Os dias foram passando rápidos, as meninas e eu notamos que a tia Juliane estava estranha e claramente fugindo da Micaela e a mesma, fugia da minha tia. Fábio contou a Camila que rolou algo entre as duas no bendito jantar. Como somos muito preocupadas com a nossa família, resolvemos chamar a Micaela para uma saidinha amigável, mas é claro, sem a tia saber.

23 de outubro. 18:43hrs.

- Isso não vai dá certo. – Emi brincava com meus fios.

- Para de ser pessimista, Emily... – Jaque falou.

- Operação cupido... – Paloma passava a mão no queixo.

- Eu super concordo... – Cássia nunca me decepcionava.

- Não aguento mais a cara de cão sem dono da Juliane... – Camila falou.

- Por que as outras não estão aqui? – Jaque quis saber.

- Porque elas não iriam concordar... – dei de ombros.

- Faz sentido... – elas responderam.

- E como vamos fazer isso? – Emi perguntou.

- Uma saída ao ITA... – elas arregalaram os olhos. – O que acham?

- Perfeito... – umas se animaram.

- Vamos ter que brincar naqueles brinquedos medonhos? – a covarde da Camila perguntou.

- Deixa de ser cagona, Cami... – Cássia debochou.

- Não sou cagona, sua amarela. – ficou emburrada.

- Então tá tudo certo? – quis saber.

- Sim... – gargalhei.

- Parece o jardim de infância... – fui derrubada da cama. – Isso doeu.

24 de outubro, as sete horas da noite em frente ao ITA center park.

Estávamos esperando Camila, Samantha, a tia Juliane, o Fábio e a Micaela. Amanda me perguntou umas duzentas vezes se eu estava bem, sorria e disfarçava, dizendo que sim. Ao longe vimos a Micaela com o irmão, as meninas me olharam e depois para as outras.

“Credo! Será que só eu levo a fama?”.

- Boa noite, gatas... – Fábio chegou todo sorridente.

- Boa noite, meninas... – Micaela sorriu.

- Boa noite... – respondemos em coro.

- Cadê a Ju? – Fábio perguntou. Sim, ele estava por dentro do assunto.

- A Juliane vem? – vi um certo receio nos olhos da garota.

- Mica, vem aqui? – Paloma chamou. Emi e eu fomos juntas.

- Eu não posso ver a tia de vocês... – ela falou.

- Por quê não? – Emi perguntou.

- Porque ela é uma trouxa... – Fábio se aproximou e eu segurei a risada.

- Cala a boca, pirralho... – beliscou o irmão que apenas riu. – Ela não quer saber de mim. Desde o dia no... – ela nos olhou envergonhada. – Ela não falou comigo.

- E você por acaso falou com ela? – perguntei.

- Não, mas... Sei lá... – a garota respirou pesado. Parecia bem confusa.

- Gosta dela? – Paloma perguntou. Ela nos olhou e sem desviar nem por um segundo, respondeu.

- Não paro de pensar nela desde a bendita festa... – sorrimos.

- Ok. Nossa tia tá caidinha por você, Micaela. – eu tinha atenção da garota. – Ela só tem medo de se machucar... Ela teve uma grande decepção e deve tá apavorada pelo que tá sentindo.

- Acha mesmo que ela sente algo por mim? – ela sorriu.

- Minha tia não fala uma gracinha faz uma semana, Mica... – as meninas riram. – Não chama mais a minha namorada de pedaço de mal caminho e nem a Cássia de dotosa... – Paloma revirou os olhos. – Não sei o que fez, mas não pare. Vamos te ajudar nessa...

- Ela chegou... – Emi anunciou.

- Vamos lá... – Paloma chamou.

Minha tia fixou os olhos na garota ao meu lado, as meninas sentiam a tensão, então não diziam nada. Amanda me olhou curiosa, sorri debochando da sua cara de quem queria me esganar.

- Oi, Micaela... – tia Juliane não conteve o sorriso. Levou um gelo da garota ao nosso lado. – Fábio...

- Gata... – ele respondeu.

- Tudo bem. Vamos nos dividir? – Nicole perguntou.

- Qualquer coisa, usem o celular... – Rebecca falou e concordamos.

- Amor? Vai ou não me dizer o que tá acontecendo? – ela me puxou para um canto.

- Estamos tentando fazer nossa tia desencalhar... – Amanda cerrou os olhos.

- E por que não disse antes? – ri.

- A senhora adulta não me deixaria dá uma de cupido... – ela riu.

- Quero ver se isso vai dar certo... – ela me deu um selinho. – Vamos na roda gigante.

Cássia e Paloma ficariam na cola da minha tia e manteríamos contato por mensagens. Operação cupido em ação.

