Capítulo 41
Capítulo 41.
Victoria depois de um tempo conseguiu se mover, agachou para pegar o celular e correu em direção ao seu quarto.
Carol que também estava paralisada quando viu Vick correr, correu atrás da jovem.
-- Vick abre essa porta! - Carol batia sem parar - Abre, por favor, nós precisamos conversar.
Victoria jogou-se na cama e pôs o travesseiro sobre a cabeça para abafar os barulhos que Carol fazia na porta.
-- Vivi... Você precisa me escutar... Não faz isso... Eu... Eu... VICK!
Érika escutou os gritos da baixinha do corredor e entrou rapidamente no apartamento.
-- Mas o que está acontecendo aqui?! - aproximou-se de Carol - Para com isso! - Ordenou.
-- Mas eu preciso falar com ela... - Carol tinha os olhos lacrimejados.
-- Ela não está querendo te ouvir... Dá um tempo para ela.
-- Mas... Mas...
-- Sem mais! - disse séria - Aliás, o que você aprontou para ela não querer falar com você?
Carol abaixou a cabeça envergonhada.
-- Bom... É... Eu... Eu - gaguejava.
-- Eu pedi um beijo para ela e a Victoria acabou presenciando - Lia se pronunciou.
Érika encarou as duas seriamente.
-- Não sei quem é a mais retardada de vocês duas...
-- Nós não fizemos por mal - Julia defendeu-se.
-- Muita me admira você Julia... - Érika comentou - Vou para o meu quarto... E nada de perturbar a vida da Vick, entendeu Ana Carolina?
-- Sim... - falou a baixinha conformada.
Érika seguiu para o quarto, deixando as duas sozinhas.
***********
Luiza percebeu que Rebecca entrava em um condomínio de luxo. Ela seguiu a ruiva em silêncio. Entraram em uma casa e a médica observou todo o local, tudo ali era caríssimo.
-- Essa casa é sua? - Luiza perguntou suavemente.
-- Sim... Meus pais compraram ela há alguns anos... Fique a vontade. Você não quer beber alguma coisa?
-- Aceito uma água - Luiza olhava tudo em volta.
-- Ok - a ruiva caminhou em direção a cozinha.
Luiza fixou os olhos em um porta-retrato que estava em uma mesinha perto do sofá. A jovem deu alguns passos e pegou o objeto para observar melhor a fotografia. Seus olhos verdes pousaram naquele linda garotinha que estava no meio de Rebecca e Marcelo.
-- Emily... - sussurrou emocionada.
Luiza sempre soube da existência da menina, mas nunca a havia visto. Rebecca voltou e percebeu que Luiza olhava atentamente aquela fotografia de uns anos atrás e que os olhos da médica estavam fixos em Emily. A ruiva ficou um tempo a analisando, até perceber que estava no mínimo com cara de idiota.
-- Sua água - disse seria, estendendo o copo em direção a médica.
Luiza colocou o porta-retrato onde estava antes e segurou o copo. Seus dedos tocaram levemente nos da ruiva, mas Rebecca afastou-se rapidamente, sentando em uma poltrona perto de Luiza. A ruiva encarava a médica atentamente.
Luiza ficou novamente nervosa e bebeu toda a água num gole só.
Ficaram um tempo em silêncio.
Rebecca encarava a médica, mas Luiza não conseguia fazer o mesmo, tentava manter a calma.
-- Sua filha é linda! - falou sincera.
-- Sim, ela é linda mesmo - disse sorrindo.
Se fosse qualquer outra pessoa a ruiva provavelmente responderia de modo grosseiro, mas não era qualquer pessoa... Era Luiza, e Rebecca percebeu a sinceridade nas palavras doces da jovem.
-- Ela tem quantos anos?
-- Quase seis.
-- Ela parece muito com você.
Rebecca sorriu.
-- Todos dizem isso. Gosto de saber que minha filha é parecida comigo.
-- Por isso que ela é tão linda - falou encantada.
Rebecca ficou envergonhada, passou a mão pelos cabelos e limpou a garganta.
-- Bem Luiza... Vamos ser direta, ok? - falou suavemente.
A médica ficou nervosa, mas concordou balançando a cabeça.
-- Estou disposta a escutá-la, por tanto, diga-me o que você tem a dizer.
Luiza ficou um tempo em silêncio tentando encontrar as melhores palavras.
-- Eu nem sei por onde começar...
-- Tente começar do início - disse tranquila.
Luiza suspirou.
-- Ok!... Rebecca... - finalmente encarou a ruiva - Você foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida... Você chegou de uma maneira tão inesperada e quando eu vi já estava completamente apaixonada por você. Eu fiquei com algumas meninas na minha vida, mas quando eu tive você... Acho que eu nunca me senti tão completa. Eu te amei como nunca pensei que fosse amar alguém em minha vida... Eu te amei tanto... Esse amor é tão grande que ainda hoje eu te amo.
Rebecca Levantou-se bruscamente e limpou as lágrimas que insistiam em sair.
-- Então porque você me deixou dizendo que não me amava mais?! - disse nervosa.
-- Porque era a coisa certa a se fazer...
-- Não entendo... - sussurrou angustiada.
-- Sei pai me procurou alguns dias antes de eu terminar com você... - Luiza decidiu ser direta.
Rebecca parou de andar e a encarou seriamente.
-- O que ele disse?
-- Ele já sabia de tudo! - Luiza também estava nervosa.
-- Como? - perguntou confusa.
-- Isso você deve perguntar pra sua amiga Daniela.
-- O que a Daniela tem a ver com isso? - disse voltando a sentar-se.
-- A Daniela contou para o seu pai sobre nós duas.
Rebecca a olhava fixamente.
-- Eu nunca suspeitei que meu pai soubesse de nós duas. Ele ficou revoltado quando eu casei com a Amanda, nunca aceitou... A Daniela sempre teve esse jeito meio duvidoso, mas nunca imaginei que ela fosse capaz de tanto... - disse pensativa.
