No caminho contei a ela sobre o encontro com o Henrique quando chegamos e que ele havia contato que já sabia sobre nós, mas não falamos mais sobre aquele assunto durante a noite, quando chegamos a lanchonete fiz os pedidos e sentamos em uma mesa na janela, sentei ao lado dela e quando o fiz ela colocara a cabeça em meu ombro e a abracei forte.

Estava chorosa, deixei que ela derrubasse as lagrimas, as vezes era preciso chorar porque aquilo aliviava, por experiência própria, quando ela parou soluçando baixinho, conversei baixinho com ela tentando animá-la, deu certo porque ela esboçara um sorriso ainda que tímido, mas encantador que aquecera meu coração.

O rapaz trouxera os pedidos e mesmo não querendo começou a comer, fiquei observando ela se alimentar em silencio imaginando o que se passava em sua cabeça, desviava o olhar quando ela me olhava curiosa, ficamos naquele desvio de olhares por algum tempo até ela não aguentar mais e perguntar:

-Porque olha pra mim sorrindo e desvia o olhar quando olho para você?

Tomei um gole de meu suco olhando para ela meu coração explodindo no peito sorrindo respondi:

-Estava admirando você...

-Porque?

-Porque você é minha heroína e é isso que fazemos quando estamos perto de nossos heróis.

-Do que está falando Bia?

Segurei sua mão trazendo para meus lábios beijando-a delicadamente, a puxei para ficar mais perto, com a outra mão tirei uma mecha de cabelo que caia em seus olhos e olhei naquela imensidão verde dizendo:

-Quer casar comigo?

Ela me olhou arqueando a sobrancelha e sorriu desviando o olhar sussurrando:

-Não brinca Bia!!

-E quem disse que eu estou brincando?

Ela me olhou novamente e não desviei os olhos dela, ela sorriu com os olhos marejados deixando que uma lágrima solitária rolasse pelo seu rosto, novamente segurei seu rosto passando meus dedos no lugar onde a lagrima rolara, ela me olhava e nada disse, beijei-lhe os lábios delicadamente e disse:

-Eu sei que a hora é inapropriada... Estamos passando por um momento delicado, mas não quero adiar mais... Você é tudo o que sonhei pra mim, é linda... Delicada... Ciumenta... Mandona...

Ela sorriu com o ultimo comentário, mas continuei séria:

-Não tem motivos para estarmos adiando isso...

-Bia... Eu...

-Não precisa responder agora amor... Pense com carinho e quando se sentir segura me responde.

-Não preciso pensar meu amor... É claro que aceito... Sim... Mil vezes simmmm...

E se jogou em meus braços me beijando, apesar de ser madrugada a lanchonete estava movimentada, sorri para um pessoal que passava nos olhando curiosos e disse por sobre os ombros dela para eles:

-Acabei de pedir ela em casamento e por milagre ela aceitou...

As pessoas sorriram com o meu comentário e bateram palmas nos cumprimentando, parecia aquelas cenas de filmes onde todos de repente param para prestar atenção em apenas um casal, éramos nós esse casal, a abracei forte segurando-a em meus braços fechando os olhos e agradecendo por ter conhecido aquela mulher, nada e nem ninguém poderia ficar entre nós pois éramos uma da outra.

O tempo passou rápido e era quase 3hs da manhã quando retornamos para o hospital, Jéssica estava exausta, quando entramos no quarto minha mãe estava sentada na poltrona ao lado da cama de Anna, nos aproximamos sem fazer barulho, mas acordou com a movimentação, dizendo:

-Nossa... Eu cochilei...

-Ela acordou mamãe?

-Choramingou um pouco, mas não acordou não, dorme como um anjo!

-A senhora está cansada e não podemos ficar todos aqui, vou chamar um taxi e a senhora leva Jessy para o meu apto., é o mais próximo do hospital...

-Vou ficar aqui Bia, vai você com sua mãe...

-Não, não... Você precisa descansar está aqui quase dois dias minha mãe irá cuidar de você, eu ficarei com Anna... Agora se vocês me dão licença...

Estava de saída quando Jéssica começou falar, mas minha mãe a interrompeu dizendo:

-Não adianta querida, quando ela põe uma coisa na cabeça não adianta discutir... Além do mais ela está certa você precisa descansar.

Ouvi aquilo e sai sorrindo, tinha visto um taxi parado no ponto próximo ao hospital, desci para falar com o motorista e pedi a gentileza dele esperar na porta que elas iriam descer em breve, voltei para o quarto e elas já estavam prontas, minha mãe provavelmente a convencera a ir, abracei minha mãe agradecendo pela ajuda e depois abracei Jéssica dizendo baixinho para ela:

-Eu cuido dela amor... Pode confiar...

-Eu confio em você!

A abracei forte apertando-a em meus braços e sussurrando em seu ouvido:

-Eu te amo...

Ela me olhou sorrindo, passou a mão em meu rosto e também sussurrou:

-Também te amo... Qualquer coisa me liga...

-Pode deixar... Amo vocês...

E foram, minha mãe a segurou em seus braços como se fosse sua própria filha, elas viraram o corredor entrei no quarto me aproximei da cama e sussurrei:

-Agora somos eu e você doçura...

Sorri beijando a testa da pequena e me aproximei da janela, o céu estava nublado mais a lua era resistente e sempre aparecia mostrando sua cara redonda iluminando toda a cidade, fiquei ali olhando pra ela até que a pequena se mexera na cama, me aproximei ela estava resmungando dormindo.

Sorri cobrindo as perninhas que ela descobrira ao se mexer e sentei velando o sono dela, pensando em sua mãe e em como uma pessoa poderia mudar nosso mundo quando resolve entrar nele, nos tornando pessoas melhores do que éramos... A vida realmente era uma caixinha de surpresa... A exatamente 1 ano atrás eu estava em meu apto., rezando para aparecer alguém que mudasse minha vida, se soubesse que aquele pedido fosse se realizar e ser bem mais do que fora pedido eu não acreditaria.

Joguei a cabeça no encosto do sofá esticando as pernas e olhando para o teto branco lembrando de todos nossos beijos, abraços... Das vezes que a surpreendi e vi que ela realmente gostara, estava na hora de fazer uma outra surpresa, dessa vez maior do que as outras, uma que realmente fosse pegá-la de surpresa... Olhei para a pequena deitada na cama e sussurrei:

-Dessa vez anjo você irá me ajudar...

E sorri com o pensamento a mil programando como seria essa surpresa, fechei os olhos por alguns segundos e acabei cochilando...

Fim do capítulo