Este capítulo fala de mais um encontro da Carol com a nossa adorável escritora Beatriz.
Capítulo 7- Um encontro casual
Era uma noite de quinta, Carolina resolveu me encontrar, dessa vez informalmente para conversarmos um pouco, sem ser algo relacionado as suas aventuras românticas e sexuais. Como ela mesmo disse, queria bater um bom papo e aproveitar um pouco aquele fim de quinta feira. Por qual razão negaria esse convite? Ela é uma mulher muito agradável.
Encontramo-nos em um quiosque em Copacabana, o Coisa de Carioca, um local excelente para conversar, tomar um bom chopp e comer uns petiscos. Carol e eu estávamos vestidas bem a vontade, apenas com short jeans e blusas regatas e calçando uma havaiana, ambas de cabelos soltos.
Carol chegou e me direcionou até uma mesa, sentamos e começamos a conversar sobre a semana, trânsitos caóticos e assuntos do cotidiano.
— Obrigada por aceitar meu convite!
— Por nada!
— Vamos de chopp?
—É o que o nosso programa pede! Eu agradeço o seu convite estava precisando espairecer um pouco.
— Estressada... Muitos problemas?
—Digamos que sim, a editora está infernal por esses dias!
— Então tome esse tempo como um relaxamento! – Ela pegou em minha mão, me interrompendo de mexer no celular – Desligue-se das obrigações por agora, amanhã é outro dia!
— Ai, desculpa, Carol! (risos). Só vou concluir essa mensagem pois não é um problema, é até algo bom para mim.
— Algo bom, é assim que você classifica alguém com que você está ficando ou namorando? – e riu.
— Não sou tão intensa quanto você!
— Eu costumo pensar que todos somos intensos, mas precisamos de uma pessoa chave, para agirmos com tal intensidade. Talvez essa pessoa não tenha despertado seu lado intenso.
—Você pode estar certa ou talvez eu não esteja querendo admitir.
— Por qual motivo?
— Não sei! (eu fiquei reflexiva)
— Talvez por você ser uma aquariana, não saiba me explicar o motivo.
— Ah! Não sabia que você era ligada a astrologia.
— Há muitas coisas que não sabemos uma a respeito da outra. Gostaria de ter um contato menos profissional, saber mais a respeito da sua vida, já que conto tanto da minha. De acordo?
—. Você conta pra mim hoje e para todo o mundo, daqui a algum tempo, né?
— Pensa no privilegio que estou te dando, de ser a primeira pessoa a saber das minhas aventuras de uma maneira completa.
— Por falar em livro, já pensou em quem será a primeira pessoa a receber seu livro?
— Não, ainda não!
— Hummm...entendi!- Pedimos uma porção de frango a passarinho e batata frita e mais dois chopes- Olha, já que você quer saber algo sobre mim, vou revelar algo, eu sou uma pessoa muito simples e fácil de agradar, e sou apaixonada pelo que pedimos.
— Simples, inteligente, estranha... Sim, eu sei que você é!
— Estranha?
— Sim, já viu alguma aquariana ser normal?
— Lá vem você com signos. Qual é o seu signo mesmo?
— Adivinha!
—Tem tudo para ser uma sagitariana, mas como sei que seu aniversário é em julho, você é leonina, mas parando pra pensar, você também tem tudo de uma leonina: É orgulhosa, gentil, narcisista, egocêntrica, sedutora.
— Uau! Não esperava tantos elogios- tomou um gole e riu- obrigada! Só esqueceu de falar que eu sou poderosa e irresistível.
— Eu não acho você isso tudo, Carol! E riu!
— Então, pode me dizer desse seu romance?
— Você não me disse que sabia?
Ela ficou sem graça, balançou o cabelo e falou:
— Olha, se você não quiser falar, tudo bem.
— Tudo bem... Eu vou falar.
— Eu estava namorando há 1 ano, mas terminei e agora estou conhecendo outra pessoa. Já havíamos ficado há alguns anos atrás, mas voltamos a nos ver e estamos ficando novamente. É Isso.
— Pessoa? Você sabe que quando alguém usa a palavra “pessoa” para definir os seus romances, é 70% de chances de ser alguém do mesmo gênero.
— Sim, agora é uma mulher.
Carol fez uma expressão, como se já soubesse de tudo.
— Se já sabia por qual motivo me perguntou?
— Quem disse que eu sabia? - Eu a olhei fixamente e rimos- Tá, tudo bem! Eu só Queria ouvir da sua boca.
— Ás vezes não te entendo, Carol. Está me investigando?
— Não, apenas suspeitei e uma “pessoa” me confirmou.
— Será que você já ficou com ela também?
— Hahaha. Definitivamente não! Honestamente, não sei como você fica com ela.
— Ah! Então a conhece? Sabia!
— Sim! O Rio não é tão grande assim! Já assistiu TLW?
— Já sim, por quê?
—Lembra do quadro da Alice? Então, as lésbicas estão sempre conectadas.
— Eu estou impressionada com a sua inconstância, você é uma caixinha de surpresas.
— Isso não é bom?
— Ás vezes sim e as vezes não.
— Se você fosse alguém do TLW, quem você seria?
— Boa pergunta! Talvez a Bette ou a Alice... Que conversa maluca, né? Só sei que você seria a Shane.
— Já me apelidaram assim, mas não.
— Então quem seria?
— Sei lá, tenho um pouco de todas. Você me fez lembrar da Helena Pebody, ela é incrível, sensual e linda.
— Tenho que concordar.
(Continuamos conversando sobre filmes, sobre livros, sobre séries e outras coisas.)
— Bia, posso saber qual foi a sua maior loucura?
