Eram 6:30. o despertador toca acordando Anastácia, que acorda lentamente. A ruiva olha ao seu redor, estava um pouco confusa por conta dos remédios que tinha tomado para dormir. Pega seu celular para ter certeza do que estava acontecendo, e lá estava a mensagem de Beatriz, e suas milhões de tentativas de comunicação com ela. Era real, aquilo estava mesmo acontecendo. Anastácia se sente sufocada com um aperto no peito, e sua única reação é apoiar seu rosto em suas mãos e começar a chorar desesperadamente. A ruiva estava inconsolável. No entanto, tenta secar suas lágrimas ao ouvir passos do lado de fora do quarto, não queria ter de se explicar. Após alguns segundos Lily entra em seu quarto, estava preocupada que não havia descido ainda.
- Minha filha, está tudo bem? o que houve? - e então a ruiva percebe que já eram 7 horas, passou meia hora chorando. 
- Nada mãe, eu estou bem! - diz ao se levantar e se direcionar ao banheiro para desviar os olhares de sua mãe, afinal, ela não sabia mentir. 
- Meu bem, você não me engana... é aquela menina? - as palavras saem da boca de Lily como facas atingindo Anastácia, a qual imediatamente congela, ficando imóvel, mantendo o ambiente em silêncio por alguns segundos, até que consegue responder.
- Que? Qu-que garota mãe?? - Lily vai até ela e a abraça, lançando-lhe um olhar acolhedor, tentando mostrar que estava tudo bem. 
- Any, eu não sou boba, me contaram que você está apaixonada por uma tal de Bia, acho que sua namorada... - Anastácia arregala os olhos, não fazia ideia de como sua mãe poderia saber daquilo, não sabia como reagir, era como se tivessem acabado de tirar o seu chão, e ela não sabia onde se apoiar, e então volta a chorar.
- Ei, ei! Não chore minha menina, eu só comentei porque te vi mal, eu não me importo, tudo bem? Eu só quero que você seja feliz! - a ruiva fez que sim com a cabeça e então lhe deu um forte abraço, e se apressou em falar em um desabafo.
- Ah mãe! Ela está em perigo, eu sei que está! Ela mandou mensagem e-e - Lily colocou as mãos em seus ombros para desacelerá-la, pois sabia até onde isso podia levá-la e finalmente diz - Olha, você toma café e vai para a escola, e eu tento conseguir alguma coisa daqui, tá bom? - Anastácia assente com a cabeça e diz que vai se vestir, então sua mãe desce para esperar na cozinha.
           Uma calça jeans. Tênis vinho de cano médio. Uma blusa preta com 92 e Lovatoescritos nas costas. um semblane triste. Anastácia estava pronta, mas não usou o celular, não queria conversar, nem mesmo com Juliet. Dando-se por vencida desce as escadas até a cozinha, onde Lily a esperava já com seu café pronto. Anastácia pega seu café, coloca Wildfire em sua playlist, se despede de sua mãe e se dirige até a porta.
- Se cuida meu anjo! - diz sua mãe ao vê-la sair, mas baixo demais para que ela pudesse ouvir. 
            A ruiva segue para a escola, já desanimada por saber que teria que se explicar para juliet, e nesse momento não tinha forças para nada, ela estava apavorada. Ao chegar no portão Juliet a esperava com um olhar de raiva, afinal sua amiga não dera notícias, e ela se preocupava muito.
- Waldorf, você me mata um dia... - a puxa para um abraço apertado, mas em seguida lhe dá um leve tapa no braço. - O que aconteceu little girl? Porque você nem se quer falou nada? - continua, queria saber quem era que estava mexendo com sua melhor amiga.
- Panda, eu tenho duas coisas pra te contar, vamos começar pela boa? - Juliet apenas assente com a cabeça e gesticula para que ela proseguisse. 
- Ah Panda! A minha mãe sabe, eu não sei como, mas sabe... - a baixinha se espanta e arregala os olhos, ela definitivamente não esperava essa notícia - ... ela foi tão carinhosa e amorosa comigo Panda! - começa a chorar e falar entre seus soluços - eu tinha medo de contar a ela, e ela foi tão boa comigo, ela é a melhor mãe que existe!!! - a baixinha a abraça, encaixando a cabeça de Anastácia em seu peito para confortá-la, mas quando a ruiva finalmente consegue se recompor, explica que ainda faltava a parte ruim. 
- Ruim o suficiente para ser urgente depois dessa notícia? - pergunta Juliet, revirando os olhos. 
- PANDA! Beatriz está em perigo, real!! - e então pega seu celular para mostrar a mensagem a ela, e nesse exato momento seu celular vibra. Ao ver quem era fica imobilizada, o que faz com que Juliet tome o celular de sua mãe e abra a mensagem.

