As pessoas deixam-nos marcas
Capítulo 2
Peço um café ,sento-me na esplanada e jogo um pouco no telemóvel , as lojas à minha volta começam a animar-se e eu gosto dessas manhãs , calma para mim , masagitadas à minha volta .
Desligo o jogo e olho em volta ,uma mãe puxa uma criança a fazer birra, um grupo de jovens ao fundo fala sabe-se lá do quê ! Sinto-me algo velha .
É tempo de paz , até agradeço ao coração ter-se desligado das emoções , acho que não suportaria mais tempo todas aquelas borboletas nos estomago, toda aquela emoção a toda a hora .
Vou gastando a minha futilidade pelas montras das lojas. Sapatos e malas não desassossegam tanto como um beijo .
Passo numa bancada de livros, adoro , promeções de livros ! Adoro livros antigos, escolho e abro-os com cuidado , um a um acaricio aquelas capas ligeiramente amareladas pelo tempo, tenho vontade de abraçar cada livro como se de um velho amigo se tratasse. Escolho um baratinho, mas parece-me um lindo romance , caminho para a caixa e ali está ela sorrindo para mim .
Tremo como se nevasse. Passo o livro para ela ver a etiqueta e os nossos dedos roçam ligeiramente . O meu coração ,tão morto, reage ! Ah não !
De relance vejo-me agarrar aquela mulher de cabelo preteado e a levá-la para um sítio discreto e arrancar-lhe um beijo longo dos seu lábios surpreendidos .
Quase me engasgo só de imaginar que aquela senhora poderia ler-me o pensamento e de imediato chamar a polícia . Ela olha-me desconfiada , digo que não quero factura e saio dali quase a correr .
Imploro-me por lúcidez , não preciso disto na minha vida ,nãopreciso
Fim do capítulo
Águas mansas nunca fizeram bons marinheiros
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