Sexta-feira, 17 de setembro. Oito da noite.

- A Emi tá muito feliz... – Flávia comentou, enquanto terminava um trabalho.

- A Becca me contou... – estava finalizando o jantar.

-  Ela disse que a Juliana quer falar comigo... – ela respirou fundo e mantinha os olhos para os papeis em sua mão.

- Tenta ser gentil, amor... – me encostei na pia, enxugava as minhas mãos. Ela me olhou.

- Prometo tentar, amor... – ela sorriu.

- Flávia... – arqueei uma sobrancelha.

- Tubo bem... – fechou os livros. – Finalmente...

- Vamos jantar. – comecei a nos servir, Flávia não parava de me olhar. – O que foi amor?

- Você é linda, amor... – ela abriu aquele sorriso lindo que fazia as suas covinhas aparecerem.

- Tá querendo me deixar sem graça? – ela tocou o meu rosto.

- Estou sendo sincera. – ela levantou e tocou de leve os seus lábios nos meus. – Eu te amo e estar aqui... – ela suspirou e eu também. Essa menina me deixava toda boba. – Não há nada que eu queira mais que tá aqui...

- Você tirou as palavras da minha boca... – ela sorriu. – Pode parecer precipitado, mas eu quero passar cada momento da minha vida do teu lado... Eu te amo... – ela se aproximou e tomou os meus lábios em um beijo cheio de carinho.

Depois do jantar, ela se ofereceu para me ajudar, enxugava a louça e eu lavava, fiquei toda boba nesse momento. A convidei para dormir aqui, ela foi tomar banho e eu terminava de arrumar tudo na cozinha. Desliguei as luzes e segui para o quarto, cheguei na porta e a vi olhando através da janela, lá fora caia uma chuva. Ela estava vestida com um shortinho minúsculo e um top. Me aproximei devagar, abracei a sua cintura e cheirei os cabelos que estavam soltos.

- Que cheiro gostoso... – ouvi um gemido.

- Amor, não provoca... – ela apoiou as mãos na porta de vidro.

Eu disse á ela que não deveríamos fazer nada, mas não posso negar que eu a queria tanto e em um movimento rápido e inesperado, ela me prensou contra a porta de vidro. Sua boca buscava a minha, sem pressa, enquanto suas mãos no mesmo ritmo desabotoava a minha blusa. Arfei quando senti suas mãos acariciarem minha cintura, abdômen, costa e desceu para o meu short.

- Espera... – ela se afastou e me olhou. Sorriu, enquanto analisava todo o meu corpo.

- Amor... – respirava com dificuldade.

- Linda demais... – passou a mão na nuca. – Espera...

Ela sumiu pelo pequeno closet que havia em meu quarto, voltou com dois lenços vermelhos em mãos, sorrindo. Jogou um tecido em cada abajur, foi até o interruptor e o desligou, deixando o quarto avermelhado.

- Vem cá, amor... – ela estendeu a mão e eu prontamente segurei. – Minha linda...

Sua mão seguiu até o meu rosto, seus olhos estavam fixamente nos meus, segurei a barra de seu top e o tirei, arfei. Tirei o meu próprio sutiã, suas mãos desceram por meu pescoço, colo até chegar aos meus seios.

- Oh... – saiu de nossas bocas.

- Que saudade... – sua mão segurou de leva a minha cintura, me puxou para si. – Saudades...

A beijei, devagar, aquela noite eu só queria amar a minha mulher, aproveitar cada segundo, cada beijo, cada toque. Ela me deitou sobre a cama, depositou seu corpo gentilmente em cima do meu, sua boca passou a distribuir beijos molhados por todo o meu corpo, enquanto eu tentava controlar as batidas do meu coração. Seus dedos seguraram as laterais da minha calcinha, enquanto sua boca beijava o meu abdômen.

- Flávia... – gemi o seu nome. A minha calcinha foi tirada, senti que ela me observava e abri os meus olhos para me deparar com os seus cheios de desejo.

- Ah, Amanda... – subiu e voltou a me beijar, com a mesma calma, parecia degustar uma fruta.

Senti sua mão passear entre os meus seios, enquanto a outra segurava a minha cintura, a boca foi deixando um rastro quente até chegar aos meus seios. Eu estava muito molhada, meu corpo a cada segundo pedia mais pelo dela. Senti sua língua tocar de leve a pele ao redor de meu mamilo, soltei um gemido, e uma seção de beijos, ch*pões e lambidas começou por todo o meu peito.

- Isso... – meu peito subia e descia. – Ai, amor...

Sua boca voltou a encontrar a minha, senti sua mão descer vagarosamente entre meus seios, sua unha curta arranhava o meu abdômen, prendi a respiração quando sua mão tocou de leve o meu centro.