— Bom, eu não sou a pessoa mais careta do mundo, como você talvez ache q eu seja, já aprontei algumas... mas só contarei uma, ok?
— Tá ok! Conta!
— Quando eu tinha 18 anos, fiquei com uma mulher pela primeira vez. Eu fazia aula de italiano. Minha professora era italiana mesmo. Era uma loira, alta, magra, olhos claros e muito atraente. Eu era uma jovem comum, meio “sem sal”, como dizia os meninos. Sempre fui ligada a escrever e logo me aproximei mais dela para saber a respeito da literatura italiana, nossos encontros passaram a ir além das aulas, ficamos bem íntimas por conta dos nossos gostos em comum e depois de um tempo, percebi que ela estava mais carinhosa comigo, me tratava diferente das outras meninas do curso, mas até então pensei que era amizade.
— qual era a idade dela?
— Na época....deixa eu pensar....acho que ela tinha uns 25.
—O nome dela era Giulia. Voltando, teve um dia que ela me convidou para ir até a casa dela para assistirmos um filme, era um filme italiano, não lembro o nome, mas na metade do filme, ela se aproximou de mim e começou a me acariciar... falou que eu era linda e que ela esperou muito para criar coragem e tomar uma atitude comigo. Então falou para eu não ter medo, apenas confiar e deixar que ela me guiasse. Eu fiquei atônita, não sabia o que falar, o que fazer, por mais que você não acredite, eu não imaginei que ela estivesse afim de mim.
— Já conheço o final dessa história! (risos)
— Ela me beijou, e diferentemente, eu não correspondi e nem deixei de corresponder. Fiquei com os olhos abertos, sem me mover, tentando entender aquilo tudo...que depois de alguns minutos tornou-se agradável. Me sentia bem ao vê-la louca de desejos por mim, falando em italiano no meu ouvido:
“Aspettato troppo così ... come buon bacio voi , si tocca , darà il piacere , mia cara ragazza ”
— Não entendo nada de italiano!
— Essa frase quer dizer que ela esperou muito por isso, que é bom me tocar, me beijar, me dar prazer e me chamou de menina querida.
— Vi que você aprendeu direitinho! Ahaha, mas prossiga!
— Boba! Então foi isso, ali ela me teve, mantivemos esses momentos por um ano até que eu decidi terminar, pois queria ficar com um homem.
— Seu professor também?
— Não! Claro que não!
— Gostei da sua aventura, se bem que pra mim não parece nada fora do normal.
— Tenho até medo de perguntar a maior loucura que você já fez, Carol!
—Eu não sou tão pervertida assim!
— Olha, a minha maior loucura foi com uma mulher das quais já conversamos.
— Camila?
— Não, por quê você achou que fosse ela?
— Sei lá, a Camila pareceu a mais “pura”. Então qual foi?
— Lembra da Amanda? Uma que tinha a namorada e nós ficamos na boate?
— Sim, sim.
— Depois de uns seis meses ela e a namorada terminaram, mas não foi por minha causa, elas simplesmente resolveram manter um relacionamento aberto, ficar quando desse. Uma certa noite ela me ligou, e perguntou se eu estava ocupada. Falei que não e marcamos de nos encontrar, mas para minha surpresa, quem estava com ela?
— A ex namorada?
— Exatamente! Só que ai elas começaram a conversar comigo, e a Amanda me Flertando, na cara de pau. Quando Luciana foi ao banheiro, ela me beijou, pegou minhas mãos e falou: “relaxa, ela já sabe de tudo!”. Eu fiquei um pouco incomodada, mas relaxei depois de ouvir da boca da própria Luciana que ela já sabia e que estava tudo bem, pois na verdade o relacionamento delas já não estava mil maravilhas... depois de muita conversa, muita bebida e uma noite na balada, resolvemos ir para o apartamento de Amanda e lá, nós três ficamos.
— Bom, acho que isso não me surpreendeu.
— A questão não foi a gente ficar, e sim descobrir que a Luciana gostava de um sex* mais agressivo e fez questão de que eu a torturasse. Logo eu?
— Você conseguiu fazer isso?
— Ah! Algumas coisas leves apenas, mas não muitas coisas, confesso que isso não é meu forte! (risos).
— Deve ter sido bem engraçado!
— Demais, foi a primeira e ultima vez. Depois disso ainda gravamos um vídeo e ficamos assistindo e rindo de toda aquela situação.
— isso me parece nojento!
— Coisas da vida, Bia! Preciso de experiências para contar para meus filhos. (risos)
—Contar esse tipo de experiências?
— Estou brincando! Viu como eu sou careta?
— Você só pode estar brincando, né? O pior de tudo é uma ex namorada querer isso!
— Gosto do seu jeito conservadora!
— Quem te disse que sou?
— Tem razão, não confio em mulheres santas demais!
— Eu não sou santa, apenas sou ... digamos que o “padrão”.
— Então Srta. Padrão...
— O que foi?
— Vamos embora? Acho q já deu nossa hora, né?
—Tudo bem, vamos...mas antes vamos beber a boa e velha saideira.
— Acho que não dá pra recursar, né?
— Nem ouse!
— Até Pareceu comigo falando!
Essa conversa durou mais do que uma simples saideira, pois começamos a falar sobre família e deste último chopp, ainda tomamos mais três, até que depois de mais de 10 chopps para cada uma, resolvemos nos despedir.
— Obrigada pelo convite, Carol! Foi muito cortês, confesso que adorei os nossos papos e revelações.
— Eu sei! Também digo o mesmo, foi um um prazer! TenhaUma boa noite!
Fim do capítulo
Deixe seus comentários sobre o capítulo!
Beijos!
Comentar este capítulo:
Sem comentários
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook: