Capítulo 9
Júlia estava sentada na bancada dá casa de Laura, observava a amada dominar aquele ambiente com enorme prazer, enquanto olhava bebia um vinho, os pensamentos longe.
_Essa sua cara de preocupada já está virando algo constante._ Laura falou enquanto se aproximava da namorada e a beijava com carinho.
_Sei que já deve estar cansada dos motivos, mas Isabella resolveu me dar mais preocupação, ontem à noite não dormiu em casa. Carol até tentou encobrir, mas já não aguento mais essa situação, minha menina nunca foi assim, me angustia não saber onde ela está ou com quem está, e o pior é que não consigo chegar até ela.
_Nossa menina está perdida, dê algum crédito e espaço, apesar de preocupadas nós temos confiança nela, a Isa sempre foi muito centrada, jamais fez besteiras que a colocassem em risco, ela só precisa de algumas boas amizades e tem a novidade de Carol andar apaixonada por aquela menina que mora vizinho, Isa sente-se ainda mais sozinha.
_Sinto-me egoísta por ter pensado tanto na minha carreira e tão pouco nas minhas filhas.
_Julia, por favor, você tem que parar de se culpar, Carol está feliz, aquela menina parece fazer muito bem a ela, e você já sabe que hoje Isabella está em casa. Carol lhe disse quando você ligou mais cedo, por favor amor, não fique tão angustiada.
Júlia sorriu doce, apenas Laura tinha aquele dom de lhe acalmar, admitia que a mudança de cidade também era pelo fato de poder ficar mais próxima a amada e a decisão de casar se mostrava cada dia mais acertada. Só não tinha tomado tal atitude antes porque sabia o quanto podia ser difícil o fato de ter duas filhas adolescentes, não queria sobrecarregar a outra, então por alguns anos tinha protelado aquela decisão de casar-se.
Laura acordou cedo na manhã seguinte, com pesar deixou Júlia sozinha na cama, mas era por uma boa causa. Foi até a cozinha e preparou um café da manhã perfeito, cheio de coisas que sabia, a amada adorava, colocou tudo em uma cesta grande e foi acordar a outra.
Com carinho acordou Júlia, ainda era bem cedo.
_Vem, vamos cuidar um pouco das nossas meninas. Eu preparei o café da manhã.
Júlia não questionou, adorava quando Laura chamava as meninas de sua, e ainda mais quando cuidava de tudo, sabia que a amada estava tentando acalmar as coisas com relação a Isabella, então dirigiu feliz até em casa, as duas entraram devagar, colocaram a mesa e decidiram subir para acordar Caroline e Isabella.
Isabella acordou sentindo o peso de alguém sobre seu corpo, abriu os olhos devagar e encontrou Laís a olhando ternamente:
_Está acordada faz muito tempo?_ Perguntou a menina com um sorriso sonolento.
_Não, apenas alguns minutos, te achei linda dormindo e não quis perturbar._ Para Laís o fato de ficar observando alguém dormir era inédito, mas viu tanta paz naquela cena quando acordou que simplesmente ficou ali sentindo-se boba e olhando aquele ser dormir.
_Não sabia que você era romântica Laís, não faz o seu estilo.
_Você é uma garota que adora cortar o clima, vou lavar o rosto e vou pra casa, tenho que trabalhar.
_O banheiro é aquela porta, tem escovas novas na gaveta._ Isabella sentiu o clima ser quebrado, mas algo dentro de si gritou para que ela se protegesse daquele encanto no momento.
Laís levantou-se e caminhou até o banheiro, Isabella sentou-se na cama e tentou ficar acordada, achava cedo demais para sequer abrir os olhos, estava tão distraída que se assustou quando Laura entrou no quarto de uma vez:
_Ei você já está acordada?
_Bom dia Laura, o que está fazendo aqui tão cedo?_ Isabella olhou a porta do banheiro preocupada.
_Júlia, e devo admitir eu, estamos preocupadas com você, então como numa trégua eu trouxe tudo que você adora no café da manhã.
Isabella sorriu, adorava o café da manhã que Laura servia, sempre parecia um banquete.
_Eu vou tomar um banho e desço em vinte minutos.
Laura ainda lhe deu mais um sorriso e saiu. Isabella olhou novamente a porta do banheiro preocupada com Laís, seria impossivel imaginar qual seria a reação de todos, suspirou e jogou-se novamente na cama, estava arrumando muita confusão.
_Você está pensando demais, para de racionalizar, eu tenho certeza absoluta que você pode destrair as duas na cozinha enquanto eu saio._ A voz de Laís veio da porta do banheiro.
_Não é isso.
_Você tem dez minutos para tomar banho então eu sugiro que se apresse.
Nenhuma das duas falou mais nada, Isabella rapidamente se arrumou e pegou a mochila, desceu as escadas devagar e percebeu que todos estavam na cozinha, abriu a porta e viu Laís ir sem olhar para trás, tudo que tinha acontecido na noite anterior ainda estava rodando em sua cabeça.
Encontrou todas reunidas na cozinha, beijou cada uma das mulheres e sentou-se:
_Mamãe eu sei que está preocupada, mas eu lhe prometo que estou bem._ Isabella falou olhando diretamente a mãe.
_Sinto você cada vez mais distante e perdida Isa, eu não sei mais o que fazer. Até admito que se quiser morar com o seu pai pode ser uma boa idéia.
_Mamãe, eu vou me integrar aqui, apenas um pouco mais de paciência. Eu não quero ir a lugar nenhum.
O café da manhã transcorreu divertido, as quatro mulheres conversaram e aproveitaram o tempo juntas, Laura sentia-se mais aliviada, pela primeira vez desde a mudança sentia a menina mais aberta para uma conversa, sentia-a mais próxima do que era antes de tantas coisas novas, talvez a adaptação fosse apenas lenta e todas as preocupações fossem um pouco de exagero.
Quando Laura entrou em seu consultório aquela manhã o semblante continuava preocupado, desta vez era Laís, detestava saber das coisas por fofoca, mas foi exatamente assim que soube do rompimento da irmã e Luana, admitia para si que desde que Júlia tinha vindo morar ali havia dedicado muito tempo a amada, senti que a relação da irmã com Luana era frágil, sempre que via as duas juntas sentia falta de sentimento por parte de Laís, já em Luana via excesso deles, mas a relação das duas era complicada, sabia que a irmã precisava de atenção, com um suspirou mandou uma mensagem: "Jantar na minha casa as 20:00 horas, precisamos conversar.". Não recebeu uma resposta, Laís quando terminava um relacionamento era sempre assim, reclusa em seu próprio ser, a outra já tinha tantos relacionamento sem sentimentos que Laura se perguntava o que a irmã estava buscando, ou melhor até sabia, mas não conseguia enfiar na cabeça dura da outra que não se podia buscar em outras pessoa um sentimento que não existiam nem em si própria e que nem todas as pessoas do mundo iam decepciona-la.
Fim do capítulo
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