 

Cássia

- O que ela tá fazendo aqui? – Juliane me perguntou baixinho. Paloma ia bem a frente com Micaela e Fábio.

- Veio se divertir, oras... – dei de ombros.

- Isso tá me cheirando a armação... – ela me olhou com a sobrancelha arqueada.

- Por quê tá dando gelo nela? – fui direta.

- Eu não tô...

- Tá sim... – Jaqueline apareceu.

- Não deveria tá com a sua loira? – Juliane ficou emburrada.

- E você não deveria tá com a sua bonitona? – Jaque rebateu.

- Por que não admite que não para de pensar nela? – perguntei.

- Eu não quero passar por uma nova decepção... – a voz dela saiu melancólica.

- Juliane, eu também já fui traída e por um tempo fiquei apenas nessa de pegação... – tinha a atenção dela. – Mas, a Paloma me ganhou... – olhei para a minha namorada que conversava animada com os outros dois. – Ela é a melhor coisa que me aconteceu... Tenta, Ju...

- A Micaela tá afim de você... E você dela... – Jaqueline segurou a mão dela. Juliane mordeu o lábio. – Tenta...

- Eu tô louca por ela... – rimos.

- Sabemos...

Continuamos conversando, agora quem estava levando gelo era Juliane, que grudou em mim, pós a Jaque voltou para o lado da Marcela. Mandei algumas mensagens para a Flávia, dizendo que tudo estava indo bem.

- Amor, vamos no banheiro? – Paloma me chamou.

- Cássia... – Juliane me olhou desesperada.

- É rápido... – disse sorrindo.

Antes de chegarmos ao banheiro, Paloma me empurrou para uma parte mais escura e em questão de segundos, senti meu short ser invadido. Fechei meus olhos e mordia o dorso da minha mão. Senti seus dedos me penetrarem, meu clit*ris era estimulado, enquanto o hálito quente e forte se chocava contra o meu ouvido, causando arrepios. Quando senti o meu prazer transbordar, Paloma me tirou o resto de fôlego com um beijo delicioso.

- Amor, não vou demorar... – escutamos a voz da Isa.

- Vou esperar... – era a Nick.

“Puta merd*”.

- Não faz barulho... – pedi a Paloma que beijava o meu pescoço. – Paloma...

- Relaxa... – sua voz foi um sussurro.

Perdi a noção do perigo, troquei de posição com a minha namorada, a deixando prensada na estrutura de ferro. Levantei a saia, me agachei em sua frente, tomei o seu sex* em minha boca. Paloma ria e gemia, ela estava se divertindo com o fato da irmã está tão perto, deixando o clima ainda mais excitante.

- Isso é gostoso... Muito gostoso... – ela dizia baixinho. Logo senti suas pernas enfraquecerem.

- Você ainda vai me deixar louca, amor... – fiquei de pé e apoiei seu corpo no meu.

- Você que me deixa louca, minha vida... – me beijou carinhosamente. – Vamos...

- Vamos...

Me certifiquei que minha cunhada havia ido e só saímos quando tivemos a certeza. Estávamos nos aproximando dos três, quando notamos que o clima estava pesado entre as duas. Fábio estava escorado em uma barraquinha, apenas observava a discussão.

- Sua idiota, qual é o seu problema? – Micaela segurava a blusa da Juliane.

- Meu problema é você... Sua, sua...

Meu queixo quase despencou, as duas começaram a se agarrar em pleno parque. Algumas pessoas estavam com a mão sobre a boca. Ficamos paradas, olhando as duas que pareciam ter esquecido totalmente de onde estavam.

- Por essa eu não esperava... – Fábio se aproximou de nós.

- Nossa... – foi só o que saiu da minha boca.

- Oh, minha nossa... – Emi e Becca surgiram sabe lá de onde.

As duas se afastaram, ficaram se olhando e quando se deram conta que não estavam só, Micaela escondeu o rosto no pescoço da Juliane. Nos aproximamos, nunca havia visto a Juliane sem graça.

- Não acredito que fiz isso... – a voz da Micaela saiu abafada.

- Me desculpe, linda... – Juliane a abraçava protetoramente. Acho nossa missão foi um sucesso.

- Depois desse show... Acho que tá tudo certo, não é? – Paloma perguntou.

- Acho que a resposta é obvia... – Becca riu.

- Acho devemos deixar o casal a sós. – Emi falou. – Só não vão fazer sex* na roda gigante. – rimos.

- Por favor... Não se matem... – pedi.

Micaela continuava com o rosto escondido, deixamos elas se acertarem e fomos curtir alguns brinquedos.

 

Isabela

- Aquelas duas não vão parar? – ri da minha namorada.

- Deixa elas... Vontade reprimida... – falei.