-- Ela me machucou, Rebecca! A Daniela é capaz de tudo!
-- Certo... Depois eu me resolvo com ela... Continua... Quero saber o que meu pai te disse de tão grave para você ter me deixado...
-- Sem acusações! - Luiza falou seriamente.
Rebecca deu de ombros.
-- Seu pai me fez uma proposta irrecusável...
-- Eu sabia! - disse exasperada - Você se vendeu!
-- Entenda como você quiser!
--Você não passa de uma....
-- Meça suas palavras, pois você não tem esse direito! - falou firmemente.
A ruiva calou-se e suspirou.
-- Deixa eu terminar de falar e depois você pode tirar suas próprias conclusões. Sei que você gosta sempre de ficar com a última palavra mas, por favor, me escuta - Luiza disse doce, porém, firmemente.
Rebecca concordou mexendo a cabeça.
-- Eu enfrentaria o mundo pelo nosso amor, Rebecca... - disse com olhos marejados - Eu te esperaria o tempo que fosse preciso, mesmo que isso demorasse anos... Eu não te deixei por dinheiro, não te deixei por medo e muito menos porque eu não te amava mais... Eu te deixei por amor...
Rebecca chorava, mas não deixava de encarar Luiza.
-- Eu não me importei com seu pai, estava disposta a tudo por você, mas ele... Ele tocou no meu ponto fraco... Naquilo que mais me doía naquele momento... - Luiza tentava controlar o choro.
Rebecca Levantou-se novamente e andou de uma lado ao outro, até parar e encarar a médica.
-- Sua irmã... - sussurrou.
Luiza apenas balançou a cabeça concordando. Rebecca sentou-se sem forças.
-- Quando ele tocou no nome da Carol... Eu senti que estava perdida... Toda a minha força se esvaziou... Ele disse que daria os melhores tratamentos a minha irmã... Os melhores são os mais caros... A Carol tava mal, piorando... É horrível ver uma pessoa que você ama morrendo e não poder fazer nada... Ela precisava de melhores tratamentos, mas não tínhamos dinheiro... Não o suficiente... Seu pai disse que eu tinha que decidir... Era você ou ela...
-- Meu Deus... - Rebecca disse baixinho.
-- Eu tinha alguma escolha, Rebecca?... Eu só era um adolescente com medo de perde a irmã... Eu poderia ter ficado com você... Mas eu nunca seria feliz... Não sabendo que eu poderia ter feito diferente... Se a Carol morresse e eu não tivesse tentado nem por um único segundo... Eu jamais me perdoaria.
Rebecca chorava muito.
-- Eu nunca quis tanto alguém... Como eu quis você... Você não imagina o quanto foi dolorido te deixar... Eu sofri muito... Doeu... Porque desistir da pessoa que você ama é horrível... Nós duas éramos tão novas e cheias de saúde, a Carol não... Ela estava doente, definhando aos poucos... Eu sempre achei que você teria a chance de recomeçar... De ser feliz, porque isso sempre foi o que desejei a você... Você continuaria viva Rebecca e teria muitas outras chances... Mas a Carol... A Carol não... Porque estava faltando saúde a ela...
Luiza respirou fundo e enxugou as lágrimas.
-- Eu nunca tive dúvidas da minha escolha... Você não morre só porque alguém partiu seu coração... Mas você pode morrer se tiver algum tipo de câncer... Era a Carol... E eu amo muito minha irmã... Me desculpa... Eu sempre desejei que um dia você pudesse me perdoar...
Rebecca ficou em silêncio por alguns segundos.
-- Por que você não me disse? Por quê?
-- Seu pai deixou claro que ia ficar de olhos bem abertos sobre nós duas. Iria te vigiar... Que ele me afastaria de você e sei lá mais o que...
-- Meu pai sempre teve um gênio difícil... Mas eu nunca imaginei que ele fosse capaz de fazer isso...
As duas ficaram em silêncio, até a ruiva quebrá-lo.
-- Se eu estivesse no seu lugar, teria feito a mesma coisa - disse encarando a médica - Eu não tinha nada a te oferecer... Nem mesmo dinheiro. Tudo era dele!
-- Eu nunca quis seu dinheiro, Rebecca...
-- Eu não me referia a isso, mas se eu não fosse tão tonta, poderia ter ajudado a Carol... Mas eu nunca fui de guardar dinheiro, afinal, eu ainda era muito menina para pensar naquelas coisas... Eu só queria viver o momento.
-- Você não precisa se culpar... Nada do que aconteceu foi nossa culpa.
Rebecca Levantou-se e caminhou até a janela, observando as estrelas.
-- Eu fiz tanta besteira... - falou apertando os lábios.
-- Rebecca eu...
-- Por favor, não fala mais nada... Eu preciso de tempo... Foi informação demais para minha cabeça.
-- Você acredita em mim? - Luiza perguntou com medo.
Rebecca a encarou.
-- Sim... Vejo no seus olhos o quanto isso é verdadeiro.
Luiza sorriu.
-- Eu ainda tenho tantas coisas para te falar...
-- Hoje não Luiza... - Rebecca suspirou - Vamos... Eu vou te levar até seu apartamento.
Luiza concordou, não queria sufocar a ruiva. Retornaram no mais profundo silêncio. Rebecca deixou a médica em casa e depois seguiu para o hotel. Deitou ao lado da filha e não conseguiu dormir. Ficou a noite toda pensando em tudo que Luiza havia dito. Estava confusa e pensativa.
**************
-- A Vick não vai sair mesmo desse quarto? - Carol resmungava.
-- Lembre-se que a Érika te proibiu de perturba-lá - Julia.
-- Ahh quem se importa com a Érika!
-- Carol... Desculpa por tudo isso... Eu não queria causar todos esses problemas... Eu...
-- Tudo bem Lia... Você não me forçou a nada.
-- Mas mesmo assim... Eu me sinto mal com isso... - disse sincera.
