Rana

 

- Bem... Em casa! - Lorena falou quando eu estacionei o carro - Obrigada por ter ido comigo num lugar tão fora dos seus padrões, Rana!

 

- O prazer foi meu Lorena. E... amei tudo! Principalmente sua companhia... - Engoli em seco com o que acabara de confessar: eu amo mesmo e muitoooo a companhia dela! - O que está acontecendo comigo? - pensei agoniada.

 

Lore sorriu deliciada com aquela afirmação.

 

- Que bom! Porque eu amo cada minutinho que desfruto na sua presença! - soltou sem perceber e ruborizou quando se deu conta do que me dissera; disfarçando, saltou do carro abrindo a porta do motorista pra eu descer- Errr... Bem... Já está entregue, agora vou embora! Estou pregada também; preciso descansar.

 

Nesta hora retirei a chave da ignição, saltei colocando-a no meu bolso e cruzando os braços numa pose desafiadora, olhei-a nos olhos. Quando fiz isso, senti um frio na barriga... Eu não queria que ela fosse embora! Minha boca secou com esta constatação... Pensei rápido e achei um motivo pra fazê-la ficar.

 

- Aonde você pensa que vai? Bebeu... Não dirige! - virei às costas seguindo pra porta de casa.

 

Quando olhei pra trás, peguei Lorena ali parada olhando para minha... Meu coração disparou! Ela olhava o balançar cadenciado dos meus quadris de boca aberta. Confesso que fiquei lisonjeada com aquilo... Tirei-a daquela observação ao parar segurando a porta já aberta:

 

- Que está fazendo parada ai?! Já pra dentro! - ao perceber como falei com ela, foi minha vez de ficar vermelha - Digo: dorme aqui em casa comigo! E não se preocupe que não vou colocar esta altura toda, numa cama pequena como a das meninas! Vem Lore... Hoje você dorme em minha cama, comigo!

 

Entrei em minha residência... Fui andando enquanto pensava alucinada: Rana...O que você está fazendo?!

 

Cessei meus contraditórios pensamento ao ouvir Lore entrar correndo em casa. Ela esbarrou em mim, pois parei virando de supetão!

 

- Opaaaa!!! - Lorena gritou me abraçando tentando ganhar equilíbrio... Não conseguiu!

 

Fomos ao chão num emaranhado de pernas e braços entrelaçados. Confesso que me deu um branco mental e eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser na sensação boa que era tê-la assim, sobre meu corpo!

 

- Meu Deus!! Se machucou? - Lorena falava sobre o meu corpo, olhando-me preocupada - Eu sou uma desastrada mesmo!

 

- T-Tudo bem - consegui a força, falar - Er... Podemos nos levantar? Você é pesada. - Menti tentando sair daquela posição que estava me deixando. Não! Não posso sentir algo assim- pensei preocupada

 

- Ai Jesus! Desculpa Rana! - Ela falava isso enquanto levantava ligeiro de sobre mim. - Vem.. me dá a mão!

 

- Tudo bem! Acidentes acontecem - falei tomando sua mão estendida que me ajudou a levantar - Bom, vem aqui.

 

A conduzi até o meu quarto, percebi que ela avidamente olhava tudo! Achei engraçado os seus olhinhos brilhando ao contemplar meu quarto... Vi como eles pareceram brilhar mais ao pousá-los sobre a cama!

 

Respirei fundo. Apanhando um short e uma camiseta, entreguei-os a ela.

 

- Toma banho aqui... Vou tomar o meu no banheiro das meninas! Acho que estas peças te servirão... Quer comer alguma coisa?

 

- É... obrigada! Acho que servirão - sinalizou com as roupas nas mãos - E... Estou sem fome! Então não quero nada, não! Se não se importar, deitarei após o banho.

 

- Certo... Então vai pra o banho! Vou deixar a cama arrumada. - falei séria.

- Indo.

