Aguardei a Luciana se vestir para irmos conversar em um lugar um pouco mais reservado, pedi para a Rafaela segurar as pontas pra mim enquanto eu saia.

Levei a Luciana naquele mesmo café  que eu tinha a levado outra vez.

Nos sentamos em uma mesinha perto da janela. pedi ao garçom dois cafés e alguns biscoitos que eu sabia que a Luciana gostava.

Notei que a Luciana estava insegura parecia realmente não querer me contar o por que dela estar fazendo isso tudo comigo.

-- e então Luciana vai me contar?- apoiei os cotovelos na mesa e coloquei as mãos no queixo enquanto a observava.

-- eu não sei se eu estou pronta Fernanda, você vai me odiar.

-- claro que não meu anjo,  eu te amo, você pode me contar.

-- tudo bem.- suspirou.--olha por um lado tudo isso  e por um motivo boçal por causa do meu orgulho, mas por um lado é muito importante.. Você promete que não vai ficar com raiva de mim?

-- prometo.- sorri com o intuito de passar segurança.

-- olha.. tudo que eu fiz foi por você, desde quando você falou que gostava de mim de um jeito especial eu comecei a nutrir um sentimento forte por você também. Você disse que me amava que gostava de mim e já faz muito tempo que alguém disse que me amava, quer dizer ninguém nunca disse que me amava com tanta sinceridade, eu não queria que você pensasse que eu fosse uma interesseira, uma qualquer.  eu sou muito orgulhosa e eu não queria que você pensasse mal de mim.

-- intendi, mas aonde você quer chegar?- analisava tudo que a Luciana falava com atenção quase sem piscar.

-- eu estou desempregada já faz muito tempo, por dois motivos, primeiramente eu não consigo arrumar um emprego e também por que eu tenho que ficar em casa cuidando da minha mãe, que está muito doente. Quando eu conheci seu pai eu notei que ele era um homem que aparentava ter uma Boa  condição financeira, por causa das roupas de marca e também pelo carro dele. Eu percebi que ele estava de olho em mim então eu aproveitei e dei o bote. A minha mãe está com um câncer maligno e o tratamento e extremamente caro, e a única forma que eu tive no momento de ajudar a minha a mãe a tratar desse câncer foi recorrendo ao seu pai, que prometeu me ajudar e o que ele está fazendo.

-- esperei aí deixa,  eu ver se eu intendi. Você está namorando com meu pai por interesse? É isso?

-- sim é isso.

-- eu não tô acreditan..

-- eu sabia que você não iria me intender.- me interrompeu se levantando e colocou a sua bolça no ombro, ela já iria ir embora mas eu a puxei pelo braço a impedindo de sair.

-- espera senta por favor.- ela se sentou, e eu peguei a sua mão e segurei firme.--não foi isso que eu queria dizer meu anjo você me intendeu mal, eu não estou acreditando que isso tudo isso seja uma farsa  ainda bem que é uma farsa, pode acreditar eu estou do seu lado, eu entendo que você fez isso tudo pela sua mãe , eu admiro isso em você, você está fazendo isso tudo por ela.

-- exatamente, eu estou fazendo tudo isso por ela.

-- como a sua mãe se chama?

-- Márcia.

-- e a doença dela é muito grave?

-- sim, bastante grave. Olha Fernanda Tem mais uma coisa que eu tenho pra te falar.

-- o que?

-- eu vou me casar com o seu pai Fernanda!

-- que!- engasguei com o café que eu estava bebendo.-- po-por que você vai fazer isso?

-- uma cirurgia seria muito mais eficaz no caso da minha mãe, e o seu pai prometeu pagar o valor da cirurgia quando nos nós casarmos.

-- quanto é o valor dessa cirurgia? Eu pago.

-- você é a melhor pessoa que eu já conheci Fernanda, muito obrigada por tudo que você tem feito por mim, mas eu não posso aceitar que você pague, a cirurgia é muito cara, eu sei que você paga a sua faculdade.

-- eu tenho uma Boa quantia em dinheiro guardada, eu pago o preço que for Luciana.

-- não Fernanda, o seu pai já  vai pagar tudo, eu não quero que você use as suas economias comigo.

-- mas se eu não fazer isso você vai se casar com o meu pai e eu não quero que isso aconteça.

-- quando eu conseguir o dinheiro eu me separo dele.

-- não, eu não vou  engolir isso.

-- a gente vai se casar só no papel e não vai significar nada pra mim. Confia em mim vai dar tudo certo.

-- tudo bem.

-- está tudo bem mesmo?

