--Licença, boa tarde – Patrícia colocou a cabeça na porta e ao ver a morena ali não conseguiu desviar os olhos daquela que ama ali deitada e viva.

-- Ola delegada, entre, está melhor? – O pai de Lucy perguntou preocupado

--Estou sim, obrigada – Ela disse sem tirar os olhos de Lucy, caminhou ate ela e não segurou as lagrimas e começou a chorar no pé da cama dela.

--Acho que já está na hora de ir, o medico disse que não poderíamos demorar – A mãe de Lucy disse assim que viu Patrícia pegar na mão de Lucy.

--Ai mãe só um pouquinho se ele vier reclamar nós saímos – Livia notou o real motivo da implicância da mãe

--Nada disso, vamos lá todos, vamos deixar ela descansa – Disse abrindo a porta e olhando feio para a ruiva.

--Tudo bem vamos lá – Sandrele disse não gostando

--Eu gostaria de ficar som mais alguns minutos dona Maria – Patrícia pediu.

--Nada disso estou seguindo as recomendações medicas, quero sempre o melhor para minha filha – Usou de duplo sentido ao pronunciar a frase.

--Maria deixe de ser mal educada – O senhor reclamou.

--Não é falta de educação apenas quero que minha filha se recupere – Falava olhando diretamente para Patrícia.

--Tudo bem, ate mais tarde – Patrícia disse saindo de cabeça baixa.

--Não fica assim Pati ela está confusa e muito tensa por todos esses eventos. – Ricky falou passando o braço pelos ombros da delegada.

--É ruiva, vai para casa, tenho certeza que assim que a Lu acordar vai chamar por você.

--Eu não vou sair daqui, quero está aqui quando ela acordar – Disse sentando em um pequeno sofá que tinha no final do corredor onde estava o quarto de Lucy.

--Tudo bem, eu fico aqui com você – Sandrele disse sentando junto com ela.

--Eu também – Ricky sentou no outro lado

--Obrigada – Ali Patrícia pode ver que tinha mais que dois amigos e sim dois irmãos que poderia contar sempre, ela ficou ali falando o que tinha ocorrido no cativeiro, depois de alguns minutos viram a mãe de Lucy aproximando-se

--Olha aqui, eu não quero você perto dele me ouviu, minha filha está confusa, confusão essa feita por você então não se aproxime dela, esse tempo vai ser bom para ela ver a burrice que anda fazendo.

--Não é burrice dona Maria, é amor o amor mais puro e sincero que se pode existir.

--Não é amor é ilusão – Disse com os olhos cheios de raiva

--Ilusão? Você acha mesmo que uma pessoa que se dispôs a tomar a minha frente em um tiro não senti nada por mim? – A senhora arregalou os olhos e a ruiva continuou –É isso mesmo, aquele tiro era pra mim e ela salvou minha vida por me amar, e não pense que eu faria diferente por ela – Falava firme

--Isso não representa nada ela faria isso por qualquer pessoa, minha filha tem um grande coração. – Alterou a voz

--Mãe para com isso, a senhora tem que aceitar a Patrícia faz parte da vida da Lucy e ponto – Lívia disse tentando fazer a mãe enxergar.

--Ela está colocando essas ideias na cabeça dela isso sim e isso eu não permito.

--Dona Maria me desculpe, eu tenho maior respeito pela senhora, mas isso é uma escolha da Lucy e sua filha é feliz com a ruiva, não a nada que a senhora permitir ou não.

--Sandrele você não pode concordar com isso, isso é uma doença está tirando a razão dela.

--Se isso é uma doença pode me considerar totalmente doente e não pense que eu quero me curar, pois sou a pessoa mais feliz desse mundo sendo quem eu sou, se eu sou doente a seus olhos pode ter certeza que nunca terá existirá outra forma para eu ser mais feliz que ao lado da minha esposa. – Sandrele falou fazendo à senhora ficar chocada.

--Sua, sua esposa? – Perguntou gaguejando

--Isso mesmo, minha esposa ela que é a pessoa mais maravilhosa que existe nesse mundo, com quem eu vou formar minha família onde sou e serei muito feliz, e a senhora pode ter certeza que esse não é uma coisa unicamente minha, pois sua filha sente a mesma coisa pela ruiva se não com mais intensidade.

--Eu não vou escutar isso – A senhora disse voltando para o quarto da filha.

--Não fica assim cunhadinha logo logo a ficha dela cai – Patrícia esboçou um pequeno sorriso ao ser chamada de “cunhadinha”

--Assim espero, Livia como estão os meninos?  - Ela perguntou ao ver Livia sentando ao seu lado

--Estão bagunceiros e chatos como sempre – Disse sorrindo – Loucos para vim ver a tia.

