With the Stars por Alex B
Capítulo 54
Sobrevivemos ao primeiro dia de aula sem maiores problemas do que olhares curiosos e alguns cochichos. No intervalo para o almoço agimos como sempre e apesar de sabermos que as pessoas estavam falando de nós, não nos incomodamos.
Quando o relógio marcou às 15 horas, esperei Camila em seu armário. Meus irmãos já aguardavam próximo ao carro, passei em casa para deixá-los e depois fomos para a casa de Annelise.
Depois da aula, já na casa de Camila, eu estava deitada em sua cama enquanto ela mexia no notebook na sua escrivaninha.
- O que achou da reação das pessoas hoje na escola? – Perguntei.
- Nada demais. Quer dizer, fofoca era algo de se esperar mesmo. Te incomodou?
- Achei que iria acabar me incomodando, mas no final não fez diferença. As pessoas vão sempre falar mesmo.
- Uhum.
Me sentei na cama e olhei para Camila. Ela estava com um coque, short e uma blusinha de alcinha, totalmente concentrada na tela do notebook.
- Amor, o que você está fazendo? – Levantei-me e fui em sua direção, fiquei em pé atrás.
- A doutora pediu para que eu fizesse um exame, lembra?
- Sim, você ficou de marcar.
- Então, minha mãe marcou para essa sexta-feira. É um Ecocardiograma. Eu não sei bem para o que serve, ai estou pesquisando.
- Me lembro também sobre minha mãe desde cedo falando para mim e meus irmão para não ficarmos procurando sintomas e outras coisas na internet.
Ela se virou para mim na cadeira e me olhou.
- Não tiro a razão de sua mãe. Mas não estou procurando nenhuma informação sobre doença. Só estou pesquisando para que serve o exame e o que ele aponta.
- Muito bem então, moça. Me desculpe. O que a senhorita encontrou nas suas buscas?
- Basicamente é um ultrassom do coração, serve para ver o funcionamento e faz diagnóstico de doenças cardíacas.
Eu me abaixei ficando agora da sua altura na cadeira.
- Você não tem que se preocupar, amor. A doutora pediu apenas como rotina. – Ela sorriu e passou a mão em meu rosto.
- Quem está preocupa é você, Laura. Eu estou tranquila, de verdade, só estava curiosa em relação ao exame.
- Ok, então. Por que você não desliga esse notebook... – Falei já me levantando e fechando a tela. – E dá um pouco de atenção para sua namorada? – Fiz minha melhor cara de abandonada.
- Ah meu Deus. – Camila riu e se levantou. – Tudo isso é carência? – Ela segurou meu rosto e mordeu meu queixo.
- Chame do que quiser. Só estou constatando o fato que hoje você não me deu atenção.
- Laur, nós passamos o dia todo juntas. – Ela me olhou confusa.
- Sim, mas você sabe que não é a mesma coisa.
- Ok. Venha aqui e serei toda sua. – Ela pegou minha mão e fomos para a cama.
- Gosto assim. – Abri um sorriso que cobriu o rosto.
- Você é muito sem-vergonha. – Ela riu e bateu no meu ombro. Camila se ajeitou entre os travesseiros e eu me acomodei em cima dela.
- Só com você, amor.
Ela me olhou com uma cara fechada.
- Acho bom né dona Laura. – Eu ri.
- Vem cá, chega de enrolação.
Acabamos engatando em um amasso gostoso, mas não passamos disso pois seus pais estavam em casa. Assim que deu o horário do meu toque de recolher me despedi e fui para casa.
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Desci as escadas enquanto ainda vestia minha jaqueta, colocava a mochila nas costas e terminava de calçar o tênis. Tudo ao mesmo tempo.
Era quinta-feira e como tinha ido dormir tarde no dia anterior porque estava me atualizando nas séries que assisto, acabei perdendo a hora de levantar. Cheguei ao pé das escadas e vi meu pai na cozinha tomando café.
