With the Stars por Alex B
Capítulo 55
Olhei pela janela do meu quarto o tempo. Era um dia de sol com vento. Fechei os olhos e senti meus cabelos serem bagunçados pela corrente de ar. Mordi meus lábios em ansiedade. Hoje iria juntamente com Camila ao médico. Havíamos pego o exame na quarta-feira e sua mãe já marcara consulta com o especialista na terça-feira da semana seguinte. O que era o dia de hoje.
Mr. Crookshanks passou pelas minhas pernas miando, queria atenção. Sentei na cama sendo seguida pelo gato. Sem opções, abaixei-me e o coloquei no meu colo, fazendo carinho em seu corpo. Cocei sua orelha enquanto ele virava o corpo e tentava pegar minha mão com suas patinhas. Ri com sua brincadeira.
Meu celular começou a tocar. Coloquei Mr. Crookshanks no chão e fui até minha escrivaninha atender o celular.
- Oi minha linda. – Sorri.
- Olá, amor. Você já está vindo?
- Já sim, daqui dois minutos saio de casa. – Falei já procurando minha carteira na mochila da escola.
- Tudo bem, tem tempo ainda. Na verdade, liguei para avisar que minha mãe chegou mais cedo da reunião com os fornecedores do meu pai, então em vez dela nos encontrar lá, vamos sair juntas daqui de casa. Nesse caso, você poderia ir direto ao consultório?
- Ok, linda. Vou só terminar de me arrumar aqui e vou direto para lá então.
- Obrigada por ir comigo, Laura. Beijos.
- Beijos, te amo.
- Eu também.
Desliguei o celular e coloquei no bolso. Procurei por minha jaqueta no armário e vesti. Assim que estava descendo as escadas minha mãe me chamou na cozinha.
- Laura, querida, onde você está indo?
- Vou ao médico com Camila, mãe.
- Ah sim, no cardiologista?
- Isso. Vamos levar os exames.
- Você está muito atrasada?
- Na verdade não, estou com tempo.
- Você poderia passar na loja da Solange e entregar esse cheque a ela? Ela me ligou falando que está precisando, mas estou com um bolo no forno.
- Não tem problema, eu passo lá antes de ir.
- Obrigada, meu anjo.
Ela me entregou o cheque e beijou minha testa acariciando meus cabelos.
- Tome cuidado. E me conte depois como foi no médico.
- Pode deixar. Tchau, mãe.
- Tchau, filha.
Entrei no carro e selecionei a mais nova playlist que Camila tinha feito para mim. Coloquei meus óculos escuros e comecei a dirigir. O trânsito estava calmo como geralmente era, não demorei para chegar até a loja.
Assim que passei pela porta um sino tocou anunciando minha chegada. A mulher saiu detrás de um balcão e veio até mim.
- Oh, olá Laura. – Sorriu.
- Olá Solange, eu vim trazer um cheque da minha mãe.
- Sim, sim, ela me avisou que viria.
Peguei minha carteira e tirei o cheque entregando-a a mulher na minha frente.
- Obrigada, Laura. Espere apenas um minuto que vou pegar seu recibo. Fique à vontade.
- Ok.
Ela voltou ao balcão e eu comecei a olhar a loja. Era basicamente de decoração para casas, mas uma parte dela era destinada a presentes mais pessoais, entre eles bichinhos de pelúcia. Me interessei e fui para essa sessão.
Não demorou muito e Solange voltou com meu recibo.
- Quer olhar alguma coisa? – Perguntou gentil.
- Ah, na verdade sim. Posso ver aquele ursinho branco com o laço rosa na cabeça?
- Claro. – Ela abriu a vitrine e me entregou o ursinho de tamanho médio. Passei a mão por sua pelagem e o achei muito macio. O ursinho era muito bonito e sorri ao imaginar Camila o recebendo. Certamente iria adorar.
- Vou levar. Você poderia embrulhar para presente?
- Sim, claro. Aguarde apenas um momento.
- Tudo bem.
Solange fez um embrulho em um saco transparente com um laço rosa também, achei muito bonito. Paguei pela mercadoria e me despedi feliz com a compra.
Assim que sai da loja meu celular vibrou. Peguei no bolso e respondi a mensagem do meu irmão. Olhei para a rua antes de atravessa-la. Cheguei ao outro lado e vi que perto dali tinham dois garotos da minha escola. Eles também me viram e começaram a se aproximar. Ignorei e abri o carro, colocando o ursinho no banco de trás e fechei a porta em seguida. Quando me virei dei de cara com eles. Muito próximos.