--Deve ser complicado ter dois meninos em casa mesmo – Pati sorriu

--É e com idades tão distintas que o bicho pega, mas não dou moleza para eles.

--Imagino que não, a Lu é louca pelos sobrinhos.

--É sim ela sempre amou crianças se prepare que tenho certeza que com você ela vai querer encher a casa – Livia disse e todos sorriram com a cara que a Ruiva fez.

--Calma ruiva não precisa se desesperar – Sandrele disse também sorrindo.

--Ela nunca falou de filhos

--Também não tiveram paz nos últimos meses, mas eu mesmo que dois afilhados duas meninas para eu ensinar a elas de maquiagem e também sair para paquerar uns bofes, isso se não puxarem as mães – Ricky disse

--Eu também quero dois afilhado um menino e uma menina – Sandrele disse sorrindo

--Ei calminha ai, ao menos deixa as mães dos seus afilhados pensarem sobre isso antes – Patrícia disse sorrindo, mas seu sorriso se desfez ao ver uma movimentação de médicos entrando apressadamente no quarto de Lucy.

--O que está acontecendo? – Ricky perguntou ficando de pé

-- Vamos lá saber -  Saíram correndo para o quarto

--O que houve? – Patrícia perguntou entrando e logo seus olhos encontraram com o de uma Lucy agitada.—Lu. – Ela correu para junto dela pegando em sua mão

--Anjinha – Lucy esboçou um pequeno sorriso e voltou a dormir 

--Ela acordou e ficou um pouco agitada, isso é normal, injetei um calmante fraquinho, daqui a algumas horas ela acorda. – Disse o medico

--Nossa pensei que era outra coisa – Lívia disse suspirando.

-- Agora já passou vamos deixar ela descansar – Maria disse querendo novamente expulsar a ruiva do quarto.

--Dona Maria eu poderia falar com a senhora um instante? – Patrícia propôs, a mais velha olhou para a cara de reprovação da outra filha e foi ver o que a delegada queria

--Diga logo o que você quer e vá embora. – Disse assim que saíram do quarto

--Eu não vou embora e se a senhora quiser que eu saia daqui vai ter que arranjar uma ordem judicial para isso, e pode ter certeza que isso ira ser bem difícil, pois eu tenho provas suficientes para provar que sou companheira dela a senhora aceitando ou não e outra tenho certeza que nem a Lucy nem a senhora quer que seu marido descubra da sua filha por um advogado, estou certa? – Disse olhando firme para os olhos da senhora que ficou sem saber o que falar. – Ótimo que a senhora não tem oposição pois eu vou entrar nesse quarto e só sairei se for realmente necessário – Deu as costas e entrou no quarto, ao entrar puxou uma cadeira que estava ao lado da cama de Lucy pegou uma de suas mãos e ficou ali velando o sono da sua amada.

--Mãe, pai vamos aproveitar que ela vai demorar a acordar e vamos comer alguma coisa – Lívia chamou

--Mas ela vai ficar aqui sozinha?

--Não dona Maria nós vamos ficar aqui, não se preocupe – Ricky disse.

--É Maria precisamos de um banho e comer algo descente, estamos desde ontem aqui. – O senhor disse

--Tudo bem, mas vamos voltar rápido – Ela disse olhando com raiva para Patrícia.

--Menina o que você disse para a mulher que ela abaixou a bola? – Ricky disse assim que eles saíram

--Só que eu iria ficar e pronto e se ela quisesse me tirar daqui apenas com uma ordem judicial, acho que ela se assustou – A delegada disse sorrindo

--É mais foi bom, ela estava passando dos limites. – Sandrele afirmou.

San e Ricky passou a contar de forma divertida sobre algumas aventuras que viveram com Lucy e isso levou algumas horas.

--Agora mudando de assunto o que houve para a Lara está quase matando a sua ex quando entramos no quarto não me diga que ela estava dando encima de você – Sandrele perguntou

--Não foi isso, foi que... – Ela iria continuar a falar, mas sentiu um aperto leve em sua mão. –Lu amor? – Passou a levemente a mão no rosto da morena.

--Se ela não matou aquela loira azeda eu mesma o farei – Lucy disse baixinha abrindo os olhos lentamente.

--Oi amor, como você está se sentindo? Vou chamar o medico – Patrícia não segurou a emoção ao encara-la e deixou uma lagrima escorrer.

--Não chora anjinha – Estendeu a mão amparando a lagrima.

--Eu tive tanto medo – Patrícia se entregou a um choro mais intenso

--Não chora, eu estou aqui não estou? – Falava baixinho

--Por que você fez aquilo, não poderia ter se jogado assim na minha frente.

