Desculpem pelo atraso :/
Minhas queridas memórias.
"Uma das coisas mais belas da vida é olhar para o céu , contemplar uma estrela e imaginar que muito distante existe alguém olhando para o mesmo céu , contemplando a mesma estrela e murmurando baixinho:
"Que Saudade"
-Bob Marley-
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Tento não pensar na ruiva a minha frente de forma carnal ou algo parecido, tudo bem que ela era linda e tudo mais, todavia eu era comprometida, ou quase isso.
Suspiro alto e olho para o céu.
Ele estava lindo.
-'Daniele iria amar' - A memória da loira ainda era nítida em meus pensamentos.
Lembrei do primeiro dia em que a conheci.
*Flashback*
-Não aguento mais essas suas confusões Elizabeth, nem com a Beatrice eu tive tantos problemas. - Era sempre a mesma conversa, me comparando às minhas irmãs.
-Bem, eu não sou a Beatrice. -Estava começando a me irritar. - Desde quando você se importa com o que eu faço ou deixo de fazer? - Pergunto revirando os olhos.
-Desde quando as suas trapalhadas começam a envolver o meu nome e o nome da minha empresa. - Ele se vira e passa a mão nos cabelos como prova da sua inquietação. - Eu vou te dar duas opções Elizabeth.
-Ah não pai, não me venha com essa de duas opções, que clichê. - Ando de um lado para o outro na sala, provavelmente ele iria falar algo sobre escola e educação e parar de fazer merd*, eu conhecia esse discurso de cabo a rabo.
- Eu vou te dar duas opções Elizabeth. - Continua sem se importar com minha interrupção. - Ou você entra para o exército ou eu corto tudo, seus cartões de crédito, as idas à balada, o carro, sua mesada, absolutamente tudo, Elizabeth. - Meu pai volta a me encarar e pela primeira vez eu recuo, nunca vi esse olhar nos olhos dele, era... era decepção.
Ele estava falando sério.
Muito sério.
- M-Mas pai. - Sou interrompida bruscamente.
-Sem mas, Elizabeth, eu vou te dar dois dias para pensar sobre isso, dois dias, agora saia. - Sempre achei completamente irritante o fato dele nunca elevar a voz para brigar, deixava tudo tão estranho e infantil de certa forma.
Saio de sua sala e vou direto para meu quarto.
Deito na cama chateada.
-'Ele não vai fazer nada, certo?' - E é com esse pensamentos que eu caio em um sono profundo.
Três dias se passaram desde a minha conversa com meu pai, e como ele não fez nada até agora, resolvi fazer uma compras.
-Desculpa moça, mas seu cartão foi recusado. - O atendente parecia claramente constrangido.
-Recusado? Como assim? - Pergunto assustada - Tente esse. - Entrego a ele outro cartão.
Ele faz alguns testes.
-Esse também está sendo recusado senhora. - O atendente estava claramente envergonhado. - A menos que a senhora tenha outro cartão, terei que pedir para se retirar da fila moça, hoje estamos cheios. - Ele não estava sendo grosso, queria fazer seu trabalho, no fundo do meu coração eu entendia, porém estava realmente zangada.
-Me dê o meu cartão. - Peço ríspida.
Sinto os olhares em cima de mim, foi então que lembrei da conversa que tive com meu pai.
'Eu corto tudo, seus cartões de crédito, as idas à balada, o carro, sua mesada, absolutamente tudo,Elizabeth. ' - Arregalei os olhos.
-'Não, não, não, não, não, não, não.' - Saio o mais rápida possível da loja e procuro um caixa eletrônico.
- 'Não, não, não, não, não, não' - Abro minha conta e tento conter o rosnado que sai dos meus lábios.
Abro a porta do carro e dirijo o mais rápido possível.
Entro rapidamente na empresa central da 'Dunelli Multinacional'', sim meus pais juntaram os nomes para a sua construção, sim eu também acho um nome ridículo.
-Elizabeth. - Andréia, a secretária de meu pai parece surpresa em me ver.
-Onde está meu pai, Andréia? - Pergunto alto enquanto apertava freneticamente o botão do elevador.
