Capítulo 2
2 - reencontro
Baques surdos atravessaram as paredes do meu quarto, uma voz distante levantou-se em minha mente enevoada e quebrou a película desconhecida que havia em minha mente , senti-me desprender do estado de inconsciência . Meu corpo estava pesado, não queria abrir os olhos, para o novo dia quente que me esperava. Mexi-me preguiçosamente sobre a superfície macia e quente dos lençóis e consegui identificar minha cama, foi quando vi que tinha acordado.
Logo minhas pálpebras cerradas vagarosamente perderam a capacidade de se manterem fechadas, e a luz que irrompeu através das cortinas brancas da porta de vidro da varanda era forte de mais para a minha visão. A voz da minha mãe continuava a soar lá fora, irritante persistente. Fechei os olhos novamente na esperança de voltar a encobrir minha própria mente com a nevoa do sonho. Mas á essa altura era impossível dormi como antes, porem ainda era difícil acordar. Abri os olhos e olhei para o relógio , eram 10:00 da manhã.
Quando a porta foi aberta por ela, sem a minha permissão vi que não havia mais como lutar. Tinha que levantar hoje na hora que ela desejava, uma vez que ela estava pirando com esse jantar na casa da tia Selma. Segundo a tagarelice da minha mãe muita gente do seu trabalho estaria lá, subordinados, agora ela era a chefe. Joguei o cobertor no rosto . em uma tentativa falha de fazer ela perceber o quando estava incomodada.
- já vou mamãe – minha voz preguiçosa e rouca sibilou.
Mas ela sabia que eu não iria naquele momento, ela me conhecia o suficiente para saber, e por isso o ar quente do exterior lambeu e contaminou o frio do ar condicionado. E, naquela superfície fria e confortável eu abri os olhos novamente e tirei o cobertor do rosto. Encontrei os espelhos claros e grandes que eram os olhos da minha mãe.
Ela examinou-me paciente seus cabelos estavam presos em um coque perfeitamente penteado, como sempre, uma maquiagem leve coloria seu rosto, mas algo cadavérico nela ainda permanecia, o que habitava era aquele olhar tenso de reprovação, provavelmente por eu não estar pirando como ela, por causa desse jantar estúpido.
- bom dia, meu amor – ela sorriu afetuosa , ou não – levante-se e se arrume, vamos sair para almoçar fora, ainda não consegui ninguém para trabalhar aqui em casa e você sabe que cozinha não é meu forte. – soltei um muxoxo , escondendo o rosto no travesseiro ao lembrar da ultima vez que ela se enfiou na cozinha. Era uma tragédia.
- vamos, Amanda. Levante-se e se arrume. Você demora um ano, e hoje temos o jantar na casa das suas primas. Tenho que te levar em um salão pra fazer um penteado alguma coisa.
Naquele determinado segundo ela conseguiu minha atenção. Porque senti o solavanco em seu estomago vazio . Primas. Eu não pude acreditar que iria as reencontrar realmente depois de anos, meu humor não estava dos melhores, sempre que lembrava delas, me vinha a mente o quão mal elas eram comigo, eu era apenas uma criança de 8 anos enquanto elas tinha seus 12 anos, a deprimida me ignorava, parecia sentir raiva de mim e a outra me fazia de empregada. Mariana e melissa, depois de anos como será que elas estarão?
- ah, meu deus mãe, estou de férias. – sentei na cama e esfreguei os olhos, levantei e fui igual um zumbi para o banheiro.
À frente do espelho fitei meu reflexo, meu cabelo parecia um emaranhado confuso de teias loiras. Dei uma risada lúgubre ao perceber que parecia estar mais pálida que antes. Enfim entrei debaixo do chuveiro, gelado, que delicia, lavei meu cabelo e logo sai. Vestir uma roupa que minha mãe tinha deixado sobre minha cama recém arrumada, por ela . após vestir o vestido florido que ia ate o meio das coxas , fui para frente do espelho . dedilhei o cabelo molhado à procura de uma solução no intuito de deixar ele apresentável. Os fios escorria por meu rosto. Meu cabelo e eu tinha uma relação de amor e ódio, eu o chamava de cafajeste, porque ele sempre me deixava na mão nos momentos que eu mais precisava. O som do secador fazia meu mal humor piorar. Quando a dissonância do secador se extinguiu, fitei meu trabalho com o mesmo olhar da minha mãe : reprovação. Ouvi a porta do quarto bater novamente , a voz da minha mãe inundou meus ouvidos.
- filha vamos?
- pode ir, já to indo - corri e passei uma maquiagem leve no rosto . Peguei uma bolsa, meu celular e fui. Entramos em seu carro, mamãe foi o caminho todo falando da competência do pessoal da transportadora que entregou o veiculo no prazo determinado, porem eu estava vagando pelo passado, lembrei de um dia específico, o dia em que uma das minhas primas me fez chorar, a mariana, a rebelde que tinha ate piercing. Como todo ano, eu tinha ido passar as férias em sua casa com minha família. Estava perdendo meus dentes de leite e o primeiro que tirei foi em sua frente, me arrependo ate hoje de não ter deixado meu pai me levar ao dentista, pois enquanto estava com mariana na cozinha bebendo água , a moça que La trabalhava me ofereceu também uma banana ( ERA minha fruta predileta) na primeira dentada o meu dente ficou preso na fruta, fiquei assustada pois sangrava muito e minha prima malvada teve uma grise de risos e começou a falar o quando eu estava feia , comecei a chorar desesperadamente com minha boca cheia de sangue, então a minha outra prima a melissa , a bizarra, veio e deu uma bronca em sua Irma, e me levou para seu quarto onde me deu banho e me levou ate meus pais, essa foi a primeira e a ultima vez que ela falou comigo com cordialidade, logo voltou a me ignorar e parecer sentir dor quando estava perto de mim.
