Capítulo 5
A semana passara rapidamente dando lugar a sexta-feira. Como prometido à amiga, Beatriz realmente estava se esforçando para chamar a atenção da diretora. O dia nasceu bonito, sem nuvens no céu. Lá em cima, o sol brilhava pomposamente.
Horas e horas se arrumando. Finalmente a garota estava pronta. Usava uma maquiagem leve, apenas rímel nos olhos e um batom rosa. O deslumbre estava no cabelo. Liso em cima e a cacheado em toda a sua extensão. Havia pesquisado sinais corporais e táticas de seduçao. Apressou-se. Precisava chegar antes que a bela Helena percorresse os corredores.
Aparentemente, deu certo.
Antes que Helena chegasse ao colégio, estava na espreita. Deslumbrante. A espera da querida diretora.
Não demorou muito para que Helena chegasse.
Assim que a bela estacionou seu carro, lá estava ela. Beatriz ajeitou seu cabelo e foi.
- Está me vigiando diretora? _ Esboçou um sorriso.
- Claro que não, garota. Quando eu cheguei você já estava aí. Eu que lhe pergunto. _ Refez a pergunta enquanto retirava suas pastas do carro.
- E se eu estivesse? _ Falou piscando os olhos enquanto olhava para a boca da mesma.
- Guarda costas? _ Sorriu em tom de descontração.
- Que isso! Anda assistindo muito filme romântico? _ Levantou uma das sobrancelhas ao fazer a pergunta.
- Não vai me ajudar com as pastas hoje? _ Olhou-a.
- Claro que não, diretora. Vai que eu fico mal acostumada. _ Sorriu entortando a boca levemente para o lado esquerdo enquando passava a mão em seus cabelos.
- Prestou mesmo atenção em minhas palavras ontem, heim?_ Advertiu com um belo sorriso.
-- É difícil não prestar atenção em você, Helena. _ Piscou novamente o olho esquerdo, encarou-a por 5 segundos e saiu.
Helena ficara intrigada com tal comportamento. Notara a diferença com que a jovem lhe tratara. Ontem, parecia ter um pouco de receio. Hoje, apresentara uma enorme confiança e determinaçao em cada movimento. Helena não era tola, queria negar para si mesma, mas viu desejo nos olhos da garota.
Minutos depois, mais um passo planejado..
-Helena, queria falar com você. _ Pronunciou ainda à porta.
-Claro, querida. Entre. _ Falou lhe estendendo a mão direita e deslizando-a no ar.
- Então, ontem você me perguntou se estava acontecendo alguma coisa. Eu falei que não. Mas está acontecendo sim. _ Falou pausadamente.
- Sente-se. _ Mostrou-lhe uma cadeira a sua frente.
- Então, mas são problemas pessoais. Sei lá, não tenho com quem conversar. Queria uma opinião convicta, de alguém mais velha. Pensei em você. Pareceu-me tão perceptível a diálogos no estacionamento.
- Fique a vontade. Sobre o quê deseja falar? _ Perguntou olhando-a nos olhos. Aquele olhar parecia devorá-la.
- São meus pais. _ Mentiu.
- O que está havendo com eles? Estão lhe violentando? _ Em menos de um ano, vivenciara um caso semelhante, tendo como vítima uma aluna do primeiro ano. A menina com medo, procurou-a. Um dia depois o problema estava solucionado.
-Não, Helena. _ Olhou-a fixamente sem desviar o olhar.
- O que é então? Outra hora a gente conversa. O sinal já vai bater. _ Levantou-se e foi.
Helena sem entender, sentia-se confusa em relação aos pensamentos que tivera após esbarrar com a mesma no estacionamento. Outrora, parecia lhe desejar, tinha fogo no olhar. Agora tão fragilizada procurou-a em sua sala, com restrição na voz mal soube o que falar.
Um tumulto, movimentou o corredor principal. Alunos falando por todos os lados e no centro de uma enorme roda, o pivô da agitação. Dois alunos rolavam aos tapas no chão. Poucos minutos de confusão e lá estava ela toda de preto, andando com altivez até o local do incidente.
- Silêncio. _ Uma voz estrondante inundou os corredores. E o silêncio foi instaurado.
- Solta ele, idiota. A diretora Helena "tá" chegando. _ Falou um dos alunos em pânico.
- Não solto. _ Respondeu acertando mais um murro na cara do outro.
- Solte-o. Eu estou ordenando. _ Proferiu com autoridade.
- Cala a boca, sua imunda. Ele pegou a minha namorada. _ Respondeu com ódio no olhar.
- Tem 1 minutos para estar dentro da minha sala se não quiser que os seus pais venham lhe buscar na viatura. _ Virando as costas ajeitou seus óculos e voltou para sua sala.
Helena ficava extremamente sexy com aqueles óculos e quando estava brava, uma pequena ruga se formava em sua testa, deixando-a ainda mais sensual.
Como o ordenado, o aluno compareceu em sua sala e as devidas providências foram tomadas.
Pedro, como sempre, não perdeu oportunidade. Olhou para Beatriz com certo deboche nos olhos e falou:
- Nossa, Biazinha. Imagina ela te ordenando assim na cama.
- Vê se não torra a minha paciência, garoto. Eu estou trabalhando nessa idéia. _ Deu um pequeno tapa nas costas do garoto e continuou rindo _ E para a sua informação, espero que isso aconteça logo.
- Deita, eu estou mandando. Agora tira a roupa. Não ouviu o "agora? Isso é uma ordem _ Revidou fazendo caras e bocas _ Beatriz obediente ponto com. _ Gargalhou subitamente.
