Leyla

Vi minha amiga sem jeito, acho que com a presença de Adria já imaginava o que houvera na noite anterior. Com certeza Abi achou que Sonia havia ficado com Marcia, e se envolveu com a garota ali presente.

-é, a Marcia e casada a bastante tempo e é louca pela mulher- reafirmo minhas palavras, Abi baixa a cabeça juntamente com Jack, alguma coisa me dizia que essa tinha alguma coisa a ver com tudo aquilo, com certeza havia colocado pilha em Abi para que ficasse com Adria- com certeza a Sonia deve ter ido pra casa delas, ela sempre faz isso, quando não dorme aqui. Vocês sabem que ela não se dar muito bem com o irmão, e prefere não passar muito tempo em casa.

Minha amiga se desfaz do abraço da outra e segue até a mesa sentando-se. Fica pensativa por alguns minutos fato incomum pois aquela falava pelos cotovelos.

Adria senta ao lado de Abi, essa tenta se afastar um pouco pois a garota ficava o tempo todo grudada nela, eu só observava. Minha amiga parecia estar incomodada.

-a Sonia avisou se viria ensaiar? -pergunto para Jack, que parecia também alheia a tudo.

-Não, ela saiu da boate e não nos falou nada a respeito.

-Bom dia meninas- naquele momento Sonia entra, com óculos escuro cobrindo os olhos. Sentou-se na mesa ao meu lado de frente para as três. Poderia apostar como estava analisando aquela cena, pois seu rosto estava sempre direcionado para frente, não sorria, parecia chateada com que via- vamos ensaiar agora? - me pergunta desviando sua atenção.

-vamos sim Sonia. Verdade que você encontrou a Marcia ontem? -queria diminuir o clima que parecia pesado.

-encontrei sim, ela e a Sofia te mandaram lembranças, falaram que na próxima vez que tocarmos iram assistir.

-fico feliz, faz tempo que não as vejo, estou com saudades-percebia a atenção de Abi para nossa conversa. A tal Adria o tempo todo beijando seu pescoço, via que ela tentava se sair mais não queria ser ríspida com a garota.

-vocês não tem outro Lugar pra fazer isso não-Sonia aponta pra duas- tem que ser na mesa do café? - algumas vezes já havia visto ela com raiva, mais agora parecia diferente, era um misto de raiva, com magoa, acho que a conversa que Abi tinha tido no dia anterior havia surgido efeito. Sentia que aquilo que Sonia estava sentindo, era também ciúmes.

-acho melhor cuidarmos, pois ainda tenho que ir trabalhar a tarde- Abi interferiu, ela olha meia sem jeito para Sonia, que permanecia seria. Abi trabalhava em uma loja de instrumentos Musicais, a Loja pertencia a sua família. Seu pai era musico de uma banda e vivia viajando, deixando ela e a irmã responsável pela loja-é melhor você ir Adriana, pois vamos ensaiar-Abi fala com a garota, com delicadeza.

-não posso ficar, pra ver o ensaio.

-Não é permitido, pois precisamos de concentração- vejo Sonia olhar Serio para as duas.

-E melhor não Adria. A Sonia tem razão precisamos nos concentrar- Jack também reforça o que havia sido dito.

Vejo Sonia tomar apenas um café e se levantar subindo para o quarto, ela havia deixado sua bolsa no dia anterior ali. Volto a olhar para a menina a minha frente, sabia que Abi só havia ficado com ela por achar que Sonia estava com Marcia, senti uma certa simpatia por ela, afinal não tinha culpa.

- a Sonia está com cara de quem bebeu a noite toda, deve estar com uma ressaca das brabas-Jack fala quando percebe que a outra não escutaria- se soubesse tinha saído pra encher a cara com ela, ao invés de ficar escutando gemidos a noite toda- Adriana ficou vermelha.

-Nossa Jack, tu é um poço de sensibilidade-minha vontade era rir da garota que estava vermelha até a raiz do cabelo. Abi já estava acostumada com a indiscrição de nossa amiga.

Começamos a ensaiar logo após o café, minha cabeça estava concentrada em Nádia e aquelas músicas que ensaiávamos parecia tudo a ver com ela. Lembro de nosso beijo na noite anterior, e suspiro, precisava falar com ela, ouvir sua voz para acalmar meu coração, mas sabia estar trabalhando não ia atrapalha-la, me concentro tentando aliviar aquela saudade.