-- Eu sei Lia... Mas eu vou me explicar para ela... Tudo vai ficar bem.
O celular de Carol passou a tocar. A baixinha viu quem estava ligando a atendeu rapidamente.
-- Que que tu quer seu bocó?
-- Emergência minha nega... Preciso falar com você imediatamente. Estou aqui na frente do prédio... Hoje o negócio vai pegar.... Tem muito trabalho e tu anda bem folgada esses dias.
-- Ok Jonas... Eu tô descendo... Me espera! - disse desligando.
A baixinha correu para pegar sua mochila.
-- Vai pra onde a essa hora Carol? - Julia perguntou na duvida.
-- Trabalho! - disse agitada.
-- Ah... Boa sorte!
-- Valeu! - Carol falou abrindo a porta e saindo.
A baixinha correu em direção ao carro do amigo e colega de trabalho.
-- Fala Jonas! Qual a boa?
-- Nosso deputado vai encontrar amanhã um de seus comparsas... E você como uma linda jornalista... Vai seguir todos os passos dele... Lógico... Que eu vou junto né.
-- Cara! Finalmente... E coisa boa!
-- Temos que tomar cuidado viu.
-- Beleza... Eu tô ligada nisso.
-- Tenho mais uma coisa para te falar - disse hesitante.
-- Desenbucha homem!
-- Fernando tá aqui!
O sorriso animado da baixinha morreu.
-- O que?!
-- Isso mesmo que você ouviu... Seu primo está aqui.
-- Desde quando? - perguntou pensativa.
-- Uns dois dias.
-- O que será que ele quer aqui?
-- Isso eu não sei, mas boa coisa não deve ser.
-- Disso eu tenho certeza, Jonas.
Carol ficou preocupada com a inesperada volta de Fernando. De qualquer forma, ficaria de olho nele e em Daniela.
**********
Luiza entrou no apartamento e estranhou ver apenas Julia.
-- Cadê as pessoas dessa casa, Julia?
-- Érika e Vick estão no quarto e sua irmã saiu.
-- Pra onde a Carol foi a essa hora?
-- Disse que era algum assunto de trabalho.
-- Essa Carol... Trabalho perigoso - Luiza apertou os lábios preocupada.
-- Ela gosta disso, Luiza.
-- Eu sei, mesmo assim não consigo evitar ficar preocupada... Aliás, o que você ainda faz acordada Lia?
-- Tô sem sono - disse fazendo careta.
-- Ah entendo... Bom, eu vou tomar banho e tentar dormir... Amanhã preciso trabalhar cedo.
-- Trabalho cansativo hein, Lu.
-- Mas eu gosto disso - falou sorrindo - Boa noite, Lia!
-- Boa noite, Lu!
Luiza caminhou em direção ao seu quarto, mas antes decidiu bater na porta do quarto de Érika. A jovem estava precisando conversar com alguém. Para sua sorte a loira ainda estava acordada e abriu a porta. Luiza sentou-se na cama e Érika fez o mesmo. Ficaram um tempo em silêncio.
-- Estou me sentindo mais aliviada.
Érika sorriu.
-- Que bom.
-- Ela finalmente me escutou... Eu conseguir falar quase tudo.
-- Quase?
-- Ela ficou abalada pelo o que eu falei do pai dela e disse que precisava de um tempo...
-- Ah, é compreensivo... Ela foi grossa?
-- No início até tentou... Mas eu a cortei.
-- Isso mesmo... Sei que às vezes sou grossa... Mas isso é meio natural - disse fazendo careta.
-- Você não é grossa... Apenas é realista. Algumas pessoa não estão preparadas para a verdade. Eu te acho uma menina maravilhosa.
Érika corou levemente.
-- Obrigada.
-- De nada... É apenas a verdade - disse se levantando - Agora eu vou ver se consigo dormir um pouco.
-- Quando vocês vão se encontrar novamente?
-- Eu não sei - Luiza disse abrindo a porta e saindo - Isso depende apenas dela - disse sorrindo - Boa noite, Érika!
-- Boa noite, Luiza.
**********
Beatriz resmungou quando ouviu alguém bater cedo em sua porta. Praticamente se arrastou para atendê-la.
-- Quem tá me enchendo a essa hora da madrugada - resmungou abrindo a porta.
-- Oi Bia!!!! - Julia falou animada se jogando nos braços da amiga - Que saudade de você!
-- Lia sua vaca!!! Como tu não me diz que está por aqui?
-- Eu cheguei ontem, nem tive tempo... Acordei e vim direto te ver... Tava com saudade de você!
-- Eu também! Vem, entra... Vamos colocar o papo em dia.
As jovens conversaram animadamente. Lia contou sobre suas várias aventuras e Bia falou sobre seu trabalho e as meninas. Julia acabou falando sobre Carol e Victoria, enquanto Bia escutava em silêncio.
-- Lia você sempre soube que os sentimentos da Carol por você eram apenas uma paixão passageira.
-- Sei lá... No fundo eu nutri um pouco de esperança.
-- Sei disso... Acho que isso faz parte né?
-- Não tenha dúvidas - Lia falou sorrindo - Sei que agi errado pedindo o beijo a Carol.
-- Quando gostamos de alguém nós agimos muitas vezes sem pensar.
-- Verdade... Eu só não quero mais atrapalhar a relação delas... Porque tá na cara que as duas se amam.
Bia riu.
-- Isso é verdade.
-- E você Bia... Parou com o vício das ervas mesmo?
-- Claro... Tive que criar vergonha na cara... Além disso, aquilo tem um cheiro nada agradável.
-- Você fedia demais.
-- Obrigada pelo elogio tão lindo - disse irônica.
Julia sorriu.
-- De nada, minha querida.
-- Vai viajar quando novamente?
-- Amanhã... Vou visitar meus pais e depois me perder por esse mundo.
-- Se eu tivesse grana também faria a mesma coisa.
