Capítulo 5
Confesso que minha intenção era andar pela universidade e procura-la, porém jamais imaginei que seria ela a me acompanhar durante a visita, o que me incentivou a pergunta enquanto ela explicava um pouco sobre área dos laboratórios.
- Normalmente é você quem faz as visita? - Paramos diante de uma porta dupla branca com duas fachas de vidro próximo a maçaneta que parecia de alumínio.
-Não - Ela olhou para mim - Hoje foi um pedido especial do reitor - Ela parecia querer provocar algo dentro de mim - Brincadeira - ela sorriu para mim transmitindo um ar de diversão - Ele teve uma formação hoje só tinha euzinha para te acompanhar.
- Acho que posso dizer que é melhor com você, do que com o Reitor - Em parte isso era toda a verdade, mas uma parte de mim sabia que passar essas horas com ela poderia resultar em problemas.
- Como assim? - Ela quis saber.
-Ele ia passar horas me falando o quanto vale a pena, toda a tradição - fiz uma voz imitando ele - Nossa instituição é muito bem conceituada - fui próxima a parede e passei a mão - veja essa estrutura clássica, a riqueza e fonte cultura - olhei para ela que ria da minha pequena atuação.
- Realmente... você o imitou muito bem, mas ... - ela se aproximou de mim retirou minha mão da parede - Não coloque a mão ai mocinha, vai fica com marcas de dedos - Agora foi a vez dela imita-lo e nem posso dizer o quanto foi engraçado, pois ela até encheu as bochechas de ar no final e colocou as mão na cintura, aquilo fez a duas caisse em gargalhadas altas.
- Essa foi melhor que a minha - ainda rindo - Sério que ele é desses?
- Sim - retomando o ar e colocando a mãos sobre a barriga - Você nem imagina o quanto - Ela se aproximou da porta segurou a maçaneta e puxou para fora - Vamos entrar?
- Claro - Entrei curiosa para saber o que havia atrás daquela porta.
A sala da qual entramos era como um laboratório de porte médio, com vários equipamentos, duas escrivaninhas em lados opostos, alguns armários, alguns armários de arquivos próximos as mesas e uma divisória com janelas de vidro que dava para o que parecia um quarto isolado. Me aproximei do vidro do quarto isolado e olhei atentamente todos os equipamentos que havia sobre a mesa, andei até uma das escrivaninhas e vi pequeno porta retratos daqueles usb que fica alternando as fotos, pude identificar a morena abraçada a um rapaz sorridente no que parecia um parque, me aproximei mais da mesa, e olhei algumas pasta empilhadas.
- Esse minha sala ... quer dizer minha e do Dr Hector Mendes - A voz ela me despertou daquela distração da qual me submeti ao ver a mesa dela, olhei pra ela e pude ver uma ponta de vergonha, acho que minha fascinação por olhar as coisas dela a deixou meio sem jeito, então me afastei e ela continuo - A sala isolada serve pra analise de algumas plantas... na verdade é usada por quase todo mundo da área de pesquisa biológica do Campus, exceto a genética que tem uma sala que da duas vezes maior.
- Essa eu já achei bem grande, geralmente nas universidades as áreas de pesquisa são bem pequenas - Falei sem olhar pra ela, ainda andando pela sala, voltei minha atenção para a mesa que seria do Dr Hector - Posso? - apontei para a cadeira.
- A vontade - estendeu a mão, e caminhou em direção a borda da mesa dela apoio os braços e sentou na borda olhando pra mim.
Sentei na cadeira e peguei alguns papei dei uma olhada rápido como que soubesse o que estava fazendo "sqn", enquanto lia algumas coisas sobre as pesquisas; hora ou outra eu olhava para ela encantada com aquela paciência e serenidade, que parecia emanar em volta dela como uma áurea dourada. Me levantei e fui até a frente da escrivaninha encostei e cruzei os braços, olhei diretamente pra ela, queria saber mais sobre ela
- Qual seu lugar favorito na universidade?