Pela parte da tarde estava em meu quarto assistindo no youtube uma de minhas banda favorita, mais minha concentração estava a zero, estava ansiosa queria logo que passasse as horas pra ligar pra Nádia, estava tão concentrada que acabei cochilando. Acordo com a vibração de meu celular, avisando que havia chegado mensagem, dou um pulo da cama e ao pegar o celular quase o derrubo tão afobada que eu estava.

Nádia-*pode me ligar agora? *

Meu coração disparou em meu peito.

....

Nádia

Quando Leyla me deixou na porta de meu prédio senti um vazio em meu peito, se pudesse ficaria mais algumas horas com ela. Nos despedimos com um beijo que descreveria como “puro desejo”. Meu corpo todo reagiu as suas caricias, precisaria de um bom banho frio antes de dormir para acalmar meu libido, que estava em alta.

Quando acordo pela manhã, meu primeiro pensamento é em Leyla, como podia em tão pouco tempo, uma pessoa se fazer presente tão constantemente em sua vida. Era só fechar os olhos ainda via seu o prazer estampado em seu rosto, na hora que havia goz*do no dia em a amou.

“Se continuasse assim, sinto quer vou viver tomando banhos frios” penso. Me subia um tesão, um frio na barriga sempre que lembrava de sua voz, de sua expressão, e toda as vezes que isso acontecei sentia minha calcinha molhar. Aquilo estava se tornando um vício.

Tomo banho e saio do quarto, vou direto pra cozinha preparar nosso café. Ao passar pela sala vejo as meninas jogadas em um colchão, geralmente dormiam no quarto comigo, mais com certeza acharam que eu estava com Leyla pra não terem entrado.

Quando saiu para o trabalho, meus amigos ainda dormiam. Tinha a certeza que quando chegasse iam me encher de perguntas, sobre a imaginaria noite que achavam que tinha tido com Leyla.

Passei o dia com Leyla em meus pensamentos, queria que chegasse logo à noite para nos falarmos, como havíamos combinado. Várias vezes me peguei com o celular nas mãos, querendo ligar pra ela, Queria poder pelo menos sua voz, Mais me faltava coragem.

Não hora do almoço, como já havia combinado saiu com uns amigos do trabalho. Era aniversário de uma amiga da empresa e íamos comemorar, foi bom pois me distrai um pouco. Mas ao retornar, meu martírio continuou e passei a tarde torcendo que as horas voassem.

Por volta das 17:00hr saio e vou direto para casa, queria tomar um banho antes de passar uma mensagem para ela, avisando que poderia me ligar, até parecia que ela ia sentir meu cheiro pois me perfumei toda.

Ao deitar-me na cama, pego rápido o celular e começo a escrever a mensagem.

Leyla-*pode me ligar agora? * -fiquei aguardando por seu retorno, estava tão ansiosa que minhas mãos estavam suadas. Escuto meu celular vibrar e não espero nem pelo segundo toque e atendo rapidamente.

-alo- falo afobada.

-boa noite, meu anjo- meu coração dispara rápido em meu peito ao ouvi-la, passei o dia querendo escutar aquela voz em meu ouvido e ao ouvi-la meu corpo todo reagi- como foi seu dia?

-foi tranquilo, minha amiga fez aniversário, por isso não pude te encontrar. havia marcado com alguns amigos de almoçarmos com ela. E você, conseguiu ensaiar? - lembro que ela havia comentado comigo na noite anterior que ia repassar algumas músicas com as meninas, pois Otavio queria abrir o bar na quarta-feira.

-ensaiamos pela manhã, as meninas dormiram aqui- penso em Sonia perto dela e me dói o peito-quer dizer a Jack e a Abi, com aquela menina Adriana. 

-e a Sonia- pergunto só por perguntar, não restava nenhum pouco interessada naquela garota.

-saiu com uma amiga nossa, mas apareceu pela manhã pra ensaiarmos.

Conversamos sobre tudo, era muito gotoso escuta-la falar sobre sua vida, seus amigos.eu contava fatos que a muito tempo não lembrava, parecia que nossos assuntos eram inesgotáveis. Quase não conseguimos nos despedir. Mas estava tarde e no dia seguinte teria que trabalhar, Marcamos de jantar juntas. Eu ficava imaginando que seria mais um dia de tortura, aguardando encontrá-la.

Naquela noite dormi feito um anjo, não queria que aquela magia passasse. Tê-la em minha vida e no coração passou a fazer todo sentido, e naquela noite como nas anteriores sonhei estar em seus braços.

