Bea - Capítulo 3
Beatriz
Sou de uma família tradicional, com pai, mãe e irmã, com uma educação rígida, me atrevo a dizer que sem liberdade. Mas que só vivemos de aparências, da “família perfeita”, mas no fundo não há uma boa estrutura.
Cresci com a carência de atenção. Meus pais sempre trabalharam, e não tinha muito tempo para mim. Quando minha mãe engravidou, e teve minha irmã, ela parou de trabalhar, só que ainda sim, a atenção não era para mim.
Devido a isso, procurei a atenção nas pessoas, amizades. E acredito que boa parte contribui para que eu seja essa pessoa toda confusa e indecisa.
Mas, pela primeira vez em muito tempo, eu tive a certeza de alguma coisa. Quando coloquei os olhos nela, veio uma sensação boa, e que logo eu soube o que eu queria, naquele instante, já havia me entregado a ela.
Quando eu via Mariana, foi algo surreal. Já tinha visto ela por fotos, mas não se comparava a pessoalmente. Ela branquinha, loira, estatura mediana, nem alta nem baixa. Ela estava de cabelo preso, jeans, e um cardigã preto. Ela estava, ela era linda.
A cada passo que dava, me aproximava mais dela. Não conseguia pensar em nada, coração batia acelerado, estava encantada por ela.
De frente uma pra outra, nosso olhos se encontraram, e eles se conversaram primeiro. E ouvir soar da boca dela ‘Oi, tudo bem? ’, com direito a um beijo tímido no rosto, foi o suficiente pra me fazer derreter. Entreguei a caixinha com os brigadeiros, ela morrendo de vergonha me abraçou em agradecimento.
Resolvemos ir em algum restaurante que ficava no shopping, próximo da onde estávamos. A vergonha era tanta, entre eu e a Mari, que não tinha assunto.
Pra quebrar um pouco do clima, o Caio, ficou arrumando assunto, a princípio ficou só os dois conversando, e eu ouvindo, acho que eles não se viam à algum tempo, porque logo eles arrumaram assunto rápido.
Chegamos no restaurante, sentei ao lado da Mari, e o Caio a nossa frente, realizamos nossos pedidos, e aos poucos a conversa começava a fluir, falávamos de coisas banais. Quando eu menos esperava, a Mari colocou o braço a minha volta na cadeira. Choquei rosa choque, não esperava, mas nada fiz, apenas olhei pra ela e sorri.
Conforme nos três conversávamos (confesso que mais ouvia do que falava), descobria um pouco mais da Mari, de como ela era descontraída, divertida. E as horas estavam passando, até que se desenrolou razoavelmente bem, aquele encontro, mas eu precisava ir embora, afinal minha mãe me esperava em casa.
Fechamos a conta, pedi pro Caio e a Mari me levarem ate o carro que estava no estacionamento, caso fosse caminho deles (eles iam embora juntos) só que infelizmente os caminhos de saída eram diferentes. E então nos despedimos ali no shopping mesmo. Me despedi primeiramente do Caio, e quando cheguei na Mari, ele ainda brincou, “Não vai rolar nenhum beijo, um selinho. ”, todos rimos, e eu e ela nos abraçamos. Mais uma vez meu coração acelerou, sentir ela tão perto de mim, sentir o cheiro dela, é inebriante. E nos despedimos.
Virei as costas pra ir pro meu carro, a cabeça com milhões de pensamentos, o coração acerado. Tudo que aconteceu naquela noite, tava tão confuso.
Entrei no carro, nem musica conseguia ouvir, fiquei o caminho inteiro pra casa, tentando absorver tudo que senti. A Mari despertou algo bom aqui dentro, uma sensação que não da pra explicar.
Em casa, me dividi em ajudar a minha mãe e falar com a Mari por mensagem:
Mari: e aí.. Curtiu?
Bea: Claro! Gostei de hoje. Gostei de te conhecer.
Mari: Gostei tb
Bea: Só fiquei meio deslocada
Mari: Porq? Eu estava com vergonha kkkk
Aaah mt mt mt obrigada pelo brigadeiro
Bea: Tbm estava com vergonha.. Comeu? Gostou? Aprovou?
Mari: Sim .. Amo brigadeiro
Bea: um dia faço melhor pra você
Mari: Vou cobrar hein ..
Tive vontade de t beijar hj.. Mas tivemos que ir embora ne kkk
Bea: Maas tbm queria ser beijada hoje!
Meeeeu, quando li que ela queria me beijar, que ela sentiu vontade, eu simplesmente falei o que senti, que a vontade era reciproca, embora tivesse todas as dúvidas na cabeça.
Nesse dia, nossa conversa não se prolongou tanto, até porque eu tinha coisas pra fazer em casa. Nos despedimos aquela noite através das mensagens, desejando boa noite.
Primeiro dia, primeiro encontro com a Mari, não foi ruim, pelo contrário, foi muito bom, e aparentemente, pra ela também foi.
Mas uma dúvida maior ecoava na minha cabeça, será que eu realmente iria querer e ter coragem de ficar com uma mulher? E se eu não gostasse? E seu gostasse? Como seria? Meus pais nunca aceitariam e entenderiam minha possível escolha.
Fui dormir pensando nessas duvidas, e nas certeza que tinha que a Mari era linda, e que tinha adorado conhecer-la.
Fim do capítulo
Oii meninas,
Segue mais um capitulo.
Já sabem, criticas e elogios, são bem vindos.
Beijokas
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