Crianças correndo, prima metida no celular, primo nerd fazendo exercício de matemática, prima gringa com cara de paisagem, avô e avó falando para a minha mãe o quanto eu estava magrinha, tios e pai falando de futebol, babas desesperadas, mãe de um dos primos pestinhas perdendo a paciência... Eu? Estava toda dolorida, quase me quebraram com tantos abraços e com a cama cheia de presentes. Tantas conversas paralelas, a cabeça ia explodir, senti vontade de sair correndo, a janela também parecia uma boa opção.

“ Cadê vocês? Cadê vocês? ”.

Minhas unhas estavam quase sumindo, ainda faltava algumas pessoas a chegarem, meu avô com cara de enterro, minha avó super fofa e minha tia nada normal. Amanda, havia saído já fazia uma hora, e fazia meia que eu estava no meio daquela barulheira toda. Fechei meus olhos e passei a cantarolar uma música em minha mente.

- Ei! Família... – abri meus olhos imediatamente ao ouvir a voz da Paloma. Respirei muito aliviada, as matracas se calaram, depois entrou a Nick, a Cássia e a Emi.

“Tá faltando três...”. Estranhei.

- Meninas! – meus avôs foram abraça-las.

- Como você está linda, Emi... – meu tio estava todo cheio de graça com ela.

- Linda demais... – revirei os olhos. Aonde estava a Rebecca? A minha loira? A minha Isa?

- Obrigada, Renato, Pedro...

- Paloma, vem aqui... – chamei.

- O que foi? – ela franziu o cenho.

- Cadê a minha namorada, a Isa e a Becca? – estava preocupada.

- Acalma a periquita, mana... – ela riu e eu apenas revirei os olhos. – Elas estão esperando lá fora...

- Vai buscar elas...

- Ok... Estressadinha...

Ela foi até a porta, fez um gesto para elas entrarem, Emi se saiu de fininho do lado de meus tios e sentou ao meu lado. As meninas entraram visivelmente deslocadas, Amanda me olhou e sorriu sem graça. O silêncio foi total, a prima gringa esbugalhou os olhos, a prima metida deixou o celular, o primo nerd tirou os olhos do caderno, a esposa do meu tio Antônio, irmão do meu pai torceu a boca, e os meus tios só faltaram babar.

- Bom dia... – meus tios solteirões cresceram os olhos para cima da Becca, da Isa e da MINHA loira.

- Bom dia. – elas responderam juntas.

Eles foram cercando elas, a minha prima gringa estava toda sorrisos para a Isa, meu tio Renato cheio de conversinha com a Becca e o tio Pedro... Estava dando em cima da minha mulher, eu estava trincando os dentes, Emily estava quase quebrando o meu braço e Nick, observava a nossa prima americana, com a sobrancelha arqueada. Ficamos em pausa, enquanto os três apresentavam elas como se fossem velhos conhecidos.

- Que palhaçada... – Nick, falou e se posicionou ao lado da Emi. As meninas riam sem graça, apenas concordavam e respondiam com palavras curtas.

- Eu sempre soube que a Samantha, tinha um pé no brejo... – Emi, zombou da Nick, apontando para a gringa que estava babando na Isa.

- Olha, o tio Renato tem um charme, cuidado Emi... – o sorriso de Emi, morreu no mesmo momento.

- Olha o tio Pedro... – Paloma falou, arrastando a Cássia para próximo da cama, aonde estávamos olhando aquela cena bizarra. O primo nerd entrou na jogada e começou a querer chamar a atenção da Isa. Quase ri da cara da Nick, só quase, pois quis levantar quando vi o meu tio tocar no cabelo da Amanda.

- Calma aí... – Emi puxou o meu braço.

Olhei para os meus pais e os meus avós, eles apenas riam da cena, meu tio Antônio e a esposa Elizabeth, seguravam o pequeno John, ela estava de cara fechada e o meu tio ficou todo sorriso vendo a filha da em cima da Isa. Camila, minha prima metida se aproximou de nós.

- Que merd* é essa? – ela estava de boca aberta. – Até a gringa e o idiota do Fábio, se animaram...