-Ele está tendo uma reunião com um dos sócios. - Ela diz e me analisa dos pés a cabeça, okay, talvez eu já tenha ficado com a secretária do meu, mas isso não vem ao caso agora, estava prestes a ter um treco.
-Bem, se é só com uma pessoa não é uma reunião. - O elevador abriu e entrei rapidamente sem dar tchau para a garota.
Tento me controlar para não sair correndo em direção a sua sala.
Algumas pessoas me cumprimentavam enquanto eu passava feito um furacão, e para não ser tão rude acenei com a cabeça para eles.
Abro a enorme porta de madeira.
-EU NÃO ACREDITO QUE O SENHOR FEZ ISSO. - Grito.
Os dois homens estavam em pé, provavelmente a reunião já tinha terminado.
-Elizabeth. - Meu pai diz com o olhar duro. - Depois conversamos, estou ocupado. - Ele olha para o homem a sua frente. - Desculpas Gregório, essa é minha filha mais nova, Elizabeth, que aparentemente se esqueceu dos bons modos e que se deve bater na porta antes de entrar.
Revirei os olho e eles conversaram mais alguma coisa enquanto eu andei em direção do mini bar que tinha ali, colocando um pouco de vinho em um copo e bebendo rapidamente.
Escutei a porta se fechando e me virei.
-Espero que isso não se repita Elizabeth, já basta a vergonha que você me fez passar na semana passada, ainda tenho que aguentar os seus ataques aqui dentro?. - Ele se sentou a mesa e ficou analisando algo no computador. - Se você tivesse chegado um pouco antes teria arruinado toda uma reunião.
-Não sei se você se lembra, mas eu já trabalhei aqui. - Respondo seriamente. - E dane-se sua reunião com aquele homem.
-E eu teria adorado que você continuasse a trabalhar aqui, mas preferiu aderir as baladas. - Ele aperta o vão entre seus olhos. - O que quer Elizabeth?
-O que eu quero? - Dou um riso cínico. - Eu quero meus cartões de volta.
-Não sei se você se lembra, mas eu dei duas opções pra você.
- E eu parei de ir as baladas, de fazer compras. - Bagunço meu cabelo em sinal de nervosismo.
-Não lembro de ter pedido pra você parar com essas coisas. - Ele se levanta e se serve de água. - Pelo que eu me lembro, eu pedi para você escolher entre o exército e eu cortar seus cartões, você não escolheu o exército e eu fiz o que disse que ia fazer.
-Isso não é justo. - Balanço a cabeça negativamente.
-Não é justo Elizabeth? - Ele ri em escárnio. - Para mim o que não é justo é ter que pagar as suas bebedeiras e seus modismos e depois ainda ter que ouvir reclamações suas, está na hora de crescer Elizabeth, é o exército ou nada. - Bate na mesa zangado e eu paro por um instantes.
Ficamos nos olhando por alguns minutos.
-Quanto tempo terei que fica lá? - Pergunto cansada dessa discussão.
-Um ano e aí você pode desistir. - Ele acende um charuto.
-Um ano?
-Um ano!
Termino de beber o vinho é caminho em direção a saída de seu escritório.
- Esse quadro novo é horroroso. - Aponto para o canto esquerdo da sala.
Escuto sua risada, ele parecia estar se divertindo com tudo isso.
Fecho a porta e saio a passos largos daquele lugar.
- 4 semanas depois. -
-MAIS UMA SOLDADO. - Não consigo entender como uma pessoa conseguia fazer flexões com um homem enorme e suado gritando e cuspindo em cima da sua cabeça. - EU QUERO 40 E A DONZELA NÃO PASSOU DOS 20.
- E eu quero saber quem matou a Jenny em The L Word, mas acho que ambas as situações estão difíceis de acontecer, né? - Sei que não devia revidar com um homem que provavelmente pode me quebrar com um sopro e que será meu futuro superior, mas não pude deixar barato.
Ele parou por um instante, acho que não entendeu a minha referência, mas logo em seguida voltou a gritar,infelizmente, mais alto ainda.
Continuei as flexões tentando não cair de cara no chão, e assim que cheguei ao número 40 a sensação de alívio se apossou do meu corpo.