- Pai, cadê Alice e Sean?
- Já foram com o Paco.
- Poxa, por que não me acordou? Estou hiper atrasada e ainda tenho que pegar Camila.
- Achei que tinha acordado, mas estava com preguiça de levantar. Desculpe filha, é que nunca precisei pegar no seu pé com horário.
- Tudo bem, pai. Já vou indo se não me atraso mais. – Já estava na porta.
- Coma alguma coisa antes, Laura!
Voltei para a cozinha, tomei um copo de suco e peguei uma maçã colocando na boca.
- Tchau, pai. – O gato passou entre minhas pernas miando.
- Tchau, filha. Tome cuidado e tenha uma boa aula.
- Obrigada. Tchau, Mr. Crookshanks.
Sai de casa e parei assim que fechei a porta. Eu tinha dado tchau para o gato?. Balancei a cabeça e coloquei os óculos escuro, apesar do dia ter amanhecido um pouco frio, estava sol. Mandei mensagem para Camila já me esperar na frente de casa. Apertei o pé no acelerador e acabei fazendo o trajeto na metade do tempo.
- Bom dia, amor! – Cumprimentei com um selinho assim que Camz entrou no carro.
- Bom dia! – Me deu um olhar analisador.
- O que foi? – Sorri. Ela levantou o olhar para mim.
- Você está usando a jaqueta dos atletas.
- Sim. Por que? Não gosta?
- Muito pelo contrário. Acho que você fica extremamente sexy com ela.
- Ah é? – Me aproximei dela sorrindo.
- Sim. Mas você quase nunca usa.
- Não uso porque acho bobeira, essas jaquetas são só para status social. No entanto, agora que sei que minha namorada me acha sexy nela, com certeza vou usar mais vezes. – Ela sorriu.
- Você definitivamente deveria. Agora me dê um beijo decente.
Camz me puxou pela gola da jaqueta e me deu um beijo cheio de más intenções. Depois de recuperar o fôlego consegui falar.
- Vamos antes que nos atrasemos mais.
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Estava no vestiário terminando de me vestir para o treino. Era o primeiro depois da volta as aulas e a treinadora já havia dito que faria um comunicado. Meu palpite era que teria informações sobre o estadual. Terminei de amarrar o tênis e colocar os esparadrapos em alguns dedos. Alexa se aproximou de mim.
- Olá, Laura! – Sorriu.
- Hey, Alexa! Tudo bom?
- Tudo certo.
Fechei meu armário e olhei em sua direção.
- Eai, o que manda? – Ela olhou ao redor, acompanhei seu olhar e reparei que estávamos praticamente sozinhas no vestiário, a maior parte das meninas já tinham ido ao ginásio.
- Algumas pessoas estão comentando sobre você e Camila. – Me contou em tom de segredo. Eu sorri.
- Imaginei que sim. Nós decidimos tornar nosso namoro público.
- Uau! Quer dizer, isso é bem legal, porque é corajoso e tudo o mais.
- Obrigada, eu acho. No entanto, você sabe que não somos as primeiras a nos assumir na escola.
- Bem, sim. Mas você é a primeira com visibilidade a se assumir.
- Então espero que no fim isso seja bom, que de coragem para outras pessoas se assumirem também.
- Acho que meus pais me colocariam para fora de casa se soubessem. – Abaixou a cabeça.
- Hey. – Segurei em seu ombro. – Tudo tem sua hora, mas se tem algo que aprendi nesse tempo é que nós nunca podemos prever a reação das outras pessoas, algumas vão nos decepcionar e outras nos surpreender, mas nenhuma delas têm o direito de nos impedir de sermos quem somos. No fim, quem te ama de verdade sempre vai te apoiar e te dar suporte para enfrentar qualquer coisa que seja.
Ouvimos a treinadora chamando todas as atletas. Levantei a cabeça olhando em direção a quadra.