- TIOS! – gritei o silêncio se instalou. Todos me olharam, não me importei, estava possessa.

- Renato, eu agradeceria se você tirasse as mãos das mãos da minha namorada... – Emi, falou da melhor forma que conseguiu. Meu tio ficou todo sem graça, Becca, sorriu majestosamente com o ato da namorada, saiu de fininho e se sentou entre as pernas da Emi. A cara de geral era muito cômica, meus pais estavam a ponto de começar a rir.

- Ei... Vocês dois... – Nicole apontou o dedo para a Samantha e o Fábio, os dois paralisaram.

- Nick? – Paloma, Becca, Emi, Cássia e eu dissemos juntas. Na verdade, todos ficaram passados. “Dona Nicole, vai me contar direitinho essa história”.

- Tirem os olhos da Isa... Agora! – a voz da minha irmã congelava qualquer um, o nerd voltou a se afundar no caderno, a gringa foi para junto dos pais e os olhos verdes da Isa, brilharam que senti o meu coração se encher de paz, ela se colocou entre Nick e Paloma.

- Tio Pedro, eu amo o senhor com todo o meu coração... – respirei fundo. – Mas, se o senhor não tirar as mãos dos cabelos da minha mulher... – ele imediatamente soltou os MEUS fios loiros, ficou de olhos arregalados. Meus pais não conseguiram se conter e começaram a rir, junto com os meus avôs, o tio Renato, tinha um sorriso vitorioso nos lábios. Minha prima Camila, deu espaço para a Amanda, que se posicionou do outro lado do leito, sentou na beirada da cama, AO MEU LADO.

- Isso ai minhas meninas! – meu avô falou e todo mundo riu, menos o tio Pedro e o tio Renato.

Todo mundo voltou a conversar como se nada tivesse acontecido, os meus primos mais novos voltaram a correr no quarto, as babas voltaram a enlouquecer.

- Por que demoraram? – perguntei para todas. – Estava quase pirando aqui...

- Eu realmente achei que você e Emi, estavam exagerando, Flávia... – Becca sorriu amarelo.

- Nós também... – Amanda e Isa, falaram juntas.

- E qual é a desculpa de vocês? – olhei para a Paloma, Nicole e Cássia.

- Queríamos te fazer sofrer um pouco... – responderam juntas, pareciam ter ensaiado a resposta.

- Ah é? – fiquei incrédula. – Eu vou me vingar...

- Hello, my darlings!!!

- Ai... Meu... DEUS!!! – Paloma, Nicole e eu dissemos juntas.

Tia Juliane, saiu beijando o rosto de todo mundo, fazia quase dois meses que não víamos essa mulher, parou em frente à nós e sorriu lindamente.

- Nick, Paloma, Flávia... – ela nos deu um beijo na boca, deixando as meninas passadas. – Emi? Cássia... – e tome beijo nas duas. Becca, ficou roxa de ciúmes, Isa tinha os olhos arregalados e Amanda? Bem... Melhor explicar antes que as coisas compliquem. – Nossa, quem são essas três deusas?

Opa!

- Sou Amanda... – minha loira estendeu a mão. Cerrei os olhos e trinquei os dentes.

Olha, certamente que devem estar pensando... Ah, é sua tia e não há risco algum... Não há? Vocês que pensam... Não sabem quem essa mulher é... Minha tia seduz até um poste... A mulher tem a pele bronzeada, corpo malhado, mas sem ser grosseiro, toda delicada, olhos castanhos claros, mas muito claros, cabelos castanhos ondulados, com um ombré hair impecável, alta... A mulher era modelo... MODELO!!! Eu não tenho medo que a Amanda me traia, longe disso, mas a minha tia joga charme descaradamente, gente, ela tentou me seduzir!!!

- Que linda, Amanda... – ela mostrou aqueles dentes perfeitos... Eu quero morrer... Voltei a ter 15 anos... Merda... – Me chamo Juliane... E você? – ela agora sorria para a Becca, segurou a mão da minha amiga toda gostosona. Vi quando a Emi, falou sem som um “Mas, que merd* é essa?”.