-- Então venha comigo, Bia... Sinto falta da sua companhia.
-- Não posso, Lia... Aqui é meu lugar.
Julia sorriu.
-- Você está certa. Não te vejo em outros lugares, bom... A não ser na floresta amazônica junto com os índios - disse divertida.
-- Nem me fala, meu sonho de consumo pô... Mas os índios não me quiseram - fingiu tristeza.
-- Quem sabe um dia eles não mudam de ideia, aliás, parou com seu amor platônico pela Érika?
-- Que nada... Aquela ali é meu carma.
-- Ah, mas você gosta de ser pisada também né Beatriz.
-- Claro que não mulher! Mas a Érika pode!
-- Ai Bia... - Lia sorria - O que foi isso na sua mão?
-- A Érika...
-- Gente! Até batendo em você ela está? - Julia Perguntou surpresa.
-- Claro que não! Foi sem querer... Ela ficou até preocupada.
-- Ainda bem né... Imagina tu sendo espancada pela mulher.
-- Ela não é capaz disso. Apesar de durona a Érika não é capaz de fazer uma coisa dessas.
-- Você acha que ela ainda gosta da Luiza?
Bia ficou pensativa.
-- Não tenho ideia.
-- Difícil essa situação.
As duas mudaram de assunto. Bia falou sobre Rebecca e mais algumas coisas. Lia precisou ir, pois ainda tinha alguns assuntos para resolver. Ficou muito feliz em rever Bia, as duas passaram a maior parte da adolescência morando juntas e Julia nutria um grande carinho pela amiga. Bia sentia o mesmo por ela.
**********
Victoria abriu a porta do quarto com receio de encontrar com Carol, mas para sua sorte a baixinha não estava em casa. Vick não estava com cabeça para conversar com a garota naquele momento. Encontrou com Luiza na cozinha, que tomava café e lia o jornal.
-- Bom dia, Vick! - Luiza falou sorridente.
-- Bom dia, Lu...
Luiza percebeu o desânimo de Victoria e a encarou. Os olhos da jovem estavam um pouco inchados, sinal de que havia chorado.
-- O que aconteceu com você? - perguntou preocupada.
-- Nada não Lu... - disse colando café com leite em uma xícara e se sentando.
-- Qual o motivo do seu choro, Vick?
Victoria abaixou a cabeça e ficou em silêncio. Luiza a analisava.
-- Foi a Carol?
Vick apenas balançou a cabeça concordando. Luiza suspirou.
-- O que ela fez?
Victoria apertou os lábios antes de responder.
-- Ela beijou a Julia - disse engasgada, tentando não chorar.
Luiza revirou os olhos e bufou.
-- Vick não fica assim... A Carol é muito desligada das coisas...
-- Não precisa defendê-la, Luiza. Nós duas não temos nada! Ela tem o direito de beijar quem bem entender!
-- Vou conversar com essa garota! Vick não precisa ficar assim - disse segurando na mão da jovem - Eu sei que vocês duas se amam e...
-- Luiza, a sua irmã não gosta de ninguém que não seja ela mesma!
-- Também não exagera, Vick.
-- Não estou exagerando... É a verdade! E eu não quero mais falar sobre isso, por favor.
Luiza apesar de não concordar com tudo que a prima falou, decidiu mudar de assunto. As duas conversaram sobre o hospital e depois tiveram que ir trabalhar.
***********
Érika estava de folga e decidiu visitar Bia, para saber como a jovem estava. Almoçou em um restaurante e foi direto para a casa da jovem.
Beatriz ficou surpresa quando viu a loira em sua porta.
-- Érika...
-- Oi Beatriz... Vim saber como você está...
Bia sorriu.
-- Entra loirinha... - disse simpática.
-- Não me chama assim, Beatriz - falou entrando.
Érika sentou no sofá. Bia aproveitou para sentar ao seu lado. A loira ficou observando o pequeno cômodo da jovem.
-- Você poderia limpar isso aqui né - disse olhando as várias embalagens espalhadas pelo chão.
-- Seu eu estivesse com a mão boa até tentaria - disse sarcástica, mas divertida.
Érika apertou os olhos.
-- Tinha esquecido desse detalhe... Aliás, você sentiu alguma dor?
-- Apenas um pequeno desconforto, mas nada terrível.
-- Que bom... Sinto muito - disse sincera.
-- Não precisa Érika... Foi um acidente.
A loira sorriu e levantou.
-- Vem... Vamos arrumar essa sua casa.
-- Ah, não precisa... - disse fazendo careta.
-- Faço questão! - falou decidida.
-- Ok Érika - Bia disse conformada.
Érika ajudou Bia a organizar toda a casa da jovem. Bia estava adorando a visita de Érika. As duas estavam descansando, a casa estava toda arrumada.
-- O que você vai fazer hoje? - Bia perguntou enquanto tomava refrigerante.
-- Não sei... Geralmente na minha folga eu gosto de descansar...
Bia ficou pensativa.
-- Topa ir em um lugar comigo?
Érika a encarou desconfiada.
-- Onde seria isso?
-- Isso é surpresa... Confia em mim.
-- Não sei se é uma boa ideia confiar em você.
-- Ai Érika... Eu não seria capaz de fazer nada de ruim com você né... Vai ser uma coisa legal, prometo.
Érika analisou Bia por alguns segundos. Seus olhos verdes estavam apertados, indicando um pouco de desconfiança. Suspirou.
-- Ok Bia... Mas se eu sonhar que você vai fazer alguma besteira... Eu vou te bater! Que fique avisado!
Bia abriu um lindo sorriso.
-- Pode bater, eu gosto! Mas não vou fazer nenhuma besteira - disse animada.
Érika e Bia pegaram um ônibus e seguiram para um lugar ainda desconhecido por Érika, mas muito familiar para Bia.
***********
-- Meu Deus do céu! Que que isso?! - Carol falou um pouco alto.
-- Shii Carol - Jonas sussurrou - Esqueceu que nós não podemos ser notados? Sem neura viu.
