Capítulo 12
Capítulo 20: Quando o mar navega em si mesmo
Aquele quase beijo foi a prova que eu precisava para ter certeza que a Lívia realmente estava, de alguma forma, atraída por mim. Mas a julgar pelas reações dela haveria um longo e tortuoso caminho a seguir até que algo de fato acontecesse. Tomei café com o Lucas e ainda esperei um bom tempo antes de ir para o banho, mas nem sinal da Lívia. Óbvio que quando saí do banho eles já haviam ido embora.
O dia que começou muito bem, não terminou nada bem. Problemas sérios com no NAP e uma viagem inesperada me fizeram colocar meus planos de conquista de lado. Passei o dia inteiro tentando resolver algo por telefone, e com as autoridades locais, para conseguirmos levar uma comissão para tomar providências diante de uma prisão ilegal de alguns dos líderes de um acampamento, durante um enfrentamento das famílias com a polícia enquanto tentavam cumprir uma reintegração de posse.
Cheguei em casa mais de meia-noite e estava tudo em silêncio. Imaginei que a Lívia e o Lucas estivessem dormindo, mas para a minha surpresa, quando entrei no quarto fui surpreendida com o olhar apreensivo da Lívia sobre mim.
- Eu estava começando a me preocupar... Você está com uma expressão péssima. – ela falou fechando o livro que lia.
- Tivemos um problema bem grave no NAP, uma reintegração de posse muito violenta em um acampamento que atendemos, lideranças de foram presas, outras pessoas se machucaram, tiveram suas casas derrubadas... horrível... – eu estava exausta e me joguei na cama sentindo um gosto amargo na boca.
- Eu... sinto muito. – ela disse penalizada.
- É muito triste a vida das pessoas valer tão pouco diante de... dinheiro? Ganância... – já falei soluçando, começando a chorar tudo que guardei o dia todo, no trabalho.
A Lívia não disse nada, percebi que hesitou um pouco antes de me puxar para o seu colo e começar a fazer carinho leve na minha cabeça. Eu não queria mais sair dali, a tristeza e o cansaço diminuíam aos poucos, sem precisarmos de palavras, o sono querendo me levar...
- Eu preciso ir... – falei a contragosto, me levantando.
- Não, dorme aqui. Eu posso...
- Não, eu preciso viajar agora para lá. Daqui a pouco a Cátia passa aqui.
- Mas você parece tão cansada, porque não vai ao amanhecer?
- Essas coisas não esperam, sabe? Precisamos estar lá logo cedo e são algumas horas de estrada até lá.
- Ah... desculpe.
- Tudo bem, obrigada... Eu... vou tomar um banho e arrumar algumas coisas.
- Como eu posso ajudar?
- Não se preocupe, já me ajudou muito me acalmando com seus carinhos mágicos – brinquei. – você deveria descansar.
- Não foi nada, vou ver uma sopa para você, bem rapidinho. Comeu o que hoje? – ela perguntou preocupada.
- Eu, er... não lembro.
- Então vai pro banho, enquanto eu preparo algo.
*************
Ela ainda tentou protestar, mas eu saí em direção a cozinha. A expressão da Julia era péssima, cansaço misturado com tristeza e frustração. Eu só queria fazer algo para que ela ficasse bem. Ainda hesitei um pouco antes de me aproximar e trazer ela para deitar em uma das minhas pernas. Não era a hora para pensar na revolução que aquela proximidade me causava, mas era inevitável. Eu ainda estava um pouco trêmula quando comecei a fazer uma sopa para que ela se alimentasse antes da viagem.
Antes dela chegar eu já tinha tentado de tudo para me distrair. Pensei também que talvez fosse melhor já estar dormindo, mas não conseguia. Eu queria vê-la, conversar, e agora eu sei que queria também tocá-la, ainda que isso me deixasse em um estado de descontrole inacreditável, enfim as contradições de sempre quando se tratava da Júlia.
Ela saiu do quarto já com uma mochila nas mãos, os cabelos molhados e uma expressão melhor no rosto. A Julia tinha aquele poder de ficar mais bonita, quanto mais simples e despojada estivesse. Ofereci a sopa que havia preparado e ela comeu tudo, agradecendo a todo instante. Ela perguntou sobre o meu dia, sobre o Lucas e agradeci mentalmente por não falarmos no ocorrido pela manhã. A Cátia não demorou a chegar e já estávamos nos despedindo.
- Se despede do Lucas por mim, diz que mandei um milhão de beijos. – ela falou já na porta.
- Digo. E falo pra ele que você volta quando? – perguntei o que eu queria saber.
- Eu não sei ainda...
- Você pode me ligar quando chegar lá? Ou quando tiver um tempinho?
- Claro. – ela respondeu parecendo surpresa.
O silêncio se estabeleceu. Ela do lado de fora, eu segurando a porta.
- Até mais, então. – ela se despediu com um aceno, mas sem sair do lugar.
