--Não estou querendo, estou falando, cuidado que agora não vou ser maleável, como fui com a Claudia – Disse a encarando.

--Ainda continuo sem entender, a senhora esta me ameaçando? – Não se intimidou.

--Ameaçando? Não apenas alertando, não se esfarela um coração já machucado – Piscou o olho e saiu deixando uma Lucy sem entender ao certo o que ela queria com aquela conversa, rapidamente ela saiu correndo para a sala de Patrícia, porem não a encontrou, com raiva foi para o vestiário após um banho tornou a procurar pela delegada e não achou, pegou o celular e ligou para ela que atendeu após o terceiro toque

--Pati, ainda bem que me atendeu, precisamos conversar

--Estou ocupada Lucy

-- Me escuta por favor – Pediu em desespero.

--Interessante ontem você não quis me escutar, estou ocupada e mesmo se não estivesse, não estou com a menor vontade de te escutar agora, me deixe pensar melhor, me deixe ver o que será melhor pra mim, pois nos últimos anos as minhas escolhas só estão me fazendo sofrer e eu estou cansada de sofrer, quando eu estiver pronta eu vou conversar com você.

--Eu estou te fazendo mal é isso? – Lucy perguntou deixando um lagrima escorrer

--Nesse momento está, pois a dor que estou sentindo está latejante dentro de mim. – Respondeu a ruiva também com a voz embargada

--Desculpa, nunca quis te fazer sofrer nem por um segundo, prefiro alto flagelar-me a te ver sofrendo, desculpa meu amor – Lucy desligou o celular com as lagrimas escorrendo em sua face, pegou suas coisas enxugou as lagrimas e partiu para sua casa, lá apenas escolheu como companhia uma garrafa de whisky e o sofá, viu as inúmeras ligações da irmã, porem não estava na situação de conversar com ela.

 

 

--Vida vamos com calma ainda temos o resto do dia – San disse ofegante

--Amor só mais uma vez vai – Ana disse beijando o pescoço da noiva.

--Vamos fazer assim, eu vou pedir algo para comermos é o tempo que me recupero, nossa parece que quer tirar o atraso de uma única vez – Sandrele disse com um sorriso no rosto, pegou o celular pediu comida e voltou para o quarto.

--Nossa que demora, pensei que não queria mais. – Falou com a voz manhosa

--Claro que quero, nunca me cansaria de você – Disse voltando a beija-la assim amaram-se mais uma vez.

--Amor será que a Lucy conseguiu conversar com a Pati?

--Não sei vida, o pouco que eu sei a Lucy pisou feio na bola.

--Depois eu vou ligar para a Pati e ver como ela está.

--Faça isso Aninha, e outra.. – Escutou a campainha – Acho que é a comida – Sandrele vestiu uma roupa e foi atender a porta, pegou a  comida e quando ia fechar viu alguém conhecida no corredor.

--Livia você por aqui? – San perguntou ainda desconfiada por saber o que houve

--San? Mudou-se para aqui?

--Sim aluguei esse AP- Disse saindo e cumprimentado a mulher

--Que bom, você viu a Lu? Fui na delegacia e ela não está lá o porteiro disse que ela subiu faz umas duas horas, porem não atende a porta.

-- Talvez ela não esteja querendo falar com você – Foi direta

--Ela já contou não foi? Aliais você sabia dessa invenção da Lucy?

--Por que invenção Livia? Aquelas duas se amam e pode ter certeza nunca vi sua irmã tão feliz como a vejo junto da ruiva.

--Não acredito que você é conivente com isso – Falou encostando-se na parede da porta.

--Amor aconteceu alguma coisa? – Ana apareceu

--A não acredito você também? Claro como não imaginei isso antes, droga. – Livia exclamou um pouco mais alto

--Livia abaixa o tom e entra – San falou imperativa

--Não eu vou embora – Deu as costas

--Nada disso você agora vai me escutar – Sandrele disse segurando o braço dela a puxando para dentro.

-- Você ficou louca? Me solta  - Estava enfurecida

--Não quem ficou louca foi você, como você foi capaz de xingar e humilhar tanto a Patrícia ?

--Eu não a humilhei apenas falei a verdade

--Você foi cruel Livia, a sua irmã a ama.

--Ama? Aquilo não é amor a Lucy está apenas confusa ela não é, não é...

--Sapatão? Lesbica? É isso que você quer falar? – Ana disse com a mesma voz baixa e tranquila de sempre

--Eu, eu – Ficou confusa

--Você? – Ana a olhou

--Eu não sou preconceituosa, não tenho nada contra.

--Desde que não seja com alguém próximo a você não é? – Ela empurrou a cadeira para próximo dela – Deixa eu me apresentar, meu nome é Ana sou a noiva da Sandrele, e pelo visto você é a Livia a irmã da Lu.

--Isso mesmo, agora eu vou embora – Deu as costas.

--Você ama sua irmã Livia? – Ana perguntou

--Claro que amo ela é minha irmã – respondeu sem virar

--O quanto você a ama?

