Isabella saiu de casa e não soube onde ir, a mente fervia. Tinha consciência que tinha dado um enorme passo para jogar a garota por quem estava apaixonada nos braços de outra, poderia até ser chamada de tola, mas seu coração lhe dizia que o mais importante era a felicidade de Carol.

Ccaminhou sem saber onde ir por cerca de meia hora, nem se quer o carro tinha pegado, pensou em beber até ir parar na cama de alguma garota, mas isso não a excitou como antes, depois de ficar dando voltas parou na praça e sentou embaixo de uma árvore, achou engraçado como em algumas semanas de certo modo sempre ia parar naquele local. A menina passou grande parte da noite sentada, olhando para o nada, a cabeça de Isabella começava a doer, e como situação ruim era pouca, perto de meia noite sentiu algumas gotas de água lhe molharem, então uma chuva desabou, com relâmpagos e trovões e para a menina nada a assustava mais do que trovões. Então Isabella fez a última coisa que esperava fazer naquele sábado, foi até a casa de Laís, incrível como na última semana tudo sempre levava a outra. Tocou a campainha e esperou paciênte até a porta ser aberta:

_Isa, você está bem?_ Laís perguntou ao abrir a porta e ver a menina molhada a sua frente.

_Não, eu..._ Isabella parou imediatamente ao entrar e ver uma garota sentada no sofá parecendo completamente a vontade, olhou imediatamente para Laís._ Eu não queria atrapalhar, eu não devia ter vindo.

Isabella não esperou nada, saiu correndo.

_Isabella?_ Laís ainda tentou gritar, mas não foi mais ouvida.

_Quem é a garota?_ Perguntou a mulher sentada no sofá.

_Isabella.
_O nome dela eu sei sua anta, ouvi você gritar.

_Filha de Júlia. Uma das gêmeas.
_Laís, eu não quero saber quem são os pais dela, ou o que ela faz. Você está com uma cara de apavorada, então porr*, vai atrás dela e diga que eu sou sua melhor amiga. Porque é nítido que ela significa algo para você e interpretou a situação de forma errada.

_Rafaella...

_Desde a vaca da Andreia eu não vi esse seu olhar tão perdido na frente de uma garota, então ela deve significar algo. Anda Laís, você está perdendo tempo.

Laís olhou a amiga mais uma vez e saiu correndo na chuva, não precisou ir longe para achar Isabella, estava toda molhada no meio da chuva. Percebeu algumas lágrimas e correu mais:

_O que deu em você garota?_ Perguntou se aproximando.

_Aconteceu tudo Laís, você com crise porque trans*mos de manhã cedo, então eu tive que ajudar Carol a conquistar a garota por quem eu estou apaixonada e quando eu achei que você poderia me ajudar, porque eu estava com medo, você não podia, estava nos braços de outra e parecia mais a vontade do que jamais esteve comigo.

_Se você escutasse as coisas pode apostar que eu teria te cuidado e agora não estaria no meio dessa chuva, eu não te prometi romance porque trans*mos, eu não te devo explicação nenhuma, que porr* Isabella, eu disse que você era complicada.

_Eu não te pedi compromisso, só não achei que teria outra na sua cama antes de vinte e quatro horas que eu tinha saído.

_E se tivesse? Qual seria o problema? Você já pensou na hipótese que não conseguiu me satisfazer? Você é muito convencida Isabella.

_Eu te diria que é a maior mentira que você já contou na vida, você quase morreu de prazer na minha boca, você enlouqueceu com os meus toques, você sentiu tanto prazer como nenhuma outra mulher foi capaz de te dar, nem a sua ex, sim porque eu sei bem que ela não foi capaz de te dar o prazer que eu te dei.

_Você é uma garotinha irritante Isabella.

_E você adora isso.

Isabella puxou Laís para um beijo urgente, as duas pareciam com saudades, entregues ao beijo no meio da chuva, gem*ram involutariamente ao se sentirem ainda mais próximas. Estavam tão entregues que haviam perdido a noção do tempo e de onde estavam.

Estavam tão imersas no beijo que se assutaram quando o celular de Laís tocou, a mulher apenas olhou a chamada e desligou:

_Vamos para casa, por favor vamos conversar e pare de me julgar tão mal.
As duas caminharam de mãos dadas, não falaram nada, a chuva caia forte, quando chegarem em casa Isabella imediatamente fechou o sorriso, a mesma garota continuava sentada no sofá a vontade:

_Criança pode voltar a sorrir, eu não trans*ria com essa daí nem que ela fosse a última mulher no mundo.

_Rafaela..._ Laís quase gritou diante da fala da outra.

_O que amor meu? Está com medo que descubram que sou sua amante secreta? Que você tem uma paixão louca por mim?

_Não é nada disso Isa._ Apressou-se em explicar._ Somos amigas, na verdade a Rafa é a minha melhor amiga e ela só está assim engraçadinha porque a esposa dela não está aqui, mas ela é casada e ama a esposa.

_Agora que a Laís já desfez a confusão eu vou me retirar aos meus aposentos, por favor tentem não faz muito barulho a noite, eu tenho um sono leve.
Rafaela subiu as escadas sorrindo. Laís olhou Isabella e percebeu que ainda estavam molhadas da chuva, sorriu para a menina:

_Vem, não quero você resfriada.

Subiram mais uma vez de mãos dadas, entraram juntos no banho, a cumplicidade que as unia parecia a de uma casal infitamente apaixonado. Mas nenhuma das duas era capaz de notar o clima:

_Você tem sono?_ Laís perguntou ao deitarem.

_Não, apesar do dia cheio e cansativo eu me sinto acordada._ Isabella respondeu puxando um pouco mais a coberta para si.

_A chuva parou, você gostaria de sentar um pouco na varanda? Dizem que depois da tempestade sempre vem a calmaria.

Isabella aceitou o convite da outra, caminharam até a pequena varanda no quarto, ali havia uma rede e algumas cadeiras, Laís logo deitou-se e sem cerimônia puxou a menina para deitar junto de si.
Por um longo tempo não falaram nada, o vento bati frio e a cada segundo as duas ficavam ainda mais próximas numa tentativa de se aquecerem. O silêncio não as incomodava, pelo contrário, deixava espaço para cada uma mergulhar fundo em seus pensamentos, Isabella se questionava o fato da atitude intempestiva que tinha tido mais cedo e fato de ter ido procurar justo Laís. Já a outra apressiava aquele contato, algo lhe dizia que aquele sentimento que estava nascendo ainda seria motivo para muitos problemas.

Fim do capítulo