-- Meu! Mas tu tá vendo esses absurdos! - disse apontando para o cardápio.
Os dois estavam em um restaurante caríssimo, onde os frequentadores geralmente era pessoas importantes, como o deputado que eles estavam seguindo.
-- Sim - falou fazendo careta.
-- "Mi roba" logo! Pelo amor do pai... Como um prato desses pode custar quase 200 contos?! Ele é folheado a ouro por acaso? ... O peixe é um mutante? Beyoncé lambeu esses talheres? Michael Jackson ressuscitou e é o cozinheiro disso aqui?... A carne é da friboi? Tudo bem que a crise tá enorme... Mas desse jeito esse povo quer é explorar! Tudo bem que eu vi no jornal que o povo tava roubando até picanha, mas um pedaço de bucho eles não querem né... Pelo amor né.
-- Já acabou? - Jonas perguntou rindo.
-- Não. Ainda teria muitas coisas a falar, mas vou sossegar agora. Tô logo avisando que eu não tenho grana pra pagar essas coisas.
-- Tudo bem mulher... O jornal tá bancando isso aqui.
-- Opa, agora sim as coisas melhoraram.
-- Agora chega de drama e vamos ficar de olho no nosso alvo - disse olhando para o deputado.
-- Tá certo... Mas se sobrar comida eu vou pedir pra eles fazerem uma marmita, imagina se eu vou deixar sobrar alguma coisa.
-- Cala essa boca Carol.
-- Só tô mandando a real.
-- Shiii.
Carol calou-se e ficou observando o homem todo engravatado.
***********
Rebecca não conseguiu dormir. Os pais de Marcelo vieram pegar Emily cedo. A ruiva encheu a filha de beijos, além de recomendar muitas coisas a Anne que ia junto com a menina. Rebecca não tinha uma relação íntima com os ex sogros, mas se esforçava para ser simpática, pois Emily gostava deles.
Rebecca estava sozinha em seu quarto. Pensava em tudo que Luiza havia dito. Nunca imaginou que o pai fosse capaz de fazer tal coisa, nunca se deu muito bem com Clark, mas não conseguia pensar que ele fosse uma pessoa ruim, porque era isso que ela achava naquele momento. Estava com raiva do pai, ele havia separado ela de Luiza e usado de algo tão baixo para isso, a doença de Carol. Depois que conheceu Luiza a jovem passou a ser dona de suas vontades, teria enfrentado o pai sem sombras de dúvidas, pois fez isso quando decidiu casar com Amanda. Tornou-se uma menina revoltada, capaz de descontar suas mágoas e frustrações em pessoas que nada tinham a ver com o que havia acontecido a ela. Sempre soube que estava errada, no entanto, nunca se esforçou para mudar qualquer coisa. Nutriu um ódio profundo por Luiza durante tantos anos, mas nunca de fato deixou de amá-la, sabia que todo aquele ódio e raiva era na verdade o amor que sentia pela médica. Arrependeu-se de não ter escutado Luiza no passado, mas estava muito magoada para escutar qualquer coisa vindo dela.
Seu pensamento foi interrompido por suaves batidas em sua porta. A ruiva estranhou, mas foi abri-la.
Amanda sorria para ela.
-- Oi Rebecca... Podemos conversar um instante?
-- Claro Amanda... Entre - disse dando espaço para a mulher passar.
O quarto da ruiva estava novamente organizado. Amanda encarou a jovem e percebeu os olhos inchados e as olheiras em volta.
-- Vim me despedir... Eu e a Kristen estamos voltando para Nova York.
-- Já?
-- Sim, a Kristen precisa trabalhar e eu também.
-- Ah entendo. Boa viagem para vocês duas - disse sincera.
Amanda a analisou por um tempo.
-- Aconteceu alguma coisa?
Rebecca abaixou a cabeça, mas não falou nada.
-- Rebecca você sabe que sempre pode contar comigo. Quero que permaneça a amizade.
-- Eu também, Amanda. Não sei se você é a pessoa mais apropriada para eu falar sobre o que está acontecendo comigo.
-- Por que?
-- Você é minha ex mulher.
-- Ahh... Entendi - ficou pensativa - Acho que isso tem a ver com a Ana Luiza não é?
Rebecca fez uma careta.
-- Sim... - disse contraindo os lábios.
-- Sabe... Eu sempre soube que você gostava dela, aliás, você tem um excelente gosto. Eu a vi pessoalmente, essa moça é muito linda.
Rebecca sorriu boba.
-- Isso não tem como negar - concordou.
-- Você conversaram?
-- Sim.
-- Quer falar sobre isso?
Rebecca a encarou hesitante.
-- Não sei...
-- Pode falar numa boa... Eu sempre quis saber a versão contada pela Ana Luiza.
A ruiva pensou por alguns segundos.
-- Ok, eu vou te falar então.
Rebecca contou tudo que Luiza havia lhe dito. Amanda escutava atentamente.
-- Sempre soube que seu pai era um crápula - Amanda falou depois que a ruiva terminou de contar tudo.
-- Eu não imaginava que ele fosse capaz de tanto...
-- O que você pretende fazer agora?
-- Eu não sei - confessou confusa.
-- Você ainda precisa conversar com a Ana Luiza... Ela me parece ser uma excelente pessoa.
-- Sim... Ela é...
-- Se você gosta dela... Então tenta.
-- Eu não sei... Estou pensando sobre isso.
-- Você já perderam tempo demais Rebecca... Vai viver seu amor com ela.
-- Eu tenho receio...
-- Seu pai não está mais aqui... Você é maior de idade, livre e desimpedida. Vá viver o seu amor.
Rebecca ficou pensativa. Amanda olhou as horas.
-- Preciso ir... - abraçou a ruiva - Se cuida minha querida.
-- Vou tentar... Boa viagem.
-- Obrigada - disse abrindo a porta - Ah... Tenho cuidado com a Daniela, ela não é uma boa pessoa.