--Muito, mas isso não é da sua conta.

--Será que ama mesmo? A meu ver quem ama não agir dessa forma.

--Você não sabe nada de amor. – Disse olhando com a cara feia para Ana

--Não estou falando dos meus sentimentos e sim dos sentimentos de uma pessoa que apenas sabe julgar e pior julgar aquela que diz amar, sem ao menos escutar o que a outra tem a dizer, me responde só uma coisa Livia, você deixaria de amar sua irmã se ela casasse com a Pati?

--Claro que não, mas eu sei que... – Parou de falar, pois escutou um barulho vindo do apartamento de Lucy.

--O será que está acontecendo? – Ana perguntou com a cara espantada

-- Fiquem aqui que vou lá – San pegou sua arma e foi ate a porta que estava trancada. Ela forçou algumas vezes na porta porem não foi atendida.

-- O que houve? – Livia perguntou preocupada.

--Ela não me atendeu e não escutei mais nada lá, vida onde esta a minha chave?

--Na gaveta amor – Apontou e Sandrele pegou a chave e saiu rápido para a porta, a abriu lentamente e entrou alerta com a arma em punho, viu uns cacos de vidro espalhados no meio da sala, ela caminhou lentamente ate o quarto dela e a encontrou no banheiro enrolando a mão que estava melada de sangue.

--Porr* Lucy o que aconteceu? Você está sangrando? – Pegou a mão da outra e notou um corte não muito profundo

--Eu a machuquei San, ela não quer me escutar, pois está machucada. – Lucy disse com a voz embargada

--Ai Lu você está completamente bêbada, vem vamos tomar um banho – Sandrele colocou a arma sobre a pia e guiou a amiga para o chuveiro ela apenas chorava.

--O que aconteceu? – Livia disse entrando logo após da San ligar o chuveiro

--Ela está bêbada, creio que a Pati não a desculpou por ontem.- Sandrele disse tirando a blusa dela.

--Não encoste nela – Livia falou ríspida

--Quem não vai encostar nela é você ! – Vociferou fazendo Livia recuar.—Isso é culpa da sua hipocrisia. – Tirou o resto da roupa de Lucy que continuava no mesmo estado, após o banho ela colocou a amiga na cama, Livia pegou uma roupa e entregou a San que após enxuga-la a vestiu.

--Eu nunca vi a Lucy assim – Livia disse sentando ao lado dela na cama enquanto Sandrele fazia um pequeno curativo na mão dela. – Nem quando o Tony morreu ela ficou nesse estado.

--O que você quer? Ela está ameaçada a perder o amor da vida dela- San disse ainda ríspida

--San vamos, já limpei a sala, a Livia vai cuidar da irmã –Ana disse para acalmar os ânimos.

--Eu não sei se ela vai cuidar dela.

--Pode ir Sandrele eu vou cuidar sim da minha irmã. - Livia disse olhando de uma forma envergonhada para Sandrele que estava sentada ao lado dela.

--Assim eu espero, pois eu vou cuidar, apoiar e ama-la para o resto da minha vida, é isso que as irmãs fazem – Sandrele disse e saiu do quarto deixando uma Livia totalmente sentida com aquelas palavras.

--Ai Lucy o que você está fazendo da sua vida minha irmã. – Deitou-se ao lado da irmã que estava com um sono inquieto.

 

--Porr* que dor de cabeça.- Lucy disse abrindo os olhos lentamente

--Não é por menos encheu a cara – Livia disse lhe entregando uma xícara de café

--Liu o que você está fazendo, AI minha mão – Exclamou ao sentir o corte latejar

--Eu vim falar com você, que não me atendia, mas depois de um barulho causado por você, que não sei o porquê jogou o litro de whisky vazio na parede a San abriu a porta, e encontramos você com a mão sangrando, não se preocupe o corte não foi profundo.

--Eu lembro do corte – sentou na cama – Só não quero conversar agora, não estou com cabeça – Levantou e foi ao banheiro

--Tudo bem, estou na cozinha te esperando.

 

--Estou atrasada, não poderei conversar agora – Lucy saiu colocando a xícara de café na pia

--Tudo bem, Lucy você sabe que eu te amo não é? – Disse com a cabeça baixa, Lucy parou e olhou para a irmã

--Eu sei Liu – Voltou e abraçou a irmã carinhosamente. –Eu vou trabalhar depois conversamos direitinho.

--Tudo bem, vou te espera. – Beijou o rosto da irmã que saiu para a delegacia.

--Olha a pé de cana apareceu – San disse assim que Lucy entrou na sala. –Como você está Lu? – Abraçou a amiga

--Vou melhorar, agora vamos trabalhar  - Disse com mal humor

--Não vai nos dizer o que aconteceu? – Ricky a encarou

--Só que não vou tentar mais, eu a fiz sofrer e isso é a ultima coisa que eu quero, não vou machuca-la mais que já machuquei. – Disse  sem olha-los

--Como assim vai desistir? – Os dois olharam incrédulos.