--Eu não poderia deixar ele ti machucar, você não entende que se você morresse eu morreria junto mesmo ficando viva – Lucy falava afagando aqueles cabelos acobreados que tanto amava.

--Nunca mais faça isso me escutou? – Beijou a mão da ruiva.

--Sim senhora delegada. – Deu um risinho de canto de boca

--Ai que lindo eu estou tão emocionada – Ricky disse chorando

--Mais é muito fresco mesmo – Sandrele disse enxugando as lagrimas que ela queria esconder.

--Como você está amiga? – Aproximou-se da amiga segurando as mãos dela

--Estou com muita dor, mas ao menos estou viva.

--Está e vai nos encher o saco por muito tempo ainda – Sandrele disse beijando a testa dela.

--Eu vou chamar o medico – Patrícia disse indo para a porta.

--Então conseguimos prender todos? – Lucy perguntou

--Sim o Arnique será preso assim que sair do hospital, o João está morto e os demais estão presos.

--Que bom, agora vou poder tirar minhas férias.

--É e eu minha lua de mel – Sandrele disse sorrindo

--Credo só eu que vou ficar ch*pando dedo – Ricky resmungou

--Quem manda não sossega com ninguém.

--Ai San o que eu posso fazer se existe tanto bofe bonito nesse mundo – Sorriu

--Pronto avisei a enfermeira. – Patrícia disse entrando no quarto.

--Está doendo muito amor? –Afagou o cabelo dela.

--Um pouquinho – Falou com manha

--Bem então você acordou – Claudia disse entrando no quarto.

--O que você está fazendo aqui? – Lucy perguntou com a cara fechada

--Ei calminha morena, o seu medico está em cirurgia e eu estou de plantão então vou ter que te examinar- Ela disse pegando o prontuário dela.

--Não pense que só por que estou de cama não poderei terminar o serviço que a Lara começou – Lucy disse com a mesma cara enfezada

--Olha não é uma boa você ameaçar uma pessoa que vai ter ficar sozinha com você agora. – Ela disse fazendo um gesto para os demais saírem

--Eu não vou deixar a Lucy com ela – Sandrele disse

--É nem eu –Ricky deu força, Patrícia olhou para a medica e balançou a cabeça em sinal de positivo

--Vamos pessoal a Claudia precisa fazer o trabalho dela – A delegada pegou nas mãos dos outros dois e saiu quase que arrastando eles.

--Bem agora vamos lá. – Claudia começou a examinar Lucy em silencio. – Bem Lucy aparentemente está tudo sob controle, você está com uma sonda a enfermeira vai trocar seu soro, e precisamos que você urine o mais rápido possível, e assim que isso acontecer quero que mande avisar ok falou abrindo o roupão da morena, vai ser feito mais alguns exames, para ver umas taxas, nem pensar fazer movimentos brusco – E foi dando varias informações a ela

--Por que vocês estão aqui? – Lívia perguntou ao chegar e os amigos na frente do quarto.

--Ela acordou, a medica está a examinado– Patrícia disse feliz.

--Ela está bem? – O pai dela perguntou.

--Aparentemente sim, iremos apenas fazer alguns exames, e assim que ela fazer xixi avise a uma enfermeira. – Claudia respondeu saindo do quarto. – Ela está com um pouco de dor, vou receitar um analgésico, logo aliviara, em hipótese alguma ela pode levantar.

--E agora virou moda vocês quererem me matar é isso – Disse olhando para a cara fechada de San e Ricky.

--Quem manda só fazer merd* – Patrícia disse entrando no quarto sendo seguida pelos demais.

--Oi filha como você está? – A Senhora perguntou indo de encontro a ela junto com o homem.

--Estou bem mãe, não foi dessa vez

--Credo filha, está repreendido em nome de Jesus. – Maria benzeu-se

--É filha não brinca com uma coisa dessas – o Pai dela a abraçou. –Agora me diz Luluzinha como isso aconteceu?

--Ai pai Luluzinha na frente dos outros não né! – Todos sorriram – Mas eu e a Pati fomos sequestradas, como o cara era louco acabou atirando e me atingiu.

--Lu deixa de ser modéstia – Disse Ricky – Ela se atirou em frente da Pati, o meliante ia mata-la e ela atirou-se na frente – Nessa hora Lucy e Patrícia encararam-se.

--Nossa, sua heroína não é delegada? – Disse o homem cheio de orgulho.

--Ela sempre será minha heroína seo Lucio, sempre – Deu um sorriso.