Aquela pergunta pareceu ter pego ela de surpresa, ela levou uma das mão ao queixo, o que me pareceu tão fofo, olhou para chão pensativa, mais logo vi um brilho em seus olhos quando ela voltou a me fitar enquanto dizia:
- Vou te mostrar - Ela saiu da mesa indo rápido até a porta e ao pegar maçaneta para abrir notou que eu nem havia me mexido - Vem logo - fez sinal com a mão abriu a porta e usou o corpo para segurar enquanto eu ia em sua direção.
Depois de sair do prédio que estávamos, passamos pelo gramado principal, alguns corredores de salas no térreo até chegar atrás do prédio denominado bem grande com D e vi algumas quadras des esporte, ela me levou até o que parecia um auditório grande, entramos e ela ainda andava determinada. Nós passamos por um batente até um corredor cheio de portas então paramos em uma no final do corredor, ela virou pra mim:
- Feche os olhos.
- Por que? - Ele me olhou seria, mas mantinha aquele brilho no olhar.
- Por favor, você não vai se arrepender.
- Está bem - cedi, quem não cederia aquela cara de fofa de criança preste aprontar?
Fechei meus olhos, ela pegou minhas mãos e isso fez meu coração disparar rapidamente, senti um leve arrepio e torci para ela não notar, ela soltou uma das minhas mãos e pude ouvir ela abrir a porta.
-Não abre os olhos, é serio - segurou novamente a minha mão que ela havia soltado - cuidado o degrau - senti ela mudar de altura, desci com cautela e chão parecia macio como grama, continuei com os olhos fechados, mais tinha uma enorme vontade de abri-lo, eu não sou um exemplo de pessoa paciente, ela parou - Fica aqui de olhos fechados, não vai espiar.
Ela solto minhas mãos e por algum tempo fiquei sentindo os calor do sol invadir minha pele, para não ficar tão tentada a espiar, o barulho de porta de vidro deslizando chamou minha atenção o que tornou mais difícil não espiar.
***
Quando abri a porta de vidro voltei até ela e notei que ela não tinha espiado, embora estivesse com os olhos bem fechados para resistir a tentação. Segurei novamente suas mãos e fui conduzindo a para dentro, levei ela até o centro da estufa que era bem grande próximo a onde havia a maior quantidade de flores, tinha uma pequena escada que levava para o andar de cima todo feito de madeira.
- Pode abrir - ainda fiquei segurando suas mãos.
Quando ela abriu lentamente os olhos e olhou em volta, vi um brilho gigantesco neles, ela até segurou com mais firmeza na minha mão, parecia maravilhada com a quantidade de verde e cores.
- Ainda estou na universidade? - ela se voltou para mim.
- Sim, essa é a estufa da universidade meu lugar favorito - soltei suas mão e cheguei perto da escada - vem tem mais la em cima.
Comecei a subir as escadas e ela veio parou próxima a um rosa champanhe e ficou olhando, lá de cima e chamei:
- Vem logo!
Ela subiu com cuidado, e ficou mais maravilhada com as estantes de flores e uma parede cheia de trepadeiras, havia uma quantidade grande e bem variada de flores e plantas, mas o que predominava era as flores de todos os tipo e tamanhos.
Ela se aproximou de vaso médio com Camélias rosadas e tocou suas pétalas com tanta delicadeza e carinho, que não pude deixar de pergunta:
- Gosta de Camélias? - dei alguns passos me aproximando dela.
- Elas me fazem lembrar da minha mãe - ela olhou para mim ainda tocando nas pétalas - exatamente as rosas.
- E você sabe o que elas significam? - me aproximei mais, ela negou com a cabeça então toquei na flor um pouca acima da que ela tocava - Grandeza na Alma - ela me olhou de forma profunda.
- Combina perfeitamente com ela - ela mostrou um sorriso mais tímido.
