Última noite por Endless
Última noite
Olhos fechados. Terça feira chuvosa e minha barriga doía. Toda cor era cinza. Chuva. Meus olhos ardiam e eram por sua causa. Andava com dificuldade até chegar ao banheiro. Escovei os dentes automaticamente. Deixei a água me lavar. Os azulejos eram objetos de meu estudo. Senti uma contração no ânus. Pousei a mão esquerda na parede. Respirei com dificuldade. Bufei sabendo das reações. Isso ia ficar mais difícil. Mas ainda me vinha aquele segundo do seu olhar... Vi dor e amor. Vi! Não estava louca... Senti o comixão de novo. Eu estava machucada.
O som cálido que aderi como seu, tocou me estremecendo. Não vou atender!! Meus olhos se comprimiam em dilema. Não... Minha mente... Sim, o meu corpo. O aparelho insistia. E eu me desdobrava em aflição. Não... Minhas mãos foram à porta pedindo que eu saísse e esquecesse tudo. Mas seu cheiro... Eu queria... Estar perto. Talvez não fosse nada. Talvez ela não quisesse mais uma noite. Era só atende, eu pensava, mas querendo que ela me quisesse outra vez.
Segurar o aparelho foi desgastante. Tenho trabalho pra fazer. Desci do prédio e caminhei até o ponto de ônibus. Tava demorando. O celular agora vibrou. O calor me fazia pingar em gotas. Subi na condução ignorando as chamadas. Nove horas. Vender roupas. Me perdia. Não conseguia combinar. Mais duas chamadas. Meio dia. Minha gerente me olhou com cara de cão. Quase me esfolava viva.
Passei o primeiro período me retorcendo. O celular vibrou. Mensagem. Você nunca mandava. Ajeitei os cabelos. A gerente me curtia. Comecei a arrumar a seção. Roupas e roupas. A hora do almoço chegou. Sai e vi o rapaz do caldo de cana. Era ali que comia. Tinha coxinha hoje. Quentinha. Ele me chamou de patroa e abriu o sorrisoe me fitava. faltando dentes. A máquina de moer começou a trabalhar quando senti outro vibre. Era do seu numero. Mordi a massa quente. Mostarda. O homem só trazia pra mim.
Voltei ainda menos emocionada. A gerente me fitava. Continuei a arrumar a seção. Senti a vibração. Disfarcei e me esforcei para agradar a chefa. Mordia os lábios. Minha camiseta colava nas costas. Abri uma água e engoli forte o líquido. Suspirei às quatro horas da tarde. Perdi o olhar longe. Precisava saber de você. O banheiro era altamente espionado. Dois minutos, era o prazo. Peguei o celular aflita. Li a primeira mensagem. “Venha”. Respirei com dificuldade. O suor veio. Encostei a cabeça no azulejo branco. Apertei a tecla e vi a segunda mensagem. “Mesmo lugar”.
O inferno era aquele aparelho. No meu bolso traseiro existia uma vida paralela. Uma única vez ele vibrou. Me concentrei no trabalho. Todos se preparavam para sair. Assim percebi que era hora de largar. Uma pequena dor de cabeça surgia. No vestiário nem troquei a roupa. Minha saliva estava sumida. Olhei ainda pro chuveiro. Teu chamado era intenso. Relutantemente peguei o celular. Abri a mensagem. “Tô te esperando na saída”.
O carro preto. A porta se abriu assim que saí da loja. A primeira coisa foi sentir o cheiro do cigarro. As lágrimas queriam ser vistas, mas não deixei. Entrei, jogando minha bolsa no banco de trás. Sua mão apertou minha coxa antes de sair a toda. Fixei o olhar em frente. No sinal fechado você me inspecionou Abriu minha calça e verificou o que queria. Bolinou um pouco sem me olhar. Tragou o cigarro. Jogando a fumaça no meu rosto.
Me prendi à paisagem. Vi o caminho diferente, mas não ousei te olhar. Outro sinal. Você me bolinou de novo e dessa vez segurei sua mão esfregando mais forte. Gemi... Queria goz*r, mas você voltou à direção sem dar a mínima. Eu me contorci. Apertei as pernas com uma vontade louca. Me pediu pra abrir a janela; Desligou o ar condicionado. Pousou os olhos em mim por segundos. Outro sinal. Meteu a mão por baixo de minha blusa e esmagou meu seio com brutalidade.