-- não!- apoiei minha cabeça na mesa e lá fiquei por alguns segundos. Aquilo não poderia ser verdade, eu não estava acreditando que  a Luciana irá se casar com o meu pai, mesmo sabendo que a Luciana irá se casar com ele por dinheiro dói muito saber que eles vão se casar.

-- você achou muito idiota   a história do preservativo?- disse e gargalhou me fazendo gargalhar também.

-- achei muito idiota, você não poderia ter tido uma ideia melhor não?

-- na verdade não, eu não pensei em nada melhor, eu queria fazer você se esquecer de mim mas ao mesmo tempo eu queria te ver.

-- mas por que você queria que eu te esquecesse?

-- eu não queria que você pensasse que eu sou intersera, eu sou muito orgulhosa Fernanda, você não sabe como foi difícil contar tudo aquilo pra você.

-- tudo bem eu entendo.

-- eu tenho que ir Fernanda.

-- já? a gente mal conversou.

-- eu tenho que colocar gelo aqui atrás sabe, está ardendo muito.

-- ham? Como assim? O que  está ardendo?

-- a minha bunda de tanto você dar tapas.-murmurou

-- sério? Nossa me desculpa eu não queria fazer isso com você, está ardendo muito? Aí meu Deus, você me desculpa?

-- eu tô brincando com você.- sorriu.

-- sua boba.- fiz bico fingindo estar chateada.

-- ah.. que gracinha essa criancinha fazendo bico, mas eu não caiu mais nesse truque viu dona Fernanda? Eu sei muito bem o que a senhorita deseja.

-- ah que pena, mas eu acho que essa carinha linda merece um beijo, você não acha?

-- quem sabe lá fora.- sorriu maliciosa e saiu me deixando com um sorriso bobo no rosto.

 Sai correndo atrás dela,  só que tinha um mero detalhe, eu me esqueci de pagar a conta. Procurei o garçom mais próximo e paguei a conta da minha mesa.

Agora sim eu estava livre para ir atrás da minha Deusa. Oh Deusa que me da trabalho.

A procurei e a procurei e a encontrei encostada em um Poste, obviamente estava me aguardando.

-- está querendo brincar de esconde esconde é? Eu quase não te achei.

-- aqui quase não tem movimento, assim eu posso fazer o que você me pediu sem que alguém veja e já correndo contar para o seu pai.

-- ah.. então o meu pedido foi concedido?- sorri me aproximando ainda mais dela.

-- não sei, será?- fez uma voz sexy me deixando completamente louca.

A puxei pela cintura fazendo os nossos corpos ficarem colados como se fosse um só. Me aproximei da sua boca bem lentamente, eu não queria me desgrudar dela, eu não queria que ela fosse em bora. Assim que os nossos lábios se tocaram meu coração disparou de uma forma intensa, como se o meu coração estivesse com saudades do seu beijo do seu toque do seu cheiro. Mesmo por eu ter a beijado naquela sala, foi agora que eu senti de verdade que ela está comigo, que ela está mais próxima de mim.

Se eu fala-se que o nosso beijo era calmo e sereno eu estaria mentindo, aquele beijo se tornou intenso  demostrando a saudade que a gente estava sentindo uma da outra.

Depois alguns minutos que pra mim pareceram segundos nos selamos o beijo dando lugar a vários selinhos.

-- eu tenho que ir.- Luciana disse entre um selinho e outro.

-- tudo bem eu também tenho que voltar pro meu serviço.- beijei seu pescoço, notei que ela se arrepiou.

-- tá mas quando a gente vai? Você não para de me beijar.- sorriu e tentou se afastar mais eu a puxei de volta a fazendo ficar grudada em mim novamente.-- Fernanda alguém pode nos ver.- falou um pouco mais seria.

-- relaxa. só mais um beijo tá bom?- ela assentiu e eu a Beijei novamente. Como é bom sentir o gosto do seu beijo, como é bom sentir o seu calor sentir ela perto de mim, pra mim não tem coisa melhor no mundo, por mim Eu ficaria horas é horas ali com ela a beijando até a minha boca ficar dormente. Mas como nem tudo na vida é como a gente quer eu tive que me afastar dela.

-- Fernanda eu posso te pedir uma coisa?- perguntou enquanto ajeitava os cabelos.

-- claro.- respondi sorridente.

-- por favor volta pra casa.

-- ah.. Luciana eu não sei não, depois de tudo que aconteceu entre eu e o meu pai fica difícil voltar.

-- faz isso por mim, por favor, o seu pai também quer que você volte.

-- tudo bem eu vou pensar.

-- não demora muito para se decidir tá bom?

-- tá bom.

-- então tá, até qualquer hora.- me deu um selinho e atravessou a rua.