-- Eu terei... Não se preocupe - disse sorrindo.
-- Boa sorte, minha querida.
-- Pra você também Amanda.
A loira se foi, deixando Rebecca novamente perdida em pensamentos. A ruiva ficou assim durante toda a tarde. Até que decidiu sair... Precisava conversar com uma certa pessoa.
*********
Victoria acabou cruzando com Alan no estacionamento do hospital. O jovem sorriu ao vê-la e aproximou-se.
-- Olá doutora Victoria.
-- Olá Alan - disse tentando ser simpática.
-- Está indo almoçar?
-- Sim.
-- Posso ser sua companhia? - se ofereceu.
Vick encarou o jovem. Alan era muito bonito, mas a garota não sentia nada por ele. Só conseguia pensar em Carol.
-- Claro.
Alan abriu um lindo sorriso. Finalmente a jovem tinha aceitado sair com ele. Durante o caminho, Vick não falava muito, apenas o necessário, não queria que Alan pensasse que ela estava dando alguma abertura para ele.
Alan a levou no restaurante mais caro da cidade, o mesmo que Carol estava. Ele tentava impressionar Victoria, mas a jovem estava pouco ligando para ele, ainda mais depois que seus olhos cruzaram com os da baixinha.
Carol encarou Vick surpresa. Observou que a prima estava acompanhada daquele homem tão bonito. Fez uma cara de desgosto enorme. Esqueceu que estava trabalhando e seus olhos se perderam na mesa em que Vick estava acompanhada daquele metido.
Victoria vez ou outra encarava Carol, sabia que a baixinha observava todos os seus movimentos. Alan falava alguma coisa, mas a jovem nada escutava. O médico conseguiu sua atenção apenas quando segurou sua mão que estava sobre a mesa. Vick desviou os olhos o encarando e puxando delicadamente sua mão.
Carol sentiu a face aquecer ao presenciar tal cena. Jonas percebeu que a menina não tirava os olhos de cima do casal da outra. Ele reconheceu Victoria, sabia que Carol poderia explodir a qualquer momento e decidiu tirá-la dali. Praticamente teve que arrastá-la, pois a baixinha não queria sair daquele restaurante por nada.
Os dois entraram no carro. Carol parou de tentar resistir e ficou quieta e em silêncio.
-- Você está bem?
-- Apenas cala essa boca Jonas! - disse séria.
Jonas não falou mais nada. Apenas dirigiu em silêncio. Deixou a baixinha no apartamento da irmã e se foi.
No restaurante Alan ainda tentava jogar charme para a jovem pediatra.
-- Nós poderíamos jantar qualquer dia desses para nos conhecermos melhor - disse insinuante.
Victoria o encarou seriamente.
-- Alan não a chances de rolar qualquer coisa entre nós dois - disse sincera.
-- Mas porque?
-- Porque eu amo outra pessoa - disse direta.
Alan ficou em silêncio.
-- Eu entendo. Então não existe chance nenhuma?
-- Não... A única coisa que posso te oferecer é minha amizade, nada mais.
-- Tudo bem então - disse decepcionado, porém, compreensivo.
-- Que bom que você entendeu.
Os dois almoçaram tranquilamente e Alan não tentou mais nada com a jovem. Existia outras garotas por aí, para ele conquistar.
*********
Érika analisava o local onde Bia havia parado.
-- Isso é um clube? - perguntou a loira.
-- Sim! - Bia respondeu animada.
-- Estou logo avisando que não vou invadir esse lugar!
-- Não vamos invadir querida - Bia disse divertida e mostrando um molho de chaves - Eu tenho as chaves.
-- Como você tem a chave desse lugar Bia? - perguntou a analisando.
-- Digamos que eu tenho vários contatos.
-- Hmmm - Érika estava desconfiada.
-- Relaxa loira... Não vamos fazer nada demais... Vem... - Bia pegou na mão de Érika a puxando.
A jovem abriu a porta dos fundos e entrou sendo acompanhada de Érika. Havia um corredor enorme e muitas portas, todas estavam fechadas.
-- Essas paredes são todas a prova de som... E antes que você me pergunte... Aqui não é um motel com vários quartinhos - disse rindo - Muitas pessoas trabalham aqui... Inclusive eu.
Érika seguia a jovem. Bia parou em frente à uma porta e a abriu. Deu passagem para a loira entrar. Érika observou cada canto daquele enorme lugar. Havia um pequeno palco e vários instrumentos musicais.
-- Aqui é onde eu ensaio com minha banda.
-- Nossa... Isso aqui é muito lindo... Olha esses instrumentos - falou observando uma guitarra lindíssima da cor branca.
-- Senta aí - Bia disse apontando uma cadeira.
Érika se sentou e ficou observando Bia, que pegou o violão e sentou-se em uma cadeira de frente para ela.
-- Alguma menina já cantou e tocou pra você? - perguntou sorrindo.
-- Não... Acho que isso é mais talento... E elas não tinham esse talento.
-- Ótimo! Então eu serei a primeira - disse posicionando o violão - Diga-me o que você gostaria de ouvir.
-- Não sei... Você escolhe - Érika falou sorrindo.
Bia ficou pensativa.
-- Ok... - começou a dedilhar.
" Eu queria ser mais que um amigo
Mas por que não me entende?
Quando fica deprimida, choro com você
E me conta suas aventuras, os seus casos antigos
Eu fico calado finjo que não ligo pra não te perder
Se me olhar no rosto vai ver
As tristes marcas do sorriso
Baby mais que a luz das estrelas
Meu universo é você
Baby ah !
Se eu puder ter a chance ah !
Eu juro todo seu amor merecer
Tenho medo que talvez descubra
Ou simplesmente me corte
Ou quem sabe a sorte, um sonho, traz você pra mim
Eu sei tudo sobre seu passado
E dos passos errados
Um amor maior é o meu presente, futuro é com você
Se me olhar no olhos vai ver
Falar é pouco
Pra quem quer mais"
Beatriz tinha a voz linda e doce. Érika escutou tudo de forma encantada. Bia a encarava profundamente.