O homem saiu resmungando algo sobre eu ter ido melhor do que ele esperava, enquanto eu tentava controlar minha respiração.
Nunca esperei que meu pai me mandasse fazer isso.
Sei que eu não era a garota mais santa do mundo, mas me obrigar a entrar no exército?
Aí era demais.
E agora cá estou, mais suada que jogador de futebol, tentando em vão não mandar tudo para os ares e voltar ao meu doce lar.
Claro que aceitei o pedido do meu pai, com relutância, mas aceitei.
Já tinha acabado os testes que eu deveria fazer e agora estavam deixando que as pessoas andassem por todo o quartel.
Eu conhecia todo aquele lugar, vinha várias vezes quando meu pai ainda era um militar, por isso caminhei em direção a um lago que ficava um pouco longe de onde todos estavam.
Caminhei lentamente e parei diante aquela imensidão transparente, era um lugar muito bonito.
As árvores cercavam o lago, enquanto vários equipamentos militares davam um ar um meio 'diferente' ao local, porém não deixava de ser bonito.
O céu estava mais claro que o costume, sem nuvens, e o sol parecia querer brincar com a minha cara em um dia que deveria ser chuvoso com raios e trovões.
-Obrigada universo. - Digo alto apontando para o céu irritada.
-Está um dia lindo não é mesmo?. - Ouço uma voz doce e calma. - Sempre amei quando o céu fica assim, sem nuvens, como se todas as preocupações da vida fossem nada mais que passageiras.
Virei prestes a xingar a garota, mas assim que a vi tudo mudou.
A mulher mais linda que já avistei em toda minha.
Na hora eu não sabia, mas foi amor a primeira vista.
*Flashback off*
-Elizabeth, essa é Scarlet. - Pamella me apresenta a garota ruiva que sorria para mim.
Estico o braço e a garota solta um riso apertando minha mão, acho que ela não esperava que eu fosse tão formal.
Não teve como não rir junto.
-Que sem graça. - A Beatrice fala alto. - O exército te deixou careta mana. - Ela solta um risinho e se deita.
Reviro os olhos e noto que nossas mãos ainda estavam juntas, Scarlet também percebe e rapidamente as solta.
Senti um certo alívio, mas também me assustei pela falta de contato entre nossas mãos.
-Suas irmãs falaram muito sobre você. - É a primeira vez que escuto a sua voz e eu percebi que poderia escutar ela falando por horas que não ficaria enjoada.
-Espero que tenham falado coisas boas. - Sento em cima das pernas da Hellen e ouço ela reclamar sobre o quanto eu estava pesada.
-Quando elas querem elas falam sobre coisas consideravelmente boas. - A garota se senta na cadeira a minha frente e foi impossível não seguir com o olhar o movimento de suas pernas se cruzando.
E que pernas.
-Não sei se confio muito nisso. - Bagunço meu cabelo levemente nervosa com aquela mulher, tudo que ela falava saia de uma forma meio... Perigosa e Sensual. - Beatrice consegue ser bem chata quando quer.
-Ei, vai te lascar vai. - Beatrice joga um pedaço de salgado em mim e Scarlet solta uma risada.
- "Droga Elizabeth para de se encantar com ela". - Me reprimo mentalmente.
Ela e as meninas engatam um papo ao qual eu não entedia nada e aproveitei o momento para me deitar em cima da Hellen.
Ela resmungou, mas deixou que eu me acomodasse, pus minha cabeça sobre os seios dela e recebi um cafuné.
Não percebi o quanto sentia falta delas até agora, eu amava minhas irmã mais que tudo no mundo, eu as protegia e vice-versa, era sempre assim, desde o dia em que nasci.
Ela me fazia cafuné e de vez em quando gritava com alguma das crianças me assustando, até que Beatrice chamou todo mundo pra entrar na piscina.
Hellen e eu recusamos na hora, por mais que eu amasse nadar, estava com saudades do carinho que recebia de minha irmã.
Estávamos conversando sobre banalidades que eu perdi nos últimos anos, quando percebi Scarlet começando a tirar a roupa.