*************
Eu estava parada na porta quando eu já deveria estar na estrada. Eu já tinha feito várias viagens como aquela, eu gostava, não me importava de passar dias fora, em uma realidade totalmente distinta da minha. Porém, naquele momento, eu não queria ir. Ela havia pedido que eu ligasse quando eu chegasse, e quis saber quando eu voltaria. Era estranho, porque ninguém nunca esperou por mim antes, eu nunca tive de quem me despedir, e por isso estava ali parada feito boba, o silêncio nos constrangendo outra vez.
Fiz o que queria fazer e a abracei. Seu corpo estava tenso com a proximidade, como sempre. Insisti e ainda falei em tom de brincadeira: eu não mordo. Ela riu e começou a relaxar, suas mãos passearam pelas minhas costas. Eu não queria mais sair daquele abraço. Respiramos fundo quase que ao mesmo tempo, nos separamos devagar, eu podia ver a confusão nos seus olhos, eu podia sentir seus batimentos acelerados, sua respiração irregular, eu não queria assustá-la, embora eu a quisesse muito naquele momento. Nos abraçamos outra vez e ela sussurrou no meu ouvido:
- Eu não sei o que eu... eu não sei...
- Não se preocupe, relaxa, nós vamos descobrir juntas, no seu tempo, ta?
*************
Como descrever a confusão de sensações que a Júlia me causava!? Fui pega totalmente de surpresa com aquele abraço, mas bastou eu senti-la mais perto de mim para saber que era exatamente aquilo que eu queria, o que estava faltando naquela despedida. Mas ao mesmo tempo aquela proximidade ia causando tantas sensações desconhecidas, como se meu corpo todo reagisse ao toque dela, ao cheiro, ao calor que ia de um corpo ao outro, eu estava completamente fora de mim, principalmente quando ela se afastou de mim e me olhou bem de perto por um instante, aquele olhar me atingindo com a força de uma onda do mar, eu senti que podia desmaiar a qualquer momento, mas ela me amparou de novo em outro abraço. E eu confessei em um sussurro:
- Eu não sei o que eu... eu não sei...
Ela me apertou um pouco mais nos braços, me passando aquela segurança característica e igualmente sussurrou no meu ouvido:
- Não se preocupe, relaxa, nós vamos descobrir juntas, no seu tempo, ta?
Naquele instante eu me senti completamente segura, como se eu pudesse sentir qualquer coisa e ela estaria ali para me amparar, me ajudar a descobrir o que aquilo significava. Embora a última coisa que eu quisesse é que ela fosse embora, uma buzina começou a soar e ela resmungou que precisava ir.
Nos separamos contrariadas, mas sorrindo com a compreensão mútua de que não estávamos feliz com aquela interrupção.
- Me liga, ta?
Ela só balançou a cabeça e saiu apressada. Eu corri para a varanda e ainda vi quando ela entrou no carro. Suspirei, achando tudo silencioso demais, vazio demais. Tudo calmo, exceto dentro de mim que explodia um vulcão de sentimentos, vibrando sensações completamente desconhecidas pra mim. O cheiro da Júlia ficou grudado em mim, e fazia aquela sensação de desassossego se espalhar, só diminuindo muitas horas depois quando ouvi a voz dela ao telefone. Fiquei um pouco quieta, depois que atendi, observando as coisas se acalmando dentro de mim só por ouvi-la.
- Te acordei? – perguntou preocupada
- Não, estava esperando você ligar.
Aproveitei para soltar a respiração que eu nem sabia estar presa, até ficar sem ar.
- Lívia, você deve estar cansada...
- Eu precisava saber se você chegou bem, ouvir sua voz, essas coisas...
Ela riu. Eu também. "Essas coisas!?" Eu deveria estar ficando doida.
- Eu também precisava... dessas coisas. - ela falou em tom divertido. - Mas agora que eu já cheguei bem e nos ouvimos a voz uma da outra, e “essas coisas”, acho que já conseguimos dormir, não é!?
Gargalhei dessa vez.
- Acho que sim. Você me liga amanhã?
- Ligo, assim que possível.
- Ta, então, boa noite.
- Boa noite.
Nos despedimos, mas ninguém desligou. Ouvia apenas o som da respiração dela e do silêncio de palavras não ditas que pairavam entre nós. Eu a ouvi sorrir e depois encerrar a ligação, eu sorri também, sem saber por quê.
Tive a impressão de que apaguei depois disso. Acordei com o Lucas pulando na cama, dizendo que estávamos atrasados e perguntando pela Júlia.
- Teve que viajar, ontem à noite. Você estava dormindo, então ela não pode se despedir, mas pediu pra eu te encher de beijo. - e comecei a beija-lo sem parar.
- Puxa! Mas ela volta logo? - ele perguntou curioso.
- Não sei, meu bem.
- Estou com saudades já. Ela é animada, sabe!?
- E eu não sou? - perguntei fingindo uma falsa indignação.
- Está melhorando...
Enchi ele de cocegas, mas ele conseguiu escapar, dizendo que ia tomar banho. A casa logo ficou em silêncio e entendi o que ele queria dizer, eu estava com saudades também.
