– Eu tive uma ideia, entre aqui – Alex avançou sobre Natasha e a empurrou para dentro de uma loja. As irmãs haviam parado no Shopping para Natasha finalmente comer alguma coisa.

– Você não vai fazer o que eu estou pensando, vai? – Natasha perguntou balançando a cabeça inconformada quando uma atendente se aproximou com um sorriso no rosto.

– Vou – Alex deu pulinhos animados enquanto era conduzida pela vendedora.

– Alex, isso é burrice. Espera ela terminar com o Gustavo, depois você faz isso – Natasha avisou, mas a irmã já não a ouvia.

– Quero essas – depois de um tempo Alex escolheu e a atendente lhe entregou um pacotinho embrulhado que com cuidado a menina guardou no bolso do casaco.

Após saírem do shopping, Natasha deixou Alex no ginásio e seguiu para a casa de um ficante que ela havia conhecido dias atrás. Alex bateu a porta do carro após muitas recomendações para que a menina tomasse cuidado e sozinha, seguiu para a arquibancada.

Não precisou procurar muito para encontrar Júlia. A menina vestia o moletom do time e tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo. Alex suspirou antes de ir ao encontro dela.

– Você está aqui – Júlia a abraçou com entusiasmo e Alex foi dominada pelo olhar da garota.

– Pensei que talvez você precisasse de apoio.

– Estou um pouco nervosa, mas confiante. Já o avisei que após o jogo vou encontrá-lo no vestiário para conversarmos – Júlia disse esfregando as mãos nas pernas, em uma tentativa de controlar suas emoções.

– Vai dar tudo certo. Apesar de tudo Gustavo é um bom garoto, ele vai entender – Alex tentou acalmar a menina que a olhou com carinho.

– Obrigada por ter vindo.

– Gosto de aproveitar cada chance de estar ao seu lado.

– Tenho uma ideia, vem comigo – Júlia se levantou e puxou Alex pela mão.

– O que você está pensando?

– O vestiário feminino está vazio e por acaso eu tenho uma chave aqui comigo.

Júlia levou Alex até o vestiário e as duas trocavam beijos quentes. Júlia tirou o casaco de Alex que se entregava sem reservas, já não havia mais lembranças do seu passado. Com Júlia tudo o que sentia era uma mistura de segurança e paixão. A atleta era carinhosa e firme em seus gestos, isso enlouquecia Alex de uma maneira incrivelmente deliciosa.

– Espera um pouco – Alex disse ofegante quando Júlia colocou as mãos dentro do seu sutiã – eu quero te dar uma coisa antes.

– Tem que ser agora? – Júlia perguntou contrariada – Agora eu quero que você me dê outra coisa.

– Tem. Deixe de ser safada e espere um pouco – Alex ajeitou a blusa e pegou seu casaco que Júlia havia jogado no chão.

– Tá legal – Júlia respirou fundo para controlar a sua excitação.

– Nós estamos juntas há um tempo e depois dessa noite você será só minha. E eu quero poder mostrar para todo mundo que sou sua e que te amo – Alex tirou uma caixinha do bolso e a entregou para Júlia. – Você quer ser oficialmente minha namorada?

Júlia abriu a caixa e encontrou um par de alianças. A menina tentava reagir, mas seu corpo estava paralisado. Naquele momento lembrou-se de tudo que já vivera ao lado de Alex, todo carinho e cuidado que tinham uma pela outra. Pensou na vida que teriam juntas e os sonhos que realizariam.

– É claro que eu quero – Júlia respondeu quando sua voz finalmente obedeceu ao seu comando.

Alex tirou as alianças da caixinha e colocou uma no dedo de Júlia.

– Meu Deus, isso é mais emocionante do que receber uma medalha – Júlia disse sorrindo de orelha a orelha.

– Sua vez – Alex estendeu a mão para que Júlia colocasse a aliança nela.

– Com prazer, namorada.

As meninas admiraram as alianças por um tempo e selaram o momento com um beijo apaixonado. Elas ainda estavam completamente envolvidas quando uma explosão de gritos dominou o ginásio.

– O que será que aconteceu? – Júlia perguntou tirando seu celular do bolso para ver as horas.

– Vamos voltar, talvez o jogo tenha acabado.

– Não, quando saímos ainda estava no primeiro set.

Júlia trancou o vestiário e seguiu com Júlia em direção à quadra. Ao chegarem, as meninas encontraram uma multidão ao redor da quadra, bombeiros tentavam liberar a saída para passagem de uma maca.

– O que aconteceu? – Alex perguntou para um senhor que saia do caminho.

– O Central desmaiou na quadra, parece que teve um ataque cardíaco, não sei se ele está vivo – o senhor disse e continuou seu caminho.

Júlia olhou para Alex e seu rosto perdeu a cor.

Gustavo era o Central.

Lá fora a tempestade caía.

Fim do capítulo