Eu juro, juro que tentei não encarar, mas tava difícil, quando uma garota absurdamente linda, começa a tirar a blusa na sua frente, é quase impossível não encarar.
Scarlet usava um biquini roxo que contrastava com sua pele alva levemente bronzeada, amarrou seu cabelo em um coque deixando a mostra seu pescoço esguio e me repreendi mentalmente ao perceber que estava com a boca seca.
Contudo meu cérebro pareceu virar mingau na hora em que ela se virou para pular na piscina.
Ela usava um fio dental e pude ver a beleza de suas nádegas, contive a vontade de me levantar e agarrar a garota.
Cruzei minhas pernas rapidamente e mordi meus lábios com força.
-Opa, olha aqui. - Hellen jogou um guardanapo em cima de mim. - Para limpar essa baba ai que tá escorrendo da tua boca. - Ela ri da própria piada.
-Não estou babando. - Olho para cima e Hellen me olhava com aquela cara de 'Aham, acredito é tudo'.
Dou um riso e volto a olhar para a ruiva.
-Nem pense nisso Elizabeth. - Hellen me repreende. - A garota é chave de cadeia.
-Porque diz isso? - Pergunto e me sento de frente para ela.
- Digamos que ela não virou amiga da Pamella e da Beatrice por acaso. - Ela parecia querer fazer suspense para mim, era meio engraçado.
-Conta logo Hellenzita. - Faço cócegas nela que começa a gargalhar e a me bater.
-Para sua dissimulada. - Ela se recompõe e fica séria. - Ela e Beatrice se conheceram alguns anos atrás, em uma balada, Bea se apaixonou pelo irmão de Scarlet. - Solto um leve murmuro de surpresa, não sabia que
Beatrice estava apaixonada. - Elas acabaram virando amigas por causa dessa aproximação, contudo um ano depois Beatrice a apresentou para a Pamella, Scarlet precisava de um advogado, e todos sabem que a Pamella é uma das melhores.
-Mas a Pamella trabalha com casos de assassinato.
-Calma, deixa eu terminar. - Ela revira os olhos pela minha interrupção. - Alguns dias antes da Scarlet pedir ajuda para a Pamella, uma notícia foi muito divulgada. - Ela balança a cabeça em sinal negativo ao se lembrar. - Scarlet foi pega aos beijos com um cara em uma balada, foi uma loucura, mas tudo piorou quando descobriram que o homem em questão era empregado do padrasto dela e um dos melhores amigos de seu marido, aí já dá pra ter noção do escândalo que foi, bem... tudo piorou quando o homem em questão apareceu dias depois morto em seu apartamento. - Hellen olha para o outro lado. - As coisas começaram a virar um caos, contudo depois de um tempo, parecia que nada havia acontecido, surgiram novos boatos, nada bons inclusive, principalmente considerando quem é o padastro dela....
Hellen terminou a história e eu não fiquei tão chocada, não seria a primeira vez que alguém, no meio em que vivemos, morre por algo que fez, na verdade minha maior surpresa foi tudo ter envolvimento com Scarlet, eu já havia lido algo sobre o acontecimento, porém não tinha me importado o suficiente para me informar mais sobre o caso, entretanto do jeito que ela narrou o acontecido, um único nome surgiu a minha mente.
-Espera. - Perguntei sentindo meu corpo começar a tremer. - Quem é o padastro dela? - Hellen suspirou e apontou com a cabeça na direção do homem que no momento cumprimentava meu pai.- Não. - O homem parecia ler meus pensamentos, pois no mesmo instante se virou e me encarou. - Joffrey não.
Hellen me abraçou com força e o único pensamento que eu tive foi:
"Em hipótese nenhuma posso me envolver com Scarlet."
Fim do capítulo
Como vocês já devem ter percebido eu vou utilizar muito de flashbacks pra explicar algumas coisas sobre a Elizabeth, nem sempre o flashback combina com o capítulo em si, porém no futuro vão fazer bastante sentido...ou não '-'
Eu realmente gosto deles, pois servem pra demonstrar o amadurecimento da personagem, porém certas coisas não somem tão facilmente e é por cima disso q a história será construída... Enfim, não vou explanar muita coisa, maaas, tretas virão.
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