- Olha pra mim... – ela pediu e eu obedeci, ela grudou a testa na minha e seus olhos rasgaram os meus com tanto desejo que vi neles.

- Oh... – me esforcei para não fechar os olhos quando senti seus dedos fazerem pressão sobre meu clit*ris. Meu corpo estava arrepiado, a respiração rápida, eu senti tanta saudade de seus toques, dela por inteira.

Sem nunca desviar os olhos do meu, o ritmo de seus dedos aumentaram e logo em seguida senti um deles invadir o meu sex*, mais um gemido e o vai e vem torturante começou. Ela mordeu o meu lábio e o puxou entre seus dentes.

- Mais um... – ela entendeu e colocou mais um dedo, enquanto o polegar massageava o meu clit*ris inchado. – Oh, delicia...

O ritmo ficou acelerado, os gemidos abafados por nossas bocas que estavam grudadas, nossos seios em uma fricção maravilhosa. Fechei os meus olhos no momento em que um poderoso orgasmo tomou conta de meu corpo. Ela diminui o ritmo e não tirou os dedos do meu sex*, beijou com cuidado os meus lábios. Retirou os dedos e levou a boca, os ch*pando sem tirar os olhos de mim.

- Delícia... – ela tinha um sorriso safado, sua voz rouca incendiou o meu corpo novamente.

Girei o meu corpo e me coloquei sobre o dela, tirei o pequeno short junto com a calcinha, ela sorriu e eu quase enlouqueci. Sentei sobre seu sex* quente, Flávia mordeu o lábio quando comecei a rebol*r, seus dedos cravaram em minha cintura, aumentando o contato.

- Amanda... – ela fechou os olhos. – Ai, caramba...

Senti a minha cabeça rodar, o desejo aumentar, o atrito entre nossos sex*s era delicioso, meu corpo estava suado. Vi minha menina se desmanchar embaixo de mim e logo em seguida o meu gozo se misturou ao dela.

- Me come... – foi o que ela disse e um sorriso surgiu em minha boca

E no meio da madrugada, exaustas de tanto nos amar, dormimos agarradas uma na outra e essa era uma sensação indescritível. Dormi com um sorriso enorme, a melhor coisa que fiz em minha vida foi ter entrado naquela sala, convidado ela para aquela exposição. Só me arrependo de ter sido tão estupida e negado a mim mesma a paz que somente essa menina me trás.

- Eu te amo... – ouvir ela dizer em um fio de voz. Acho que estava sonhando, a apertei mais ainda.

- Eu te amo... Minha menina...

Acordei com os fracos raios de sol que adentravam o meu quarto, meu corpo imediatamente sentiu a falta de mais um. Procurei pelo quarto e não a vi, quando iria sair da cama, a porta foi aberta e ela entrou com um sorriso lindo e uma bandeja em suas mãos.

- Bom dia, amor... – me sentei e ela colocou sobre minhas coxas, depositou um beijo calmo sobre minha boca.

- Bom dia, vida... – ela sorriu. – Tá querendo me deixar mal acostumada? – ela me fez um carinho no rosto.

- Tô apenas cuidando da mulher que amo... – eu sorri. – Será assim todos os dias... Mesmo quando você não quiser nem olhar em minha cara... – gargalhei.

- Por que diz isso? – ela sentou de frente à mim. Pegou uma torrada, passou manteiga e levou até a minha boca.

- Porque eu me conheço e você me conhece... – sorriu. – Sabe que vou te tirar do sério nos próximos anos... – sorri ainda mais quando ouvi a última parte. Flávia colocou café e leite em uma xicara e me deu.

- Vai mesmo me aturar pro resto da sua vida? – bebi um gole do café, ela olhou para os meus olhos e depois desceu, acompanhei o seu olhar e foi ai que notei que estava com os seios de fora. – Flávia... – ela gargalhou. Levantou e foi até o closet, voltou com um robem de seda.

- Vesti, amor... – ela beijou o meu rosto e tirou a bandeja de minhas coxas. – Gostaria de viver mil vidas e todas ao teu lado, Amanda... – levantei e quando terminava de amarrar o laço, a olhei. – O que tenho aqui... – apontou para o próprio peito, voltei a sentar. – Nem eu ouso tentar explicar, mas te garanto que é verdadeiro... – selei os seus lábios com os meus.

- Eu não duvido nem por um segundo... – ela sorriu.

- Acho bom mesmo...

Tomamos nosso café, namoramos um pouco no banheiro e eu pedia a ela que passasse aquele sábado comigo. Estava terminando o almoço quando ouso o celular tocar, Flávia veio correndo me entregar, olhei a tela e era o meu pai.

- Oi, pai... – sorri.

- Oi, filha. Você está bem?

- Estou pai. E o senhor? – ouvi a voz da minha mãe ao fundo.

- Estou bem, filha... Sua mãe e eu estamos indo ai... – olhei para a Flávia. – Tudo bem?