Minha manha como havia imaginado foi uma tortura, meu olhar não descansavam de olhar o relógio e o celular, na esperança de receber alguma ligação de Leyla, mas aquilo não aconteceu. Pela parte da tarde tentei concentrar no trabalho pois havia pendencias, que só eu poderia resolver e não poderia adiar mais pois eram coisas um pouco urgente.

Sai antes do horário, queria ir pra casa, tomar um banho demorado e me arrumar pra ela. Tínhamos marcado dela me buscar as 19:30 hs, estava tão ansiosa que não sabia o que vestir, ela me falou que íamos em um restaurante a beira mar, pelo visto ela adorava Natureza, algo que tínhamos em comum.

Coloco um vestido tomara que cai colado até a cintura, e soltinho pra baixo acima do joelho, Ia levar uma blusa estilo jaqueta, caso ficasse com frio. Calço um saltinho e prendo meus cabelos no centro da cabeça deixando alguns cachos caindo pela lateral.

-nossa você está linda-Joao exclama ao me ver deixar o quarto, estava realmente me sentindo bonita, mas tinha me arrumado exclusivamente pra Leyla queria que ela me olhasse, não apenas com admiração, mas também com desejo-quer mesmo conquistar minha cunhadinha!

Olhei meu amigo sem entender, não tínhamos conversado muito desde domingo quando fomos ao bar de Otavio.

-pois é, conversei com Otavio e resolvemos nos dar uma chance. Como você disse, nos redescobrir. Vamos com calma, sem pressa nenhuma.

-fico feliz por vocês, e espero poder chamar ele de cunhadinho também em breve- dou um sorrido de lado, meu amigo já ia falar algo, quando escuto o interfone tocar, era o porteiro avisando que Leyla estava à minha espera, resolvi descer ao invés de pedir pra que ela subisse.

Quando chego a portaria, acho que meu coração parou por alguns segundos. Ela estava linda usando um jeans colado, com uma blusa de manga cumprida de tecido molhe e ainda por cima transparente, onde dava pra visualizar suas blusa de alcinha por dentro. Calçava uma bota de salto a deixando magnifica.

-Vamos- ela se aproxima sorrindo depositando um beijo em meu rosto, eu sabia que ia ter trabalho pra me concentrar e não devorar aquela mulher durante nosso jantar.

...

Abigail

Depois que vi Sonia conversando com uma moça. Que por sinal era linda, fiquei possessa não nego que morria de ciúmes dela, desde a muito tempo que nem lembrava mais.

Estava tão distraída a observando, que não me dei conta de quando Adriana virou meu rosto me tacando um beijo na boca, não vou dizer que não correspondi, mais não era aquilo que eu queria.

Quando a garota me solta, não vejo mais Sonia e a garota. Me bate um desespero “será que ela me viu beijar a Adria” pensava incessantemente.

-o que aconteceu Abi- Jack percebe meu minha desatenção e pergunta.

Quando ia falar vejo Sonia voltando com a garota, ela nos apresenta e fala que vai embora, a garota oferece uma carona e se vão. A Partir dali lembro de ter bebido todas.

-Está assim por causa da Sonia- Jack me pergunta enquanto adriana havia saído para ir ao banheiro- se for pode parar! Ela saiu com outra, nessa altura já deve ter dado umas três com aquela gata tal de Marcia.

Partir dali não lembro de muita coisa, lembro que fomos com Otavio e que havia convidado a garota pra ir conosco, lembro de termos trans*do, mais sinceramente não conseguia atinar muita coisa.

Pela manhã encontramos Leyla na cozinha, ela só observa o modo de Adriana grudada em mim, levanta uma sobrancelha gesto aquele, como se me perguntado o que significava aquilo, mais o que mais me deixou desnorteada foi o que escutei depois.

-cadê as meninas? -ouvi minha amiga perguntar para Jack, enquanto descia a escada.

-bom a Abi está lá no quarto, tomou o maior porre ontem depois que Sonia saiu com uma tal de Marcia.

-a Marcia está lá , faz tempo que não a vejo- quando escuto Leyla falar aquilo me bateu um desespero-por que a Abi pegou um porre?-estava chegando ao último degrau quando escuto- ela achou que a Sonia ficou com a Marcia?-vejo Jack confirmar com a cabeça- a Marcia é nossa amiga a Anos e pro seu governo ,muito bem casada.

Ali soube que tinha cometido uma grande burrada.

Fim do capítulo