Capítulo 19
O sábado de carnaval começou com um sol radiante, Isabella acordou cedo e aproveitou para tomar um banho demorado. Ana e Carol acordaram encima da hora, tinham ficado até tarde num bar com alguns amigos para comemorar a primeira noite do feriado. Já Laís acordou num mal humor de arrepiar, tinha dormido mal, jogou a mala no carro e foi até a casa de Júlia, quando chegou mandou apenas uma mensagem avisando que já estava esperando.
Isabella bateu na porta do quarto da irmã e desceu, foi até a cozinha e colocou um pouco de café no copo que havia deixado sobre a bancada, saiu arrastando a mala, o porta malas já estava aberto, então apenas colocou a mala e foi ver Laís, não fez perguntas, entregou o copo com café e passou a se dedicar ao celular. Laís provou o café e gostou, estava do jeito que precisava naquela manhã, mas estranhou não ter nenhuma pergunta. Ana e Carol vieram logo atrás, ambas tinham cara de sono e apenas se jogaram no banco, dormindo quase imediatamente.
Durante parte do caminho Laís se concentrou apenas na estrada, esteve tão distraída que nem viu o tempo passar e se assustou quando olhou o relógio e viu que já eram quase dez, parou numa pequena lanchonete na beira da estrada, conhecia bem o local, faltavam apenas cerca de meia hora ou quarenta minutos até o destino final, mas preferia parar e tomarem café da manhã, ao pararem Carol despertou devagar e acordou junto Ana Victoria. Isabella tirou os fones de ouvido e olhou discretamente para Laís, agradeceu mentalmente pelos óculos escuro, porque a outra olhava intensamente:
_Estou acordada._ Isabella falou simplesmente. Não esperou uma resposta e desceu, aproveitando para alongar o corpo e sentir um pouco do calor na pele. Só então percebeu que Vivi e Carol já se encontravam dentro do pequeno estabelecimento, era uma pequena padaria.
_Você não disse uma palavra desde que saímos._ Laís falou olhando atentamente a menina.
_Eu não quis testar o seu humor logo cedo._ Isabella falou com naturalidade começando a caminhar para dentro da padaria.
_Como sabia que eu estava de mal humor?
_Eu sou capaz de conhecer cada um de seus humores e posso afirmar que algo o estragou ontem a noite.
_Não vai me perguntar o que foi?
_Não Laís._ Isabella já estava na porta, mas se virou para encarar a outra._ Se você quiser conversar eu não estou de mal humor e muito menos zangada, se não eu também estou aqui. É uma escolha sua, e por favor, pare de pisar em ovos comigo, eu não sou assim tão volúvel.
Isabella entrou e se juntou a irmã e a cunhada que já estavam sentadas:
_Por favor, você poderia me trazer um suco de laranja?_ Isa pediu com um sorriso lindo e foi inevitavel as mulheres não perceberem que a atendende havia se derretido completamente.
Laís olhou torto para a menina e pediu um café, Isabella iniciou uma conversa animada, com Carol e Ana Victoria, mas parecia que ela era a unica com humor na mesa. O desejum foi rápido, na hora de pagar a conta o humor de Laís piorou consideravelmente, pois a menina que as tinha atendido não tirava os olhos de Isabella e a todo momento passava por perto da mesa:
_Entrego para a sua tia?_ A menina perguntou e Laís aumentou um pouco mais a pressão na coxa de Isabella.
_Você pode entregar para mim._ Isa respondeu já colocando o dinheiro, queria a todo custo evitar uma confusão._ Pode ficar com o troco._ A menina levantou e segurou a mão de Laís._ A propósito ela não é minha tia, é minha namorada.
E para enfatizar o que disse puxou Laís pela camisa e a beijou, colocou as mãos na nuca e fez um carinho leve, era para ser apenas um roçar de lábios, mas Laís aprofundou o beijo dando-se conta que tinha sentido saudades daquele contato, aproveitou para explorar cada canto daquela boca, as duas se perderam no tempo, apenas queriam estar juntas, só voltaram a realidade quando ouviram o pigarrear de Carol, sairam de mãos dadas com olhares bobos, entraram no carro e novamente buscaram as bocas, trocaram um beijo apaixonado:
_Você tem fósforo Laís?_ Carol perguntou, e quando recebeu a cara de interrogação, respondeu._Eu e Ana vamos querer acender as velas.
_Você está muito engraçadinha, vamos logo que estou anciosa para conhecer o lugar._ Foi Isabella quem respondeu a irmã.
O resto da viagem foi mais tranquilo, Isabella e Carol começaram uma conversa animada sobre todos os locais para os quais já tinham viajado, Ana Victoria tinha as mãos da amada entre as suas e acompanhava com fascinio o dialogo das irmãs, o mesmo facínio que se via no olhar de Laís, Isabella observou entrarem numa pequena estrada de terra e pararem num enorme portão branco, um homem bem vestido aproximou-se do carro:
_Boa dia dona Laís, desculpa eu não reconheci o carro._ O homem fez um sinal e o enorme portão começou a abrir lentamente.