- Me chamo Rebecca, prazer... – minha tia deu uma bela de uma secada na Becca, será que ela continuaria sorrindo se soubesse que a tia Juliane, já tentou se engraçar com a Emi???

- O prazer é meu, Rebecca... – e mais sorrisos brancos, ela partiu para a próxima vítima. – Que olhos e boca é essa? – ela perguntou retoricamente para a Isa, que ficou muito envergonhada, Nicole desviou o olhar delas. “Definitivamente, precisamos conversar”.

- Sou a Isabela, prazer... – Isa, sorriu tímida. Todos os olhares voltados para aquela cena. Cássia, estava de cabeça baixa, Paloma não parava de olhar para ela, Emi e Becca? Só vendo.

- Isa, o prazer com certeza é meu... – ela olhava para as três. “Caramba, alguém por favor, faz alguma coisa?”. – Emi, você ficou ainda mais linda...

- Obrigada, Juliane... – Emi, fez um som, senti a mão da Becca, apertar o tecido da minha belíssima roupa de hospital. Afinal, por que elas amam descontar em mim?

- Você e a Flávia, ainda namoram? – minha tia não tinha jeito.

- Oh, não... A gente... – Emi, foi interrompida.

- Então, quem sabe podemos sair? Todas nós... – ela olhou para Cássia. – O que acha, Cássia?

- Eu... Não... Quer dizer... – ela me olhou pedindo socorro.

- Aceitem, podemos nos divertir as nove... – ela sorriu descaradamente com malicia. O que ela queria? Fazer uma suruba? Eu amo demais essa mulher, mas se ela não se situar, vai levar uma voadora.

- Acho que não tem nada para você, tia... – Camila, falou. Eu estava implorando para alguém dizer alguma coisa que nos tirasse daquela situação.

- Meninas, para quem não conhece, essa é a minha irmã... – aleluia! Obrigada, mãe! Nicole, soltou o ar preso. – Juliane, essas são as minhas noras... Amanda, namorada da Flávia... – Amanda sorriu, e eu também. Minha tia me olhou daquela forma que eu bem entendia “se deu bem, hein?!” – Isa, namorada da Nick... – minha irmã quase enfartou, Isa... Tadinha, ficou pálida... As meninas e eu nos concentramos ao máximo para rir, todo mundo ficou de boca aberta, ninguém além de nós sabia que a Nick e o banana, haviam terminado, e ninguém jamais supôs que a minha mana gostasse da fruta, minha mãe deve ter pescado algo também, para ter mentido. Minha tia sorriu toda orgulhosa para a Nicole. – E essa é minha nora, Becca, namorada da Emi... – as minhas amigas sorriram lindamente, Emily ficou visivelmente emocionada com o que a minha mãe falou, Becca apertou a mão dela e compartilharam um sorriso cumplice. – E minha também nora, a Cássia...

Somente ai, a Cássia, levantou o rosto, ela sorriu tímida. Sim! Isso mesmo, tímida! Tia Juliane, olhou a Cássia dos pés à cabeça. Paloma, não gostou nada, mas acreditem, dessa vez ela tinha uma pontada de razão.

- Paloma e você, estão namorando? – minha tia perguntou diretamente para a Cássia.

- Sim, em janeiro, faremos um ano de namoro... – ela olhou para a minha irmã, segurou a mão dela e sorriu.

- Olha, que coisa linda... – ela deu um passo atrás e olhou para todas nós. – Minhas sobrinhas, vocês tem muito bom gosto... Oh... – ela se abanou, minha tia nunca perdia o charme.

- Vem, Juliane... Quero saber como foi a viagem para a Australia... – minha mãe a puxou pela mão.

- Depois continuamos, meninas... – ela jogou um beijo e se deixou levar por minha mãe.

- Vamos almoçar, alguém mais vem? – meu tio Antônio, chamou.

Logo todos foram saindo, as meninas agradeceram, mas não foram junto, minha mãe prometeu trazer o almoço delas. Logo ficamos as oito, o silêncio era absoluto, as meninas que ainda estavam amontoadas do meu lado direito, foram procurar um lugar para sentar.

- O que vai fazer? – Amanda, me questionou. Levantei mesmo assim, o braço já não doía tanto.