--Isso que vocês escutaram, agora vamos trabalhar que eu não estou com a menor vontade de falar o que houve.

--Tudo bem, se você prefere – Ricky disse olhando para San, eles se concentraram no trabalho e logo Sandrele passou tudo que soube da tal ONG de reabilitação para homossexual.

--Bem isso é tudo que sei qualquer informação nova eu direi agora vou para a faculdade. – Sandrele se despediu dos amigos e saiu diretamente para a sala da delegada – Bom dia delegada

--Oi San ainda aqui?

--Sim estava passando umas informações para Lucy e Ricky – Sentou-se na frente de Patrícia 

--Eles disseram se vão sair para investigar algo hoje?

--Vão sim, Pati é isso mesmo? Vocês vão se afastar assim sem ao menos conversar?

--Eu quero pensar direitinho o que fazer San, não vou passar o resto da minha vida nessa situação, não aguento ser humilhada, parece que cada vez é pior, dói muito.

--Mas você acha justo acabar um relacionamento sem ao menos sentarem  para conversar?

--Eu vou conversar, mas não agora estou com raiva e a raiva é uma péssima companhia para uma conversa.

--Tudo bem, você sabe o que faz ate mais tarde ruiva – Saiu deixando uma ruiva totalmente perdida em seus pensamentos.

--Um doce por seus pensamentos – Lara entrou na sala e percebeu a ruiva com olhar distante

--Só estou tentando descobrir o que faço de minha vida

--Da sua vida ou do seu futuro com a investigadora arrogante?

--Como assim arrogante? Lara o que você aprontou?

--Eu? Nada – Sentou-se na cadeira – Eu apenas.. – Foi interrompida por batidas na porta.

--Patrícia  podemos entrar? – Ricky perguntou colocando a cabeça para dentro da sala

--Claro entrem – Viu Lucy entrar com a cabeça baixa, não pode deixar de notar o quanto ela estava linda naquela calça jeans escura e sua blusa social.

--Estamos de saída para ver se achamos algo da tal organização alguma coisa que queira? – Ela não prestou a mínima atenção no que o detetive falou apenas concentrou o seu olhar no pequeno curativo na mão de Lucy.

--Lara eu disse para você não fazer nada – Ela disse levantando e segurando a outra pela gola da camisa.

--Mas o que eu fiz? – Perguntou sem entender nada juntamente com os detetives que se espantaram com o rompante da delegada

--Eu te disse ontem para você não fazer nada – Falou sacudindo a loira.

--Mas eu não fiz nada, não fiz ainda, agora me solta.

--Pati o que houve? – Ricky disse tocando o braço dela para ela solta-la

--Lucy o que houve com sua mão e não minta – Falou sem soltar à loira

--Me cortei com o vidro, mas o porquê disso tudo se acalma – Aproximou-se da ruiva tocando sua mão.

--Eu te disse que não fiz nada, ainda – A loira disse com um sorriso sádico.

--E nem vai fazer você escutou? Você não me faça perder a paciência – Patrícia colocou o dedo riste na face dela

--Já disse que não vou te respeitar nesse ponto, ate mais – A loira saiu da sala sem olhar para os demais.

--Pati o que houve nunca te vi assim – Ricky disse aproximando-se da ruiva

--Nada Ricky desculpas, podem ir resolver as suas tarefas – Disse dado as costas a eles.

--Você tem certeza que está bem? – Lucy perguntou tocando o ombro da delegada

--Estou sim não se preocupe, é grave – virou e olhou para a mão de Lucy

--Não foi só um corte, está com o curativo para não bater nada e voltar a sangrar.- Por um minuto apenas pensou em beijar a morena e esquecer de todos os problemas, mas lembrou da noite que foi expulsa da casa dos pais dela.

--Tudo bem, tenham um bom dia – Desviou o olho do dela e voltou-se para sua mesa.

--Então até mais – Saiu com a cabeça baixa.

 

--Lu o que aconteceu naquela sala?

--Eu não sei Ricky.

--Por que será que ela falou assim com a Lara?

--É isso, acho que a Lara disse que iria me fazer algo, ontem ela falou algumas coisas estranhas pra mim.

--Estranha como?

--Ela meio que me ameaçou, mas a duvida é o que ela tem com a Patrícia  para agir assim?

--Isso ate eu quero saber, e cuidado você viu a cara dela quando olhou para você? Ela não vai com tua cara e parece ser perigosa.

--Também não vou com a cara dela e também ser bastante perigosa, agora vamos que temos muito para resolver.

--Você vai mesmo desistir dela? – Falou assim que entraram no carro

--Eu só não vou pressiona-la, não quero a fazer sofrer, mesmo que para isso eu tenha que arrancar meu coração quero vê-la bem apenas isso.

--Não vou mais opinar sobre isso, você sabe o que faz.

 

--Sei sim – Ligou o carro e saiu rumo a colher alguma informação.

Fim do capítulo