[B]: Anastácia... No parque, 14:15, vá sozinha!!

Juliet se assusta com o tom da mensagem e finalmente cai a ficha de que sua amiga não estava brincando, e então ela mesmo responde a mensagem pela ruiva.

[A]: Porque sozinha? Bia, o que está acontecendo?
[B]: Any por favor... não complique mais as coisas, só esteja lá!

Anastácia sai de seu congelamento e toma o celular da mão da baixinha com certa brutalidade, não queria mais mensagens. A cada vez que o celular vibrava aquilo se tornava mais real, e isso era algo que ela não podia suportar.
- Vamos para a aula, okay? - diz e puxa Juliet para subirem, esta resolve ficar em silêncio  para não piorar as coisas e a acompanha.
           Anastácia pensou que a aula iria demorar uma eternidade, mas permaneceu tão avoada durante toda a duração da aula, que nem se quer viu a hora passar. Mal sabia que não seria ai que o tempo ia parar. O sinal tocou, eram 14 hrs. E então sai em disparada, mas Juliet a para antes de descer segurando-a pelo braço.
- Panda, vai pra casa, okay? Deixa eu resolver isso sozinha, e depois eu te conto. - A baixinha revirou os olhos, mas acabou cedendo.
- Okay, mas se cuida, tá bom? - a abraçou e foi embora.
           Anastácia foi para o lugar onde deveria encontrar Beatriz. Já eram 14;15, e nada. O tempo começou a se arrastar da forma mais torturante possível, e a ruiva se corroía por dentro. Quando deu 15 horas em ponto e a ruiva estava pronta para ir embora e desistir, percebe um movimento. Reconhece o cabelo curto que adorava bagunçar, mas a silhueta estava magra demais, e o olhar castanho que tanto gostava estava com um ar amedrontado.
- Bia, como eu estava preocupada, e como senti sua falta! - abre os braços e se joga para cima de Beatriz, dando-lhe o abraço mais apertado que era capaz de dar. 
- Eu também estava morrendo de saudade Any... - a afasta um pouco com as mãos em sua cintura. - Eu não posso demorar, eu precisava te ver, te abraçar, sentir o calor da sua pele, mas eu tenho que ir... eu prometo que o mais breve possível vou resolver tudo para nós duas, okay? - a ruiva se preparou para fazer um discuro de como ela poderia ajudar no que quer que fosse, mas Beatriz lhe dá um selinho e vai embora as pressas, deixando-a desolada.
           A ruiva dirigi-se para casa, segurando o choro por todo o caminho. Ela definitivamente não parece estar bem, ah Bia! Passava pela cabeça de Anastácia, deixando-a desesperada. Ao chegar em casa dá graças a Deus de que seu irmão estava na casa de um amigo, e sua mãe... bom, tinha ido para algum lugar, e sobe correndo para seu quarto, onde se debulha em lágrimas. Anastácia passa o resto do dia variando entre crises de choro e de ansiedade. até que seu celular vibra. Vai até ele imaginando que fosse Juliet. Desbloqueia a tela sem nem se preocupar em ver o nome, porém deveria. Abre o whatsapp e se depara com a conversa de Beatriz. Meu deus, é ela!!! Por favor que seja algo bom!!! Pensou ao começar a ler a mensagem.

[B]: Any... desculpa tudo estar sendo assim, e eu não estar te dizendo nada, mas eu vou tentar, okay? mas por favor, promete que vem sozinha... eu não posso colocar mais gente em perigo, e você é importante demais para mim!
[A]: Eu prometo, me diz o que posso fazer!

A ruiva responde quase que imediatamente, passando a estar ligada no 220, com a adrenalina em alta, a ponto de surtar.

[B]: Amanhã estarei as 6:15 atrás da sua casa, esteja lá por favor, não quero ter que entrar!
[A]: am... da minha casa? okay... eu acho, estarei lá! mas Bia, você está bem???

Anastácia não obteve mais resposta. ela precisava dormir, porém estava nervosa demais para que conseguisse se quer cochilar. E então passou a madrugada vendo a hora se arrastar e torturá-la. Eu preciso que chegue amanhã!! Pensava enquanto rolava de um lado para o outro na cama. 

Fim do capítulo