- Vou tirar essas coisas de cima da cama... – respondi.

- Eu te ajudo... – Isa, começou a pegar algumas coisas sobre o colchão, colocamos tudo em cima de uma mesa que havia no fundo do quarto.

- Obrigada, Isa... – ela sorriu e voltou a sentar. Voltei a deitar, uma enfermeira entrou e deixou o meu almoço literalmente sem sal e logo se foi.

- Eu te dou, amor... – sorri para ela, mas ainda estava incomodada com tudo que aconteceu. Amanda, começou a me dar a comida na boca.

- Meninas, será que alguém pode me explicar o que rolou aqui? – Isa, se manifestou.

- Também estou boiando... – Becca falou, Emi olhou para ela com a sobrancelha arqueada. – Que foi?

- Rolou que vocês três... – Nicole, apontou o dedo para Isa, Becca e Amanda. – Foram muito paqueradas por nossos tios e primos sem noção... – ela cruzou os braços sobre o peito. Fiquei só observando, estava de boca cheia, mas concordava com cada palavra.

- Vocês também foram... – Becca, apontou para a Emi e Cássia. Minha amiga, estava muda e permaneceu assim. – Ainda ganharam beijo na boca... – Rebecca, ficou uma fera.

- E vocês também... – Isa, olhou para a Nick e eu. Vish! Eu estava quieta.

- Mas, ela é nossa tia... De vocês, não é nada... – Opa! Será que eu deveria questionar aquele clima entre Isa e minha irmã (hetero, ou não mais... Espera... Já não sei de mais nada).

- Por que você está muda, Cássia? – Rebecca, olhou para a amarela.

- É... Explica o por que... – Paloma estava emburrada.

- Será que posso ficar fora dessa? – ela não estava nada confortável com a situação.

- Agora, fiquei curiosa... – Emi, como sempre.

- Anda, Cássia... – Amanda falou. – Te defende...

Ela olhou para todas, respirou fundo, revirou os olhos e passou a mão nos cabelos lisos e sedosos.

“Sei de tudo, mas vou ficar na minha”. Pensei.

Natal de 2014

Estava deitada na cama da minha amiga, a família da Flávia convidou a minha para passar a noite de natal com eles. Estava desde manhã na casa das meninas, lá embaixo o povo trabalhava na comida e decoração. Estava sozinha no quarto, as meninas haviam indo de última hora no shopping, faltavam cinco horas para ser oficialmente natal, o quarto estava escuro, me posicionei de peito para cima, enquanto fitava a sombra das folhas de uma arvore lá fora, que brincavam no teto do quarto.

Ouvi o som da porta ser aberta e logo em seguida, fechada. Não tive tempo de pensar, um corpo se jogou sobre o meu, um perfume de sabonete invadiu meu nariz, fiquei imóvel.

- Finalmente te achei... - a voz da mulher em cima de mim, estava carregada de sensualidade.

- Juliane, não faz isso... Por favor... - Fechei os meus olhos, pedindo juízo a mim mesma.

- Vamos lá, Cássia... Você sabe que sou louca para ficar contigo... - Deus, assim fica difícil.

- Merda... Por que eu? Você tem homens e mulheres aos teus pés. - corpo reagindo com mãos ágeis apertavam as minhas coxas.

- Mas, não você! - puta que.

- Assim fica difícil ... - a boca dela queimava em meu pescoço.

- Para de resistir... Deixa eu te fazer sentir o tanto que quero você... - ela mordeu a minha orelha, soltei um gemido.

- Que se dane... - troquei de posição com ela, ficando sobre ela.

- Assim que eu gosto... - ela soltou um grito e grudou na minha boca.

- Você pegou a minha tia? - Nicole estava de boca aberta, as meninas estavam, exceto Paloma e eu.

- Na cama da Flávia? - Emi, assoviou.

- Deus... - Isa, queria rir. Tempo de convivência conosco já mostrava as suas faces em Isabela, quis ri com essa conclusão. Ela nunca ria de desgraça alheia, mas agora queria e muito.

- Você sabia disso, Flávia? - Amanda, tinha que me enfiar nessa.

- Eu? Bom... - limpei a garganta. - Sabia...

