Capítulo 9: Luz para o amor
Durante todo o percurso não dormi, vi ao longe um grande acampamento com várias barracas armadas, estas eram de todos os tamanhos.
Quando descíamos perguntei ao soldado o que iria acontecer com os zumbis e o que restava da estrutura da cidade, ele foi rápido em me responder que seria demolida, iriam explodir tudo.
Desci com Lisa e os outros, passaríamos por mais exames mais apurados e por um trabalho de identificação.
Após a execução dos mesmos começamos a procurar os outros, passando primeiro em uma barraca de informações, lá identificamos os nomes dos nossos amigos.
Conseguimos encontrá-los, mas não todos.
-- Sua irmã deve estar com a minha -- falei para Lisa quando procurávamos as barracas.
Cada barraca era identificada por números, por serem todas da mesma cor do exército, não demoramos a encontrá-los.
Entramos na barraca, era de um porte médio para umas cinco pessoas, estava apenas minha irmã e o Adam.
-- Lila, Adam! -- eles estavam deitados dormindo.
Minha irmã despertou e me abraçou, em seguida foi meu cunhado.
-- Cadê a Jane? -- Lisa logo perguntou.
-- Está com seus pais -- Lila respondeu.
-- Eles estão aqui?
-- Sim, nos encontramos sem querer e Jane ficou com eles.
-- Onde?
-- Na barraca 62.
-- Vou lá -- ela me olhou, deu um selinho e saiu.
-- Posso ficar com vocês aqui? -- perguntei já deitando no meio deles.
-- Não! -- Adam disse brincando.
-- Então não serei madrinha do casamento de vocês!
-- Grande argumento -- minha irmã abraçou-me novamente.
Ficamos conversando até eu não conseguir mais evitar e perguntar pelos outros.
-- E os outros?
-- Não sobreviveram – Adam contou triste -- Quando saíamos do rio haviam muitos zumbis, tivemos que correr, Afonso e Neide ficaram para trás, Cléber tentou ajudá-los e você imagina o que aconteceu...
Abracei forte minha irmã e o Adam por eles estarem vivos, estava muito triste por todos os outros não terem sobrevivido.
Ainda ficamos conversando na barraca até uma Jane eufórica entrar pulando sobre mim.
-- Sabia que você não morreria e ainda salvaria minha irmã -- a menina me abraçava.
-- Vem, vamos conhecer meus pais -- Lisa disse nos olhando da entrada da barraca.
-- Melhor não! -- não estava preparada.
-- Vamos! -- ela insistiu.
Fui carregada pelas irmãs que estavam felizes por estarem reunidos depois de muitos dias separados.
-- Lisa, seu pai provavelmente sabe meu currículo -- disse baixo.
-- Calma! Ele não irá fazer nada, até porque falei que você salvou minha vida -- ela segurou minha mão.
E naquele dia ele não fez nada mesmo, apenas conversamos brevemente, ele estava muito ferido havia passado muito sufoco também.
A mãe de Lisa estava sendo voluntária e cuidando dos que se salvaram.
Passamos muitos dias no acampamento, a nossa ex-cidade havia sido implodida, assim tive que me enturmar com todos, ajudar e trabalhar muito.
Fiz meu trabalho de “detetive” e descobri com Daise que estava no acampamento junto com as crianças da escola o porque da Lisa não reconhecer ela e a Daiane. A história é longa, mas simplificando foi uma traição do meu “sogro”, ele reconheceu elas como filhas, mas tanto Lisa como a mãe não queriam ter contato com elas, coisa que era absurda na minha cabeça.
Com os dias passando comecei a entrar no assunto com Lisa que não me ouvia, um certo dia peguei a sobrinha e coloquei nos braços dela, ainda tive a coragem de mandar ela jogar a criança ao chão se não sentisse nada por ela, claro joguei sujo, mas foi só a partir daí que Lisa diminuiu a resistência sobre esse assunto.
Estávamos namorando sério e eu era frequentemente “vigiada” pelo pai dela, que me obrigava a fica na linha, coisa que realmente estava tentando.
Lisa durante os dias que ficamos no acampamento ela também fez serviços voluntários, haviam muitas pessoas feridas ainda que precisavam de ajuda.
Após uns dias fomos todos transferidos para um alojamento em uma cidade próxima, onde os zumbis não haviam chegado.
Continuava mantendo contato com Lisa e Jane, mas agora todos recomeçavam suas vidas. Inclusive eu, já havia começado a “trabalhar”.
Para minha sorte, meu “sogro” disse que a implosão da cidade havia queimado todos os arquivos, concluindo minha ficha estava limpa, mas eu deveria continuar andando na linha, já que tive uma segunda chance.
*********
Um determinado dia Lisa chegou com uma conversa nada agradável para mim.
-- Não vou continuar te namorando se continuar como era antes -- falou séria.
-- Não estou mais roubando! -- me defendi.
-- Está sim, semana passada me deu um colar, ontem uns brincos, pensei que eram baratos, mas procurei saber e não gostei nenhum pouco, é tão difícil encontrar uma profissão?