Tive a impressão que o dia se arrastou até as 22 horas, quando a Júlia ligou, magicamente transformando a minha angústia e saudade em felicidade.
*************
- Até que enfim... - ouvi a Lívia dizer, enquanto soltava a respiração, transformando toda a preocupação e cansaço daquele dia em alegria.
Eu quase não tinha dormido, desde que saí de casa, e passamos o dia indo de um lado a outro para tomar providências que trouxessem um pouco de tranquilidade parra aquelas famílias. O clima era de total insegurança ainda no acampamento: casas destruídas, pessoas machucadas, e as autoridades com uma postura intransigente de expulsar aquelas famílias dali a qualquer custo. Mas o clima era de resistência, muitas pessoas e movimentos se mudaram para lá para ajudar as famílias a reconstruírem suas casas e suas vidas, enquanto a batalha judicial se desenrolava nos tribunais.
Eu estava exausta, mas só de ouvir a voz da Lívia, como na noite anterior, me relaxou completamente. Eu apenas ri do jeito dela, agoniada, e ela continuou:
- Eu passei o dia preocupada. Não é perigoso onde você está?
- É um pouco, sim. Mas não vamos falar disso. Me conta como foi seu dia, e o Lucas como ta?
- Com saudades. Ele tá animado com uma apresentação da escola, nunca gostou muito dessas apresentações, mas disse que agora quer participar “porque vai estar fantasiado e não vai precisar dizer nada e todos vão participar, e ele quer também”. Foram essas as palavras dele.
- E que fantasia é?
- Elefante! Ele está preocupado de ser muito magrinho pra elefante.
Rimos juntas.
- Diz que ele é um elefante bebê, por isso é menorzinho.
- Boa ideia!
- E você, como está?
- Bem.
- Só?
- Tem uma coisa que eu estava pensando... – ela fez uma pequena pausa – logo vou ter que trabalhar de turno e ainda não sei como fazer com o Lucas, porque já não moramos pertinho da Neide e, ainda assim, não quero que ele chegue nem perto daquele prédio.
- A noite sempre posso ficar com ele, mas a tarde precisamos de uma creche.
- Eu já pensei nisso, mas eu não sei se posso pagar. E ainda tenho minhas dúvidas se ele vai se adaptar.
- Acho que quanto se adaptar é tranquilo, o Lucas é bastante sociável só não tinha muitas oportunidades para isso com a vida que vocês levavam.
- É verdade, quis até participar da apresentação na escola, e nas outras vezes não quis.
- Pois é, ir pra creche vai ajudar ainda mais ele a interagir com as pessoas, e principalmente com crianças da idade dele.
- Você tem razão, vou pesquisar locais amanhã, e fazer contas também.
- Quanto a isso deixa eu te ajudar, ta?
- Como Júlia? Não tem o menor cabimento isso, ainda nem discutimos como vamos fazer a divisão de despesas e essas outras coisas...
- Lívia, agora não...
- Eu sou uma chata, não é?
- Não, você é alguém preocupada demais. Especialmente com essas coisas práticas, que você sempre teve que dar conta sozinha, que dizem respeito ao bem estar do Lucas... Lívia, você vive em função do seu irmão... Ainda pouco eu perguntei como você estava, do seu dia, e tudo isso só girou em torno dele... Sei o quanto ele é importante pra você, e que as necessidades dele vão sempre vir em primeiro lugar, mas em algum momento do dia você tem que pensar em você, nas coisas que gosta, que quer fazer... Se me deixar te ajudar, dividir os cuidados do Lucas comigo, vai ter muito mais tempo pra isso...
A Lívia ficou muda por um instante e eu pensei em pedir desculpas por ser tão invasiva, mas antes que eu pudesse começar ela disse:
- Comecei a ler um dos seus livros hoje...
E ela começou a contar do livro, depois dos planos para começar a estudar para entrar na faculdade de medicina e de como tinha adiado tudo para cuidar do irmão, e mais algumas coisas que não lembro ao certo, pois eu só sei que adormeci ouvindo a sua voz.
******
A Júlia adormeceu enquanto eu falava do hospital e só então me dei conta que já passa da uma hora da manhã e ela deveria estar completamente exausta, mas ainda assim passamos horas ao telefone.
Mesmo depois que desliguei fiquei pensando no que ela disse. Até aquele momento, de fato, eu nunca tinha pensado em mim. As coisas que eu gostaria de fazer, que me fariam feliz. Como aquele livro que comentei, que comecei a ler no fim da tarde, na varanda, enquanto o Lucas brincava. Era estranho ter tempo pra ler, pra pensar sobre o que eu lia, pra sonhar... Pois para mim era como a Júlia dissera, eu pensava em coisas práticas, trabalho, alimentação e bem estar do Lucas, só.
E aquela semana foi assim, de descobertas pra mim. Pensava sobre isso em cada pequena coisa que eu fazia, em casa, no hospital, nos passeios que fazia com o Lucas ou sozinha. Eu sequer conseguia lembrar quando tinha saído sozinha pela última vez, se não para comprar algo ou indo do hospital pra casa, quase sempre correndo.