 

Ela saiu e eu sentei um pouco na cama, minhas pernas tremiam... Ela me olhava de um modo que me fazia queimar por dentro! Olhei em direção ao banheiro ao ouvir o chuveiro ser acionado... Levantei num repente ao me dar conta que imaginei a água caindo sobre os ombros... O pescoço, o corpo da Lore. Sai rápido e fui tomar o meu banho... Frio!!

 

Resolvi fazer um chocolate quente pra tomarmos.

 

Quando entrei no quarto com os copos nas mãos, quase os deixei espatifarem-se no chão...

 

Lorena estava deitada na minha cama com os tornozelos cruzados e olhos fechados. Super à vontade, balançava os pés num tique... Estava trajando as roupas que lhe emprestara, o short ficou curto e um pouco justo nas coxas... A camiseta, que também ficara justa, delineava seus seios e os mamilos estavam turgidos. Desviei rapidamente o olhar antes que ela me flagrasse naquela inspeção.

 

- Trouxe uma bebida quente, pra nos ajudar a dormir! - aproximei-me dela, sentando na beirada da cama. - toma.

 

- Oi... Obrigada. - falou enquanto sentava - Hummm, muito bom!

 

- Que bom que gostou! - falei sorvendo o meu, sem olhá-la. De soslaio, percebi que Lore olhava minhas coxas descobertas que apareciam sob a camisola um pouco curta que eu usava. Bem... Eu gostava de dormir a vontade, então só a levava sobre o corpo e mais nada! Mas ela não precisava saber disto; então me levantei pegando o copo de suas mãos e colocando-os na banquinha ao lado e subi na cama com todo cuidado, entrando debaixo dos cobertores. Lore ficou sobre ele quieta, recostada na cabeceira da cama...

 

- Não vai deitar? - perguntei e aquilo soou tão intimo que enrubesci - Deita e se cobre tá muito frio... Você prefere cobertores separados ou pode ser esse mesmo, pra nós duas? 

 

- Claro que não precisa, outros!!! - respondeu ligeiro se enfiando debaixo do meu cobertore - Posso apagar a luz do meu abajur, Rana?

 

- Pode! - falei - vou desligar o meu também...

 

- Deixa que faço isso! - Lore rolou e apoiando-se em meu corpo, tentava apagar o abajur ao meu lado - Pronto!

 

Sim... pronto!!! Pronto que estou totalmente perturbada agora, isto sim!!!

 

Aquele rolar de corpo apoiando-se em mim causou estrago... E eu tive vontade que durasse mais... muito mais tempo, ela sobre mim!! O que está acontecendo comigo????? - penso.

 

- Vamos dormir! - ordenei desesperada já me condenando pela maldita ideia de colocar esta mulher tentadora na minha cama. Eu nunca senti... isso! Esse... Desejo? será isso mesmo? Estes pensamentos estão me deixando confusa..deve ser carência - Sim! Dormir agora, pois daqui a pouco levantaremos para trabalhar. Dei as costas para Lorena!

 

- Huum... - Lore com voz parecendo decepcionada - sim...vamos "dormir".

 

Acordei determinado momento da noite, depois de penar pra conciliar o sono, e senti um braço me envolvendo a cintura. Prendi a respiração, pensei que a Lorena estava tentando algum avanço... Mas, pouco depois percebi pela respiração pausada que ela estava, enfim, dormindo. Pensei em afastar meu corpo; me desvencilhar daquele abraço, me afastar e deixar de ser invadida pelo seu cheiro, pelo seu calor... Só pensei... não tive coragem, sem notar me aconcheguei mais no abraço e envolvida em seus braços, dormi como há muito não vinha dormindo: numa sensação de paz e proteção total.

 

Acordei com o celular despertando... Hummmmm....estava tão quentinho! - pensei de olhos fechados.

