Capítulo 6 SALVADOR .. 19 DE JANEIRO DE 2015
A sala, composta por um tapete grande de cor bege, possuía grandes janelas de vidro, resguardadas por cortinas brancas mais leves que as do meu quarto . Dois sofás ficavam no canto da sala, ao redor do tapete e do centro de mesa retangular e longo o bastante para acompanhar os quase sete lugares do sofá maior, com algumas revistas de direito da minha mãe, e vaso com uma orquídea. Mariana e jenifer , minha melhor amiga ate então, estavam sentadas por ali.
As duas pareciam concentradas em uma conversa muito importante , porque nenhuma delas reparou que eu descia as escadas, já visível. Ou elas simplesmente não se importaram. Era a hipótese mais provável. Eu acompanhei os movimentos de Mariana, o modo como ela entrelaçava os cabelos perto da nuca, em movimentos lentos,
Pestanejei, na expectativa de umedecer meus olhos secos pelo olhar longo que lancei à a nuca de Mariana, e mordi o lábio . sentir o gosto amargo do gloss e esfreguei a língua nas costas da mão e continuei minha caminhada, mas obviamente não demorou muito até que um vaso se impusesse em meu caminho e caísse ao meu lado.
Olhei em volta e compreendi. Quando passei pelo aparador de vidro onde estavam as fotos da família, descuidadamente, bati minha mão, que eu acabara de passar pela língua, no vaso de flores. E lá estava o adorno de porcelana, em cacos no chão, assim como minha dignidade. Quando reergui os olhos, vi as duas de pé, me olhando alarmadas. Encolhi um ombro, e ergui as mãos, juntando os cotovelos à cintura, sorrindo desconcertada .
- não fui eu
Falei. E me arrependi. Que coisa idiota para se dizer. Na verdade, eu queria me afogar. Minhas bochechas queimavam enquanto jenifer escandalizava sua risada
-bom dia pra você também polar (esse foi o apelido que minhas amiga me deu devido a minha pele pálida)
-esta tudo bem ai Amanda?
Mariana disse, abaixo das risadas de jenifer, mas ela também tinha uma expressão risonha.
Eu assenti com a cabeça em um aceno leve, e engoli seco. Afastei-me dela e passei a mão pelo cabelo, colocando uma mecha atrás as orelha. Lancei um olhar frio a jenifer e suspirei levemente.
-eu estou bem
Murmurei. E , antes que eu pudesse me aproximar delas, ouvi minha mãe gritar meu nome, aparentemente vinha da cozinha, então girei os pés e andei ate lá. Até meu pescoço estava vermelho e ardia em calor. Era como se eu fosse explodir. Eu precisava urgentemente me acalmar.
E, enquanto eu me aproximava da cozinha, ouvi a conversa alta entre jenifer e Mariana. Elas falavam sobre o quanto eu podia ser considerada uma arma de destruição em massa. A risada que mariana deixou escapar era divertida e preencheu meu interior com uma sensação de êxtase. Mas foi momentânea
-idiota ela esta rindo de você
Murmurei , enquanto estreitei os olhos. Minha mãe me observava com a sobrancelha arqueada e os braços cruzados
-já? Assim tão sedo Amanda? As aulas de bale não te ajudam não?
-foi um acidente
Falei sem emoção
-certo, vai limpar Janete. Por favor
Balbuciou e apontou para o portal da cozinha, e nossa nova empregada saiu. Ela também ria.
-filha você deveria prestar mais atenção nas coisas. Eu sempre achei que o bale com o tempo iria melhorar esse seu lado desastroso.
-porque a senhora me chamou?
Indaguei , querendo mudar de assunto
-queria ajuda para abrir os copos descartáveis
Ela falou enquanto andava pelo balcão da pia. Pegou 3 pacotes enormes de copos, colocando à minha frente . praguejei silenciosamente e suspirei
-não vale dizer que é meu aniversario e por isso eu não preciso fazer, não é?
-ainda bem que sabe disso
-eu imaginei
Dei mais dois passos na direção do cômodo e passei a mão por um dos pacotes, rasgando o plástico , entediada.
Algumas dúzias de copos depois, e quase todo o balcão estava infestado pelos pequenos recipientes de plástico. Olhei o relógio durante esse tempo, e já haviam passado alguns minutos longos e torturantes desde que comecei a tarefa. Quando minha mãe julgou penitencia suficiente, eu voltei à sala.
-aniversariante, vem pra cá
Ouvi jenifer falar, encenei uma de minhas expressões entediadas, caminhei ate elas, e sentei no sofá, ao lado de jenifer, na frente de Mariana
-não me lembrem do meu aniversario
Jenifer riu,
-ela adora rir de mim
Comentei, mariana ergueu o canto da boca em uma sugestão de sorriso, jenifer cruzou os dedos na nuca
-não tenho culpa de ter uma amiga palhaça
-claro, realmente sou muito engraçada. Mal consigo me agüentar
Sorri de canto, e tentei causar a impressão de que estava desinteressada na presença a minha frente.
Tudo bem , Amanda?
Mariana descansou os cotovelos nos joelhos, juntou as mãos e entrelaçou os dedos, era um gesto peculiar dela, sua testa franziu.
-tudo bem eu acho
-minha priminha vai ganhar o troféu tragédia grega, acredita que quando a gente conversava por skype , ela derrubava as coisas do nada jenifer?
-pior que acredito.
Mariana sorriu, mas dessa vez foi um sorriso contido de canto
-não é bem assim
Balbuciei , e a sala prosseguiu em um silencio regado a reticências, que, que se interrompeu com a risada de jenifer. Não sabia se deveria agradecer por ela cortar o incomodo silencioso ou se batia nela pela risada.