_Lar doce lar._ Laís falou parando em frente a uma enorme casa com varanda.
Foi com surpresa que a mulher séria que conhecia desceu correndo e pulou no colo de um senhor que a esperava de braços abertos, uma jovem senhora veio correndo e abraçou a mulher. Ana, Isa e Carol olhavam tudo ser acreditar muito, ali estava uma Laís completamente risonha:
_Pai, deixe-me apresentar. Está é Caroline, Ana Victoria, namorada da Carol e esta é Isabella.
_Tenho que admitir que Júlia sabe fazer belas meninas._ O senhor falou estendendo a mão.
_Meninas estes são João e Dona Antônia, meus pais._ Laís tinha um sorriso quase infantil olhando para os pais.
_Onde estão Júlia e Laura?_ A mulher perguntou para os pais.
_Sairão logo cedo para fazer um piquenique. Acharam que vocês só chegariam mais tarde._ A senhora baixinha e gordinha falou com um sorriso afetuoso.
_Lalazinha, mas nós temos um problema._ O senhor falou com um sorriso travesso, o mesmo sorriso que Isabella reconheceu como sendo quase identico ao que Laís dava quando estava querendo aprontar._ Júlia não nos disse que Carol traria a namorada, imaginamos que as meninas poderiam ficar no mesmo quarto.
_Não tem problema algum eu ficar com Ana Victoria e Carol senhor._ Isabella se adiantou em falar.
_Mas minha filha isso não da certo não, você ficar no meio do casal. Você fica no quarto com Lalazinha.
Laís ficou envergonhada, sabia o que os pais jamais perderiam o hábito de chama-la de Lalazinha, era um apelido que vinha desde a infancia e nunca conseguiu faze-los esquecer.
_Pai, esta casa tem pelo menos cinco quarto de hóspedes.
_Mas sua mãe está reformando aquela ala da casa e ainda assim não
deixariamos Isabella sozinha quando ela pode muito bem dividir a cama com a Lalazinha.
As quatro mulheres entraram na casa e foram conduzidas até o piso superior onde ficavam os quarto, Carol e Ana adoraram o local, já Isabella achou curioso o quarto de Laís, o local decorado com varias fotos e medalhas de jeito nenhum lembrava a mulher impessoal que Laís as vezes era.
_Não parece com você._ Isabella comentou sentando na cama.
_Pertence a um tempo distante, uma Laís diferente da que eu sou hoje.
_Eu discordo, admito que te julguei mal. Mas depois que eu te conheci, as vezes vejo em você uma menina, em outras alguém muito velho. Mas de jeito nenhum acho que este passado está tão distante. O que te deu tantas medalhas?
_Eu gostava de de adestramento de cavalos, durante toda a minha adolescencia eu quis fazer medicina veterinaria, mas então eu desisti de tudo._ Laís falava com uma olhar distante.
_Porque desistiu? Eu posso dizer que você deveria ser muito boa.
_Eu fui jogada ao chão por um cavalo que ganhei de meu pai, então o médico me disse que se eu levasse outra queda parecida eu poderia nunca mais andar. Escolhi medicina e me especializei em ortopedia para curar pessoas em situações parecidas com a minha.
_O que houve com o cavelo?_ Isabella parecia curiosa com toda a história?
_Com Johnny? Papai ainda o tem, mas ninguém nunca montou nele, deve estar no estabulo a essa hora. Você gostaria de conhece-lo?
_Eu posso? Jura?
_Claro, mas porque isso?_ Laís questionou intigada. Como não houve resposta a mulher mais velha apenas estendeu a mão, as duas desceram por uma escada lateral e atravessaram o gramado de mãos dadas, quando chegaram nos estabulos Lais foi direto onde estava o belo garanhão negro.
_Oi rapaz. Posso fazer um carinho?_ Isabella estendeu a mão como se pedisse autorização e o cavalo abaixou a cabeça como se permitisse._ Eu sou Isabella.
Laís apenas olhava e se surpreendeu, pegou uma maçã que tinha num cesto próximo e deu ao cavalo.
_Ei rapaz, você gostou da Isa?_ Laís abraçou a menina pela cintura sob o olhar atento do cavalo, que relinchou como se concordasse._ Ficamos bem juntas?_ Novamente o cavalo relinchou.
Laís observou como em nenhhum momento o cavalo afastou-se do carinho que a menina fazia. Colocou o queixo no ombro de Isabella e ficou apreciando o momento. Laís sentia uma atmosfera diferente naquele ambiente.
Fim do capítulo
O final de semana começou, parece que a Laís e a Isa não vão conseguir esconder...
Comentar este capítulo:
Mille
Em: 02/03/2017
Oa Tathan
Isa age como uma adulta e a Laís a tratando como uma criança gostei da atitude dela na lanchonete falta só a Laís se soltar mais.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Laís não confia muito que ela pode ser alguem para namorar, ve muito a Isa como criança.
Bjos
;D
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]