A coronel deixou claro que tudo será resolvido da melhor maneira possível. Vamos aguardar?
Capítulo 59. Tudo resolvido temporariamente.
Na hora do almoço o sargento Telles juntamente com a esposa chegou à casa da coronel. Assim que tocaram a campainha Andressa foi abrir a porta e assim que entraram o sargento falou:
-- Bom dia tenente coronel tudo bem? – A coronel Mantovanni se encontra?
-- Entre sargento ela está aguardando o senhor na biblioteca, fique a vontade que eu vou avisá-la. E por hoje podemos esquecer nossas patentes porque não estamos no quartel.
O jovem casal se acomodou na sala enquanto Andressa foi até o gabinete avisar Márcia que o sargento havia chegado. Quando abriu a porta viu que tudo estava escuro e somente o som da enorme televisão era que conseguia ouvir. Quando chegou onde essa estava instalada, viu que todas as crianças e a coronel assistiam um filme infantil. Todos estavam concentrados no filme e Nicola estava com a cabeça no colo de Maria Paula, Celina estava entre as pernas de Lorena, Amanda estava entre André e Cláudio, Antônia com a cabeça encostada no ombro de Tales e os outros espalhados pelo chão da sala e sofás, concentrados no filme. Andressa riu quando viu o jeito das crianças e depois de se refazer avisou para Márcia que o oficial se encontrava na sala à sua espera. A coronel disse para a esposa que já estava indo receber o sargento e ainda perguntou se o almoço estava pronto.
-- Sim meu amor, eu pedi para a mamãe fazer bife de fígado bem acebolado, batata frita e mais outras coisas.
-- Mas você deixou a sua mãe fazer tudo sozinha?
-- Claro que não né amor, eu ajudei!
-- Está bem meu amor, já estou indo. Disse beijando a esposa sob os olhares atentos das crianças que deram risada da cena improvisada pelas mães.
Márcia olhou para as crianças e falou:
-- Meus amores vocês se comportem porque eu vou conversar com o seu pai Maria Paula e depois almoçaremos certo?
-- Sim tia Márcia. Respondeu a menina. -- A senhora vai brigar com o meu pai tia?
Márcia carinhosamente respondeu para a menina:
-- Não meu amor, eu vou dizer ao seu pai tudo o que aconteceu e a promoção que ele vai ganhar. Daqui mais alguns dias ele será 1º Tenente e tudo vai melhorar. Mas eu preciso que todos guardem segredo ok?
Todos responderam que sim e enquanto continuaram assistindo o filme, a coronel foi até a sala ter com o sargento.
-- Bom dia Telles, bom dia Neuza!
-- Bom dia coronel Mantovanni, desculpe se estamos atrapalhando o seu lazer em família.
-- Nada disso meu caro Telles e vamos esquecer nossas patentes. Hoje é dia de folga e essas formalidades não estão presentes por aqui.
-- Obrigado coronel, mas é força do habito. Mas é que eu estou preocupado com a minha situação. Eu fui coagido a fazer o que fiz e se eu perder o meu trabalho como ficarão a minha esposa e os meus filhos. A senhora sabe que o meu Régis é doente, se isso acontecer como eu vou cuidar dele? – A minha esposa é uma excelente mãe e dona de casa, mas como ela vai cuidar de três crianças sem dinheiro?
A coronel ouviu atentamente o sargento. Voltou atrás no tempo e pensou em tudo o que já passou por causa dos filhos e da esposa. Sim ela compreendia perfeitamente as preocupações do oficial e o porquê de ele ter agido daquela maneira.
-- Bom sargento o senhor sabe que terá de fazer o seu depoimento perante o Tribunal Militar ao qual eu presido. Mas posso lhe adiantar que tudo foi esclarecido e que já tenho em minhas mãos todos os relatórios sobre o seu processo.
O sargento olhou para a coronel e sentiu um leve alivio. Mas mesmo assim fez o seguinte pedido.
-- Coronel Mantovanni se algo acontecer comigo, a senhora pode me fazer um favor?
Márcia estranhou o pedido do sargento Telles, mas acenou positivamente com a cabeça e respondeu:
-- Fale sargento, estou aqui para ouvir o senhor.
-- Se alguma coisa me acontecer, a senhora pode ajudar a minha esposa cuidar dos meus filhos? – Sei que a senhora tem a sua família, mas eu não confio em outra pessoa a não ser na senhora e na sua esposa. Será que pode me fazer esse favor?