- Vamos? – Perguntei. Ela assentiu me dando um sorriso tímido.
Assim que chegamos a treinadora mandou todas sentarem na arquibancada.
- Vamos logo, meninas! Não tenho o dia todo. – Com todas sentadas, ela começou. – Saiu hoje onde e quando ocorrerão as Estaduais. Vai acontecer na capital do estado, como já esperávamos e será no final de fevereiro, como já sabíamos também.
Algumas meninas começaram a cochichar.
- Foco, pessoal. A novidade desse ano é que eles adiantaram o sorteio dos grupos. Ficamos no “Grupo D” e nosso primeiro jogo será contra a Eastwood Academy.
Agora sim o alvoroço foi grande. A Eastwood Academy era umas das nossas maiores rivais, ficava em Houston. Já havíamos chegado a uma final das estaduais com ela, e a vitória não foi nossa.
E agora estávamos nos encontrando no primeiro jogo das estaduais ainda. Eu mesma não pude deixar de me preocupar quando escutei.
- Silêncio, meninas! Vamos lá!! – A treinadora assobiou alto, o que deu certo e o silêncio reinou. – Nós estamos bem preparadas para esse Estadual! Aumentei nosso treino em mais um dia durante a semana até lá, fora o que já tínhamos. Vamos manter o foco e disciplina. Quero todo mundo dedicada nos treinos. Semana que vem vou repassar a vocês a autorização de quem precisa para viajar. Quem tiver dúvidas fale comigo no final do treino. Era isso o que tinha para dizer. Todo mundo para o aquecimento agora, dez voltas na quadra. Vai, vamos lá!!
O treino foi pesado. Talvez a treinadora queria nos mostrar o que nos esperava pela frente. Ano passado tínhamos ganho as regionais, estaduais e chegamos até as quartas de finais das nacionais.
Esse ano eu queria e iria voltar com o troféu. Meu futuro dependia disso. Por isso não me importei com o treino pesado. Na verdade, eu agradeci.
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Era sexta-feira de tarde, estava na sala de espera da clínica aguardando Camila realizar o exame. Fazia em torno de meia hora que ela havia entrado. Estava lendo uma reportagem sobre o time americano de voleibol quando Camila apareceu na minha frente.
- Já acabou, amor? – Perguntei me levantando.
- Sim, foi bem rápido na verdade.
- Deu tudo certo? Como foi? – Ela fez menção de pegar sua bolsa. – Deixa que eu levo.
- Ok. – Ela segurou em meu braço, encostando a cabeça em meu ombro enquanto saímos da clínica. - Foi bem parecido com uma ultrassonografia, colocaram um gel e aqueles negócios que parecem um microfone, sabe? Fiquei lá esperando o exame ser feito, era só isso. O moço explicou que ele capta os sons do coração e transforma em imagens. Ou algo do tipo.
- Hum, interessante.
- Também achei. – Entramos no carro. – Vamos para sua casa ou para a minha?
- Eu precisava passar em casa, tem problema? Está muito cansada?
- Tudo bem. Estou um pouco cansada, mas eu deito no seu quarto.
- E o exame, quando fica pronto?
- Tenho que passar na quarta-feira para buscar, mas eles ficaram de ligar para confirmar.
- Pegando o exame você já vai no médico?
- Vou em um cardiologista, ainda tenho que marcar.
- Entendi.
Ela me deu um beijo na bochecha e encostou a cabeça no vidro descansando. Dei partida no carro.
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No domingo depois do almoço eu resolvi assistir um filme de terror que tinha lançado há algum tempo, o qual Camila se recusou assistir. Ela havia almoçado em casa, então eu fiquei assistindo no notebook na mesinha do quarto enquanto ela lia um livro na minha cama. Assim que o filme acabou eu estiquei minhas costas na cadeira, espreguiçando e aliviando a tensão de ter ficado muito tempo sentada. Estiquei minha mão para alcançar seu pé.
