--Estela? Mas o que você está fazendo aqui? Não era para está de plantão – Yasmim levanta rápido aproximando-se da mulher que nada falava apenas olhava para frente um olhar vazio – Meu amor deixa eu te explicar, por favor, fica calma – Pegou nos ombros da loira que só ao sentir o toque voltou a si e começou a assimilar o que estava acontecendo ali.

--Não me toca – Olhou com raiva para Yasmim. –Eu realmente não acredito nisso – Deu as costas e saiu.

--Estela, amor espera, vamos conversar – Tentou ir atrás da mulher que não parou,nem ao menos olhou para trás, ela saiu do seu prédio caminhando sem rumo, não sabia o que fazer, não conseguia pensar, entrou em um bar que estava aberto. –Me ver uma tequila – Sentou no balcão.

--Nossa moça vai começar com tudo hein ? -  O garçom entregou e deixou ela ali, depois da terceira dose pegou o celular e ligou para sua amiga.

--Val onde você está?

--No hospital, por quê?

--Vem me ver?

--Aconteceu alguma coisa?

--Aconteceu vem pra cá

--Onde você está?

--Espera –Virou para o garçom perguntando para o endereço, disse a amiga que estranhou o  local, mas saiu para atender a amiga.

--Ei o que houve para você está aqui  - Olhou para uma pequena torre com cinco copinhos vazios ao lado.

--Val  - Assim que ela viu a amiga não conseguiu mais segurar o choro, abraçou a amiga que silenciou e apenas tentou acalentar a amiga, a levou ate uma mesa e depois de dez minutos a loirinha conseguiu se acalmar.

--Pronto agora me diz o que houve?

--Flagrei a Yasmim trans*ndo com outra na nossa cama. – Disse levantando a mão para o garçom trazer outra dose.

--Serio amiga? – Ficou espantada – Que vadia, o que você fez?

--Nada, eu apenas sair andando ate que parei aqui, não sei o que fazer, estou sem chão sabe- Parou de falar quando o garçom aproximou-se, em vez de pegar o copo pegou a garrafa da mão dele e pediu outro copo – Bebi comigo?

--Tudo bem amiga, vamos beber e afogar as magoa. – A amiga entendia como a cabeça da loirinha funcionava, sabia que ela não pensaria direito no que fazer naquele momento.

--Eu não sei onde eu errei Val, eu amo aquela mulher ela está tatuada em mim – Bateu na costela onde tinha uma flor de jasmim tatuada. – O que eu fiz para ela fazer isso comigo? – Falava com a voz pastosa pelo alto nível de álcool que estava no seu sangue.

--Agora nós vamos para casa, já estamos bêbadas – Valeria que enganou mais que bebeu pediu a conta e saiu puxando a loira. –Vamos de Taxi, você fica lá em casa hoje.

--Não, eu quero ir pra casa das mães – Disse já na frente do bar

--Tem certeza que você quer que elas te vejam nesse estado?

--Quero ir para casa – Voltou a chorar Valeria deu a mão para um taxi que passava e logo entraram.

--O que houve? – Emile perguntou ao ver a filha entrando no colo de um dos seguranças da casa.

--Estela ? Filha? --  Carol correu para ver o que a filha tinha.

--Não se preocupe ela está bêbada, coloca ela ali no sofá – Valeria pediu ao segurança que atendeu e saiu.

--Mas o que deu nela para beber assim? Ela nunca fez isso – Emile disse olhando Carol examinando a filha que estava desacordada.

--Uma longa historia, mas adiantando, ela pegou a Yasmim com outra. – As mais velhas olharam espantada com a informação

--Como assim com outra? A Yasmim estava traindo ela?

--Estava dona Carol, ela não me contou muito, quando cheguei ela já não estava sóbria, pediu para vim para aqui.

--Vamos dá um banho nela- Levaram ela para dentro do quarto e após do banho jogou a loirinha na cama e a deixaram dormindo.

--Que cafajestagem a Yasmim. – Emile disse assim que entraram na sala.

--Isso é mesmo não sei como... – Pararam de falar ao escutarem a campainha, da casa, logo Emile foi abrir

--Ela está aqui? – Yasmim entrou na casa com os olhos inchados pelo choro.

--Como você ainda tem a cara de pau de vim atrás dela? – Valeria levantou para tirar satisfação

--Fica fora disse Valeria, - Olhou para as mais velhas. –Onde ela está?

--Está dormindo – Ela fez menção de subir, mas Emy segurou em seu braço. –E você não vai ate lá.

--Mas eu preciso conversar com ela, tenho que explicar.

--Você vai explicar, mas não hoje deixe-a te procura, sinceramente Yasmim não esperava isso de você. – Carol disse 

--Nem eu tia, nem eu – Saiu de cabeça baixa, caminhou ate o jardim e sentou-se próximo a piscina, alguns minutos depois sentiu a presença de alguém sentando ao seu lado.

--Não é melhor você ir para casa, descansar amanhã vocês conversam.

--Não estou com a menor vontade de descansar, como eu fui tão fraca Tia Emy?

--Isso só você pode responder, você gosta da outra?

--Não tia, sabe eu pensei que nunca poderia fazer isso, mas estávamos passando por um distanciamento esses últimos tempos, ai essa enfermeira apareceu, há mais de um mês ela vem insistindo e não sei o motivo que não recuei, dai semana passada ela entrou no meu consultório e me agarrou eu não hesitei e rolou, e hoje a tarde ela chegou lá em casa, não sei como ela sabia onde eu moro, mas outra vez fui fraca e sinceramente nem eu estou conseguindo olhar o meu reflexo no espelho. – Deixava as lagrimas escorrerem enquanto olhava para a piscina.