-Amanda! Você esta me ouvindo? Acordei de minha inércia
- clara mamãe, continue – dessa vez prestei atenção no que ela dizia. O dia passou rápido almoçamos, fomos ao ateliê pegar nossos vestidos e depois são, minha mãe apenas fez um rabo de cavalo e o meu foi realizado um coque frouxo , com alguns fios estrategicamente desalinhados, me dando um ar despojado.
Chegamos em casa por volta das 18:30 da tarde, subir rápido e fui tomar meu banho, me vesti, usava um vestido que ia ate o meio das coxas na cor vinho, as costa completamente sua e a frente sem nenhuma pele exposta . o salto coloquei um preto de verniz que já possuía, peguei uma carteirinha de perolas negras que tinha e desci, minha mãe já me esperava, ela usava um vestido longo, simples, preto e branco o salto não reparei como ela.
Então fomos, há PE mesmo, já que a casa ficava a uns 15metros metros de distancia , o que separava nossas casas era apenas um espaço gramado onde tinha uma quadra de tênis. Logo quando adentramos tia Selma veio a nossa direção, nos dando um abraço apertado e pedindo mil desculpas por não ter ido nos visitar.
- achei mais apropriado fazer este jantar . - Disse ela, minha tia era bronzeada e tinha os cabelos negros em um corte Chanel moderno. Os olhos de um negro profundo assim como as das suas filhas.
-não se preocupe sel, esta lindo, você que decorou?. – perguntou minha mãe.
- o não, não tenho tempo , contarei um pessoa, maravilhoso, foram eles que preparam a festa de comemoração de melissa por ela ter passado na federal de salvador pra fazer Medicina. - minha mão estava suada, eu estava nervosa e nem sabia o porque. – o e você meu amor, como esta linda, nem parece aquela menina magrinha de alguns anos atrás.
-oi titia, estou bem. – corei . nunca fui elogiada por ela. – minha tia fez um sinal e chamou o garçom então pegamos cada uma, uma taça de vinho branco. Nesses eventos minha mãe sempre me deixava beber uma ou duas taças.
- estão querida como anda os estudos?
- vou começar o segundo ano agora
-e onde vai estudar? Coloque ela no padre Alfredo Márcia, a meninas estudaram lá
-vai ser La mesmo que ela vai estudar, falando nelas , onde estão
-mariana ta lá encima, já já desce e melissa ta em um plantão, ela faz residência no hospital Aristides maltês .
-nossa tão nossa
-minha filha é um prodígio
-e mariana?
-mariana esta me dando uma dor de cabeça, encasquetou com uma banda de MPB agora. Fiquei ali so escutando a conversa das duas, que me interessava e muito , estava apenas curiosa sobre minhas prima, ate que olhei para o alto da escada e uma garota de cabelo curto ate o pescoço e penteado para trás em uma calça preta e uma blusa social branca e um sapato social de verniz preto a descia. Fiquei paralisada a olhando, ela tinha um sorriso enorme no rosto e acenava para algumas pessoas que parecia ter a mesma idade que ela. Parecia ter uma personalidade muito forte. Então comecei a entra em pânico quando percebi que ela vinha em nossa direção , ainda com aquele sorriso maldito enorme no rosto, virei o copo.
-não acredito tia maricia, é a senhora mesmo?
-mariana, meu amor, que saudades as duas se abraçam. – pronto a desgraça em minha vida estava feita, logo que ela se separaram do abraço a mulher olhou para mim, me olhando fixamente nos olhos, parecia querer entrar dento da minha retina, ou ver alho que não consegui decifrar.
-essa aqui é a pequena mands? – perguntou ela me olhando de cima baixo
-oi – disse timidamente, então ela me surpreendeu me puxando para um abraço apertado, juro que meu coração errou a batida, seu cheiro era tão bom, quando me soltou sentir que ficou em mim seu perfume amadeirado.
-você esta linda Amanda. Quantos anos esta? - Ela me perguntou sorridente. Mas antes de eu responder minha mãe me interrompeu.
Bom meninas vou deixar você ai conversando e eu e sel iremos dar uma volta pelo jardim. Juro que senti minha pupila dilatar de terror. Agora era so eu e minha algoz.
Fim do capítulo
ta bom ?
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Thamara_
Em: 12/10/2016
Oie autora!
Pelo que notei a estória é baseada no livro Triângulo que 4 lados (é isto mesmo?)... Li o livro e gostei, e já estou gostando da tua estória tbm. Gostei das adaptações, com as gêmeas, acho que vou gostar da Melissa.
Já estou curiosa por outros capítulos!
Resposta do autor:
sim sim, que linda, vc sabe rsrsrsrs que bom. então eu tenho uma mania de ler livros mas imaginar os personagens gays. fiz umas mudanças claro, mas triangulo de quatro lados me exita por causa desse jeito doentio dos personagens para com a principal. tomara que goste
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Teresa
Em: 09/10/2016
Que fofa =) "essa aqui é a pequena mands?" Pequena mands que fofo! A Amanda agora cresceu e ela também =) então quero ver a interação delas. A Amanda tá toda nervosa mas a moça pareceu simpática.
Resposta do autor:
mariana é um amor (ou não ) melissa que é o problema ( ou não) rsrsrsrs
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Faby__AngeL
Em: 09/10/2016
Estou amando a história
E ficando anciosa para conhecer melhor os personagens
Resposta do autor:
que bom que esta gostando, há elas sçao bem diferentes uma das outras
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