- Gente, a Cássia, estava solteira... Que mal há? - Rebecca defendeu a minha amiga.

- Concordo... Cássia, foi antes da Paloma... Mas, e vocês ... - apontei para Amanda, Rebecca e Isa. - Qual a desculpa?

Cássia, soltou o ar preso, as três passaram a olhar para as próprias mãos.

- Espera... Isa, é solteira... - Cássia, tentou tirar a nossa amiga do fogo.

- Verdade... Então, Isa... Esta fora dessa... - conclui, esperando alguma manifestação por parte da minha irmã, mas ela só fez soltar um suspiro. Isa, olhou para ela com um sorriso tímido.

- Discordo... Agora, perante todos... - Paloma, sorriu. - Mamãe, decretou que elas são namoradas!

Soltamos um riso preso, Isabela corou e minha irmã deixou um sorriso tímido escapar.

- Agora, tomem cuidado com a tia Juliane, a mulher é um perigo... - Paloma parecia menos tensa. - Ela já pegou a minha namorada, já tentou pegar a Emi, quando ela ainda namorava a Flávia e bom, até a própria Flávia, quase virou presa da caçadora...

"Valeu, Paloma". Pensei e tenho certeza que a Emi, também.

- Vai começar tudo de novo... - Cássia, respirou fundo.

- Então... Quer dizer que até vocês quase entram na rodada? - Amanda, levantou.

- E ficaram ai, querendo nos fazer sentir culpadas! - Becca se indignou.

- Era só o que faltava! - Emi e eu, dissemos juntas. - Estamos quites. - mais uma vez juntas.

- Ao menos, nós... - Emi apontou para nós duas. - Não ficamos todas alegrinhas com a conversinha fiada da Juliane...

- Alguma resposta para isso? - Perguntei vitoriosa.

- Nós... Não... - elas desistiram de falar. As outras apenas riam.

- Voltamos com o almoço de vocês... - Minha mãe entrou com o povo todo de novo.

- Tudo bem por aqui? - meu pai quis saber.

Apenas acenamos com a cabeça, minha vó e ela, começaram a distribuir o almoço delas, apenas me acomodei com os meus fones, passei a observar a todos. Minha tia, continuava a secar as meninas, fiquei com uma pontada de inveja em vê-la comendo aquela comida que estava com um cheiro maravilhoso. Me concentrei na música, enquanto olhava para Amanda, ela e Becca, conversavam e as vezes os olhos dela buscavam o meu.

“Nunca pensei que teria tanto ciúmes de alguém, mas estava sim... Amava a minha tia, até mesmo quando ela deu em cima da Emi, eu não tive a vontade de socar ela, como tive agora”.

- Boa tarde... – vi a minha vó entrar. Tirei o fone.

- Vó Helena... – Paloma e Nicole, levantaram e foram abraça-la.

- Minhas meninas... – ela ficou emocionada, a prima gringa e o irmão dela, também correram para fazer o mesmo.

- Mamãe... – meu pai ficou muito feliz. Tio Antônio, foi ao encontro de minha vó.

Se amontoaram para recebe-la, ela como sempre gentil, abraçou a todos, falou com todas as meninas, depois parou e me olhou, seus olhos lacrimejaram.

- O que te fizeram, minha menina... – sentei e logo senti os seus braços me envolverem.

- Senti sua falta, vó... – admito, chorei.

Ficamos um tempo naquele abraço gostoso, a minha vó era incrível, o tipo de pessoa que você conhece e se apaixona de imediato, tão diferente do meu avô.

- Pai? – todos ficaram calados, olhando para o homem parado na porta com os seus sapatos caros e seu terno perfeitamente alinhado. O olhar frio, o jeito superior e arrogante, típicas características daquele homem que em nada lembrava o meu pai.

- Olá! – seco, frio, nem uma emoção.

O clima pesou toneladas, nos olhamos desconfortáveis, Amanda me olhou, me perguntando com o olhar o que se passava. Respirei fundo, só quem o conhecia, sabia como aquele senhor era destrutivo, arrogante... Infelizmente, esse era o Alexandre Freire.

Fim do capítulo