--Eu não posso te dar nenhum conselho agora Yasmim, mas o que eu posso ti dizer não faça do seu erro uma penitencia e sim de ensinamento.

--Como não vou me penitenciar se eu fiz isso com a mulher que eu amo?

--Será que ama mesmo? Não estou duvidando dos seus sentimentos, mas às vezes confundimos os sentimentos ou deixamos ele sumir, muitas vezes é porque ele não é firme ou não está sendo mais tão importante quanto se deve

--Dai agimos assim? Fazendo o outro sofre? Traindo ? Não sei tia realmente não sei como fui capaz.

--Faz assim eu peço para o motorista te levar para casa, dai amanhã com a cabeça mais fria vocês conversam, é o melhor a se fazer.

--É a senhora tem razão, mas vou para a casa das minhas mães creio que preciso de uns puxões de orelha dona Marina.

--É conselhos de mãe sempre são os melhores.

--Eu fiquei tão triste quando a dona Irene faleceu, senti muita falta dela?

--Muita, mas acho que ela cumpriu sua missão aqui eu fico triste pelas saudades, mas sei que ela está entre nós.

--É isso, amanhã venho conversar com ela, vocês vão deixar?

--Se ela quiser, só não deixamos você subir por dois motivos, um nunca é bom conversar com a cabeça cheia e dois ela estava bêbada.

--Ela não é muito forte para bebida.

--Não saiu à mãe – Emile disse e a outra deu um sorrisinho mínimo

--Então vou lá, desculpa por isso tia. – Saiu caminhando lentamente para seu carro.

--O que estavam conversando Emy?

--Ela não está bem Linda- Disse vendo a loirinha alisando os cabelos loiros da filha que dormia

--Ela foi uma bela de uma safada ela não merece peninha, olha o estado da minha menina.

--É ela foi uma bela vadia – Valeria disse saindo do banheiro.

--É ela fez errado sim, porem não sabemos o que está acontecendo entre elas, não vamos julgar.

--Você está defendendo ela Emy?

--Não Carol, estou apenas falando que não podemos Julgar ela nem ninguém e outra isso é uma assunto delas não podemos nos meter.

--É, por esse lado a senhora tem razão, eu acho que... – Valeria foi interrompida pelo o celular de Estela que tocava. – É o Toni

--Deixa eu falar com ele – Carol atendeu

--Estelinha onde você está? Sentir um aperto no peito.

--Oi filho, ela está aqui conosco está dormindo.

--Como assim ai? Aconteceu alguma coisa mãe?

--Mais ou menos meu amor, não se preocupe, amanhã ela te explica.

--Não foi nada serio não é?

--Um pouquinho, mas não fica preocupado com isso.

--Tudo bem, beijo, dá um beijo em mainha também.

--Dou sim meu amor, boa noite. – Desligou, assim que desligou escutaram o celular de Emy tocando

--Mainha a senhora sabe da mana?

--Ela está aqui Gui, ela está bem

--Aconteceu o que mainha?

--Não se preocupe ela está dormindo.

--Tá bem, ate amanhã.

--A Paolinha já ligou hoje?

--Já ela vai passar as férias aqui, está empolgada com um concerto disse que vai se apresentar em toda Europa.

--Ela comentou quando me ligou, estou com saudades.

--Nós também estamos, mainha vou desligar. – Guilherme despediu-se e desligou.

--Como eles souberam que aconteceu alguma coisa? – Valeria perguntou

--Eles sempre tiveram esse tipo de ligação.

--Pensei que era mentira, mas agora começo a acreditar, bem já vou amanha eu apareço – Valeria despediu-se e foi para casa.

--Vamos jantar linda, ela não acorda hoje – As mulheres desceram para a jantarem, após acabar foram assistir algo na televisão não demorou para escutar a porta abrindo, Toni e Gui foram em sua direção.

--Boa noite, o que houve com ela? – Toni perguntou

--Pegou a Yasmim com outra – Carol respondeu enquanto eles sentavam no sofá

--Como assim, que bandida eu não acredito nisso. – Toni ficou surpreso

--Como a mana está?

--Ela chegou bêbada e chorando, colocamos ela para dormir

--Eu vou lá – Toni disse levantando rápido

--Eu também vou – Eles subiram e como demoraram muito as mulheres subiram para ver o que estavam fazendo, entraram no quarto e viram os dois garotos abraçados com a irmã os três dormiam imprensados na mesma cama.

--Esses três não tem jeito mesmo. – Emy sorriu fechando a porta.

--Liga para a Anne e diz que o Gui pegou no sono, vou dormir também. – Emy fez o que a esposa pediu e foi para o quarto.

--Linda será que a Estelinha vai perdoar a Yasmim? – Disse deitando enquanto a esposa passava alguns cremes antes de dormir

--Se bem conheço a nossa filha acho que não, dentre um dos motivos é que ela odeia traição e eu já tinha notado há muito tempo o casamento delas desgastado.

--Eu também notei, mas não podemos nos meter.

--É interessante não é criamos os filhos com tanto zelo e amor para depois ter que deixar eles fazerem o que quiser da vida.

--É amor podemos até tentar ajudar, porem é difícil interferir.

--Vamos ver no que vai dá, só espero que minha menina não sofra.

--Eu também amor, e se sofrer estaremos aqui ao lado dela.

--Sempre, agora vamos dormir- Abraçou sua loirinha que logo dormiu.

Fim do capítulo