--É agora espero que ela nunca mais faça uma loucura dessas

--Lucio eu espero que ela deixe de cometer varias loucuras que ela está fazendo de um época para cá. – Maria disse olhando com a cara feia para a ruiva.

--Mãe o mundo é dos loucos e os loucos é que são felizes, Nunca escutou essa frase mãe? – Disse olhando para a ruiva.

--Não sei disso – Fez bico.

--Agora delegada me responde uma coisa

--Só respondo se o senhor me parar de chamar de delegada seo Lucio.

--Tudo bem Patrícia, por que a doutora disse que todo virou moda querer matar ela?

--Por que ela é uma loira idiota pai – Lucy respondeu

--Ela é uma velha conhecida minha e fala muita besteira, apenas isso. – O homem balançou a cabeça para afirmar que entendeu.

--Então conseguimos pegar todos? – Lucy perguntou

--Ainda não fui na delegacia, mas sei que todos estão presos, o João está morto.

--O doutor Valadares?

--O que tem o doutor filha?

--Ele estava ligado a uma organização criminosa mãe, alias ele e o Tony também, a diferencia era que o Tony não sabia quanto eles eram perigosos.

--Que historia é essa do Antony metido com bandidos

--É isso mesmo pai, ele pensou que eram apenas uma ONG, porem era homicidas e torturadores, assim que ele descobriu os planos dele se desligou, porem não aceitaram e aquela cirurgia foi um plano para mata-lo.

--Então ele foi assassinado?

--Foi sim, e já prendemos todos os responsáveis.

--E como você está com isso filha?

--Ai pai o choque meio que já passou, quando o nome do Tony começou a surgir nas investigações foi mais difícil, porem saber que ele não era um bandido me deixou mais em paz.

--Nossa que babado – Livia disse com a mão na boca.

--Lu, nós vamos para a delegacia e amanhã estaremos de volta, afinal já estou vendo, a chefe assim que voltar para a delegacia nos cobrando relatórios. – Sandrele disse sorrindo.

--É mesmo a delegada vai nos pedir um monte de coisa é melhor irmos adiantando – Ricky completou.

--Essa delegada é terrível, não sei como vocês aguentam ela – Patrícia disse sorrindo.

--Então vamos lá, amanhã voltamos – os detetives saíram.

--Vou acompanhar vocês estou com sede

--Vou também pai, assim eu ligo para casa – Livia o pai de Lucy também saíram do quarto.

--E você também não tem que ir trabalhar não?  - A mãe de Lucy perguntou de maneira seca.

--Mãe, por favor, não faz isso. – Lucy pediu

--Eu não estou fazendo nada filha ela que não é bem vinda aqui

--Ela é bem vinda sim e se a senhora ficar  maltratando minha noiva eu vou... – Parou de falar colocando a mão abaixo das costelas. –AIII ! ela gritou e desmaiou

--Filha?

--Lucy? Amor, vou chamar a enfermeira. – Patrícia correu chamando a enfermeira que passava no corredor.

--Vou chamar o medico – Ela saiu correndo.

--O que será que houve – Patrícia disse pegando na mão dela, deixando uma lagrima cair.

--Isso tudo é sua culpa se você não estivesse aqui não teria acontecido nada disso. – Maria falou olhando aflita para a filha.

--Minha culpa? É você que não aceita que sua filha está feliz comigo, ela não merece isso da pessoa que era para ama-la incondicionalmente – Patrícia cuspiu na cara da mais velha que nada falou.

--Senhora preciso que saiam do quarto por um momento – O medico pediu assim que entrou no quarto, elas saíram e sentaram numas cadeiras que estavam em frente ao quarto.

-- Eu, eu só não consigo entender – Maria disse depois de um tempo em silencio.

--Não é fácil entender mesmo, mas se a senhora a ama e a quer feliz vai ter que ao menos aceitar – Falou no mesmo tom baixo.

--Como eu posso aceitar? Nunca nem conheci ninguém assim, como vou aprender a aceitar de uma hora pra outra – A senhora deixou uma lagrima escorrer

--Tente começar respeitando dona Maria, eu amo demais ela, e quero o bem dessa mulher mais que o meu, então o que eu posso dizer é que pela felicidade dela respeite-a, eu prometo não forçar a barra se a senhora nos respeitar.

--Eu vou tentar, mas agora só quero minha menina bem – Disse chorando e Patrícia afagou o ombro de senhora.

--Por que estão aqui fora? – O pai de Lucy perguntou

--Ela desmaiou Lucio, o medico está lá – Ela o abraçou em prantos.

 

--Calma Maria a nossa menina é forte. – Ficaram mais alguns longos minutos ali ate o medico sair do quarto.

Fim do capítulo