Mas a Neide levou os meninos para o ensaio da apresentação na escola e eu fui a uma exposição de quadros no shopping, no final da tarde fui a uma feira na praça que ficava ali perto. Comprei presentes para o Lucas e para a Júlia.
Nossa, eu não parava de pensar nela, em como eu queria estar compartilhando aquelas coisas com ela, mas que acabaríamos compartilhando a noite, quando ela me ligasse e ficássemos conversando até ela adormecer do outro lado da linha.
Tinha sido assim durante toda aquela semana, falávamos sobre muitas coisas, até uma ou duas da madrugada, e ela adormecia. No outro dia me pedia mil desculpas, e eu dizia que isso era cansaço, que deveríamos tentar desligar logo, mas só quando ela dormia eu percebia o adiantado da hora.
No terceiro dia ela começou a ligação dizendo que logo desligaria, pois estava muito cansada, falamos rápido de como foi o dia e ela desligou. Fiquei... Decepcionada, mas entendi e tentei assistir um filme para que o sono chegasse.
******
Três dias longe de casa e a impressão é que eu já estava há meses fora. Os dias eram carregados de afazeres, discussões e idas e vindas. Quando a noite começava eu já ficava na expectativa a hora que eu poderia ouvir a Lívia me contar a infinidade de pequenas coisas que ela foi descobrindo sobre si mesma naqueles poucos dias.
- Eu passei o dia pensando no que você me disse...
- Eu não queria ser invasiva... – eu ia me desculpar, mas ela me interrompeu.
- Não foi. É engraçado com a gente não pensa nessas coisas durante a correria do dia a dia, e com as preocupações rondando a nossa cabeça... Essa coisa de ter tempo, de sorrir, de... ser feliz... são novas pra mim.
- E se depender de mim, serão coisas recorrentes.
- Eu sei que sim...
E continuávamos a conversar sobre várias outras coisas e eu acabava adormecendo em algum ponto da conversa. No dia seguinte eu tentava explicar:
- Eu juro pra você que eu nem sinto meus olhos fecharem, parece que desmaio, que loucura! – eu tentava explicar o inexplicável.
- Isso é cansaço Julia, você precisa descansar mais. Por que não vai dormir agora?
Eu desconversava e acabávamos passando horas ao telefone. Mas naquele terceiro dia, meu corpo não aguentou a correria daqueles dias e o pouco descanso, eu só dormia três ou quatro horas por noite. Assim, por mais que quisesse falar mais com a Lívia aquela noite eu precisava dormir um pouco mais.
Falamos rápido e logo desliguei, mas não consegui dormir de jeito nenhum. Eu estava cansada, olhos pesados, corpo dolorido, mas não conseguia pegar no sono, ainda fiquei insistindo por quarenta minutos, antes de me render ao que eu precisava.
******
- Não consigo dormir. - ela disse assim que atendi a ligação com uma voz cansada, mas risonha.
- Eu nem tentei, porque sabia que não conseguiria... Acho que a gente se acostumou... Com essas coisas...
- É... Acho que preciso da sua voz para adormecer... - ela sorriu. - Ta assistindo o que?
- Uma filme, Larry Crow, já assistiu?
- Não, do que se trata?
- O Larry é um cara que trabalhou por anos em um grande supermercado, mas ele foi demitido e teve que se reinventar. Engraçado, ele achou que a vida dele tinha acabado, mas parece que acabou de começar, com as coisas que passou a viver quando saiu da monotonia dos seus dias. Acho que parece um pouco comigo.
Claro que a Julia não demorou a adormecer, o cansaço dela era evidente, mas nenhuma de nós sabia como seguir sem dividir aqueles pequenos momentos.
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A sensação de conforto que a voz da Lívia me dava parecia me transportar para ao lado dela, quase podia sentir seus carinhos delicados antes de adormecer.
Era assim todas as noites. E o que eram para ser dois ou três dias fora se transformaram em uma semana. A Lívia todos os dias tinha uma coisa nova para contar. Parece que a provocação do primeiro diz fez nascer uma curiosidade nela, uma vontade de se descobrir. O mais incrível é que ela fazia questão de dividir comigo.
- Eu não te incomodo com essas bobagens? - perguntou ela insegura.
- Claro que não. Lembra que eu te disse que você se iluminava falando do hospital!? Agora parece que mais coisas tem esse efeito, isso não é ótimo?
- É sim! Pode parecer bobagem, mas pra mim é muito importante descobrir que gosto de arte, que gostaria de viajar e conhecer lugares novos, retomar os estudos para tentar Medicina, um dia. Coisas que eu sequer pensava antes de... - ela parou de falar.
- Antes de? - incentivei-a a falar.
- Antes de você... Eu sinto que devo tantas coisas pra você...
- Você não me deve nada. É você que está descobrindo coisas que estavam só esperando você ter um tempinho para descobri-las. E eu queria estar ae pra ver bem de perto essas suas pequenas descobertas...
- Eu também... Você ainda não sabe quando volta?
Eu sabia, mas queria fazer uma surpresa.
-Ainda não... E as mudanças que disse que ia fazer, já conseguiu?
- Já, só não sei se você vai gostar...
Eu estava curiosa. Há alguns dias a Lívia perguntou, bem constrangida, se podia fazer algumas alterações na decoração da casa. Achei uma ótima ideia, já que eu não era tão criativa para essas coisas. No dia seguinte eu mataria minha curiosidade, mas principalmente a saudade que eu estava dela...
As horas de arrastaram até que enfim pudesse estar em casa, as 22 horas. A casa estava escura, mas pude perceber as mudanças que a Lívia falou, ela colocou os livros, dvds e cds na sala, organizados em várias estantes, era como se a sala ganhasse diversas cores.
A Lívia estava distraída no computador, de costas para a porta do quarto. Os cabelos estavam diferentes, mais curtos, em um corte repicado que parece ter ressaltado as ondas do seu cabelo, absolutamente linda. Ela olhou para o celular, que estava no colo. Imaginei que ela esperava a minha ligação de todas as noites. Enviei uma mensagem:
Não vou poder ligar hoje.
Ela bufou quando recebeu a mensagem e eu tive que me segurar para não rir. Enviei outra:
Gostei do novo corte... Você está linda!
- Mas eu não... - ela começou a falar antes se se virar bem rápido e dar de cara comigo.
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Eu tentava me distrair no computador para ter a sensação de que as horas passariam mais rápido. Estava doida pra contar pra Júlia que hoje, depois de pensar a respeito a semana inteira, decidi cortar o cabelo. Eu tinha cortado no máximo às pontas das outras vezes, mas dessa vez eu queria algo diferente, que representasse um pouco daquela mudança que eu estava sentindo dentro de mim. Nossa, quando eu olhei meu novo visual no espelho não consegui acreditar que era eu mesma. Ficou perfeito, o corte ressaltando os cachos que eu nem sabia ter. Mas para minha decepção recebi mensagem da Júlia dizendo que não ligaria aquela noite. Depois outra mensagem:
Gostei do novo corte... Você está linda!
- Mas eu não... - comecei a falar me dando conta que ela só poderia saber do meu novo corte se o visse... Virei rápido e dei de cara com ela parada na porta do quarto, com aquele sorriso perfeito os olhos mais brilhantes que nunca, me atingindo como uma enchente. Eu estava paralisada, enquanto minha cabeça rodopiava em uma direção e meu estômago em outra, eu tinha certeza de que iria desmaiar, principalmente quando fui perdendo a respiração a cada passo que ela dava em minha direção.
- Acho que eu estava com mais saudade de você, do que você dê mim - ela falou sem desfazer o sorriso.
Eu apenas balancei a cabeça em sentido negativo antes de levantar da cadeira onde estava, mas sem sair de detrás dela, eu não sabia nem onde colocar as mãos, o cheiro dela me roubando o pouco ar que eu ainda conseguia respirar. Ela se aproximou um pouco mais, e tocou as pontas do meu cabelo, os dedos escapando para meu rosto, fazendo minha pele arrepiar:
- Ficou realmente incrível, você está... - ela soltou a respiração - lindíssima!
- O-obrigada! Eu não... - eu nem conseguia pensar no que dizer direito - você não disse...
Os olhos dela não paravam de brilhar, fez uma carícia muito suave no meu rosto antes de perguntar quase sussurrando:
- Posso te dar um abraço?
Mas fui eu quem a abracei, respondendo ao que o meu próprio corpo parecia gritar, a urgência de tê-la mais perto, de tocá-la. Quando eu me aconcheguei um pouco mais nos seus braços, soltamos um gemido involuntário, quase que ao mesmo tempo. Rimos.
*******
Eu tive que me controlar para não correr até a Lívia e abraça-la e beija-la como tive vontade desde que ela virou e eu pude constatar o que eu já imaginava: ela estava linda. Aquele novo corte a deixou mais linda e... Sexy. Essa era a palavra. Mas era visível o seu desconcerto com a minha presença e eu não podia assustá-la agora. Me aproximei devagar, tentando dar tempo para ela se acostumar com a minha presença, e pra que eu pudesse controlar minhas próprias emoções. Brinquei.
Mas quando ela levantou, e ficamos mais próximas eu tive que redobrar o autocontrole, diante da proximidade e daqueles olhos dourados, àquela hora escurecidos. Toquei as pontas do cabelo dela bem devagar, os dedos propositalmente tocando seu rosto, de leve. Percebi quando sua pele arrepiou, mesmo com aquele toque quase imperceptível, se ela não tivesse tão nervosa teria notado a minha arrepiar também. Prendi a respiração antes de falar:
- Ficou realmente incrível, você está... - soltei a respiração - lindíssima!
Mas eu não podia assusta-la agora. Repetia como um mantra, mentalmente. Ela gaguejava um agradecimento e outras coisas que mal ouvi, só conseguia pensar que queria muito tocá-la:
- Posso te dar um abraço?