-enfim Mariana conta a novidade
Jenifer falou gesticulando com as mãos, apontando para mim.Mariana assentiu e voltou a me olhar.
-vou contar, mas lá fora.
Ela se ergueu e ajeitou a camisa.
-vamos?
Vi jenifer caminhar para a porta e Mariana a seguiu. Quando ela passou por mim, estendeu a mão
-você vai gostar de ouvir as novas
-não estou indo pelas suas novas nem por você
Sorri minimamente . ela arqueou as sobrancelhas e segurei sua mãos
-é que tem pçao de alho lá fora, e eu adoro
Ela riu, me olhando de esgueira
-você e suas gordoces
-espera só ate eu atacar a cestinha de pão, ai você vai ver oque é gordice de verdade
Ela então riu, com aquele seu sorriso aberto.
-ô casalsinho, vamos logo
Jenifer comentou entediada
-vamos,
Maiana me puxou, ainda segurando minha mão. O calor de sua palma era confortável mesmo naquele calor.
Assim que a luz do sol se tornou mais forte aos meus olhos, consegui ver o quintal da minha casa. Algumas mesas espalhadas pela grama, já estavam ocupadas por membros da família, junto na churrasqueira o pai de Mariana conversava animadamente com algum amigo , minha mãe conversava com a mãe a titia. Observava o local e de longe vi o olhar frio de Melissa, ela estava sozinha, e fitava a pequena fonte do jardim. Bebericava o que eu julguei ser refrigerante , em um copo descartável. Elas eram idênticas. Só as roupas e o cabelo de Melissa que eram mais formais . e seu corpo mais esguio , não tinha as curvas de Mariana, mas Melissa era linda também, era altiva e elegante .
As mãos de melissa passava uma segurança solida, mesmo segurando aquele copinho delicado e descartável. A sua pele era mais clara que a de Mariana, seu semblante concentrado exibia um vinco na testa. Os lábios finos se distenderam em um franzir desconfortável, em um arremedo de sorriso. Ela virou e nos olhou , primeiro suas sobrancelhas se ergueram levemente , mas logo um sorriso que me pareceu monstruoso , de tão forçado, surgiu em sua face e ela voltou a posição inicial. Fitou a fonte e levantou.
Jenifer continuou tagarelando incansavelmente, enquanto andávamos. Melissa logo nos encontrou e se dirigiu a mim, primeiro.
-hey. Ficando mais ... velhas.
Outro sorriso forçado
-feliz aniversario, apesar de você ter me dito que detesta isso
-tudo bem obrigada
Comentei a voz macia. Seu semblante por um segundo se tornou menos frio
-Mariana já te entregou nosso presente?
-presente?
Pisquei algumas vezes e desviei o olhar dela para Marianaa, que riu junto com minha mãe e minha tia, de algo que jenifer falou
-ou ganhar um presente, é a melhor noticia do dia.
Reduzir minha alegria quando ouvi a voz de Melissa entrar pelo ouvidos, mais grave que a da Irma.
-acho que você vai gostar
Ela coçou a nuca, num gesto idêntico ao da Irmã , me causando um desconforto também.
Acontecia que minha situação era a seguinte, eu tinha uma paixão que cirou platônica por Mariana, e no dia anterior descobrir que Melissa também tinha um certo tipo de paixão platônica por mim.. o engraçado era que cada um sabia dos sentimentos de cada um mas se faziam de idiotas, eu fingia que não sabia da paixão de Melissa e Mariana fazia que não percebia minha adoração por ela .
Naquele momento eu estava refém de Melissa pois o pessoal avia nos deixasó.
-vamos ver se vou gostar mesmo NE?
Sorri e tentei não parecer nervosa
-Mariana não te falou nada?
-não falou nada não
Sua expressão era indecifrável, oque fez meu estomago ferver de nervosismo.
-voce esta ainda mais bonita hoje
Ela comentou, isso era novidade pra mim, melissa me notando. Isso me fez desviar o olhar com um osrriso nervoso
-obrigada.
Balbuciei em resposta. Queria me desvencilhar dela, por isso olhei à minha volta.
-o que foi...?
Ela murmurou .olhou em volta, me imitando
-aconteceu algo?
-sim, acho que minha mãe me pediu para trazer mais carne, pro seu pai assar e eu esqueci de pegar... ela vai brigar
A desculpa mais engenhosa que consegui criar. Ela sorriu de lado
-eu te ajudo, ai a gente aproveita pra conversar sobre ontem
Ela disse casualmente
-para Melissa, eu não quero falar sobre aquilo . o que você quer com isso tudo?
Arrisquei para tentar afugenta-la . mas ao contrario das expectativas, ela se aproximou mais e murmurou perto do meu ouvido
-você sabe o que eu quero
Melissa se afastou com seu vinco fechando as sobrancelhas . os olhos apertados concentrada em meu semblante apático . um sorriso confiante pairou sombrio por seu rosto quando ela constatou minha surpresa . tive a leve impressão de que ela interpretou como agradável .
Ela agora deixou bem claro o que queria comigo, ela nunca se portou de tal forma. Nem aquela confiança excessiva que eu só via em Mariana,. Minha surpresa foi tão genuína que nem percebi a presença de Mariana me puxando pela cintura
-vamos priminha
As irmã se olharam e passei os olhos uma ultima vez em melissa, que abaixou o olhar com um curto aceno de cabeça, escondendo parcialmente a sombra que ocultou sua expressão, franzi o cenho e expulsei alguns fantasmas de minha cabeça
-para onde a gente vai?
-Melissa não te contou?
-mas vocês estão muito misteriosas
-nem tanto. Olha ali
Apontou e eu vi o que ganharia de presente.
Fim do capítulo
AGORA A COISA COMEÇA
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