-ELA É MINHA NAMORADA! Falou descontrolada, no mesmo instante ele olha pra Flavia em uma pergunta muda pra saber se poderia falar. Ela faz que sim com a cabeça.

-ela sofreu um baque muito grande na cabeça-pausa- que lhe acarretou um traumatismo craniano.

-fora as pernas dela que ficaram presas nas ferragens –explica Meireles-teve uma fratura exposta mais já contornamos a situação.

-sim então ela vai ficar bem-pergunta Renata parecendo mais aliviada.

-não é bem assim, batemos uma tomografia e foi detectado um aumento na região do celebro um inchaço tivemos que coloca-la em como induzido.

-como assim em coma. – falei já não me aguentado em pé, a Flavia vendo meu estado se colocou por traz de mim me segurando pela cintura.

-ela ira ficar com sequelas –Flavia pergunta me apertado em seus braços.

-só iremos saber, quando ela sair do coma.

Sinto a Flavia me soltando e tentando segurar a Renata, que a esta altura encontrava-se desmaiada no chão.

...

RENATA ALVES

Quando Acordei meu primeiro pensamento foi que, aquilo que tinha acontecido não passou de um sonho ruim senti alguém acariciando meus cabelos, por uma momento achei se tratar da Nanda e sorri.Quando escuto a voz da Flavia me trazendo pra realidade.

-ela acordou-escutei minha amiga falar preocupada.

-o que aconteceu? -pausa- por que estou aqui no hospital.

-Calma Renata você desmaio –era a voz do Rick falando –está tudo bem foi so emoção do momento.

Quando ele cala, vem uma enxurrada de pensamentos em minha mente a “Nanda cadê minha ruivinha”.

-Flavinha não foi um sonho não é, aconteceu mesmo o acidente? -começo a chorar.

-meu amor me escuta, ela vai ficar boa –fala como se estivesse dialogando com uma criança, era como estava me sentindo desamparada. -Nós iremos pra casa, a RÊ precisa descansar.

-Eu não vou sair daqui quero vê-la.

-ela está na UTI, por enquanto não posso permitir.

-Rick eu não vou sair daqui.

-Renata pense por favor, quando ela acordar vai precisar de você só que isso não será hoje –Flavia tenta me explicar e  que estava irredutível.

-NÃO FLAVIA, NÃO SAIU DAQUI SEM VE-LA.

-você vai sim, ira pra casa comigo nem que pra isso tenha que te sedar será que você não entendeu que a Nanda está em coma e não vai poder receber visitas por enquanto.

-por favor eu só quero vê-la- eu precisava tentar.

-OK, Rick deixe que ela veja a Nanda, mas você não poderá entrar na UTI, é perigoso pra ela, você só poderá olha-la pelo vidro -pausa- mas depois iremos descansar e amanhã voltaremos.

-dependendo dos resultados de seus exames em dois  ela poderá ir pra um quarto.

Fui com Rick ate o setor da UTI, quando vi minha ruivinha inerte em cima daquela cama, cheia de aparelho me doeu na alma a Rê a Flavia que estavam ao meu lado me ampararam e dei Graças a Deus de tê-las ali pois não sei que teria aguentado passar por tudo isso sozinha.

-Temos que falar com alguém da família da Nanda – comenta Flavia.

-vou ligar pra mãe dela, ela vai ficar arrasada ainda mais que a Nanda passou esses dias ao lado dela.

-então ela estava em Mauá-pergunto pra Rê.

-estava ela me disse que precisava pensar. - me viro olhando em direção da Nanda.

-Vamos Renata você e Rê precisam descansar-fala minha amiga segurando meu braço. -Amanhã você volta e quem sabe pode olhar sua ruivinha mais de perto.

Seguimos em direção ao estacionamento, eu queria ir pra casa precisava ficar um pouco sozinha, mas sabia que a Flavia nunca iria permitir isso.

-Flavia eu preferia ir pra casa preciso ficar um pouco sozinha-ela me olha -além do mais tenho que trocar está roupa.

-Não tem problema em casa você se tranca no quarto e pode ficar sozinha a vontade-pausa-e você tem roupas em casa, não irá precisar ir ao seu apartamento-baixo minha cabeça e me calo, não adiantava discutir por que ela não iria me deixar só, não sem estar por perto.

Chegamos a casa delas e a Rê seguiu em direção ao quarto avisando que iria tentar falar com a mãe da Nanda. Minha amiga se aproximou de mim e me abraçou e eu me deixei embalar por aquele abraço consolador.

-você vai ficar bem?

-Vou sim-silencio-vou deitar, amanhã quero sair cedo pra ir ao hospital.

-qualquer coisa que precisar, é só bater no meu quarto. E Renata-olhei pra ela –a Nanda é forte e vai sair dessa.