Ela respondeu com um abraço incrível, nos encaixamos perfeitamente, e quando ela se aconchegou mais um pouco, estreitando o abraço, não consegui conter um gemido de satisfação, ao mesmo tempo em que ela deixava escapar o mesmo som. Me dando a certeza de que era só eu ter paciência que logo poderíamos extravasar todo o sentimento que inegavelmente estava lá, nos preenchendo.
******
Nos separamos e logo veio aquela sensação de perda. Seria estranho se eu pedisse pra ficar grudada com ela o resto da noite não!? Mas acho que era exatamente o que queríamos. Continuamos muito próximas de mãos dadas, não havia palavra pra descrever como era bom tê-la tão perto. Acho que ela estava tão feliz quanto eu, não parava de sorrir.
- Porque não me disse que ia chegar hoje?
- Queria fazer uma surpresa.
- E que surpresa! Nossa.. Eu posso te abraçar mais um pouquinho?
Ela gargalhou.
Me abraçou outra vez, enquanto fazia uma caricia na minha nuca, nos meus cabelos, causando sensações completamente desconhecidas, arrepiando meu corpo... beijou a minha testa, cheirou meus cabelos, aquilo era incrível... Ficamos nos olhando por um instante, seus olhos deixando minha vista turva...
- Eu quero... - ela sussurrou, o rosto muito próximo ao meu, eu arrepiei inteira e fugi:
- Deixa eu te mostrar as mudanças que eu fiz, me diz se você gosta...
Ela suspirou antes de responder com a voz falha
- Eu vi... algumas coisinhas ali na sala...
- Isso - aproveitei para desviar daquele olhar - os livros que você tinha aqui no quarto, muitos embaixo da cama, pelas gavetas... Coloquei tudo pra sala... Aqui você ficou com mais espaço... - mostrei.
*********
Eu só acenei com a cabeça, tentando reorganizar os pensamentos e as vontades, que ganharam vontade própria ainda pouco, quando eu quase confessei, com todas as letras, já que com certeza meu corpo falava por si mesmo, que a queria... Ela fez a Lívia e fugiu, para variar.
Quando dei por mim ela já havia me levado para a sala, mostrando os detalhes da pequena mudança que ela fez.
- Ficou tudo ótimo! - falei realmente admirada.
- Que bom que você gostou! - ela sorriu.
Eu estava encantada, parece que tudo tinha a cara da Lívia, o jeitinho dela, que agora sorria sem graça, certamente porque eu não conseguia parar de olhar pra ela.
- Já jantou? Quer comer algo? - ela perguntou fugindo do meu olhar.
- Não... Quer dizer, já jantei... Não quero comer nada. Na verdade eu to morta é de cansada.
- Então vai descansar! Eu fico no sofá hoje, era pra eu ter comprado outra cama já... Mas ainda não deu tempo.
- Nem pensar que você fica no sofá!
- Nem pensar você no sofá, depois de ter dormido mal todos esses dias. E outra coisa, não é você que vive dizendo que esse sofá é maravilhoso!?
- Mas é... Mas - ela era teimosa - e como é que eu vou dormir sem ouvir a sua voz!?
- Eu fico lá até você dormir, vamos!?
Eu queria dormir com ela, mas a cabeça dura ou não entendeu ou estava fingindo que não entendeu. E eu iria seguir pelo mesmo caminho.
- Vamos assistir um filme então!?
- Você não tá cansada?
- Não pra fazer qualquer coisa com você.
*******
Eu estava numa inquietação sem tamanho desde que a Júlia foi para o banho. Até hoje eu estava agindo como se aquele fosse o meu quarto, dormia, assistia qualquer coisa, lia por ali. Hoje eu não sabia nem onde sentar. Efeito da presença da Júlia, cantarolando desafinada no banheiro e de todas as coisas que eu sentia perto dela, que me deixavam sem chão.
Ela saiu do banheiro enrolada na toalha, todos os cheiros dela invadindo o quarto, perguntou se eu já havia escolhido algo para assistirmos, com muito custo respondi que não, que estava esperando por ela.
- Hum.. - ela disse parando para pensar. - já sei o que vamos assistir.
Foi até o guarda-roupa e pegou uma calcinha, daquelas tipo box, vestiu, tirou a toalha ao redor do corpo. E eu não conseguia para de olhar pra ela, para o seu corpo perfeito.
- ... você não acha?
Eu não tinha ouvido o início da pergunta.
- O que?
Ela sorriu antes de repetir:
- Eu disse que tem espaço aqui pra você colocar suas coisas e tirá-las da mala!?
Eu ouvi, mas demorei um pouco para assimilar o que ela queria dizer. Ela estava de frente pra mim, os seios a mostra, a toalha no ombro, só de calcinha.
- Perfeito... - respondi por fim, sem saber se falava dela ou da proposta que ela fez.
- Òtimo! Amanhã a gente faz isso então. - voltou ao guarda roupa, pegou uma camiseta e vestiu, para logo depois se jogar na cama.
Eu estava absolutamente tensa. Sentada na beira da cama, do lado oposto ao que ela estava, enquanto ela selecionava o filme, na TV. Desligou a luz do quarto, usando o interruptor que ficava ao lado da cama e deitou. Eu permanecia parada, sentada do outro lado.
