Capítulo 46. Dez anos de casadas (Parte 1)
A comemoração dos dez anos de casamento de Márcia e Andressa se aproximava e com isso, os preparativos estavam sendo organizados. A ideia havia partido dos irmãos da coronel e do irmão de Andressa. Os pais também estavam radiantes com a preparação. A sogra de Márcia só fazia elogios à nora apesar de ainda continuar achando ela antiquada em algumas ações. Principalmente com os filhos, mas dona Severina também entendia a preocupação de Márcia.
-- Carlota eu sou obrigada a reconhecer uma coisa.·.
-- Reconhecer o que Severina?
-- Que a Márcia faz a minha Andressa feliz. No começo eu tive medo que esse amor não desse certo e a minha menina sofresse, mas o tempo se encarregou de mostrar que eu estava enganada. É claro que a Márcia não nega para ninguém e nunca escondeu que ainda ama a Celina, mesmo depois de tanto tempo, mas a Andressa sempre entendeu isso e eu fiz questão de deixar bem claro que ela jamais poderia cobrar a sua filha sobre esse assunto. É claro aconteceram alguns desentendimentos, mas nada que elas não resolvessem com uma boa conversa.
-- É verdade Severina concordo com você. No começo eu também tive medo, mas com o passar do tempo eu percebi que a Andressa apareceu na vida da Márcia para tirar a minha filha da escuridão e do silêncio que haviam tomado conta da vida dela. Você não imagina o quanto é difícil ver a pessoa que você ama se acabar aos poucos, tornar-se amarga com a vida e não poder fazer nada. Doía-me muito ver a minha filha se acabar pelos cantos ao se isolar do mundo se dedicando somente ao trabalho, porque na época ela estava para substituir o Giuseppe e as coisas tinham que ser separadas. Assuntos de trabalho e pessoais eram duas coisas diferentes e isso a Márcia sempre soube fazer, separar.
A coronel chegou do trabalho por volta das quatro horas da tarde. Estava com dor de cabeça e muito cansada, pois havia participado de uma reunião que durara quase toda a tarde e nem tivera tempo de almoçar. A reunião entre oficiais de todas as unidades militares fora convocada pelo ainda coronel Borges que logo se aposentaria e precisaria de alguém para substituí-lo. O velho sempre tivera muito apreço por Márcia e esse desejava muito que ela ocupasse o seu lugar na presidência da Corte Militar, mas para isso, o velho precisava do aval dos oficiais mais antigos da polícia. Melhor dizendo, as duas patentes mais altas da corporação coronel e tenente-coronel. Isso incluía alguns como Andressa, Radamés, Tavares, Monteiro e tantos outros. O pai e o ex-sogro de Márcia não podiam opinar, pois já estavam aposentados e integravam o quadro do Conselho de Oficiais da Reserva onde eram presidente e vice-presidente. Logo o sogro de Márcia estaria fazendo parte desse clube.
Márcia cumprimentou a mãe e a sogra, porém logo em seguida subiu para o quarto e depois de tomar seus remédios deitou um poço para descansar. Andressa chegou logo em seguida junto com o irmão e os filhos e depois de cumprimentar a mãe e a sogra perguntou de Márcia. Dona Severina disse para a filha que a coronel havia chegado e estava deitada descansando.
-- Aconteceu alguma coisa com a minha mãe vovó? Perguntou Nicola para dona Severina.
-- Quero ver a minha mãe! Falou André
Gabriel como sempre estava aprontando das suas e logo levou uma bronca de dona Carlota.
-- Gabriel Henrique chega de bagunça, a sua mãe está com dor de cabeça.
-- Diculpa vovó! Falou com cara de choro para a velha que mantinha o olhar firme para o neto. Andressa e Severina ficaram olhando, porém, a esposa da coronel não disse nada e ainda deu razão para a sogra.
As crianças tomaram cada uma o seu banho em silêncio e logo já estavam prontas para jantar. Andressa subiu para o quarto e viu que Márcia ainda dormia. Passou a mão na testa da coronel e percebeu que uma pequena veia havia estourado em seu olho esquerdo cujo problema principal era a visão afetada pelo tiro que ela levara há alguns anos. Com o gesto Márcia acordou e disse:
-- Oi meu amor, que horas são? – Acho que dormi muito!
-- Oi minha vida realmente você dormiu um bocado, já são oito horas da noite!
-- Nossa e as crianças onde estão precisamos ir buscá-los no meu pai.
-- Calma amor eu e o André trouxemos as crianças. O Gabriel já levou bronca da sua mãe, já tomaram banho e estão prontos para jantar.
-- Então vamos tomar banho e logo desceremos para jantar, mas se eles quiserem jantar tudo bem.
-- Não amor, eles querem esperar você descer para jantar e afinal amanhã é sábado e eles podem dormir mais tarde.
-- Ok sendo assim vamos banhar? – Vem que eu passei a minha tarde inteira pensando em você enquanto estava na reunião.