-- Ah, claro! Você teve uma base familiar e sempre estudou, eu não sei fazer nada!
-- Tente! Sua irmã e seu cunhando se casaram, mudaram de vida, trabalham, porque você não entra no negócio deles?
-- De pintar casa?
-- É.
-- Mas não dar para ganhar nada.
-- Pelo menos é dinheiro digno, não roubado, já dei meu recado – ela pegou a bolsa e fez que iria embora.
-- Não vai dormir aqui hoje? -- fiquei ao lado da porta.
-- Não!
-- Porque Lisa? Mal namoramos essa semana!
-- Porque você é uma mentirosa, quando vai crescer e ser verdadeira?
-- Não quero brigar.
-- Sabe que eu tenho razão.
-- Você tem razão Lisa, satisfeita?
-- Não quero só ter razão, quero que você mude! -- ela tentou passar por mim.
-- Vou tentar, mas não é fácil.
-- Se não conseguir vai me perder -- ela queria sair e mais uma vez não deixei. – Rachel? Tenho aula!
-- Fica vai! Você não vai se arrepender.
-- Vim apenas dar o recado, não posso perder a aula.
-- Pena que vai!
-- Não faz isso! -- ela tentava não corresponder ao meu beijo -- Preciso ir!
-- E porque não deu o “recado” por telefone? -- beijava seu pescoço -- Porque queria outra coisa, assume amor!
-- Não venha com “amor” só porque você quer sex*!
-- Lisa, assim perco a paciência!
-- Eu que perco! -- ela gritou -- Vou indo!
-- Vai não!
-- Vou sim.
Ficamos em uma insistência idiota até minha paciência acabar de verdade, peguei-a e coloquei em meu ombro, fomos até o quarto. Ela me batia para solta-la, mas não o fiz.
Coloquei-a em minha cama e logo fiquei sobre ela, não queria dar chance para ela sair de verdade.
-- Tenho... Uma aula... Importante -- ela dizia entre nossos beijos, e eu claro, já desabotoava sua roupa.
-- Depois você pega a matéria -- eu falava e continuava retirando sua roupa.
-- Não é teórica -- ela não conseguia resistir -- É prática.
-- Tenho certeza que você recupera de alguma maneira -- falei quando introduzia meus dedos em sua entrada -- Agora para de falar!
Ainda era cedo da manhã quando Lisa havia chegado, só saiu da minha casa tarde da noite, me xingou muito por “eu” ter a feito perder a tão importante aula.
Os dias se tornavam parecidos, namorávamos, ela me xingava pela minha vida, mas não me deixava.
Percebia o esforço dela em me aturar, eu concordo que não era nenhum um pouco fácil.
Depois de uns dias de reflexão, entrei no negócio da minha irmã de pintar casas, não tinha habilidade nenhuma e até odiava, o Adam me mudou de várias funções, passava de pintar porta, para pintar janelas, depois para pintar moveis, sempre pedia a eles que me deixassem ficar com a parte financeira, mas nunca eles me deixavam, isso porque eles me falavam na minha cara que eu não era confiável. Como pode? Era difícil, minha vida já tinha mudado bastante, tentava me “ajeitar”, mas não tinha muito sucesso, sempre tinha alguma recaída e conseguia a coisas do jeito mais fácil.
Lisa uma vez ou outra me levava para jantar na casa dos seus pais, eu só ia quando ela aceitava minha chantagem, eu fazia claro, ela tinha que ir nos jantares das meias-irmãs quando éramos convidadas.
O bom do jantar na casa dos pais dela era minhas conversas com Jane, a menina cada vez ficava mais esperta. A mãe dela não me “admirava” muito, mas reconhecia que fazia bem a sua filha, já o pai eu conversava mais, mas coisas limitadas.
Aos poucos nossas vidas iam se encaixando
********
15 anos depois...
-- Mãe conta a história da época dos zumbis de novo! -- era José me pedindo.
-- Qual parte você quer ouvir? -- perguntei.
-- O final.
Quando iria começar a contar Lisa entrava na sala com Marina nos braços, me levanto do sofá, no qual, estava deitada e dou espaço para sentar.
Tínhamos uma bela casa, eu ainda continua trabalhando com minha irmã e meu cunhado, agora tínhamos uma pequena empresa de reformas de imóveis, Lisa haviam se formado e trabalhava com os pais em uma clínica que a família havia aberto.
José tinha 13 anos e Marina três meses, adotamos o José e depois de um grande tempo juntas Lisa quis ter um bebê, e para nossa sorte deu certo de primeira.
-- Mãe conta! -- era José já irritado pela minha demora.
-- Tá, vamos lá! Estava eu e sua mãe no apartamento da sua tia Daiane. Já tinham uns 50 zumbis na cobertura do prédio, tínhamos poucos minutos de vida, seu tio você sabe que é bunda mole, né?! Ficou com medo aí só sobrou pra mim, tive que lutar contra todos e olha que eu não tinha nem arma.
-- Para de mentir amor! -- Lisa dizia no meu ouvido sorrindo.
-- Acabou com todos os zumbis? -- ele continuou a perguntar.
