--Então esse é seu quarto? – Elis entrou fechando a porta do quarto.

--É sim – Estela sorriu

--É aqui que você dormi? – Disse aproximando-se

--Elis! – Disse vendo a outra aproxima-se.

--Eu estou louca de vontade pra ti ter- Disse passando os lábios no pescoço dela.

--Não faz assim, temos que descer. – Disse já com a respiração descompassada --Elis Regina, é melhor descermos – Saiu do contato e foi ate a porta e saiu, a outra veio atrás

--Oh loira escorregadia, Sei não! – Disse Elis fazendo Estela sorrir discretamente.

--Seus pais gostam mesmo de divas da MPB ou eu estou enganada? – Perguntou enquanto desciam as escadas.

--Meu pai, ele sempre quis ter uma filha cantora, no caso quem gostou da musica foi euzinha aqui, mas acabou que ele não deve a filha cantora que ele quis.

--Como assim? Não tem você?

--Não a filha dele morreu quando resolveu namorar uma garotas na adolescência.- Disse com naturalidade.

--Deve ser muito difícil não é? Nem sei o que faria se minha família se virasse contra mim.

--Agradeça sempre por você ter tido a chance de ter uma família que te aceite do jeito que você é.

--Eu agradeço e muito, minhas mães sempre nos deram uma educação voltada ao respeito com todos, principalmente a mainha que chega a ser exigente nesse quesito.

--Qual das duas é mainha? – Perguntou de forma engraçada

--Emile é mainha e a Carolina chamamos de mãe.

--Porque essa distinção?

--Não sei desde pequenos a chamamos assim, acho que é por que mainha chamava assim minha avó, creio que de tanto escutarmos aprendemos.

--Já é linda e fazendo biquinho falando mainha fica mais linda ainda - Fez um carinho no pescoço da outra.

--Olha está rolando musica – Saiu rápido para próximo da piscina estava com o corpo em chamas, lá Leo estava com o violão tocando e cantando, Estela ficou admirada ele cantava tão bem quanto Elis.

--Demorou hein – Valeria disse no ouvido da amiga

--A Fran acabou dormindo

--Sei bem – Sorriu e ficaram curtindo o som entre bebidas e risos.

--Deixa-me cantar uma – Elis pegou o violão da mão do garoto e olhou para Estela, deu seu tipico sorriso de lado e começou a dedilhar no violão com maestria.

My Girl

I've got sunshine
On a cloudy day
When it's cold outside
I've got the month of may

Well, I guess you'll say
What can make me feel this way?
My girl
Talkin' 'bout my girl, my girl

I've got so much honey
The bees envy me
I've got a sweetest song
Than the birds from the trees

Well, I guess you'll say
What can make me feel this way?
My girl
Talkin' 'bout my girl, my girl
Talkin' 'bout my girl
Talkin' 'bout my girl, my girl

I've got sunshine
On a cloudy day
When it's cold outside
I've got the month of May

Well, I guess you'll say
What can make me feel this way?
My girl
Talkin' 'bout my girl, my girl
Talkin' 'bout my girl
Talkin' 'bout my girl, my girl
My girl
Talkin' 'bout my girl

 

Minha Garota

Eu tenho o brilho do sol
Num dia nublado
Quando está frio lá fora
Eu tenho o mês de maio

Bem, acho que você vai dizer
O que pode me fazer sentir desse jeito?
Minha garota
Estou falando da minha garota, minha garota

Eu tenho muito mel
As abelhas me invejam
Eu tenho a mais doce canção
Que a dos pássaros nas árvores

Bem, acho que você vai dizer
O que pode me fazer sentir desse jeito?
Minha garota
Estou falando da minha garota, minha garota
Estou falando da minha garota
Estou falando da minha garota, minha garota

Eu tenho o brilho do sol
Num dia nublado
Quando está frio lá fora
Eu tenho o mês de maio

Bem, acho que você vai dizer
O que pode me fazer sentir desse jeito?
Minha garota
Estou falando da minha garota, minha garota
Estou falando da minha garota
Estou falando da minha garota, minha garota
Minha garota
Estou falando da minha garota

 

 

--Nossa arrasou – Geraldo disse já bastante bêbado

--Gostou? – Perguntou olhando para Estela

--Sim, um pouco pretensiosa, mas linda.

--Então vamos mudar o estilo Leo me ajuda na letra, só escutei essa umas três vezes espero não errar. – Deu seu sorriso mais safado e olhou para Estela e começou a tocar na levada sertaneja.

