Fanfic inspirada no poema: Paixão Inevitável (Mario Quintana)
1. Livia Sourcy em "Paixão Inevitável"
Fanfic inspirada no seguinte poema:
Paixão Inevitável (Mario Quintana)
"Que se apaixonar é inevitável, e que as melhores provas de amor são as mais simples. Um dia percebemos que o comum não nos atrai, e que ser classificado como bonzinho não é bom. Um dia percebemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você. Um dia saberemos a importância da frase: "Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa". Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, e que não damos valor a isso! Que homem de verdade não é aquele que tem mil mulheres, mas aquele que consegue fazer uma única mulher feliz! Enfim... um dia descobrimos que apesar de viver quase um século, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer tudo o que tem de ser dito. O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras"!
Meu nome é Livia Sourcy, nasci em Londrina, Paraná. Venho de uma família tradicional, religiosa e numerosa. Fui criada entre orações, cultos e devoções.
Meus pais são evangélicos fervorosos, frequentam a igreja semanalmente e me olham com uma mistura de piedade e frustração, o que me abala emocionalmente, porém depois de um bom tempo fazendo terapia compreendi que devo ser feliz independente da opinião de ambos.
A minha adolescência foi um período conturbado e lembro das constantes brigas com meus pais. Durante esta fase da vida aprendi que quando compartilhamos problemas, reduzimos um pouco o sofrimento, nas minhas amizades encontrei apoio e compreensão. A convivência com os meus amigos resultou em diversos momentos agradáveis, que diminuíam a melancolia e me auxiliavam no dia - a - dia.
Infelizmente com o passar dos anos deixei pelo caminho alguns amigos, mudei de escola, de bairro e até mesmo de hábitos.
Em toda esta jornada, sempre contei com Pedro, meu primo materno, companheiro nas brincadeiras de infância, parceiro em jogos de futebol, colega de classe na escola e até na faculdade estamos sempre juntos, mas em cursos diferentes, eu faço engenharia e ele marketing.
Foi no meu primeiro ano de faculdade que conheci uma simpática estudante de moda, a doce Alice e por ironia do destino nos conhecemos por intermédio do namorado dela, meu primo Pedro.
Quando vi Alice pela primeira vez notei que ela é uma mulher intensa, doce e sensual.
O olhar dela passou a frequentar meus pensamentos diariamente, além de povoar meus sonhos e aflorar desejos sobejos.
Eu passei a necessitar da presença dela, pois sua companhia acalentava meu ser.
Sua voz meiga e suave inebriava o meu íntimo. O sorriso dela me fazia mais feliz.
A vida passou a ter um novo brilho e um outro sentido depois que conheci Alice.
Com o decorrer dos dias nossa amizade ficou veemente e já não nos largávamos mais, nos encontrávamos todos os dias na faculdade e nos finais de semana fizemos inúmeros passeios juntas, vários até sem o meu primo.
Eu já tinha notado que em poucos meses eu passei a desejar Alice, com todas as minhas forças tentei manter certa distância, porém eu só me sentia completa quando estava ao lado dela.
Em um domingo a tarde eu estava estudando para as provas finais do semestre, mas fui interrompida por um Pedro muito triste. Alice colocou um ponto final no relacionamento, o namoro deles durou exatamente seis meses, nos últimos dias já estavam ficando mais distantes um do outro e ele queria a minha ajuda para reatarem.
Eu não consegui auxiliar, fui sincera dizendo que não poderia ajudá-lo, eu nunca namorei, tive apenas alguns poucos rolos que mal começavam e já acabavam, ou seja, eu não sabia como aconselhar. Claro que me solidarizei, ele estava sofrendo, mas eu não poderia ser hipócrita dizendo que o ajudaria falando com ela, então fui o ombro amigo que ele precisava e da boca dele ouvi que Alice estava confusa consigo mesma e com os seus sentimentos.
Acredito que ela ficou muito perturbada com o término do namoro e com tudo que ela sentia, pois ela desapareceu por uns dias e não atendeu mais o telefone.
Num sábado de manhã passei na faculdade para pegar alguns livros que eu precisava e quando eu sai da biblioteca avistei Alice, corri até o encontro dela, que estava estranha, distante e inquieta. Contou rapidamente que tinha acabado de trancar a faculdade e que dentro de alguns dias faria um intercâmbio. Eu fiquei perplexa, não consegui falar nada e comecei a chorar em um pranto compulsivo. Ela se desculpou e novamente desapareceu.
Senti tristeza, medo, raiva, saudade, desespero e a confusão também tomou conta de mim. Eu tentei impedir, mas acabei apaixonada por ela.
Mandei vários recados e implorei para saber sobre qual seria seu paradeiro, ela se negou a atender as minhas ligações, não respondeu minhas mensagens, excluiu sua conta no facebook e me abandonou.
Contei entre lágrimas para o meu primo sobre o reencontro que tive com ela e fomos juntos até o condomínio que ela morava, mas não liberaram a nossa entrada. Fiquei perdida, angustiada e até acamada. As horas, os dias, as noites e meses, resumo em desalento e animosidade. Eu já não conseguia comer e nem dormir direito.
Meu primo ficou surpreso, pois nem ele estava sofrendo tanto, depois de um mês do término do relacionamento ele já estava saindo e até conhecendo uma nova mulher.