Andressa deu um sorriso e logo ela e Márcia já estavam relaxando na banheira. A coronel como sempre continuava ativa em suas habilidades sexuais e o fogo de ambas não se apagava, assim como o amor que as unia há dez anos.
Uma hora depois elas desceram para o jantar e as crianças estavam fervendo igual chaleira. Gabriel era o chefe do bando. Fernanda a filha caçula de Cláudia também era terrível e junto com o pequeno fazia muita bagunça. Aos cinco anos o moleque era o cross e a coronel sempre dava umas broncas no pequeno. Ela o colocava de castigo e mesmo assim o danadinho fugia e se escondia embaixo da cama de André. A união dos três filhos homens da coronel era incrível. Nicola sempre passava a mão nas artes do famoso Cabelo de Fogo, era assim que todos inclusive a madrinha o chamava. A bagunça era tanta que Andressa e Márcia os chamavam de Huguinho, Zezinho e Luisinho. E quando a coronel queria chamar a atenção deles, era assim que ela os chamava.
O jantar havia sido servido e logo todos já estavam na sala conversando. Nicola foi o primeiro a se manifestar que estava com sono e pouco tempo depois já dormia. Celina também foi para o quarto e Antônia seguiu a irmã. A cumplicidade das duas era incrível e Lorena também fazia parte do clube da Luluzinha. As filhas de Cláudia assim como as irmãs de Lorena, também faziam jus ao nome.
Depois que as crianças foram dormir o assunto entre os adultos girou em torno da reunião no Comando Geral que decidiria quem iria substituir Borges.
-- E então Márcia você vai aceitar o convite do coronel? Perguntou o sogro.
-- Não sei Raimundo é muita responsabilidade e eu tenho medo de não corresponder às expectativas de vocês. Eu acho que a Cláudia deveria me substituir, afinal ela tem mais tempo do que eu mesmo que sejam dois anos tanto ela como o Tavares, Radamés o Trevisan como tantos outros, têm a mesma condição que eu.
-- Ah minha amiga me tira fora dessa. Já falei que aposento no Canil, não quero saber de terminar meus dias em outra unidade. Falou Cláudia que foi seguida no mesmo pensamento pelos demais.
-- É isso mesmo comadre se vira e tem mais, você merece esse prêmio. Nós acompanhamos tudo o que aconteceu com você desde que nos conhecemos na academia. Portanto, é mais do que merecido esse cargo, é o ponto alto da sua carreira. Disse Tavares que também não quis saber do compromisso.
-- Gente, mas nós temos ótimos amigos, tem o Radamés que sempre foi um excelente comandante e continua sendo!
-- Marcinha ele pode ser um excelente comandante, mas quem arrumou a bagunça foi você. Ou se esqueceu de que quase morreu lá no batalhão do Choque enquanto estava substituindo ele. Quase perde o seu filho. É mais do que merecido e tenho certeza que todos que estavam lá hoje, inclusive a sua esposa que não estava lá e foi representada pela major Deise concordou! Disse o capitão Prado que estava presente também na casa da coronel.
-- É meu amor você fez por merecer! – Até a sua influência lá na academia funcionou, porque aquilo ali estava um lixo. Amo-te e estou com você até o final. E além do mais, teremos muitas coisas para fazer em comemoração aos nossos dez anos de casadas.
-- Já fizemos tudo isso de casadas? – Então ainda temos mais quarenta? – Isso é ótimo!
-- Sim amor, são os dez melhores anos da minha vida. Respondeu Andressa que estava abraçada a coronel.
-- E os meus também! Respondeu para a esposa.
Fim do capítulo
Olá Gatinhas.
Quero pedir desculpas pela demora e dizer que fiquei sem net e ao mesmo tempo, peguei uma gripe não muito agradável.
Tudo aconteceu depois de tomar essa bendita para não falar outra coisa H1N1 e me ferrei. Volta e meia estou gripada. A Patty-321 minha noiva já nem estranha mais.
Mas estou de volta e agradecendo desde já espero que gostem desse novo capítulo. Já tenho outros adiantados e vou procurar postá-los todos os domingos.
Bjs para todas. Amo vocês e deixo aqui um bem vindas paras as amigas que estão chegando com suas histórias.
Deus abençoe a todas.
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patty-321
Em: 21/08/2016
Oi meu amor. Como sempre fico emocionada com a vida é a família q essas duas construíram. Dez anos. Viva elas. Como fico rindo imaginando essa meninada levada. Nossa! Quero não. Kkkk. A coronel merece todo o respeito e admiração dos familiares e colegas. Como sempre e um deleite ler o seu romance. Amo_te. Bjs.
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Lins_Tabosa
Em: 21/08/2016
Oi Catrina, Muito bom essa passagem de tempo que você fez, adorando a história.
Espero que fique bem, melhoras pra você! :)
Abrs o/
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