-- até.- me deu um último aceno antes de virar a esquina.

Não sei por que mas me bateu uma vontade repentina de chorar, de repente as lágrimas tomaram conta do meu rosto, tentei enxugar com a manga da blusa mais foi em vão por que outras vieram no lugar. Ver a Luciana ir embora me apertou o coração, me bateu uma vontade de sair correndo atrás dela e abraça-la, é tão ruim saber que ela vai se casar com o meu pai. O nosso relacionamento é tão complicado uma hora  a gente está bem e outra hora não está, eu tenho muito medo de perder a Luciana, e se ela não se separar do meu pai como ela me prometeu.

Xxx

Voltei para o serviço. Rafaela logo me viu e veio até mim.

-- você está bem fê? Você estava chorando? O seus olhos estão vermelhos.

-- estou bem sim, mas eu estou com alguns probleminhas sabe, mais fazer o que né a vida é cheia ne problemas não é mesmo.

-- verdade, mas o que está acontecendo pra você ficar desde jeito?

-- nada demais esquece isso. Me desculpa por ter te deixado aqui sozinha.

-- não esquenta quase não teve movimento.

-- que bom. Ainda bem que o chefe não está aqui por que com certeza ele iria pegar no meu pé por eu ter saído.

-- verdade. Agora deixa eu arrumar umas caixas ali atrás, eu já  deveria ter feito isso antes.

-- pode deixar que eu empilho as caixas, vai ser como uma forma de agradecimento ok?

-- ok, mas não precisa.

-- precisa sim, eu vou lá antes que o senhor  Tarcísio  chegue.- ela assentiu e eu rumei para sala onde estavam as caixas.

Depois de mais uma jornada de trabalho eu voltei para casa da Camila, ela não estava em casa dei graças a Deus pois isso, eu não queria a Camila me beijando me tocando depois de tudo que aconteceu hoje entre eu e a Luciana.

Xxx

Enquanto eu tomava banho me lembrei do que a Luciana me pediu mais cedo, talvez voltar pra casa não seria uma má ideia, eu preciso da Luciana eu não consigo ficar muito tem sem vê-la.

Xxx

Já estava na faculdade mais uma vez, eu não estava vendo a hora dessa minha rotina se encerar, é tão cansativo trabalhar e estudar.

 Eu não tirava a ideia de voltar pra casa da minha cabeça, eu refleti muito e cheguei a conclusão que era melhor eu voltar mesmo, eu iria fazer isso pela Luciana.

Aproveitei que eu saí mais cedo da faculdade e fui pra casa da Camila arrumar a minha mala, eu pretendo voltar pra casa ainda hoje.

Já estava morrendo de vontade de ver a Luciana de novo, espero que ela esteja lá.

Esperei e esperei a Camila e nada dela chegar, eu queria que ela chegasse para eu me despedir e falar que eu estou indo embora. Já estava ficando tarde e eu acabei indo embora.

Peguei um táxi até a casa do meu pai, assim que cheguei entrei sem bater pois já tinha a chave.

Adentrei a sala de estar, e  logo quando o meu pai me viu ficou de boca aberta como se não acreditasse no que estava vendo.

-- oi pai.- me aproximei do sofá onde ele estava.

-- oi Fernanda. Pensei que não voltaria.

-- eu resolvi voltar.

-- que bom que você voltou minha filha.

-- você me disse que iria mudar e agora eu quero ver se realmente isso vai acontecer.

-- eu vou mudar pode ter certeza.

-- assim espero. A Luciana esta?

-- não mas daqui a pouco ela estará aqui.

-- tudo bem então eu irei para o meu quarto.

-- para comemorar  a sua volta eu irei pedir uma pizza assim que chegar eu irei te chamar.

-- tá bom mas não precisa.

-- precisa sim.- retirou o celular do bolço e ligou para a pizzaria.

Fui para o meu quarto e acabei adormecendo.

Sonhei que a Luciana  estava me beijando, mas esse sonho ficava cada vez mais real, abri os olhos lentamente e me deparei com a própria Luciana.

-- que bom que você voltou.- selou o beijo e se sentou do meu lado.

-- quem me dera todo dia acordar assim.

-- eu queria sempre te acordar assim.

-- por mim isso viraria uma rotina só depende de você.

-- você sabe que não dá.

-- tudo bem, um dia eu sei que vai dá.

-- o seu pai me pediu para te chamar.

-- você sabe que eu voltei por você né.

-- eu sei.

-- já que eu fiz o que você me pediu está na hora de fazer o que eu vou te propor.

-- e o que você vai me propor?- sorriu.

-- dorme aqui comigo, eu estou morrendo de saudades de você.

Fim do capítulo