Bia terminou a música e deixou o violão de lado. Levantou e puxou Érika para fazer o mesmo, segurou as mãos da loira entre as suas.
-- Eu vou te beijar.. - disse sussurrando com a boca próxima a de Érika - Se você não quiser pode me dar um tapa.
Érika sorriu e envolveu os braços ao redor do pescoço da jovem. Bia a abraçou pela cintura. Aos poucos foram encostando os lábios. Quando tentaram beijar profundamente foram atrapalhados por alguém que fingia estar tossindo. Érika afastou-se rapidamente de Bia, que olhou para a criatura que havia atrapalhado seu melhor momento.
-- Desculpe... Eu não queria atrapalhar, mas preciso falar urgentemente com você, Bia.
-- É sério isso? - perguntou fazendo uma careta.
-- Sim, muito sério.
-- Tá bom, Elise... Deixa só eu levar essa moça em casa.
-- Não precisa Beatriz... Eu sei o caminho. Melhor você resolver suas coisas - Érika falou apressada.
-- Mas...
-- Não... Eu já vou indo - disse caminhando em direção a saída - Obrigada pela música.
Érika não esperou resposta, saiu sem olhar para trás. Elise analisou Bia.
-- Uma nova conquista?
-- Não... Essa é a Érika - disse desanimada.
-- Não acredito que essa é a famosa Érika... Desculpa Bia, eu não imaginava. Não queria atrapalhar...
-- Tudo bem, Elise...
Elise era empresária e patrocinava a banda de Bia. As duas se conheciam há alguns anos e Elise sabia do amor que Bia nutria por Érika, mas não imaginava que aquela loirinha tão jovem fosse a famosa doutora Érika.
Elise e Bia passaram o restante do dia conversando sobre vários assuntos da banda. Bia tentava se controlar para não viajar na maionese pensando em Érika.
*********
Luiza estava caminhando no corredor lendo alguns exames. Poliana a enxergou.
-- Luiza!
A médica encarou a enfermeira.
-- Oi Poliana - disse simpática.
-- Olá Luiza... Tudo bem?
-- Sim e você?
-- Ah, eu tô ótima. Posso te perguntar uma coisa?
-- Seu eu puder responder.
-- Você está chateada comigo?
-- Claro que não. Por quê eu estaria?
-- É que eu fiz tanta besteira em minha festa...
-- Isso acontece.
-- Me desculpa por tudo.
-- Não precisa se desculpar.
-- Ah preciso sim... Será que você aceita jantar comigo qualquer dia?
-- É melhor não...
-- Mas porque?
-- Você tem outras intenções comigo. Vou deixar claro uma coisa aqui... Você pode ter minha amizade, mas nada além disso, entende?
-- Por que você é sempre tão difícil? - disse irritada.
-- Poliana entenda, eu não vou ficar com você - Luiza estava calma.
-- Bem que dizem que você tem um coração de gelo.
-- Isso não é verdade. Eu apenas gosto de outra pessoa.
-- Que pelo visto não se importa muito com você - ironizou.
-- Olha Poliana chega disso, ok?
-- Claro doutora Luiza - sarcástica.
-- Preciso ir... Tenho outros pacientes para atender.
Luiza afastou-se da enfermeira que percebeu que havia sido grossa com a jovem.
-- Que merd* Poliana! - resmungou para si mesma.
***********
Érika chegou em casa e avistou Carol sentada no sofá pensativa.
-- O que houve? - perguntou se sentando.
Carol a encarou.
-- Eu vi a Vick almoçando com um cara.
Érika ficou incrédula.
-- Como ele era?
-- Alto, branco, cabelo castanho, barba bem feita, forte... Um ridículo! - disse bicuda.
-- Acho que era o Alan - a loira falou pensativa.
-- Você conhece ele? - Carol perguntou surpresa.
-- Sim, ele é médico.
-- E ainda por cima é médico - resmungou.
-- Carol acorda pra vida... A Victoria gosta de você desde de criança! Deixa de ser idiota.
A baixinha fez uma careta.
-- Oh mulher que gosta de me xingar.
-- Você merece!
Carol analisou a loira.
-- Onde tu tava Érika?
-- Não te interessa.
-- Seu cavalo!
-- Olha... Você e a Victoria precisam conversar - disse se levantando - Resolvem logo isso e deixem de ser crianças! Agora eu preciso de uma banho com urgência.
-- Pois é... Tô sentindo teu cheirinho daqui... - disse debochada.
-- Com certeza é um cheirinho bom... Fui.
Érika deixou a baixinha sozinha novamente. Carol adormeceu pensando em Vick. Acordou com o barulho de alguém entrando no apartamento. Já estava escuro. Acenderam a luz e a baixinha fechou os olhos resmungando.
Demorou um pouco atrasado jovem acostumar com a claridade e abrir os olhos novamente. Victoria a encarava fixamente.
-- Vick...
-- Oi Carol... - Victoria sentou-se no sofá.
A baixinha se organizou melhor no sofá e encarou a prima.
-- Precisamos conversar - sussurrou Victoria.
-- Eu também acho.
-- Olha... Sobre o que eu te falei... Você não precisa se preocupar. Eu convivi com esse sentimento por tanto tempo. Já acostumei.
-- Vivi... Eu... O meu beijo com a Lia não significou nada.
-- Não tem porque você me explicar qualquer coisa.
-- Foi ela que me pediu o beijo e eu não conseguir negar... Quem é aquele cara que tava com você mais cedo?
-- O Alan - disse fazendo uma cara de desgosto.
-- Vocês tem alguma coisa?
-- Claro que não né, Ana Carolina.
-- Então porque você estava almoçando com ele?
-- Estava apenas deixando claro que eu não quero nada com ele.
As duas ficaram em silêncio.