 

- Desligaaaa - uma voz rouca e dengosa adentrou meus ouvidos, ao mesmo tempo em que fui apertada ao encontro de algo macio!

 

Arregalei os olhos imediatamente! Eu virara de frente no sono e agora estava esmagada num abraço, tinha meu corpo apertado ao da Lorena e meu rosto colado na maciez dos seus seios! Meu corpo todo respondeu a esse contato!!!!

 

Assustada, me desvencilhei do abraço devagarinho. Lore se aconchegou no meu lugar rolando, como se buscasse meu corpo... Enfiou o rosto no meu travesseiro...E salvo engano, aspirou meu cheiro continuando a dormir.

 

Fiquei alguns minutos ali, próxima a cama olhando-a... A camiseta no sono deslocara e dava pra ver um pouco do seu seio esquerdo...

 

- Banho, agora! - falei baixinho comigo mesma - E frio... muito frio!!!!

 

XXXX

 

Lorena

 

Acordei e a cama estava vazia... O doce cheiro da Rana estava impregnando os lençóis, travesseiro...

 

Travesseiro este que eu desavergonhadamente cheirava todinho agora, prendendo o cheiro dela dentro de mim.

 

- Sou louca por esta mulher! - confessei risonha às paredes.

 

Fora uma noite louca... Tudo que eu jamais sonhei aconteceu! Parei na cama da Rana... Tudo bem, não foi bem "dormir" que eu ansiava fazer naquele leito... mas, foi uma conquista ela se sentir a vontade comigo ao ponto de me colocar na sua cama dormindo com ela. Outro ponto positivo foi...(neste momento abri um sorriso pra lá de satisfeito). Foi que ela dormiu em meus braços e parece ter gostado! Eu sei que joguei sujo...

 

Fingi está dormindo e a abracei gostoso. Respirei lentamente em suspense imaginando a atitude que Rana iria tomar: aceitar ou rechaçar! Meu coração explodiu em alegria quando depois de um leve retesar; ela relaxou de encontro ao meu corpo e se aconchegou mais!

 

Precisei de todo autocontrole pra não me precipitar e tentar algo mais... Eu esperaria ela se acostumar a ideia de desejar uma mulher! E, ansiava febrilmente, que chegasse o dia que ela aceitasse não só a verdade de desejar-me; como viesse também se permitir amar-me!

 

- Você vai me amar síria, vai ser minha... Totalmente minha! - sussurrei estas palavras me esticando feliz na cama de olhos fechados. - Porque você não ficou na cama, mulher? Oxeeeee! Pressa retada... afff, queria estar ainda no seu calor!

 

Enquanto estava nesta preguiça e entre pensamentos, a voz do meu amor invadiu meu mundo dos sonhos...

 

- Lorena? - Rana apareceu na porta já vestida pra o trabalho - Acorda... Está quase na hora de irmos para o trabalho! Vai tomar banho que já coloquei nosso café!

 

- Que Coisa, Rana! Relaxa. - reclamei preguiçosa - Vamos chegar atrasadas e não se preocupe que falo com "sua chefe" pra ela relevar um pouco! - Falei a devorando com os olhos enquanto tentava brincar.

 

- Sei espertinha - deu um meio sorriso, porém sem me encarar - Eu prefiro não abusar da bondade da minha chefe... Então se sacuda dai rápido. Espero-te na cozinha...

 

Ela saiu veloz do quarto como se o mesmo estivesse pegando fogo e ela precisasse fugir pra se salvar...Meu peito se apertou...

 

- Será que eu me precipitei a abraçando e a fiz correr de mim? Poxa... ela teve nojo de dormir grudada ao corpo de outra mulher?! Nojo do meu corpo?! Acho que diante disso vou me afastar um pouco e recarregar as minhas energias...irei a Salvador e ficarei uns dias por lá- pensei angustiada.