To virado já tem uns três dias
To bebendo o que eu jamais bebi
Vou falar o que eu nunca falei
É a primeira e a última vez

Eu sosseguei
Ontem foi a despedida
Da balada, dessa vida de solteiro
Eu sosseguei
Mudei a rota e meus planos
O que eu tava procurando, eu achei em você

Se quer cinema eu sou par perfeito
Quer curtir balada, já tem seu parceiro
Ou ficar em casa amando o dia inteiro
Dividir comigo o seu brigadeiro

E nessa vida agora somos dois, três, quatro
Quantos você quiser
A partir de hoje eu sou o homem de uma só mulher.

 

Ela e Leo cantava e sorriam, enquanto Estela se divertia com o jeito safado dela, seguiram cantando mais algumas musicas até ficar de noite.

--Vocês nem me acordaram – Franciele apareceu junto dos maiores com a cara de sono.

--Oi vem aqui? – Estela a sentou em seu colo –É por que você estava dormindo tão bonitinho que não queríamos te acordar 

--Tô com fome – Disse olhando para a mãe que parou com a musica assim que a filha aproximou-se

--Já vamos filha, em casa faço sua papinha.

--Posso pedir para a Seve fazer algo para ela, isso se não tiver problemas.

--É que já está tarde mesmo, não quero mais incomodar.

--Não será incomodo nenhum.

--Tia não quero papa- Disse a menina e a loira sorriu.

--Tudo bem, vamos lá e você pede o que quiser para ela – Levantou com a criança e a levou ate a cozinha.

--Sevê temos uma moça aqui querendo comer.

--É e o que a menina quer?

--Não sei tia o quero algo bem gostoso.

--Deixa eu ver, que tal um sanduiche bem grandão?

--Tá bom, e depois tia?

--Depois? Um sorvete gigante o que acha?

--OBA!  - gritou feliz -- Mas a mãe não vai deixar

--Eu converso com ela, pode deixar.

--Vou fazer um sanduiche para a menina e vocês vão jantar Estela? – A governanta perguntou

--Não agora vou perguntar aos demais se eles querem, os petiscos estavam tão bons que acabamos comendo demais – Voltou a pegar a menina no braço –Vamos lá para fora – Seguiram para junto dos demais.

--Miga vou dormir na casa da Laurinha. - Valeria disse levantando

--Mas já vão?

--Vamos, tenho plantão amanhã cedo.

--Tá certo ate amanhã – Despediram-se e logo depois os rapazes foram para o quarto alegaram estarem muito bêbados.

--Nós também já vamos – Elis disse levantando

--Calma mãe, vamos comer –A criança disse sorrindo

--É Elis, vamos comer primeiro, está com fome Leo?

--Não muita, mas se for para ir ate a cozinha eu vou – Disse levantando

--Deixa a garota em paz Leo – Elis repreendeu

-- Mas mãe o que eu mais quero dar a ela é paz. – Fez a mesma cara safada que Elis costuma fazer.

--Tal mãe tal filho – Estela disse caminhando para a cozinha de mãos dadas com Franciele, comeram uns sanduiches e tomaram sorvete.

-- Bem vamos deixar a Estela em paz já perturbamos muito

--Como vocês vão?

--Da mesma forma que viemos de carro.

--Mas você bebeu Elis, como vai dirigir?

--Não bebi muito, tô legal.

--Nada disse eu levo vocês.

--Não precisa se incomodar, já perturbamos o suficiente por um dia.

--Não perturbaram, adorei passar o dia com vocês.

--Tudo bem, eu aceito.

--Vamos no seu carro? – Franciele perguntou animada

--Deixa de ser interesseira garota – Leo repreendeu

--Não dá filha preciso do carro para ir trabalhar amanhã

--Mas se você levar o carro como vai voltar depois?- Leo perguntou

--Não volta tia dormi lá outra vez.

--Eu volto de Taxi, não se preocupem.

--Não só concordarei se você ficar lá – Elis disse

--Fran vamos pegar a nossa bolsa no quarto que você estava dormindo, vem – Leo puxou a criança para dá privacidade as mulheres.

--Então vai levar o carro?

--Amanhã tenho que está cedo no hospital, não dá.

--Não se preocupe doutora eu te levo amanhã cedo, é caminho para meu trabalho, não será problemas para mim, prometo me comportar, se quiser eu posso dormir ate no quarto da Fran, vamos vou adorar passar o resto da noite com você – Disse pegado a mão da mulher e beijando, na hora Estela sentiu o coração aquecer de uma forma única.

--Tudo bem, vou trocar de roupa e pegar a de amanhã.