-- Eu nunca imaginei que você gostasse de mim... Sei que fui cega, porque estava na cara... Mas eu sempre te vi como minha prima...
-- Hmmm...
-- Quando eu te beijei... Foi incrível... Eu nunca me senti daquele jeito com ninguém... Eu sempre gostei muito de você... E a última coisa que eu quero nessa vida é magoar você.
-- Tudo bem, Carol... Eu já entendi... Vou tentar matar esse sentimento aqui dentro - disse pondo a mão no coração.
-- É isso que você quer? - a baixinha perguntou hesitante.
-- Eu quero ser feliz, Carol! - disse emocionada.
-- Vick eu estive pensando... Aliás, isso foi o que eu mais fiz... Eu...
-- Carol eu não quero que você sinta pena de mim - disse séria - Olha vamos esquecer isso, ok?
-- Eu não quero esquecer isso, Vick!
-- E eu não quero que você se sinta pressionada a tentar qualquer coisa comigo, apenas porque você não me quer sofrendo.
-- Deixa eu falar, Vick.
-- Não quero falar mais sobre isso...
-- Eu também amo você Vivi...
-- Para com isso, Carol... Eu não quero me iludir.
-- É a verdade...
-- Então porque você só me disse isso agora?
-- Porque somente agora eu enxerguei isso.
Vick sorriu tristemente.
-- Acho que precisamos de um tempo... Você precisa.
-- Eu não preciso de tempo! Eu sei o que quero! - a baixinha disse decidida.
-- Como você quis a Julia?
-- É diferente - defendeu-se.
-- Eu não quero palavras... Eu quero sentir que tudo que você está me falando é verdade.
-- Mas é a verdade caramba!
-- Você passou a vida inteira sem amar ninguém... E agora da noite para o dia você quer realmente que eu acredite que você me ama, sério isso?
-- Sim...
Victoria levantou e encarou a baixinha.
-- Então me prove com ações e não com palavras! Não quero ser apenas mais uma na sua vida.
Vick não deixou a baixinha falar mais nada e a deixou sozinha.
-- Carambolas! Que garota difícil! Vai entender as mulheres! - Carol resmungava para si mesma - Por isso eu fico zoando com ela... Aff! Mas eu vou provar que a amo! Minha fama não ajuda... Mas poxa... Eu tô sendo sincera... Me aguarde Vivi... Tu vai ver só uma coisa...
**********
Daniela estava se agarrando com Fernando, quando escutaram o som da campainha.
-- Ué... Você tá esperando alguém? - perguntou o jovem.
-- Não.. - falou desconfiada - A Karina viajou, não sei quem pode ser - disse se erguendo e arrumando a roupa - Não sai daqui! - ordenou.
A morena correu para atender a porta. Ficou muitíssimo surpresa quando viu sua visita inesperada.
-- Rebecca...
A ruiva a encarava seriamente.
Fim do capítulo
Olá meninas... Gostaria de me desculpar pela demora, mas eu travei, não estava conseguindo escrever... Quem é autora sabe do que eu tô falando.
Obrigada por todos os comentários.
Vou tentar não demorar tanto, mas isso não depende apenas da minha vontade... Rsrs.
Beijos à todas!
Até o próximo.
PS: para a Angell... Claro que lembro de vc... Como não lembrar da minha primeira leitora. Fico feliz de te ver por aqui.
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cidinhamanu
Em: 07/10/2016
Boa noite Stela.
Excelente capítulo ... Ótimo, adorei!!
Ufa!! Até que enfim a Rebeca deixou o seu egoísmo de lado e resolveu aceitar e dar a chance da Luíza falar toda a verdade sobre a separação delas...
A Rebeca é uma idiota,anda fazendo muita merda,ela realmente precisa abrir os olhos, Infelizmente o coração dela ainda está cheio de mágoas, e isso não é bom. Eu espero que a Rebecca deixe de ser tão egoísta e siga os conselhos da Amanda e viva esse amor, Luiza tem um coração gigante, incapaz de guardar mágoas e ainda ama a Rebeca independente das escolhas que ela fez.
Daniela é um mostro, será que mesmo depois de tudo o que ela fez, a Rebeca conseguirá perdoar ela por tudo que ela tem feito? Ela vai ter que pagar pelo que tá fazendo! E o Fernando, o que será que ele veio fazer agora? O jeito é esperarmos para ver o que vai rolar né!?
Agora vou torcer para a Bia e Erika, Carol e Vick, apesar de ser lenta, lerda e idiota, essa baixinha esta merecendo levar uns bons tapas viu ... Essa menina só faz besteira!!
Estou muito intrigada com essa atitude do Alan, devemos nos preocupar com ele? A Vicky deixou bem claro que não quer nada com ele, mas mesmo assim ele fica no pé dela, estou com medo dele querer abusar da Victória!!
Não demora a postar, por favor.
Beijos querida e até o próximo e que você continue sendo abençoada com o DOM da escrita e da inspiração...
Mille
Em: 07/10/2016
Que bom que a Rebecca deu a Luh a chance de falar e saber de toda a verdade, e espero que ela fique esperta que a Dani vai pra cima dela já que não tem como ficar com a ruiva, ou fará de coitadinha que a Luiza inventou tudo para a Rebecca acreditar (amiga da onça).
Ana Carolina mostra para a Vick que a ama, e pelo amor dos deuses seja rapta e nada de lerseira, cuidado que tem gavião querendo atacar a Victoria e amei quando ela cortou as asinhas do Alan, esse e a Poliana levam toco das primas.
Bjus e até o próximo
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Ana Carolina 02
Em: 06/10/2016
Aleluia... A Rebecca deixou de ser bocó e ouviu o amor da vida dela ! Já tava com vontade de bater nela rsrsrs... Estou com vontade de dar uns tapas na Carol ... Só faz besteira ! É agora que a Ruiva tira o coro da demônio ????.. beijos Stela ... Até o próximo capítulo autora gata ;)
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