BEATRIZ

Depois daquela troca de olhares entre mim e Heloísa, minha vida voltou a ser como antes... Aqueles sonhos voltaram com mais frequência. Por mais que eu pedisse a Deus para que tudo aquilo acabasse, nada adiantou... Eu estava a ponto já de enlouquecer. As outras irmãs sempre me perguntavam o que estava acontecendo comigo, mas nada podia dizer, pois acho que elas não entenderiam.

O tão esperado domingo chegou, a Irmã Rita e eu fomos bem cedinho para o orfanato, para organizarmos tudo.

Lá pelas 8:00 horas, fomos para a chácara do padre Mateus. Como ele iria depois do meio dia, pois ainda teria que celebrar uma missa no período da manhã, a irmã e eu, junto com alguns funcionários que trabalhavam no orfanato fomos para a chácara sem ele.

Estando no ônibus junto com todas aquelas crianças, eu estranhei algo. Bruno não estava ali. Como ele gostava muito daquelas crianças, havia pensado que ele também estaria naquele passeio.

-Bruno hoje irá mais tarde- Irmã Rita que estava sentada ao meu lado disse- Ele irá junto com a Heloísa, a neta da Ângela- Quando ouvi a irmã dizer que a Heloísa também iria, o meu coração começou a bater forte em meu peito. Isso não poderia estar acontecendo.

-Heloísa?- Perguntei e levei a minha mão até a minha nuca... Como meus cabelos eram bem curtos, toquei a minha nuca sem sentir nenhum fio de cabelo entre os meus dedos.

-Sim, algum problema, irmã?- Ela me encarou e ficou a espera de uma resposta.

Engoli em seco- Não, irmã, só que achei que só era para as pessoas que costumavam a cuidar das crianças do orfanato- Falei um pouco sem graça e ela riu e olhou para Laurinha que estava em uma cadeira ao nosso lado.

-A Heloísa sempre vai  ao orfanato, para poder visitar a Laura... Graças a ela, aquela garotinha começou a se enturmar... Ela não costumava a brincar com as outras crianças- Ela falou e olhei para Laura que estava conversando com uma outra garota.

Ao ver que Laura estava muito bem, um sorriso se formou em meus lábios e foi inevitável não pensar em Heloísa. Mesmo sabendo que aquela jovem estava me levando a caminhos indevidos. Eu não podia negar que ela estava fazendo muito bem a Laurinha.

-Irmã, chegamos- A irmã Rita tocou em meu ombro e pude notar que o ônibus estava vazio. Acho que fiquei tempo demais pensando em Heloísa.

Depois de alguns minutos, a irmã e eu já estávamos na chácara, junto com os outros. Lá tinha uma piscina enorme e isso deixou todas as crianças encantadas. Padre Mateus era de família rica, e por isso que quando ele disse que queria ser padre, muitas pessoas ficaram contra a sua escolha. Mas no fim, isso não o impediu de seguir a sua vocação.

Quando se passava um pouquinho das 9:00 horas todas as crianças vestiram suas roupas de banho e entraram na piscina... Os funcionários do orfanato que estavam nos acompanhando fizeram o mesmo.

As crianças estavam muito contentes e isso fez o meu coração se encher de alegria. Era muito bom ver o sorriso daquelas crianças.

Como as crianças a todo tentavam nos molhar, a irmã e eu fomos para dentro da casa que tinha ali. Depois de meia hora voltamos e me deparei com algo que abalou com todas as minhas estruturas.

CONTINUA....

Fim do capítulo