- Deita aqui comigo.
Eu deitei e ela chegou mais perto, seu braço tocando o meu. Achei que teria dificuldade em prestar atenção ao filme, mas quando percebi do que se tratava a história fiquei completamente concentrada na história daquela moça que tinha acabado de se casar e, ao mesmo tempo, se apaixonar pela florista. O filme era lindo, delicado, engraçado e me deixou ainda mais confusa sobre o que eu estava sentindo.
No fim do filme virei para o lado e Julia já dormia. Fiquei parada um pouco pensando, será que eu estava sentindo aquelas coisas!? Olhei para a Júlia dormindo, tão linda. Era ela que despertava aquelas sensações em mim, então... Eu vou pra sala antes que... Mas assim que levantei ela segurou meu braço e resmungou sem abrir os olhos.
- Ninguém vai dormir no sofá hoje...
- Mas Júlia...
- A gente já dormiu juntas aqui outras vezes - ela falou já completamente desperta.
- Sim, mas foi sem querer, ou com o Lucas junto...
- Ah... E qual a diferença pra agora?
O tom foi suave, quase sussurrado, mas eu podia ver, que diferente da maioria das vezes, ela estava séria. Eu procurava dentro de mim a resposta para aquela pergunta: agora, tudo estava diferente. Eu queria ficar, eu queria fugir, eu queria coisas que eu nem sabia nomear.
****
Mesmo na escuridão eu podia ver o olhar confuso, que ia de um ponto a outro do quarto, como se procurasse algo, embora eu soubesse que ela buscava dentro de si alguma resposta.
- Deita aqui um pouquinho. - pedi.
Ela deitou, viramos uma de frente pra outra.
- Eu vou ficar aqui quietinha, não vou nem tocar em você. - tentei tranquilizá-la.
- Mas eu quero que você me toque e... Isso, isso... me apavora. - ela confessou completamente confusa.
Eu pensei por um instante. A Lívia estava indefesa, sem ter a menor noção de como lidar com os sentimentos e as vontades que tinha agora. Eu podia apenas guiá-la em minha direção e mostrar a ela como poderia ser bom dar vazão àquela atração irresistível que nos cercava, mas eu queria muito mais. Eu queria que ela soubesse exatamente onde estávamos indo, a partir de agora.
Eu sorri. Levei minha mão até o seu rosto, mas não a toquei. Ela fechou os olhos, assentindo com aquele carinho e prossegui.
- Vamos fazer o seguinte, você está no comando aqui, e nos vamos fazer exatamente o que você quiser fazer, ta?
Ela apenas assentiu com um movimento de cabeça.
- E na hora que você quiser a gente conversa sobre o que isso significa.
Ela abriu os olhos devagar, e nos conectamos por um tempo que pareceu infinito. Ela se aproximou, virou de costas pra mim, colocou meus braços ao redor e seu corpo e nos encaixamos perfeitamente em um abraço. Não precisaríamos mais de palavra aquela noite. Adormecemos.
*************
Acordei e a Júlia ainda me abraçava, exatamente como adormecemos na noite anterior. Ela foi absolutamente perfeita, desvanecendo toda a minha a confusão com aquele olhar e aquele sorriso que parecia simplificar tudo. Deixando para que eu nomeasse o que quer que eu estivesse sentido em outro momento. Agora eu podia me concentrar só naquela sensação boa de ter o corpo dela colado ao meu, esquentando tudo aos poucos. Sorri achando graça do meu pensamento àquela hora: eu queria mais proximidade, mas era impossível. Ainda assim comecei a mover meu corpo contra o da, estreitando o abraço.
- Bom dia. - a Júlia sussurrou no meu ouvido, me arrepiando inteira.
Ela fez menção de se afastar. Mas eu não deixei, puxando ela para mais perto.
- Bom dia. - respondi tentando aumentar ainda mais o contato entre nós.
Nós encaixávamos perfeitamente e eu podia sentir os seios dela sendo pressionados contra minhas costas. Meu corpo se movimentava em direção ao dela, grudando ainda mais nossos corpos, me causando arrepios quase doloridos, que aumentavam àquela sensação de prazer que a pele dela causava em mim.
- Liv... - ela sussurrou ainda dentro do meu ouvido.
- O que? - perguntei em um sussurro entrando numa espécie de transe, esfregando meu corpo no dela, sem qualquer pudor agora.
- Se você continuar eu... - ela gem*u baixinho, depois limpou a garganta antes de continuar, com a voz falha - você está me... Eu...e... excitando.