 

Tomei uma banho veloz, vesti uma camisa social que ela deixara sobre a cama...Precisei deixar dois botões abertos porque meus seios eram maiores que os dela. Apressei-me em direção a cozinha. Encontrei a mesa posta, com frutas, frios, pães, bolos, café forte, leite e sucos.

 

- Não sei como é o seu café da manhã; então botei um pouquinho de tudo - falou Rana, meio sem jeito.

 

- Não precisava se preocupar! - falei sentando e enchendo o copo com suco - Está tudo bem, Rana?

 

- Sim! - respondeu olhando pra xícara de café que tinha nas mãos - Tudo bem! Não quero ser mal-educada, mas vou pedir que nos apressemos, pois estou cheia de trabalho hoje!

 

- Sua patroa é uma mulher de sorte! Tem uma funcionária compromissada! - brinquei pra desanuviar o clima... Foi sem sucesso! O Sorriso que eu esperava tirar; não veio. Obtive apenas um silêncio constrangido como resposta.

 

O café foi naquele clima. Rana estava introspectiva... silenciosa! Apenas falava comigo, como boa anfitriã, Se eu gostara do bolo, do sanduiches e etc... Eu fiquei tão afundada no desespero e na angustia que não senti sabor de nada... Engoli tudo! O café, o bolo e os demais alimentos, desceram em minha garganta como serragem!

 

Rana não me deu, em momento algum, oportunidade de uma conversa mais íntima... Da mesa, fomos ao meu carro e rumamos para Construtora, pra minha infelicidade, num silêncio sepulcral.

 

- Obrigada pela acolhida noturna, Rana. Ah! estarei viajando a Salvador- puxei o assunto quando entramos na Construtora lado a lado. Eu segurava uma sacola com uma muda de roupa que eu tinha deixado no banco de trás do carro, pois iria trocar, as que eu vestia, assim que chegasse a minha sala.

 

- Por nada Lorena! - falou ela já se direcionando a sua sala - Tenha um bom dia!

 

Rana partiu sem olhar na minha face e muito menos pra trás... Entrou em sua sala fechando-a.

 

Fiquei ali parada no meio da sala de Margô... sem saber o que pensar ou sequer reagir diante daquele comportamento frio e avesso dela... Meus ombros caíram! Desconsolada adentrei em minha sala e sentei-me...

 

- Acho que as coisas não saíram como eu imaginei! Parece que não houve vitória pra mim nesta noite passada... Ao que tudo indica; sofri a pior das derrotas! Ela é indiferente a minha pessoa - entrelacei as mãos sob meu queixo num desespero terrível - É Lorena... Tudo indica que você, que imaginou começar a ganhar... Apenas, perdeu!

 

XXXX

 

Rana

 

Rana, bom dia! Posso conversar contigo um pouco? - pergunta Anna, segurando a porta da minha sala.

 

Levanto a cabeça e a fito por um instante, respiro fundo e concordo balançando a cabeça positivamente lhe dando permissão. Faço um gesto para que ela sente na cadeira a minha frente. Apoio o queixo em minhas mãos entrelaçadas e espero pelo que ela vai dizer.

 

- Bom, Rana...quero que ouça tudo que tenho pra lhe falar sem me interromper, por favor. - começou a falar Anna - não vou tentar mentir dizendo que o que eu sentia por Lorena era uma simples amizade. Não, não era. Me sentia muito atraída por ela, em todos os sentidos. Quando resolvi vir a São Paulo, meu objetivo era seduzi-la e ter um relacionamento sério. Lorena não é mulher que se contenta com pouco, então estava decidida ser o muito da vida dela. Não nego! Mas...

 

Ela para de falar, suspira fundo e me encara. Eu a observo com muita atenção.