Depois de quase uma hora, parou de frente a uma casa a beira mar. Não conhecia o local. Seguiu em frente sem me esperar e abriu o portão. Entrei desconfiada olhando tudo. Pela fachada não se podia conhecer o que vi dentro daquele lugar. Meus olhos brilharam ao sentir o cheiro... Dela. O almíscar suave. Tudo muito branco. Jogou as chaves em uma mesa de canto e seguiu por um corredor. Te segui. Enquanto caminhava tudo ficava mais claro. Dei de cara com uma porta de vidro que você abriu. Uma piscina enorme me surpreendeu. Suas roupas iam caindo à medida que você se aproximava.
Mergulhou fundo. Deu braçadas largas e voltou pra beirada saindo da água. Avançou para mim me tirando os panos com força. Me arranhou ao retirar minha camisesta. A calça justa de jeans foi arrancada sem cuidado. A minha calcinha foi rasgada brutalmente e eu não usava sutian. Desferiu o primeiro tapa e me tirou sangue dos lábios. Me olhou tão intensamente que pensei que me mataria. Me pôs de costas imprensando meu corpo na porta de vidro. Ordenou que eu não me movesse. Mordeu meu ombro enquanto masturbava meu grelo. Arreganhou minha bunda e encaixou seu clit*ris inchado e duro no meu anus. Prendeu ali. Apertou tão forte que não podia respirar. Senti que pulsava, Senti que relava com vontade. Senti seus dedos me violentarem sem dó.
As suas unhas cravaram na minha bunda. Sabia que dali sairia sangue. E de repente senti o beijo no ombro. Arrepiei. A língua fazia trajetórias jamais vistas. A mão segurou meu pescoço sem apertar. Sua bucet* subiu devagar. Uma mão acariciou o bico de meu seio com carinho. Ouvi sua voz me chamando de gostosa. Você se pressionou mais a mim e eu ajudei. Queria goz*r e você sabia. Enfiou com força os dedos demorando ali onde eu ejacularia e foi o que fiz.
Amoleci e você me segurou. Respirou profundo me fazendo arrepiar de novo. Me sentou em uma espreguiçadeira e foi pra dentro da casa. Quando voltou estava vestida. O falo era preto. Nunca o tinha visto. Duas taças e uma garrafa. Depositou em uma mesinha ao lado da espreguiçadeira. De costas, voltou a andar para a casa. Levantei-me nervosa. A sua mão puxou meu cabelo e virou-me pra você. Puxou até eu sentir dor de cabeça. Mordeu minha boca. Assaltou minha língua com os dentes fincados, mas sem machucar de verdade. De repente me abraçou. Senti lágrimas escorrerem por meu pescoço.
Não eram minhas. Você esfregou seu nariz no meu rosto, lambuzando ele com suas lágrimas. Ch*pou com suavidade o meu. Rodeando ele com a língua. Enfiou ela na minha boca. Deixou que o strapon encostasse na minha vagin*, se esfregando com calma. Puxou minhas pernas, entreabrindo-as. Esfregando com mais velocidade o objeto negro. Sentou e me levou junto. Segurava o dildo para aumentar o contato, mas não largava minha boca. Me invadia sedenta, me sufocando sem parar.
O segundo tapa chegou sem que esperasse e você fez com que meu grelo sofresse entre seus dedos. Espremendo ele, enquanto abria meus grandes lábios enfiando seu brinquedo sem piedade. Não me olhava. Massacrou e eu g*zei só com seu esforço. Me soltou lá e seguiu devagar pra dentro da casa. Levou tempo considerável. Juro que queria sumir dali. Ainda nua, me atrevi a molhar um pé na água. Estava quente! Foi uma surpresa. Sentei nas pedras frias e enfiei as pernas.
A noite acabaria ali. Quando você apareceu com aquele mesmo olhar, tinha certeza do que ia acontecer. O objeto, já conhecia. Era triplo. Ia me foder na bucet* e no ânus e em si mesma. Besuntou todo. E me olhou enquanto fazia. Lancei-lhe meu último olhar, sentindo uma lágrima escorrer fria. Me submeti como nunca tinha feito antes. Tinha cortes nos lábios. Tinha marcas nos seios que quase sangravam. Tinha hematomas nas coxas e ventre. Quando abri os olhos a luz do sol não importava.
Enquanto vestia minha roupa vi o curto bilhete na mesinha do lado da cama e umas notas de cem. Sabia muito bem o que significava. Abotoei a última casa da camisa. Olhei para seu brinquedo abandonado. Vi a mancha de sangue no lençol incrivelmente branco. Não havia sinal de você no recinto. Guardaria em minha mente as suas lágrimas. As notas de cem já habitavam meu bolso traseiro. Meu pagamento. Sai assim que o primeiro raio de sol alcançou a rua. Olhei pra trás e virei estátua de sal. Lá na varanda vi sua imagem me vendo ir. A despedida.