Antes que Márcia respondesse, Andressa se levantou e disse:
-- Pode ficar tranquilo sargento que nada vai acontecer e tenha certeza de que a sua família está muito bem protegida por nós. E pelo visto elas logo se juntarão. Falou olhando para o filho.
Pouco depois da conversa e com tudo acertado para a semana seguinte que seria de depoimentos e julgamento dos envolvidos na ação, todos foram almoçar. Nicola era só carinhos para a “namorada”. Andressa e Márcia observavam o menino e perceberam que naquele Nicola bravo e nervoso, estava a existir futuramente um homem de bom coração. Os outros estavam se empanturrando de comida mas a coronel não desgrudava os olhos dos filhos. Depois do almoço foram brincar.
Por volta das dezoito horas o sargento e a esposa juntamente com os filhos foram para casa. Nicola não gostou muito, mas no outro dia eles se encontrariam porque era segunda-feira e as aulas começariam novamente. Era final de agosto e começo de setembro. As crianças estavam se preparando para a comemoração da Independência e na casa da coronel a bagunça era o top de linha da molecada. Andressa e Márcia se divertiam com André que seria o D.Pedro I e o danadinho levava jeito para a coisa. Alguns minutos depois o menino deu um susto nas mães o que fez com que a coronel ficasse brava com o menino.
-- André Roberto o que você está fazendo com essa espada?
-- Eu sou o D. Pedro mamãe e ele usava uma. Então eu peguei a sua emprestada para treinar!
Andressa que assistia tudo começou a rir e as crianças também começaram.
-- Deixa ele amor, é só um treino.
-- Mas ele pode se machucar Andressa. Você sabe que ela é muito afiada e dá dez da altura dele.
-- Está bem amor sem exageros! -- André devolve essa espada para a sua mãe!
-- Porcaria! Respondeu o menino chateado. – Eu ainda vou mandar na cavalaria, vou ter uma dessas! Disse o menino assim que entregou a arma para a mãe.
Márcia chamou Andressa de canto e disse:
-- Amor eu acho que o André vai te dar trabalho lá na cavalaria e eu tenho medo que futuramente isso possa prejudicar o nosso menino.
-- É meu bem eu já observei isso. Ele vai ser muito autoritário e poderá colecionar muitos inimigos por lá. Eu vou precisar ficar atenta nas atitudes dele. Será que futuramente não seria melhor se eles forem seguir a carreira policial mesmo, coloca-los na escola de soldados para aprender ao invés da academia? -- Você mesma começou como soldado!
Márcia ficou pensativa e depois respondeu para a esposa:
-- Mas na minha época era diferente, nós éramos mais respeitados e hoje isso não existe mais. Tenho medo que algo aconteça e você sabe que eu jamais me perdoaria se alguma coisa acontecesse com um deles. Sinceramente não sei o que pensar, mas o André me preocupa seriamente. Acho que vou falar com o meu pai sobre isso e depois pedirei para o seu irmão conversar com ele. Afinal os dois não se largam.
-- Faça isso amor porque o nosso filho já está com quase dez anos e logo ele vai querer levar essa ideia adiante e você sabe muito bem de quem ele herdou esse gênio marrento. Falou para Márcia que respondeu:
-- O meu é que não foi ele puxou a mamãe Andressa!
-- Não se esqueça meu anjo que ele é um Paiva Mantovanni e neto de um marrento. Só isso!
Assim que a esposa saiu deixou uma coronel pensativa e preocupada. No fundo Márcia sabia que o filho além de ser a sua cópia perfeita tinha o mesmo gênio que o seu. Mas ela iria precisar de muito tempo para lapidar o filho e esse trabalho seria em longo prazo.
Fim do capítulo
Olá minhas lindas.
Peço desculpas por não haver respondido comentários e ter demorado para postar mais um capítulo. Sei que algumas devem estar bravas comigo, mas estou passando por alguns problemas pessoais de saúde em família e por esses dias não tive cabeça para escrever. Espero que o capítulo agrade a todas. E não por muito tempo logo estaremos focados nas crianças.
Agradeço a compreensão de todas e voltarei o mais breve possível
Obrigada a todas.
Bjs.
* Minha Primeira Dama, eu te amo.
Saudades.
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