- Sim, mas pai... – Flávia franziu o cenho. – A Flávia tá aqui...

- Oh, melhor ainda, filha... – ouvi minha mãe perguntando o que acontecia. – Chegamos em quarenta minutos...

- Está bem, pai... Te espero... – desliguei.

- O que foi, amor? – ela estava sentada na cadeira do balcão.

- Meus pais... – ela franziu o cenho. – Eles estão vindo aí...

- Oh... – ela levantou. – Eu vou embora, não tem problema...

- Ei... – segurei em seu braço e fiz ela me olhar. – Aonde pensa que vai?

- Pra casa...  ela me olhou triste. – Não quero causar clima ruim com sua mãe.

- Flávia... – segurei o seu rosto. – Você não vai a lugar nenhum... – beijei seus lábios. – Tá querendo me deixar nessa sozinha, senhora minha namorada? – ela riu e vi que estava tudo bem de novo.

- Vou arrumar a bagunça que deixei na sala... – e saiu correndo e me deixando com um sorriso bobo.

Depois que deixei o almoço pronto, fui até o quarto e ouvi o barulho do chuveiro, olhei cada parte e uma sensação maravilhosa me visitou. O violão sobre a cama, entrei no closet e haviam algumas peças de roupa dela, o tênis. A vontade que eu tinha era de não deixa-la ir embora jamais.

- Amor, você quer que eu vá atender? – só ai me dei conta que a campainha estava tocando. – Tá tudo bem? – ela se aproximou e me agarrou pela cintura.

- Tá sim amor... – beijei os seus lábios sem pressa. – Vem... – segurei a sua mão. Ela sorriu.

Saímos do quarto e fomos atender a porta, Flávia respirou fundo ao meu lado, abri a porta e os dois estavam parados com diferentes expressões. Flávia apertou a minha mão, ela sorria confiante enquanto era fuzilada por minha mãe.

- Entrem... – beijei o rosto do meu pai, minha mãe não se aproximou.

- Boa tarde seu Christian... – Flávia estendeu a mão e meu pai apertou em cumprimento. – Dona Kethelen...

- Boa tarde, Flávia. – ele sorriu gentil.

- Boa tarde... – seca. Flávia me olhou sorrindo.

- Venham, o almoço está pronto... – chamei.

Meu pai engatou um assunto com a minha namorada, me deixando feliz com aquela interação, mas minha mãe estava totalmente calada. Os dois falavam sobre política e fiquei impressionada do quanto minha namorada era afiada naquele assunto.

- Também concordo, seu Christian... – ela bebeu um gole de suco. – Acredito que seja um grande golpe esse pedido de afastamento da presidente.

- Isso, uma grande jogada para acabar com as prisões do corruptos da lava-jato... – esperei interessada pela próxima da Flávia.

- Como eles acham que podem pedir o afastamento, na minha opinião, tendo um presidente da câmara tão corrupto? É muita hipocrisia e se nossa presidente realmente perder o cargo, nosso País estará entregue as moscas... Será a morte da democracia...

Sorri com a opinião dela, eu também via dessa forma, eles continuaram no assunto e depois do almoço, meus pais foram para a sala e minha namorada ficou me ajudando.

- Seu pai está lidando melhor que sua mãe com esse assunto... – ela comentou enquanto enxugava a louça.

- Eu confesso que não esperava aquela atitude no hospital e menos ainda essa de hoje... – falei pensativa. – Mas, fico muito feliz que seja assim... Já a minha mãe...

- A mulher é difícil... – rimos.

- Muito... – ela me abraçou por trás e escorou o queixo sobre o meu ombro.

- Sabia que sou louca por você? – beijou o meu pescoço e meus pelos se arrepiaram.

- Não sabia... – falei sorrindo e ela mordeu a ponta da minha orelha, fazendo o meu corpo reagir.

- Então saiba... – sussurrou e eu fechei os olhos. – Sou louca por você...

- Hum, hum... – nos separamos, olhamos para trás e minha mãe estava com cara de poucos amigos, Flávia abaixou a cabeça rindo. – Já estamos indo. Estou com dor de cabeça...

Nos despedimos, meu pai pediu paciência com a minha mãe e eu apenas concordei, ele foi gentil com minha namorada e eu teria paciência com dona Kethelen. Logo estávamos somente as duas novamente. Passamos a tarde toda fazendo amor, matando a saudade que nossos corpos sentiam um do outro.

- Eu te amo... Amanda...

O melhor lugar do mundo era naquele abraço, nos beijos ora vorazes, ora calmos, nos sussurros maliciosos, nas declarações de amor. Eu faria de tudo por aquela menina, aquela mulher que me levava a lugares que eu não sabia que existiam.

- Eu te amo... Meu amor...

 

 

 

Fim do capítulo