--Eu vou apressar as crianças – No topo da escada Elis ainda pegou na barriga da loira e beijou o pescoço dela

--É assim que você vai se comportar? – Falou sentindo o corpo arrepiar

--Eu disse que iria me comportar na minha casa, não na sua – Mordeu a orelha da loira e caminhou ate o quarto onde as crianças estavam.

--Será que vou resistir a essa mulher? – Disse entrando no quarto, colocou suas roupas de trabalho numa bolsa pegou tudo que precisava e assim foram para casa de Elis entre conversas e sorrisos.

--Tia que legal que a senhora vai dormir aqui – Fran disse animada.

--É muito legal filha, mas agora já para um banho que vou preparar seus remédios.

--Droga ainda tem isso – Saiu pisando forte ate o quarto.

--Eu vou para o quarto, ligar para a Soraia – Leo disse sorrindo.

--Conseguiu o numero dela? – Elis perguntou

--Lógico, ela ficou mexida com meu rostinho lindo.

--Sei Bret Pitt.

--É não faz besteira que ela é uma menina legal –Estela advertiu

--Certo mamães – Saiu logo da sala sorrindo da cara das mulheres.

--Você ensinou direitinho não foi? – Estela perguntou sentando no sofá de Elis.

--Eu não ele que é desenrolado – Sentou ao lado dela

--Sei, você morre de orgulho dele não é?

--Morro ele é um garoto bom, inteligente um musico brilhante, nunca gostou de drogas nem de se meter com pessoas erradas, coisa muito frequente nos dias de hoje, mesmo por toda barra que passamos ele está sempre me apoiando.

-- Ele é um bom menino.

--Ate pensei que ele iria se revoltar quando paramos o tratamento dele por causa do problema da Fran, mas não, mesmo eu vendo que ele não fica muito bem, ele sempre está me ajudando com a Fran.

--Quantos anos ele tinha quando começou o tratamento dele? – Elas conversavam no sofá.

--Tinha uns quinze anos, comecei o levando em psicólogos, depois três anos conseguir adotar ele dai comecei a leva-lo em um médicos mas afim de começar com os hormônios, mas no mesmo período descobrimos a doença da Fran e não tive como arcar com as despesas, me mudei para essa casa que fica perto da Betânia que mesmo sem aceitar minha sexualidade se propôs a me ajudar para eu trabalhar.

--Mãe já acabei! – Franciele chega a sala já de pijama.

--Vem gatinha, vamos tomar seus remédios. – Estendeu os braços para a filha que sentou no seu colo.

--Tia não quer tomar um banho?

--Daqui a pouco eu vou meu anjo.

--Fica ai fazendo sala que vou pegar seus remédios – Elis saiu deixando a filha com a medica.

--Tia posso te fazer uma pergunta?

--Claro que pode

--A senhora sabe que a Elis gosta da senhora não é?

--Sei sim – Disse sentindo uma enorme alegria ao escutar aquelas palavras.

--E a senhora gosta dela? –Sorriu para a garota

--Gosto sim.

--Então eu deixo você e ela namorar- Disse pegando na mão da loira que achou lindo o jeito que ela falou

--Está bem meu anjo, mas temos que ir aos poucos, não é assim, você sabe que as coisas entre os adultos são um pouco mais complicada, porem não se preocupe que se chegarmos a essa decisão eu informarei a você em primeira mão

--Que decisão posso saber? – Elis perguntou, pois escutou o final da conversa.

--É um segredo meu e da tia mãe.

--Hum, segredo é? Tá certo, agora toma esses comprimidos.

--Aff!  - Resmungou e depois tomou o remédio.

--Pronto, já escovou os dentes?

--Ainda não vou escovar e dormir, ate amanhã tia – Deu um beijo na bochecha da loira que retribuiu.

--Ate meu anjo durma bem. – A menina abraçou a mãe e foi dormir.

--Qual era o segredo? – Elis questionou

--Segredo é segredo horas – Estela disse sorrindo

--Tá certo, já que não vai me contar vamos subir você toma um banho fica bem cheirosa para...

--Dormir a noite toda bem tranquilamente – Não deixou a outra completar.

--Tá certo dormir a noite toda. – Disse sorrindo. --Vamos lá então? – Deu a mão que assim que juntou com a sua recebeu um beijo delicado.

--Pode ficar a vontade que eu vou tomar um banho no outro banheiro, - saiu do quarto, Estela tomou o seu banho e assim que saiu encontrou Elis deitada na cama.