FIM
FIM
Fim do capítulo
Perdão a todas que leram. Editei agora e está completa. Obrigada.
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Sam King
Em: 21/06/2018
Entao fora da casinha .... fora da minha zona de conforto de leituras ao qual estou acostumada.. qnd nao estou no modo autora..as girias paulistas aparecem..hahaha
E textos e livros sao atemporais ;)
Abraços!
Resposta do autor:
Ah, agora entendi! Confesso que quando escrevi também "saí da casinha". Fui desafiada porque acharam que, quem escreve "água com açúcar" não seria capaz de escrever sadomasoquismo. Não me senti muito confortável, mas amo escrever e ser desafiada! Rsrsrsrs! Enfim, boa sorte e até o próximo!
Sam King
Em: 21/06/2018
Angústia.. e a definiçao dos meus sentimentos!
Uai dona moça... em tão poucas palavras me tirasse da casinha!
Sordidamente adorei ;)
Resposta do autor:
Eita que eu já tinha me esquecido deste micro conto!Rsrsrsrs! Na realidade ele foi um desafio erótico que fiz no facebook com outra autora. Ficou tão bom que quis postar. Está com pequenos erros que eu sempre digo que vou corrigir, mas fico com preguiça!!kkk
Mas o que é mesmo "tirar da casinha?" Obrigada e boa soorte!
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Loui138
Em: 01/01/2018
Caramba! É incrível como vc consegue transmitir tão bem os sentimentos e sensações com as palavras, até mesmo os mais sutis.
Resposta do autor:
Que bom que gostou. Muito gratificante receber um comentário no primeiro dia do ano, ainda mais por um conto antigo.
Um abraço e boa sorte. Um feliz ano novo.
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Angela Saraiva
Em: 10/04/2017
Eu vou perguntar por aqui (até pq não tem outro lugar kkaksksjs), porque vi que tu responde. Olhando os comentários, percebi uma moça falando de seu primeiro conto "endless e love", e bom, eu fui pesquisar, e acabei achando um blog de 2010, que acredito ser seu, gostaria de saber se você irá postar ele aqui na íntegra, ou, se vai postar algumas partes que faltam no blog (vi que começa do capítulo 14).
Espero que responda, pq eu realmente não sei se tem redes sociais, ou algo do gênero.
Desculpa os spams, que eu vou fazer. kkkkkkkk
Resposta do autor:
Oi mais uma vez, Angela!
http://www.criatare.com.br/clientes/lesword/category/concluidas/page/4/ neste linke vc vai achar o romance Endless Love primeira e segunda temporada. Neste site também está a primeira Um abraço.
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cmcousa
Em: 14/11/2016
Pode parecer deveras estranho, mas quando leio algo seu, desde Endless Love, consigo reconhecer sua escrita. Louco, nê?
Aliás, espero que um dia decida postar aqui no Lettera os três Endless Love.
Ainda não li história mais linda é intrigante, paixonante e inesperada que a de Endless e Love.
Um cheiro de uma fã.
Resposta do autor:
Muito obrigada pelo comentário. Intrigante vc lembrar do meu primeiro romance. Muita gente não gosta. Acha confuso. Mas não ache loucura identificar o autor. Ele sempre deixa marcas em suas outras obras.
Um abraço e boa sorte.
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rhina
Em: 10/06/2016
INTENSO.
ESCREVE DEVERAS BEM.
A CADA PALAVRA...TODAS CARREGADAS DE SENTIMENTOS TÃO FORTES COMO REAIS.
NOS PRENDE DO COMEÇO AO FIM.
UMA CLAREZA DE DATALHES E TODOS COLOCADOS COM O MÁXIMO DE PAIXÃO.PAIXÃO COM AS PALAVRAS ,COM OS SENTIMENTOS.
PS:SEM QUERER ULTRAPASSAR NENHUM LIMITE E SE ME PERMITE DIZER...
VOCÊ É MUITO INTENSA...
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patty-321
Em: 01/06/2016
Tão curto.
Resposta do autor em 01/06/2016:
Rsrsrsrs, Patty, tudo bem? Na verdade este é um fechamento de um primeiro conto postado anteriormente. Dá uma olhada, Mas sim nasceu para ser curto e grosso Confesso que deveria ser mais grosso! Rsrsrsrsrs, Um abraço e boa sorte.
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