-- Um por um, só batia na cabeça, eles eram muito lentos e então sempre conseguia sobressair.
-- José não acredita na Rachel, essa não é verdadeira história -- Lisa tentava alerta-lo.
-- Eu sei mãe, mas adoro ouvir essa! -- ele disse para minha alegria e fiquei ainda mais radiante quando vi o biquinho de descontentamento de Lisa.
Foi necessário um beijo para ela desfazer.
-- E nessa época as duas trabalhavam em quem? -- ele perguntou.
-- Eu apenas estudava medicina -- Lisa disse rápido.
-- Ah! Eu era a maior ladra da cidade, roubava carros, joias, dinheiro, tudo que você imaginasse -- falei em tom brincalhão.
-- Mãe fala a verdade! -- ela pediu.
-- Mente tanto que até quando fala a verdade ninguém acredita, acha que não sei da história da churrasqueira?! -- Lisa disse em meu ouvido.
-- Que história amor? -- perguntei disfarçando minha “falta” de conhecimento sobre o assunto.
-- Idiota! Mentirosa! -- ela disse para não perder o costume -- Está na hora de ir dormir José, amanhã acordo você cedo para aula.
-- Ainda tá cedo! -- ele disse quando Lisa falou.
-- Então deixo você jogar vídeo game e assistir TV só um pouquinho.
Ele correu para o quarto, se demorasse um pouco Lisa mudaria de ideia.
-- Estou esperando! -- Lisa me falou.
Era domingo, havia feito um churrasco em comemoração aos meus 45 anos, minha irmã já havia ido embora com meus três sobrinhos e meu cunhado, os familiares de Lisa compareceram e também já tinham ido, só a Jane que não compareceu, pois havia dado a luz a um menino há dois dias.
-- Rachel?
-- O que você quer saber amor?
-- De como você tem coragem de mentir descaradamente pra mim ainda depois de todos esses anos?!
-- Peguei a churrasqueira emprestada do nosso vizinho, mas esqueci só um detalhe... De pedir pessoalmente a permissão dele antes.
-- E como você fala assim tão tranquilamente? Dar uma vontade de te bater!
-- Mesmo? -- aproximei-me mais dela.
-- Você vai devolver agora.
-- Agora não, amanhã eu devolvo!
-- Agora! Ele veio bravo falar comigo.
-- Amanhã, ele só está bravo porque eu não o convidei para o churrasco.
-- Você também né? O que custava chamá-lo?
-- Ele é chato, só fala coisas sem sentido, o que presta nele eu peguei... -- falei sorrindo para “ganhar” algumas tapas da Lisa.
-- Te odeio! -- ela disse.
-- Eu sei, mas vamos lá no quarto preciso ter certeza, sabe? -- ela sorriu dessa vez.
-- Vamos, você vai me pagar por mentir, mas antes vou colocar a mariana no berço.
FIM!
Fim do capítulo
Olá, meninas!
Chegamos a último, quero agradecer a todas que leram e comentaram.
Obrigado!
Feliz Natal
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cidinhamanu
Em: 08/01/2017
Olá Dyh, tudo bem?
Essas duas são fogo, muito lindo o capitulo.
Parabéns lindo o final delas, casaram, tiveram filhos e agora são uma linda familia.
A Lisa vai precisar se cuidar muito para aplacar o apetite da Rachel. kkkk
Rindo horrores com a Rachel, ela não tem jeito, ela é uma teimosa e junta com o gênio da Lisa, se torna uma relação intensa e explosiva.
Bjus e até a próxima!!
Cidinha.
PS: partindo agora para ler Vivendo o amor, espero que seja tão boa quanto essa...
Resposta do autor:
Olá, cidinhamanu!
Fico feliz em saber que tenha gostado, esse casal é bem intenso mesmo! E toda essa loucura em volta, fica ainda ainda mais forte as coisas entre elas.
Bjss, espero que goste de Vivendo o Amor!
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Mille
Em: 31/12/2016
Oi Dyh tudo bem?
"Desejo a você…
365 dias de felicidade.
52 semanas de saúde e prosperidade.
12 meses de amor e carinho.
8760 horas de paz e harmonia.
Que neste novo ano você tenha muitos motivos para sorrir!"
E muitas inspirações para nos presentear com lindas histórias. Abraços
Resposta do autor:
Olá, Mille!
Obrigada!! Desejo tudo de bom para você e sua família, que realize todos seus sonhos.
Logo estarei de volta.
Bjss
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Mille
Em: 24/12/2016
Ola Dyh
Acabou com gostinho de quero mais, gostei que a Raquel conseguiu casar e ter filhos com a Lisa e ainda ter uma nova chance de recomeçar o que mim fez rir com a história da churrasqueira. Kk
Bjus e até os próximos trabalhos.
Um Feliz Natal cheio de alegrias, paz, saúde, amor e inspirações. Abraço!
Resposta do autor:
Olá, Mille!
Fico feliz que tenha gostado. Depois de tanto tempo acontecimentos, Rachel ainda tinha passar por esse da churrasqueira né kk!
Obrigado, te desejo tudo em dobro.
Bjss
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