E eu também estava, completamente, de uma forma que eu não lembrava de ter estado alguma vez na vida. Meu corpo parecia ter vontade própria e um único objetivo, se fundir ao corpo da Júlia. Ela suspirou, parecendo desistir de resistir, e enfiou uma das pernas entre as minhas, segurando a minha cintura em sua direção tornando real o que eu julgava impossível, ainda mais contato: sua perna entre as minhas, pressionando meu sex* úmido e completamente sensível aquela hora, enquanto o dela roçava na minha bunda. Eu sentia meu corpo sendo tomado por um prazer imenso, que aumentava quanto mais eu me esfregava na Júlia e sentia sua respiração alterada no meu pescoço, seus lábios tocando minha pele. Eu segurei a mão dela, que estava na minha cintura, quando as ondas de prazer aumentaram, sacudindo todo meu corpo de uma forma absolutamente violenta e desconhecida pra mim, me fazendo gem*r um pouco mais alto, de uma forma surpreendente e insana.
Fim do capítulo
Demorei, mas voltei. Por favor, desculpem a demora, mas vivemos tempos difíceis. Parece que tudo se complicou um pouco mais na realidade, e o tempo para escrever tem diminuido. Mas acredito que tod@s nós precisamos escapar um pouquinho dessa dura realidade e embarcar na história dessas duas, navegando rumo a felicidade. Não desistam! Vamos até o final, dessa vez! Abraços e obrigad, pelo carinho e pela paciência!
P.S
A pressa deixou o texto sem revisão. Novamente: perdão!
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Mille
Em: 31/12/2017
Oi Dy tudo bem?
“A aventura da vida renova a cada 365 dias e só desejo que os próximos sejam os melhores de sempre.“
Que você tenha inspiração e continue nos proporcionando a alegria de histórias maravilhosas personagens cativantes.
Feliz Ano Novo!
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Mille
Em: 25/07/2017
Oi Dy Elbe tudo bem?? Saudades desta linda história, espero que retorne com a escrita.
Hoje é o dia do escritor desejo muita inspiração, alegria e sucesso a ti. Tem uma frase muito linda que vi hoje pena que o site não aceita anexar figura.
"As melhores viagens da minha vida eu fiz sem sair do lugar".
Já viajei muito por lugares, conhecimentos de culturas e sentimentos, a torcida por os personagens queridos, ou vilões para ver sua queda.
Obrigada por sempre nos presentear com belissimas histórias.
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Mille
Em: 31/12/2016
Oi Dy tudo bem?
"Desejo a você…
365 dias de felicidade.
52 semanas de saúde e prosperidade.
12 meses de amor e carinho.
8760 horas de paz e harmonia.
Que neste novo ano você tenha muitos motivos para sorrir!"
E muitas inspirações para nos presentear com lindas histórias. Abraços
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Mille
Em: 25/07/2016
"Ser escritor é isto viver no limite das possibilidades e atuar possibilitando o bem, o visto que, refletir com os conteúdos das suas histórias desenvolve a bondade. " Regis Barros.
É graças ao dom da escrita que remete a nós leitores a possibilidade de viajar por lugares conhecidos e desconhecidos, emocionar como se estivessemos assistindo a cena e a vontade de gargalhar em cada momento engraçado.
Parabéns!!!
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Ada M Melo
Em: 04/06/2016
nossa que cap lindo, valeu muito esperar. maravilhoso, amo essa historia. obrigada Dy!
abraço!
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Mille
Em: 03/06/2016
Que capitulo lindo, aos poucos a Livia vai se descobrindo com a ajuda incrivil da Julia, agora ela só dorme depois de ouvir a Livia. E esse momento do finalzinho foi de uma delicadeza amei.
Autora esto firme e aguardando ansiosa por capitulo, e força para vencer as dificuldades,muita paz.
Bjus e até o próximo
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line7
Em: 03/06/2016
Oi linda? Saudades deste romance suave a espetacular , o capítulo foi 😍😍😍😍 apaixonante, a sintonia das duas são incrível assim como a sua delicadeza de expressar tão bem a história, cada detalhe é um sorriso de cada leitora..rsss.. (eu).
Linda eu lhe desejo muita sabedoria e paz no seu dia a dia, e que Deus lhe abençoe😊. E realmente é muito bom sair um pouco da durar realidade a fugir para um lindo romance, sabe acredito que assim como eu as demais meninas; ver as autoras com grande carinho e admiração ( até fico preocupada com o sumiço de cada uma)..RSS..sério! Até porque todas nós estamos compartilhando sentimentos,assim também como o desenho é a alma do artista, é como se estivesse vendo a alma. (Eu acho que conseguir explicar!😂) e é claro ficarei firme forte lhe acompanhando. 💪😏
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Eva Bahia
Em: 03/06/2016
Ola Dy. Que bom que voltou. (espero q esteja e fique tudo bem com vc)...Amooo esse romance. Essas duas sao lindas e a historia delas é linda demias...pura. doce, enfim...Parabens mais uma vez. Caitulo incrivel. Espero q Julia nao deixe Livia escapar dessa vez, antes de convesarm sobre o que sentem. Lindo demias...sucesso viu...bjs e estamos aguardando, no seu tempo. Só na desista, ta bom? bjsss
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Sem cadastro
Em: 03/06/2016
Que capítulo lindo. Lívia descobriu o significado "dessas coisas".
Bem vinda de volta. Amo muito seu romance. Amo essas duas fofas.
Beijos e até o próximo!
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