- Olá, Laura. – Um deles falou. Era Dilan. Fazia parte do time de futebol americano e lembro de Henry sempre reclamar em como ele era um idiota.
Ergui meu queixo antes de responder. Não estava para papo.
- O que quer, Dilan?
- Ohh olha só essa atitude. – Craig, o outro garoto falou. Esse era um completo pateta que sempre estava atrás de Dilan.
- Quanta hostilidade, Laura. – Riu. – Eu só quero conversar com você. – Levou sua mão até minha nuca, me puxando para perto.
- Tire essa sua mão suja de mim. – Bati em seu braço afastando-o. Mas isso não pareceu incomoda-lo. Ele riu.
- Tá nervosinha, é?
- Acho que ela está precisando aliviar essa tensão, Dilan. – Craig falou.
- Dá licença. Tenho coisa mais importante para fazer do que ficar olhando para sua cara.
Peguei minha chave do carro e tentei chegar até a porta da frente do carro. No entanto, Craig impediu o caminho com seu corpo.
- Por que a pressa? Já disse que só quero conversar. – Dilan pegou em meu braço.
- Já falei para você tirar sua mão suja de mim. – Me virei bruscamente. Eu já estava muito nervosa e irritada. Estava odiando aquela situação.
- Assim você me ofende. – Fez cara de coitado. – Sabe, fiquei sabendo que você está namorando uma garota. Camila o nome, certo?
Não respondi. Apenas o encarei tentando controlar minha raiva, apertando minhas mãos com força. Respirei fundo pensando apenas em Camila. Craig provocou.
- Camilinha. É um nome gostoso de se pronunciar.
- Será que é tão gostosa na cama quanto parece? – Dilan completou com um sorriso debochado. Não pensei e empurrei seu peito com força, o que o fez dar dois passos para trás por ter sido pego no susto.
- Cuidado com o que diz sobre Camila, seu babaca.
Ele olhou para os lados. Não tinha ninguém além de nós. Craig endireitou o corpo, ficando em alerta. Eu já não estava pensando mais. Ele havia se irritado também, pude perceber.
- Eu falo o caralh* que eu quiser da sua namoradinha, Carter. – Se aproximou de mim, ficando bem perto. Nossos olhares batalhando. – Assim como você, aquela cadela nojenta precisa de um homem para poder satisfaze-la corretamente.
Eu disse que não estava mais pensando, certo?
Minha mão direita acertou com força seu rosto. Dilan levou a mão ao rosto, quando retirou vi que tinha acertado seu olho e feito um corte em sua sobrancelha. Minha mão doía e ele agora também estava irado.
- Sua estúpida! Eu não apanho de vadia nenhuma.
Dilan me empurrou e eu bati com força as costas no carro. O que me fez perder o fôlego por um momento. Em seguida ele tentou me acertar um soco no rosto, mas consegui desviar a tempo e revidei com um chute em sua perna.
- Não fique parado, idiota. Segure ela! – Falou com Craig.
Ele me olhou assustado, mas foi em minha direção. Eu ainda respirava com dificuldade, no entanto me endireitei e quando Craig tentou me pegar eu acertei meu cotovelo em sua boca. Ele cambaleou um pouco, mas era um garoto grande para a idade e bem forte, foi como se eu não tivesse feito nada. Ele conseguiu me segurar, prendendo minhas mãos nas costas. Pela primeira vez até aquele momento, eu senti medo.
- Vamos ver agora como fica sua petulância, Laura. – Ele cuspiu do meu lado.
- Seu idiota, você é um bosta que precisa de alguém me segurando para me enfrentar. – Me debati tentando me soltar.
- Cala a boca, sua sapatão de merd*. Vai aprender a me respeitar.
Dilan me acertou um soco na boca estômago, e foi como se eu perdesse todo o ar. Se estava com dificuldades para respirar antes, agora se tornou impossível. Ele ainda bateu novamente no mesmo lugar e eu comecei a me desesperar em busca de ar.
Ar que nunca vinha. O próximo soco acertou minha boca, e eu sabia que estava perdida. Eu só consegui pensar em Camila me esperando.
Ele acertou um chute na minha perna e eu cai de joelhos fraca, ainda sendo segurada por Craig.
- Dilan, chega cara! Vamos embora antes que alguém chegue.