Estávamos em uma praça em frente ao parque, as meninas estavam com suas namoradas, lanchando em bancos próximos. Juliane e Micaela estavam há mais de meia hora em um beijo que não parecia faltar ar. As outras meninas faziam piadinhas, mas as duas pareciam em outro mundo somente delas.

- Vem cá... Quero alimentar a minha vontade de você...

Nicole me puxou para um beijo que eu prontamente correspondi, esquecendo do resto do mundo. Nicole era a melhor parte do meu dia. Cada momento era guardado em minha cabeça com todo cuidado possível. As conversas, as risadas, os beijos, o amor feito, o coração acelerado.

- Eu te amo... – ela me disse com um sorriso que eu passaria horas contemplando.

- Eu te amo, minha Nick... – ficamos abraçadas. As meninas se aproximaram, somente Marcela, Jaque e o Nando não estavam ali. Foram passear com o loiro.

- Tô sobrando. – o irmão da Micaela reclamou.

- Faz par com a Camila... – Sam falou debochada.

- Até que ele é gatinho... – Cami sorriu.

- Camila, você é mais velha que ele... – Paloma falou.

- A Cássia te conheceu pirralha... – rimos. – Vem gatinho...

O irmão da Micaela sorriu, sendo puxando pela Cami sabe Deus para onde. As meninas ficaram de boca aberta.

- Agora só falta a gringa... – Emi falou e Samantha revirou os olhos. Ouvimos um toque de celular.

- Minha companhia acabou de chegar... – ela saiu sorrindo.

- Gringa danada... – Flávia falou e depois olhou para o casal que não se desgrudava. – Não quero nem saber o que elas estariam fazendo se não estivem em um local público...

- Eu imagino... Ai... – Cássia levou um beliscão da Paloma.

- Até foi fácil a missão... – olhamos pra Paloma. – O que? Só demos um empurrão.

- Nós quem? – Nicole perguntou.

- Flávia, Emi, Jaque, Cássia, Cami e eu... – ela respondeu.

- E por que não nos disseram nada? – Becca perguntou. Também queria saber.

- Porque elas nos acham as adultas chatas e estraga prazeres... – Amanda respondeu.

- Flávia te disse isso? – perguntei. Olhamos para ela que sorriu.

- Por que só eu levo a culpa? – ela fez cara de indignada. – Ok... Mas, a minha querida namorada exagerou. – ela se defendeu.

- Foi isso que os meus ouvidos entenderam... – Amanda jogou um beijo para ela.

- Mas, é verdade... – Emi falou, logo levantou a mão em sinal de rendição. – Calma aí... Vocês iriam dizer para não nos metermos e blá, blá, blá... – levou carão da Rebecca e as outras riram.

- Mudando de assunto... – Nicole tinha a atenção de todos. – Quanto tempo vamos ficar em Miami?

- Sete dias... – Flávia respondeu. – Dia 29 partimos e no dia 4 voltamos...

- Isso vai ser lendário... – comentei. – Tanta gente louca na praia e combinado com a loucura de fim de ano...

- Com toda certeza teremos muitas recordações... – Amanda falou.

- Por tanto que ninguém vá parar no hospital... – Rebecca falou e rimos. – Falar em hospital... E a boca Cássia?

- Tá cicatrizando rápido... – ela respondeu.

- Se não parar de gracinha no escurinho, vai acabar... – Nicole olhou para a Flávia, que sorriu sem graça.

- Termina... – Nicole mandou. Cássia ficou branca e Paloma prendeu o riso.

- Nada... Não disse nada de nada. – ela ficou de pé. – Amor, vamos comer churros... – não esperou a namorada responder e saíram.

- Vamos na montanha-russa... – Paloma saiu arrastando a namorada.

- Beijos casal. Vamos comprar besteiras, amor... – Emi também não perdeu tempo e levou a Becca.

Nicole me olhou com o cenho franzindo, me fazendo ri da forma que ela ainda tentava proteger a irmã. Trouxe ela para mim, a apertei em meus braços.

- Você não perde esse cuidado... – ela fez bico. – Coisa mais linda desse mundo... – mordi seu lábio a fazendo sorrir.

- Você terá que me aturar eternamente com esse defeito... – beijou meus lábios.

- Então planeja ficar comigo até a eternidade? – sorri bobamente.

- Se possível... Além dela... – respirei fundo. – Aguenta?

- Pode ter a mais absoluta certeza... – ela sorriu. – Não será nem um sacrifício viver a vida toda com a mulher mais gostosa desse mundo... – ela gargalhou. O som mais gostoso do mundo.

- Olha quem fala... – mordi meu lábio. – E ainda provoca...

E mais uma vez esqueci de tudo quando nossos lábios passaram a se devorar.

 

Fim do capítulo