-- Agora eu já vou indo. Quero ir ao banheiro retocar o meu batom, senhor engraçadinho.
- E para quê isso tudo?
- Jura que você não sabe? Nossa, Pedro...você faz cada pergunta idota.
- Boa sorte então, você vai precisar. _ Beatriz lhe deu as costas e saiu puxando o braço de Nicole.
- Vamos, Nicole. Não gosto de ir ao banheiro sozinha.
- Tudo bem, também queria passar um batonzinho. Amei o que você está usando.
Nicole, ciente do interesse da amiga, resolveu entrar no jogo. Sua mãe, Dra. Cecília Maldonado era bem proxima aos Rezendes, prestando inclusive, serviços para a família. O aniversário de seu pai seria comemorado às 19:00 horas servido de um requintado jantar. A familia Rezende já estava convidada. A princípio, não convidaria Beatriz, mas diante dos fatos, se ela quisesse mesmo tentar algo com Helena, essa seria a oportunidade perfeita.
- É claro que eu topo. _ Pulou na amiga quase derrubando-a_ Era exatamente disso que eu precisava.
- Eu sei, mas seja discreta e vá exuberante. Não deixe ninguém perceber seu interesse por Helena. Meus pais são muito rígidos e Helena também. _ Falou ainda abraçada a amiga que não parava de falar, sorrir e espalhar beijos em seu rosto. _ Não sei se vai dar certo, mas não custa tentar, né? Maluquinha, maluquinha._ Completou, passando as mãos pelo próprio rosto.
- Eu vou ir super, super, super gata. Não quero nem saber, hoje depois da aula vamos às compras. Liga para a sua mãe avisando que vai almoçar na minha casa e logo após almoçarmos, ja sabe né? _ Piscou um dos olhou e jogou um beijo para a amiga que sorriu ao perceber a animaçao da outra..
..............
- Liga logo, vai...anda.
- Calma, Beatriz. "Tá" chamando.
- Faz ela atender então. _ Falava estericamente fazendo gracinhas para a amiga.
- Espera, caramba. Não dá para eu fazer isso, né? _ Olhou-a com olhar de repreensão.
- Mãe? _ Falou ao celular_ Eu vou almoçar na casa da Bia hoje, tá bom? Ela quer ir ao jantar do papai comigo. Depois vamos fazer compras.
- Está bem, mamãe. Antes das quatro estarei em casa. Não precisa, qualquer coisa eu pego um taxi. Te amo. Beijos. _ Falou desligando o celular.
- E aí? Ela deixou?
- Deixou, amorzinha. Você escutou a conversa. _ Gargalhou ao perceber a euforia que tomava conta de Bia.
- Nick, seus pais bebem vinho? Acabei de ter uma idéia. _ Falou olhando-a com expressoes um tanto suspeitas.
- Bebem sim, senhorita. O que você está pensando em fazer dessa vez?
- Nada demais. Apenas presenteá-lo com algumas garrafas.
- Você não bate bem da cabeça, Bia. Sério mesmo! Isso é loucura. _ Olhou-a com olhar de reprovação enquanto prendia os longos cabelos louros com um elástico verde.
- Não é não. Vamos escolher bons vinhos. Os mais velhos sempre adoram.
- Algo me diz que você quer embriagar a diretora.
- Está louca? Eu não quero embriagar ninguém. Quero apenas que ela se solte um pouco mais.
- Isso pode dar errado, sabia?
- Nao vai não, Nicole. Vamos sentar naquele banco ali. Daqui a pouco minha irmã vem nos buscar. _ Falou enquanto caminhavam.
- A Laísa?
- Sim, por quê? Que outra irmã eu tenho? _ Perguntou percebendo o interesse da amiga_ Não me diga que...
- Não, "cara". Eu não sou lésbica. Só brinco mesmo. Falo essas coisas mas não tenho coragem de ficar. Sei lá, é estranho.
- Estranho por que? _ Caiu aos risos.
- Para de rir e olha se o meu cabelo "tá" bom. Sua irmã acabou de chegar.
Beatriz olhando-a com um olhar desconfiado, puxou-a pelo braço e entraram no carro.
- Foi mal pelo atraso, chatinha. A mamãe não pode vir hoje. _ Falou uma linda morena dos olhos castanhos claríssimos, cabelos pretos e curvas vantajosas.
- Eu estou vendo e não gostei nada. _ Ajeitou-se no banco enquanto colocava sua mochila no banco de trás.
- Não dá idéia para ela, Laís. Ela "tá" no mundo da lua hoje. _ Disse encarando o belo sorriso da pessoa que olhava atenta pelo retrovisor.
- Viu o passarinho verde, garota? _ Cutucou a irmã que nesse instante colocava seus fones de ouvido.
- Vi seu ex com a atual dele. _ Procurou-a.
- Para com isso, Beatriz. Credo. Sua irmã está tentando ser gentil com você.
- E você ser gentil com ela. _ Interrompeu sem hesitar.
- Depois a gente conversa. Vou colocar meus fones também. Você não estava assim mais cedo.
- Relaxa, Nicole. Ela está assim só porque eu contei a ela dos longos beijos que eu já dei na diretorinha quando fazíamos faculdade.
- Xiiiiiiiiii... Está explicado então.
- Cala a boca, Laís. Ninguém te perguntou nada. _ Gritou tirando os fones de seu ouvido_ Se você é pega todo mundo eu não tenho culpa.
Laís abriu um sorriso vitorioso e continuou dirigindo em silencio.
Fim do capítulo
Será que Nicole fez o correto?
E quanto a Beatriz, o que será que ela aprontará?
#ContinuemAcompanhando
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