-é nisso que estou,me apegando pra não ruir.

Fui pro quarto de hospede, e assim que entrei vieram a minha mente lembranças de nossa primeira noite juntas, na forma como me entrei sem reservas sabia desde aquela época já estava apaixonada por ela. Deitei na cama e chorei, um choro de medo e saudade de não tê-la ao meu lado.

-Por favor meu não me deixe, não saberei o que fazer com todo esse sentimento que comprime meu peito- e chorei até que meu corpo dar sinal se cansaço e descansa em um sonho onde minha ruivinha estava ao meu lado

...

Quando entrei no quarto a Rê estava falando no celular, acho que ela conseguiu falar com alguém da família da Nanda cheguei mas perto e ela estava chorando a abracei por traz e ficamos assim ate desligar o celular a viro pra mim ainda a abraçando.

-Estava falando com a mãe da Nanda? -pergunto mas já sabendo da resposta.

-estava a dona beatriz ficou arrasada creio que amanha mesmo deve chegar com o senhor Paulo pai da Nanda.

-a Nanda estava lá esses dias que sumiu?

-estava ela me disse que precisava do colo da mãe,  e também de um tempo pra pensar no relacionamento delas.

-a Renata esta devastada, a ultima vez que a vi assim foi quando perdeu a mãe ela é louca pela Nanda e só ira sossegar quando ver que ela estiver bem,  e quando isso acontecer espero de coração que as duas se entendam

-tenho a certeza que quando isso acontecer a Nanda vai ate enjoar de tanto que a Renata ira mima-la-pausa-agora vamos tomar um banho pra relaxar e dormir um pouco, pois o dia amanhã ira ser puxado.

-amor, vou falar com a Mae da Nanda pra ela ficar aqui, pra falar a verdade nem sei se ela vem só ou com o marido-pausa-tudo bem pra você- me olha ansiosa esperando pela resposta.

-meu anjo esta casa é sua também e você não precisa pedir permissão pra trazer alguém pra cá, é logico que não tem problema.

-as vezes acho que isso tudo não passa de um pesadelo, que irei acordar e quando chegar ao hospital minha amiga estará sorrindo me esperando.

-amanhã irei cedo falar com delegado responsável pelo caso, se for comprovado que realmente houve falha no freio vou contar tudo pra ele sobre o que o Maciel falou conosco, essa estória está muito esquisita tendo em vista que seu carro acabou de sair da revisão- A abraço forte pra sentir que ela está mesmo do meu lado- e se esta mulher for responsável mesmo vou caça-la até o inferno-falo não querendo pensar nas consequências de tudo isso, pois era pra Rê esta naquele carro e só de imaginar me bate o desespero.

-vamos deixar pra pensar em tudo quando sair o resultado da perícia.

-minha mãe vai pirar quando souber o que aconteceu.

-depois que a Regina foi no hospital o que a Ana mais me pediu foi pra tomar cuidado que essa mulher parecia descontrolada ainda mais que sua mãe humilhou ela na frente de todos.

-chega de falar nessa mulher, vamos deitar que você precisa descansar.

-vamos sim- me beija e seguimos pra nossa cama.

Acordo olho pro relógio e verifico que ainda são 6:30 hs levanto e vou a cozinha ver se a Marta já havia chegado e quando a encontro vou logo perguntado.

-você viu se a Renata já acordou?

-acho que não Flavinha. Porque ela dormiu aqui?

Comecei a contar tudo que tinha acontecido na noite anterior e o quando Renata estava sem condição de ficar sozinha, sai da cozinha e fui ao quarto de hospede pra ver se ela estava acordada, o quão foi minha surpresa de encontrar o quarto vazio na mesma hora volto pro quarto pego o celular e digito seu número.

-onde você está? -não dou tempo nem dela dizer alo.

-estou no hospital-pausa-não consegui dormir direito e as 4:00hs vim pra ca ver a Nanda.

-você sabe que ela não pode receber visitas ainda, então por que isso Renata.

-preciso estar perto dela Flavia, está difícil de aguentar-sinto que ela esta a ponto de chorar e resolvo não ficar questionando sua atitude.

-tudo minha irmã, daqui a pouco estou ai, vou conversar com Rick sobre a Possibilidade de você visita-la nem que seja por alguns minutos.

-obrigada minha amiga, não sei se teria aguentado se não fosse por vocês.

-beijo e se cuida até eu chegar com a Rê.

...

RENATA ALVES

Desligo o celular e volto minha atenção a UTI, por mais que fosse só pelo vidro que pudesse ver a Nanda, não queria estar longe queria que ela sentisse que eu estava por perto e não iria abandona-la.