Eu também queria seguir em frente, mas até respirar, sem sentir o perfume dela era difícil. Será que ela também estava sofrendo?
Ocupei a minha mente com muito trabalho e estudo, terminei com êxito a faculdade. Fiquei exatamente um ano sem receber notícias dela, mas em nenhum instante a esqueci. Neste tempo Pedro engatou um namoro intenso e estava muito feliz.
No mês de janeiro, em um domingo a tarde e com tempo chuvoso, eu estava muito nostálgica, fiquei ouvindo música e chorando. Pedro me ligou para confirmar se eu estava em casa, disse que precisava conversar, no começo da noite ele chegou muito sério e não estava sozinho.
– Prima, nem sei por onde começar, mas você sabe que sou direto. É o seguinte, esta louca voltou hoje do exterior, foi na minha casa procurando por você e implorou para te ver, por isso estamos aqui (ele falou rapidamente quando entrou).
Eu ouvi o que ele disse enquanto eu olhava para Alice, nós duas estávamos sem reação.
– Livia, escuta o que ela tem para dizer e saiba que independente do que ocorrer eu te amo, estarei sempre ao seu lado...
– Pedro eu também te amo muito, me perdoa! (falei já começando a chorar).
– Fica tranquila, você é minha melhor amiga, confio muito em você e nada vai nos afastar. Claro que é estranho tudo isso, mas relaxa que eu estou bem e quero te ver feliz (afirmou me abraçando).
Ficamos abraçados por alguns minutos.
– Para de chorar você já esta me molhando (ele zombou), eu preciso ir, não quero me atrasar, vou ao cinema, tenho que passar para buscar a namorada e ela já deve estar esperando. Fica bem e se precisar me liga, ok!
– Pode deixar e obrigada! Divirta–se!
Nos despedimos dele, eu fechei a porta e apontei o sofá para Alice, ela estava mais magra e abatida. Depois de alguns segundos de silêncio ela começou a falar:
– Livia, senti muitas saudades, viajei pois eu estava muito confusa e quero te pedir desculpas por não ter te respondido todo este tempo, não tive coragem, senti medo, nunca te liguei, mas pensei tanto em você em todos estes dias, foi muito difícil e voltei porque não aguento mais fugir do que eu sinto.
Ela fez uma pausa, chorou um pouco e eu continuei olhando para ela.
– Antes de namorar o Pedro, eu já tinha me relacionado com um outro rapaz, nunca tive interesse em mulher nenhuma, mas depois que te conheci algo mudou e eu só queria saber de ficar ao seu lado, porém chegou num nível que eu não queria só sua amizade e tinha também seu primo. Eu passei a noite inteira viajando, cheguei no Brasil hoje, deixei minhas malas em casa e corri para a casa do Pedro. Contei tudo para ele, que foi muito compreensivo e ele te ama muito. Fiquei feliz por saber que ele estava namorando e não sosseguei enquanto não o convenci a me trazer até você. Desculpa, chegar assim e te falar tudo isso.
– Você deveria ter falado tudo isso antes de viajar (reclamei).
– Sei que falhei e que fugir nunca é a melhor solução. Mas não consegui dizer nada naquele momento, eu precisava de um tempo para refletir e me entender primeiro antes de dizer que te amo!
– Como? O que? (perguntei desacreditando no que eu tinha acabado de ouvir).
– Eu não quero e nem consigo mais ficar longe de ti guria. Tentei me afastar mas não me conformei em te perder, pode parecer loucura, mas eu voltei para lutar por você. Eu te amo!
– Alice, você acabou de dizer tudo o que eu sonhei ouvir, sofri tanto, que saudade! Me dá um abraço? (mal terminei de pedir e ela se jogou nos meus braços).
– Livia, eu te amo muito!
– Eu também te amo. Namora comigo?
– Sim! Claro que eu namoro, até caso contigo se você me quiser (falou eufórica).
– Guria, vamos com calma! Você é dessas oito ou oitenta, some ou casa (brinquei).
– Eu não sou muito normal mesmo e sei que não mereço uma mulher tão maravilhosa como você. Mas saiba que vou procurar melhorar a cada novo dia, serei dedicada, carinhosa, companheira...
Alice é muito falante, então a interrompi e com delicadeza comecei a beijar aquela linda mulher, que a cerca de um ano atrás era somente um amor platônico. Hoje ela chegou de forma inesperada se explicando se declarando. O nosso beijo foi bem melhor do que eu sonhei, depois de um longo período difícil, melancólico e saudoso, o destino e nosso amor nos presenteou com uma nova realidade maravilhosa.
Fim do capítulo
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rhina
Em: 29/05/2019
Oi
Boa tarde.
É. ....deveria ser sempre amar e ser correspondida.
Ainda que aja medo.....insegurança. ....temores..
É vencer todas estas emoções e está junto.
Rhina
Resposta do autor:
Olá! Sim, deveria mesmo ser desta forma, pois, é tão complicado não ser correspondida. Com amor é possível superar tudo de negativo, por mais que o medo se faça presente, que a insegurança seja tão chata e que os inevitáveis temores gritem. Claro que o melhor é a vitória e junto é ainda mais maravilhoso. Beijos e abraços, May.
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