Capítulo 7 continuação da festa
-ai meu. Deus . esse é o melhor presente que eu já ganhei na vida
Falei enquanto andava até o cavalete de pintura, junto à tela grande em branco. Logo vi um estojo com tintas e pinceis e sorri radiante.
Olhei para Mariana e ela me retribuiu com um sorriso vasto e avassalador. Mais uma vez, contra a luz do sol, vi seu rosto emoldurado pelos cabelos escuros. Sobrenatural. Meu coração só precisava de dois segundos para perder o compasso, então eu ficaria nervosa novamente. Mas era de uma forma confortável e cheia de entusiasmo.
- faça bom uso
Mariana falou com a voz tranqüila. Eu só conseguia assentir.
- e ai polar, gostou?
Uma voz disse ao fundo. Mas eu não conseguia distinguir bem, porque não tirei os olhos de Mariana e as dela ainda pairava sobre os meus.
-ela esta hipnotizada
Outra voz entoou grave e monótona. Eu senti um frio súbito congelar meu corpo. Franzi o cenho e desviei o olhar de mariana para melissa e jenifer, ao lado.
-eu estou bem, é só que tem um pedaço de carne nos dentes dela
Apontei. Jenifer e Mariana riram. Melissa conteve a risada
-que foi?
Mariana continuou a rir e mexeu a boca, como se tirasse o tal pedaço de carne dos dentes.
-você gostou Amanda?
Jenifer repetiu. Aquiesci ela sorriu.
Aproximei-me dela e a abracei
-não precisava abraçar
Jenifer resmungou, passando os braços ao redor de mim e apertando-me contra seu corpo mais avantajado que o meu.
-sua insensível
-acho que suas primas querem um abraço seu mais que eu.
Ela murmurou sacana perto do meu ouvido.
-cala a boca, urso.
Murmurei de volta. Olhei Melissa e Mariana e sorri. Ao invés de abraçar cada uma delas.
Preferi me obster do abraço de Mariana. Não queria me sentir na obrigação de abraçar Melissa. Eu gostava dela, não me entendam mal. Mas ela também gostava de mim. Mais do que deveria .
-obrigada meninas, mesmo
Meu sorriso cresceu e eu me afastei delas
Porque meus pés criaram vida própria quando me aproximei do meu presente. Fiscalizei as tintas, percebendo as cores vivas e leves. Os pinceis de variados tamanhos, alguns com cerdas mais rígidas que outros. Alguns de traço fino outros, eu jurava que poderia usar para pitar a parede, se quisesse. Passei os dedos pela madeira lixada do cavalete e as olhei. Vi que elas já mantinham uma conversa entre si, ocupadas de mais com algum assunto aleatório.
A arte. Meu amor pela pintura. Nunca foi muito difícil descrever, o que eu sempre sentir por isso, desde pequena eu sentia uma paixão quase obcecada por desenhos , com meus lápis coloridos e folhas de todos os tipos. Ate aos 7 anos eu utilizava minha casa como minha alegria própria, cheia de paredes riscadas com meus rabiscos . minha mãe sempre ralhou diante dos meus desenhos mas meu pai sempre me incentivou. Ele comprou meu primeiro caderno de desenho e me entregou junto com uma coleção de lápis.
O que me surpreendeu mais foi minhas primas terem lembrado disso, sendo que ate eu já tinha deixado de demonstrar tanto meu amor pela arte.
-até que enfim uma coisa boa no meu aniversario
Falei, e meu sorriso denunciava minha alegria. Apenas Mariana me olhou e um sorriso infestou seus lábios. Suas mãos se esconderam no bolso do jeans que ela vestia.
-tem outra coisa boa no seu aniversario sabe?
Ela murmurou, caminhando até mim. Senti uma curiosidade perpassar minha mente, provocando um sobressalto em minha pulsação . arqueei minha sobrancelha e abaixei um pouco meu olhar. Porque não queria que ela percebesse minha agitação diante da aproximação dela ou pelas palavras abertas que ela deixou no ar
-salvei seus pães de alho, enquanto você estava de papo com a Melissa
A agitação não morreu em mim, mas esteve bem perto .
-minha heroína
Falei de um jeito afetado, eu queria, mais que nunca, disfarçar meus sentimentos. Ri e reparei que jenifer também riu , já mais interada do meus assunto com Mariana, Melissa por sua vez exibiu uma espécie de sorriso economizado. E, apesar disso aquela áurea de desconforto em seu semblante sumiu, ou pelo menos ela conseguiu esconder muito bem.
-vem comer seus pães de alho logo priminha
Ouvi mariana falar , puxando-me pela mãos
-já te falei que não gosto que me chame assim.
Pude sentir que minha voz beirou a exaltação súbita , porque mais uma vez ela deixou claro que eu era uma criança e que ela não via nada mais em mim, e por mais que estivesse estampado na minha testa para qualquer pessoa notar, ela insistia em fingir que nada me causou com seus beijos a um mês atrás ou simplesmente não queria ver. Ou via e ignorava por educação. E essa ultima opção me fez desviar a atenção para o gramado de minha casa.
