudar e ainda temos muito que fazer.
Disse isso em tom divertido, pra que ela notasse que estava tudo bem, e pra que eu tivesse tempo de me recuperar e não deixar tão claro o quanto queria mais, mas deixaria pro dia seguinte, quando estivéssemos em campo aberto, seria a vez dela de me deixar entrar em seu mundo e eu faria com que ela não fosse mais me querer deixar sair.
Fim do capítulo
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