- Essa vagabunda acha que pode comigo, ela precisa aprender.
Mais um soco, e esse acertou minha têmpora. Eu cai no chão, tudo doía. Doía demais. Dilan me acertou um chute nas costas e eu gemi de dor. Ele se abaixou e segurou meu rosto. Foi quando ouvi o som da sirene de uma viatura. Ou pensei ter ouvido, eu já não conseguia entender mais nada do que a dor que sentia.
- Isso é para você me respeitar. – Ele cuspiu no meu rosto.
Eu reuni toda força que me restava e me concentrei. Dilan ia deferir mais um soco, mas consegui segurar sua mão, torcendo rapidamente seu pulso e com a outra consegui acertar sua garganta. Ele caiu ao meu lado.
Minha cabeça doía demais. Depois disso, eu apaguei.
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Quando acordei novamente percebi que estava em um quarto. A luz me incomodava então fechei meus olhos novamente, suspirando. Droga, eu estava na porcaria do hospital.
Tentei engolir e percebi que minha garganta estava seca, tornando o processo doloroso. Eu só rezava para que eu não tivesse quebrado nada. Eu não poderia ter quebrado nada, eu não podia. Tentei me mexer e senti muita dor. Sabia o quanto a recuperação de uma costela quebrada era lenta e dolorosa, ou um braço. O campeonato estava próximo, se tivesse acontecido algo do tipo, eu estaria perdida. Eu já podia sentir as lágrimas querendo vir.
Abri os olhos novamente, dessa vez mais acostumada com a claridade do local. Vi minha mãe pela janela do quarto, estava conversando com uma enfermeira. Passei a língua pelos meus lábios tentando umedece-los e percebi que estavam machucados. Não demorou muito e logo minha mãe entrou no quarto.
- Oh querida, você acordou! – Ela foi até minha cama. – Como está se sentindo?
- Com dor, no corpo todo.
- O efeito do analgésico deve estar passando, mas logo vão te dar outra dose.
- Mãe. – Procurei sua mão para segurar, encontrando-a. – Eu quebrei alguma coisa? – Perguntei aflita, com medo da resposta.
Ela apertou e segurou mais firme minha mão.
- Não, querida. – Acariciou meu rosto. Eu suspirei aliviada. Pelo menos algo bom. – No entanto, você levou três pontos na bochecha e dois no queixo, além das suas contusões na perna direita e na costela.
- Mas eu não quebrei nada, não é? – Perguntei novamente.
- Não, não quebrou. Só que você está bem machucada, meu anjo.
- Que horas são?
- Oi? – Perguntou confusa.
- Horas, mãe. Que horas são? – Ela olhou o relógio na parede.
- São 17:45.
- Droga. Eu perdi a consulta com a Camz. – Tentei levar minha mão ao rosto, mas a dor no braço esquerdo me fez desistir no meio do caminho. - Ela deve estar chateada comigo. Eu prometi que estaria com ela.
- Hey, Laura. Camila está aqui. Na verdade, estava até agora pouco quando eu tive que praticamente expulsá-la do quarto para ir comer alguma coisa enquanto você não acordava.
- Ela está aqui?
- Esteve o tempo todo desde que liguei para ela. Posso dizer que chateada com você é a última coisa que ela está sentindo.
- Ela foi na consulta? Ela falou alguma coisa? Ou o que o médico disse?
- Ela foi sim, querida. Logo ela vai estar aqui e vocês conversarão. – Ela olhou pela janela do quarto e eu segui seu olhar. Havia dois policiais do lado de fora. – Agora você precisa falar com a polícia, eles precisam do seu depoimento.
- Foi uma briga, mãe. Dois idiotas da escola.
- Dois idiotas que te agrediram e te machucaram. Precisam responder por isso.
Eu balancei a cabeça.
- Eu que bati primeiro. – Eu sabia que aquilo não ia dar em nada, até porque eles eram menores de idade. Alunos do segundo ano.
- Eles estão detidos na delegacia. Vou chamar os policiais, ok?
Ela não esperou minha resposta e saiu do quarto. Eu só queria que aquilo acabasse logo para eu ver Camila.
Fim do capítulo
Olá, meninas! Como estamos?
Deu tudo certo quanto a Minha OAB, obtive a aprovação, mesmo sendo a primeira vez que prestei! Parece que a ficha não caiu ainda kkk Agora é só formar na facul.
Quanto a historia, logo pstarei o próximo Cap
Um grande abraço!!
bjoss
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