Estava distraída pensando em tudo que eu poderia ter vivido com ela se não fosse meu medo de falar dos meus sentimentos, quando sinto alguém chegando próximo e parando bem ao meu lado, fico pasma pra mulher que está parada também observando Nanda pelo vidro. Ela era ruiva clarinha e ao virar pra mim encontro os mesmos olhos da minha ruivinha.

-você é a Renata? -afirmei com a cabeça pois não conseguir falar-prazer sou Beatriz mãe da Fernanda-fiquei imaginando como ela sabia quem eu era afinal nunca tive contato com nenhum parente da Nanda-minha filha falou muito de você-risos-e como você a irritava.

Baixei minha cabeça quando senti que lagrimas estavam fazendo meus olhos arderem.

-ela comentou alguma coisa sobre nós?

-sim ela me falou que vocês estavam namorando- ela vira e olha pra onde está sua filha.

-veio a só a senhora?

-não o pai dela também veio, ele foi procurar o médico dela –pausa- uma enfermeira me encaminhou o setor em que minha filha se encontrava- ela vira de novo pra mim e fala-me arrependo tanto de não estar  mais presente na vida da minha filha de não ter sido forte o bastante, era pra eu ter enfrentando tudo e não deixa-la se afastar.

-eu também me arrependo tanto de não ter falado a ela o quando eu a amo- ao falar isso uma dor parece arder em meu peito-ela poderia estar aqui comigo, talvez nada disso tivesse acontecido se não fosse minha covardia.

-Não se culpe, ninguém poderia saber que isso tudo aconteceria.

-vamos sentar um pouco, esperar o Rick chegar pra nos dar alguma informação-ela me olha confusa-Rick é o médico dela e um amigo também.

Fomos nos sentar em umas cadeiras que ficavam próxima a UTI quando vejo um senhor aparentando te uns cinquenta e cinco anos se aproximar e entregar um copo de café pra dona Beatriz.

-Paulo está aqui é a Renata a quem a Nanda nos falou tanto este final de semana. Tenho certeza que tinha corado com suas palavras.

Ele se aproximou e me abraçou e beijou meu rosto ficamos conversando, ela me contando coisas sobre a Nanda coisas simples que fazia com que eu tivesse mais certeza que queria aquela ruivinha do meu lado. Já passavam das sete quando Rick apareceu e foi conversar com os pais da Nanda enquanto isso fui a Lanchonete compra um café pois tinha passado praticamente a noite acordada e um café iria fazer com que espertasse um pouco quando voltei encontrei dona Beatriz conversando com a Rê e a Flavia sobre o estado da Nanda me aproximei pra escutar a conversa.

-o Dr. Henrique me falou que eles iram repetir os exames com ela e conforme for o resultado ira nos informar quando ela poderá ir para u quarto-falava dona Beatriz.

-onde está o senhor Paulo-perguntei.

-ele foi ver a Nanda e por favor só Paulo e beatriz-fala me fazendo sorrir pois ela tinha a mesma expressão da Nanda quando era contrariada, acho que a Flavia também percebeu por que acabou sorrindo também.

-tudo bem Beatriz, mas me diga onde vocês estão hospedados.

-ainda não procuramos hotel pois chegamos e viemos logo pra ca, queria mesmo era ir pra casa da minha filha mais tenho primeiro que saber onde ficaram as coisas delas por conta da chave.

-convido vocês pra ficar em casa- falo olhando pra ela – assim quando quiserem vir ver a Nanda podem vim comigo.

-o Paulo só ira ficar quatro dias por aqui devido ao trabalho, mas eu pretendo só sair daqui quando minha filha melhorar.

-então está combinado vocês iram pra casa comigo, vamos esperar o Rick com os resultados depois iremos em casa também preciso trocar de roupa e pegar algumas coisas, pois se ela for mesmo pra um quarto vou ficar aqui ate que ela melhore -vi minha amiga revirar os olhos pois sabia que ia ser difícil me tirar daqui.

-pelo visto irei ter companhia pois eu também não pretendo sair daqui-fala Beatriz rindo.

Ficamos somente os pais da Nanda e eu pois as meninas voltaram pro trabalho, mas falaram que era pra avisar se ocorresse alguma novidade. Quando Rick chega perto pra nos informar do estado da Nanda.

-E então Rick como ela está –pergunto nervosa, pois pelo pouco que o conhecia poderia jurar que não tinha boas notícias.

-as notícias continuam as mesmas ela ainda terá que ficar na UTI- fala nos olhando- mas vou permitir que uma de vocês entre lá, logico iram ter que por roupas esterilizadas pra que não haja qualquer problema e vai ser só por alguns minutos. Olho pra Beatriz, eu queria muito tocar nela nem que fosse por alguns minutos mas sabia que os pais dela tinham mais direito do que eu.

-Vai você Beatriz sei o quando deve estar aflita pra sentir sua filha- falo com os olhos rasos d´agua.

Fim do capítulo