Eu não sei o que dizer de como me sentia, mas meu corpo parecia eletrizado, aquele perfume tão bom misturado ao cheiro de vegetação da estufa fez tudo ficar mais convidativo que me aproximasse ainda mais dela, e só em fitar tão de perto aqueles olhos castanho esverdeado, podia notar algumas sardinhas leves quase imperceptível, se você não olhar com muita atenção, e nesse momento a minha mente parecia querer gravar cada detalhe de seu rosto. Senti quando mão dela tocou a minha e em nenhum momento ela desviou o olhar, ela passou polegar sobre o dorso da minha mão existia uma parte de mim que queria fugir disso mais ela se dissipou quando olhei sem querer para seus lábios tão convidativo.
Ela solto minha mão rápido e passou por mim indo até a pequena sacada que havia no final de um corredor de cravos.
- Bela vista... - ela parecia fugir de alguma coisa evitou se virar e olhar pra mim, aquela saída súbita me fez suspirar antes de responder.
- Sim, é ótima da para ver boa parte da reserva florestal - Decidi não olhar para ela por enquanto, mas tentei puxar algum assunto aleatório - E você tem alguma flor ou planta favorita?
- Gosto de Begônias vermelhas - ela olhou em volta parecendo procurar por elas.
- Ah ... tem lá embaixo - cheguei perto grade que dava para ver uma parte lá embaixo, e vi elas próximo a porta por onde entramos.
Nem ouvi ela se aproximar de mim, quando notei novamente aquele perfume a voz dela já invadiu meus ouvidos.
- Estou vendo ...- me virei e dei de cara com ela a alguns centímetros de mim - e o que elas significam?
- Cordialidade que vem do coração - é realmente era uma flor que tem tudo a ver com ela, além de todas essas reações estranhas ela sempre se portava de forma Cordial e educada que era muito fascinante pra mim.
- UHMM... e você de qual gosta?
- De todas - nenhuma de nós duas ousou se afastar dessa vez.
- Com certeza tem uma favorita... - Ela se aproximou mais colocando as duas mãos na grade fazendo nosso corpos se tocarem e me fechar sem saída, senti seu hálito leve - Tem alguma?
- Te.. Tem - "Não gagueja agora" - Orquídeas.
- E significam ... - ela sorriu - essa eu sei, beleza feminina, amor, desejo, pureza espiritual, perfeição, sabedoria, luxúria - ela olhou para os meus lábios - E de forma impropria: tudo que me atrai é você, estou certa? - balancei a cabeça de forma afirmativa
Percebi uma aproximação do seu rosto e foi impossível não me entregar, fechei meus olhos e um barulho estridente saiu do bolso dela, vi ela suspirar e soltar as grades se afastando enquanto tirava o aparelho do bolso - Com licença - Ela foi em direção a sacada.
Quando finalmente ela se afastou respirei como se não tivesse feito isso por minutos, " Meu Deus que foi isso? Que clima foi esse? Espera, teve clima? como assim? Eu quase a beijei, senhor o que ta acontecendo comigo".
***
Encerrei a chamada, "salva pelo gongo" , quase beijei ela aqui e agora, tenho que controlar mais meus impulsos, minutos antes tinha conseguido resistir e me afastar a tempo, mas existia uma coisa magnética que me atraia e não conseguia me deixar long, era como se ela fosse um centro de gravidade me puxando para mais perto e mais perto sem controle algum."Amizade, amizade" repeti muito esse pensamento enquanto voltava para a perto das grades. ela estava meio distraída, provavelmente traumatizada com essa minha aproximação então resolvi chamar a sua atenção:
- Me desculpe... - ela logo me interrompeu
- Não, tudo bem - já estava me preparando para aquelas frases feitas mas ela me surpreendeu - O que acha de almoçar?
- Pode ser - dei de ombros.
- Só que terá que ser na lanchonete do campus - foi minha vez de interrompe-la.
- Podemos ir a um restaurante, estou de carro - ela pareceu pensar por alguns tempo.
- Não - pensei que poderia ser receio pelo que tinha quase acontecido - restaurante não, mas a Subway eu topo - não, não era receio ou talvez fosse um pouco mas ela mostrou uma expressão divertida e isso me fez ficar mais tranquila.
...Continua...
Fim do capítulo
Como agora já amanhã... mais um capítulo como o prometido...
Espero que gostem.
bjss
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