 

Mas...- continua Anna - no meio do caminho tinha uma pedra e essa pedra é você. Ou melhor, o amor que ela sente por você! Não tem como eu me desviar ou passar por cima dessa pedra, desse amor, pois o que Lorena sente por você é forte, sincero, verdadeiro e bonito, muito bonito. Ela te ama, sem dúvida nenhuma! Não tem como eu lutar contra esse amor. Vai ser uma batalha cansativa e que ao final sairei perdendo e sinceramente, detesto perder. Alem disso, também tem a Bia que me conquistou com aquele jeito dela e pretendo investir no que estamos sentido.

 

Rana, qualquer tipo de amor vale á pena, não é pecado! Pecado é não amar! Pecado é a intolerância de todos os tipos, o preconceito, o egoísmo desmedido, é olhar e não enxergar o próximo. Viva esse amor, seja feliz, siga sua vida. Você merece e Lorena também. Pensa, de coração aberto, nisso tudo que lhe falei...solte as suas amarras. Torço pela felicidade de vocês. Podemos nos relacionar com cordialidade e quem sabe, sermos amigas. Pretendo pedir transferência aqui para São Paulo e iremos trabalhar juntas! Bom, não quero mais tomar o seu tempo , então vou terminando a conversa por aqui. E além do mais , vou almoçar com a Bia e ela já deve estar me esperando. - conclui Anna

 

A ruiva levanta e me estende a mão. Eu também me ergo e seguro sua mão estendida, apertando-a em um cumprimento.

 

- Tudo bem Anna. - digo com um tímido sorriso - agradeço pelas suas palavras, me sinto mais leve.

 

Anna sorri e me responde - Não seja por isso.

 

Segue em direção a porta , quando para e vira na minha direção.

 

- Ah, deixei Lorena sozinha lá na sala dela - sorri e completa - fica a dica!

 

Anna vira e sai.

 

Estou apreensiva e ansiosa com tudo que Anna me disse. Ao mesmo tempo, sinto meu peito encher de vontade, vontade de correr ao encontro da pessoa que bagunçou meus sentimentos, mas que me faz um bem enorme.

 

Sigo em direção a sala de Lorena e abro a porta devagar, sem fazer barulho. Paro e a observo. Ela está vestida de um jeito mais despojado: uma calça jeans em um tom escuro de azul, e uma camiseta preta. Linda como sempre.

 

Escoro-me na soleira da porta e olho para a Lorena sentada a minha frente, com a cabeça apoiada no encosto da poltrona, de olhos fechados, ouvindo uma música que me tocou o coração, pois descreve nossos sentimentos no momento atual. Nunca olhei para uma mulher com tanta fascinação como estou olhando agora.

 

https://www.youtube.com/watch?v=HL_uHQDi_0w

 

Caminho em sua direção, detenho-me ao seu lado e toco na sua mão. Ela abre os olhos.

 

Fito Lorena apreciando aqueles olhos tão lindos que parecem poder enxergar a minha alma. Sinto meu coração bater mais rápido, vejo o poder que eles têm sobre mim. Transmitem serenidade, amor. Olham-me como se eu fosse a única! Percebo, nesse momento, que estou tão conectada a esta moça, que eu posso senti-la somente pelo olhar. E chego a mais simples conclusão: estou apaixonada por uma mulher, por esta mulher.

 

Noto as lágrimas que descem pela sua face serena. Me aproximo. Enxugo lágrima por lágrimas com os meus polegares. Ela sorri para mim como soubesse o que estava preste acontecer. Puxo sua cabeça carinhosamente e inclino-me até ficar na altura de seu rosto e passo meus lábios de forma lenta pelos seus, me afasto um pouco para fitá-la.

 

Lorena é um misto de força e fragilidade. Possui tantas qualidades que eu admiro.

 

Agora, tenho a plena certeza, que me ama e me quer. Não vou abrir mão de um sentimento tão puro, sincero, verdadeiro... por medo. Não mais. Se for para derrubar todas as barreiras que me cercam, que seja ao seu lado. Aproximo meu rosto lentamente do seu e a beijo.

Fim do capítulo