- Amor. – Chamei, mas ela não respondeu e eu não encontrei seu pé. Me virei para olhar a cama. – Amor? – Camila não estava lá. – Ué.
Desliguei o notebook e desci as escadas. Não estava na sala nem na cozinha. Quando cheguei no topo das escadas novamente escutei risadas vindo do quarto de Alice. Fui até lá.
- Aaah achei você.
Camila estava na cama sentada juntamente com Alice e Mr. Crookshanks, ou apenas Crooks para os íntimos, mas eu não me considerava íntima do gato.
- Oi, amor. Eu não estava perdida para você me achar. – Ela me chamou. Me aproximei e dei um selinho, sentando ao seu lado.
- Engraçadinha. O que estão fazendo? – Perguntei.
- Brincando com o Mr. Crooks. A Mila fez cosquinhas na barriga e ele fez um som muito estranho e engraçado. – Minha irmã falou rindo.
- Ele estava dormindo, acabei que acordei ele. – Coçou a cabeça dele que já demostrava sinais que queria descer da cama, incomodado com a movimentação repentina.
- Ele está muito folgado, isso sim. – Falei observando o gato passar por cima do colo de minha irmã. – E está precisando de um banho também.
- Ele está limpinho. – Camz defendeu.
- Ele está fedido. Quando foi o último banho dele?
- Ele é um gato, Laura, não um cachorro. Gatos se limpam sozinhos. – Alice me olhou brava por ter ofendido Mr. Crookshanks.
- Só falei o óbvio, mas se vocês acham que não, tudo bem. – Disse rindo da expressão delas. – Eu nem vi você saindo do quarto. – Falei para Camila.
- Alice me chamou para vir aqui, e você estava muito concentrada naquele filme bobo para notar. – Cruzou os braços. Levantei uma sobrancelha para o gesto.
- Huum, ok. Papai e mamãe saíram?
- Aham, mas falaram que voltam logo. – Minha irmã respondeu. – Estava mostrando uma música nova que aprendi no violão para a Mila.
- Ah que legal. – Sorri. – E qual música que é?
- Uma do Justin Bieber. – Falou empolgada. Não aguentei e revirei os olhos.
- Nossa senhora hein Laura. Está azeda hoje. – Camila falou me olhando feio.
- Não falei nada. – Me justifiquei.
- Nem precisava, né.
- Deixa Mila, Laura não sabe apreciar uma boa música.
Preferi não responder, era melhor.
- Ok, não vai tocar para eu ver? - De repente Alice ficou tímida – Hey, você é ótima no violão, não precisa ficar com vergonha.
Ela deu um meio sorriso e pegou o violão. O gato pulou para o colo de Camz. Alice começou a dar os primeiros acordes antes de realmente começar a tocar ‘Love Yourself’. Ela cantou baixinho também, no refrão sendo acompanhada por minha namorada. Ao final, eu não podia estar a não ser orgulhosa.
- Alice, ficou muito bom. Você fez uns arranjos diferentes, encaixou muito bem.
- De verdade? – Perguntou insegura.
- De verdade. – Eu ri. – Você tem talento.
- Foi o que eu disse. – Camz completou.
- Obrigada.
Logo nossos pais chegaram e descemos todas para a sala, onde ficamos vendo TV com eles e conversando amenidades.
Fim do capítulo
Boa noite, meninas! Como estão?
Ta na mão o cap, tive tempo hoje e escrevi.
Talvez eu não tenha tempo até o dia 18 desse mes por conta da prova, mas se houver, eu posto de imediato.
Um grande abraço a vocês e um bom fim de semana pela frente!
bjoss
PS: Fuçando pelo Sotify esses dias, conheci uma cantora e vou recomentar para quem gostar desse estilo de música também, ela chama Val Donato e tem umas músicas bem legais! A minha favorita dela é "Nem tanto, Nem tão Pouco", se puderem escutem, Vale a pena! bjos
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