-vou parar quando não achar mais que você não é minha priminha.
Ela sorriu de forma peculiar a ela. E me deixou uma brecha, na qual eu encaixei uma pergunta.
-isso vai demorar?
Meus olhos subiram ate seu rosto e meu queixo também se ergueu , para que eu pudesse a encarar. Ela era muito mais alta que eu. Sua mãos enfiou-se em meus cabelos e os bagunçou , suspirei e afastei as mãos dela com um sorriso.
-entendi.
Disse por fim
-é porque, pelo o que eu estou vendo, você não vai crescer mais que isso. Então vai ser minha priminha para sempre
Ela disse por fim, e se eu tivesse veneno naquele momento eu tomaria.
Uma risada interrompeu meu drama mexicano e eu a olhei novamente. Minhas orelhas estavam quentes e minhas bochechas ardiam. Engoli seco e fingi que estava ofendida, o que a fez rir mais.
-sua preconceituosa, só porque sou baixinha
Disfarcei mais uma vez meus motivos.
-uma baixinha fofa
Ela disse, parecia se divertir, eu fiz uma careta e soltei um gemido
-fofa? É o fim. Desisto, vou me afundar no pão de alho.. chega de onfensas.. baixinha... fofa? Serio isso?
Ergui o nariz e sai marchando para a mesa. Ela riu e correu atrás de mim.
-besta
Cutucou minha cintura e eu ri
-para
Ela cutucou novamente e eu ri mais
-não .. socorro.
Sussurrei e ergui os braços. Mariana riu e começou a fazer cócegas em mim, ate me fazer perder o ar .
-você vai ter que ... pedir..opa. clemência.
Ela falou , enquanto eu distribuir tapas inúteis em seu corpo, em uma tentativa de me soltar, rindo. Minha barriga já doía quando eu choraminguei.
-por favor! Clemência
Ela parou e sorriu de lado, tranquilamente. Seu semblante de paz produziu em mim aquela sensação de alegria inexplicável. Eu umedeci os lábios e suspirei
-perdi o ar.. sua chata
-para de ser rabugenta
Ela passou a mão pela nuca e sorriu para mim.
-preciso te contar umas coisas
-pode contar
-vamos lá pra dentro, você pega seus pães e come lá, é jogo rápido
Eça falou meio que de cãs pensado e tudo o que eu consegui fazer foi assentir. Olhei ao meu redor, situando-me no lugar. As pessoas ficaram afastadas de nos duas, e mariana ainda permaneceu ao meu lado quando andei ate a mesa. Lá estava uma cestinha com os pães assados. Peguei-a e apontei para ela. Olhando mariana
-você separou isso para mim?
Comentei. Ela assentiu em silencio e começou a andar para dentro de casa. Peguei um pedaço enquanto entramos em casa e falei com a boca ainda cheia
-o que é tão urgente e difícil para você ter que entrar pra gente conversar?
Ela me olhou com o canto dos olhos e eu estremeci, recoloquei o pedaço de pão na cestinha e ch*pei os dedos, fingindo descaso com isso.
Por dentro eu gritava, fazia uma festa. Pulava e dançava . fogos de artifício enfeitavam o meu céu imaginários e um letreiro grande e luminoso piscava a frase : ELA GOSTA DE VONVERSAR COMIGO ri de mim mesma pelo desvaneio e prendi o riso, vendo-a olhar pra mim. Mordi o lábio, ainda com vontade de gargalhar
-que tem de mais eu gostar de conversar com você?
Ela erguei a sobrancelha.
-nada. É só que eu sou mais nova que você, ou como você gosta de dizer, sua priminha. Pedi conselhos me faz parecer uma anciã de 190 anos com cajado de madeira podre e com mais rugas e dobras que o buldogue da vizinha.
Ri novamente imaginado . Mariana riu com isso e eu respirei, achando que despistei sua desconfiança da minha risada.
Viu é bom conversar com você
-é acho que meu mal humor matinal passou
Sorri de lado e ela subiu as escadas, estreitei os olhos.
-para onde você esta indo?
-seu quarto. Ela disse e eu fiquei pálida na hora.
Fim do capítulo
um amorzinhos Amanda e Mariana né.... mas porque será que Mariana finge que nada aconteceu entre elas duas? to curiosa gente e vcs?
Comentar este capítulo:
Thamara_
Em: 06/11/2016
A Mariana não é apaixonada pela Amanda, por isso ela finge que nada acontece entre as duas... Mas tem um duelo aí entre as irmãs, Melissa que sempre gostou da prima e a irmã quer atrapalhar o romance (isso tudo na minha opinião né, posso estar enganada... Vai que a autora resolver trollar mudando tudo, espero que não kkkk).
Sério sou muito fã da Mel, pena que neste momento a Amanda só tenha olhos para Mariana! ???”.
A estória tá muito interessante, ansiosa pelos próximos capítulos.
Resposta do autor:
será que eu serei tão filha da puta assim de mudar a estoria ? hahahah que bom que esta gostando dessa versão
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