--Prometo apenas ficar aqui do seu lado, não farei nada, ao menos que você peça – Deu um sorriso safado.

--Sua boba – Deitou ao lado dela que sem cerimônia a puxou para seu braço apoiando a cabeça loira em seu peito.

--Eu estou feliz por que você está aqui sabia?

--É bom saber, eu também estou feliz.

--Quero te fazer uma pergunta posso?

--Se eu tiver resposta, claro que respondo.

-- Por que você resiste?

--Resistir não é a palavra certa.

--Então seria medo?

--Não, medo não apenas precaução; - Elis fazia um leve carinho nos cabelos loiros.

--Precaução?  Como assim?

--Só não sei se quero ser mais uma de suas conquistas.

--Você não é apenas uma conquista, se fosse não ti traria para minha casa, para minha família.

--Então o que eu sou Elis? – Disse levantando a cabeça a encarando

--Não sei definir bem, mas não é uma mera conquista, Estela eu não consigo parar de pensar em você e isso está me enlouquecendo.

--Por que está ti enlouquecendo? Não está te fazendo bem?

--Não é isso, só que eu não estou conseguindo controlar e não sei lidar com isso. – Estela ficou um pouco calada tentando digerir o que a outra tinha falado. – Você dormiu? – Perguntou baixinho.

--Não só estou pensando no que você me disse.

--Entendo, mas e para você o que eu sou?

-- Eu também não paro de pensar em você. – Levantou a cabeça e a encarou

--Fico feliz por isso – E a beijou, mas um beijo doce, delicado, de conhecimento.

--Quanto tempo você não se envolve com alguém?  Falo apaixonar – Estela perguntou

--Um bom tempo, uns cinco anos desde que fiquei só.

--Você ainda ama sua ex?

--Não é amor é apenas que sempre sentir como se fosse algo inacabado.

--Como assim?

--É que ela me abandonou, a mim a Fran e a Leo, éramos uma família com dificuldades, mas aparentemente feliz, de repente chego em casa a tarde e ela simplesmente tinha ido embora.

--Assim do nada?

--Do nada, só deixou um bilhete, você sempre foi maravilhosa, cuide da nossa filha, adeus 

--E nunca mais voltou?

--Não, e não deu noticias, ninguém sabe dela, deixou uma lacuna entende?

--Entendo, mas você ainda tem esperança que ela volte?

--Não é esperança eu só queria um explicação, saber o motivo. –Estela nada disse e voltou a deitar no peito dela  -- E você? Por que se separou? Faz muito tempo?

--Não dois mêses mais ou menos, peguei ela na nossa cama com outra.

--Serio? Teve ter sido duro para você

--Está sendo, não pela traição carnal sabe, sex* com outra pessoa, mas pela traição das demais coisas envolvidas, éramos melhores amigas, ela sabia de todas os problemas que já enfrentei e não foi sincera comigo, nosso casamento estava fadado há um tempo isso eu não posso negar, a questão é que ela não agiu de forma leal, me senti um lixo.

--Você ainda a ama?

--Não sei te falar ao certo, nem sei se foi um amor sabe, mais uma pessoa que aprendi a amar com a convivência, não vou te dizer que não gostava dela, mas eu já amei e não se compara ao que eu sentia pela a Yasmim.

-- Yasmim é sua ex? – Ela balançou a cabeça em positivo. – E quem foi esse amor que você teve?

--Não tive, tenho creio que nunca vou deixar de ter aqui no cantinho do meu coração a Paola, era a garota mais doce que já conheci. – Deu um leve sorriso ao lembrar da garota.

--E por que não ficaram juntas?

--Pelo preconceito dos pais dela, que foi consumindo ela aos poucos, e ela acabou se matando. – Falou deixando uma lagrima escorrer

--Nossa que triste, faz muito tempo?

--Quase quinze anos.

--E você ainda a ama?

--Amo, não sei como explicar, é uma coisa complicada, eu tenho ela guardada em um lugarzinho especial dentro do meu coração.

-- Mas você acha que pode amar novamente?

--Esse sentimento não me impede de amar novamente, ao menos eu acho. – Agora foi a vez de Elis ficar calada. – Dormiu? – Estela perguntou depois de alguns minutos

--Não estou acordada, mas vamos dormir que já está bem tarde – Beijou o topo da cabeça da loira.

--Adorei nossa conversa. – Estela se acomodou melhor .

 

--Eu tambem, adorei- voltou a fazer carinho nos cabelos da loira que mesmo sem querer se entregou ao sono, enquanto Elis a olhava.

Fim do capítulo