Carmem

 Acordei com uma dor aguda em minha cabeça e com minha camisola.

Olhei ao redor e percebi que estava em minha casa, mas especificamente em meu quarto. O que era estranho pois eu Não lembrava de nada ocorrido na noite anterior, muito menos de como eu tinha chegado em casa.

Sabia nem como eu continuava viva.

Sentei na minha cama e apertei minha cabeça de dor.

Olhei no relógio digital que ficava em cima do criado mudo e percebi uma pílula e água.

Sorri, pois isso só poderia ter sido obra do Diego.

Diego, ele era meu melhor amigo, mais precisamente um irmão.

Sinceramente, não imagino minha vida sem ele.

Sempre fui uma pessoa amarga e inalcançável e nem sei porque.

Vivi com uma família boa.

Tive sempre bons namorados.

Nunca sofri nem um trauma.

E nem nada.

Diego diz que é meu jeito.

kkkkkkkkk

Sai do quarto e fui invadida pelo cheiro de bacon que exalava da cozinha.

Entrei dizendo:

- egua Diego te conheço a tantos anos e eu não sabia desses seu dotes culinários...

Engasguei-me com minha própria saliva com o susto que levei ao vê aquela beldade fazendo ovos mexidos em minha cozinha.

Para mundo que eu quero desce.

Fiquei ali, com uma cara de tacho olhando para a única pessoa  que conseguia isso de mim.

Normalmente eu era dura e inflexível, mas com ela não.

- bom dia, espero que goste de bacon com ovos mexidos acompanhados de suco de laranja. disse ela com aquele sorriso perfeito.

Amo tudo que vem de você

- o que aconteceu ontem a noite ? nós por acaso... disse já imaginando eu e ela entre lenço...

- NÃO.  Disse ela rápido demais para o meu gosto.

Porque não ?

-há. Então porque você esta aqui ?

É sutileza nunca foi meu ponto forte.

Ela encarou-me com aquele azul escuro me arrepiando e disse.

- você lembra do que aconteceu ontem a noite ?

Fica com você não foi

-não.

- sente, tome seu café que eu irei lhe contar tudo. Disse assumindo uma postura séria.

Fiquei até com medo.

Ela era assim.

Sentei-me no meu balcão e comecei a comer.

-uau, você leva jeito para mestra  cuca. Não resisti e disse.

 Ela caiu em uma gargalhada gostosa e respondeu.

- hã ram, sei.

- é sério, sim, você não vai toma café não?

Ela colocou um pouco no outro prato e começou a comer.

Percebi que ela gostava muito de café pois tomava como se fosse água.

Isso deve fazer um mal

Comi tudo o que ela fez, e olha que eu não gostava de comer logo de manhã.

Terminei de comer e ela reassumiu sua postura séria e começou a relatar o acontecido.

Meu sangue ferveu, não de raiva e sim de medo do que poderia ter acontecido se ela não tivesse chegado a tempo.

E uma lagrima caiu sem minha permissão.

- ei, tá tudo bem agora. Disse ela enxugando minha lagrima.

- Obrigada. Disse por fim a abraçando em agradecimento.

Estranhamente seu abraço era quente e acolhedor, me fazendo querer ficar naquele cantinho para sempre.

- você não Lembra de nada mesmo ? disse ela

- kkkkk  pior que não.

- ainda bem que você já prestou depoimento.

-kkkkkkkkkkkk verdade.

-triiiiiiim, triiiiim.

 O telefone toca me forçando a sair do seu abraço para atende-lo.

- alô.

-bom dia, aqui é o delegado Silva com que falo ?

- com Carmem

- bom dia dona Carmem, liguei por que queríamos avisa-la que seus agressores foram encontrados mortos nas docas.

Fiquei muda quando com o seu declarar.

- senhorita? Disse ele ao meu silencio.

- sim, eu entendi. Vocês por acaso sabem quem os matou ?

- não senhora, mas suspeitamos que foi acerto de contas. Pois eles foram encontrados com drogas  em organismo, então tudo indica que eles eram usuários de drogas. E a senhora sabe como são as docas né?

- sim, sei. E como eles morreram?

- afogados senhora.

- hum, eu preciso fazer mais alguma coisa ?

- não senhora, os meliantes batem com a sua descrição e também temos seus rosto graças a câmera do bar.

- então sendo assim obrigada delegado.

- não agradeça moça, só fiz o que fui treinado para fazer.

- mesmo assim obrigada.

E desligou.

Sentei ainda assustada e aliviada.

Isabelle olhou-me com uma cara de quem queria explicação e contei a o que o delegado acabara de me falar.

Ela ficou surpresa com a noticia, mas também pareceu aliviada.

Então ela disse que precisava ir.

Deixei-a ir, mas antes a agradeci mais uma vez por ter salvado minha vida.

 Quando eu fui beijar sua bochecha, eu juro que tava mirando na bochecha, sei lá o que aconteceu, só sei que eu ia beijar-lhe seus lábios, mas ela desviou me fazendo beijar PERTO do cantinho da sua boca.

Ela praticamente dá um pulo pra trás e me olha perplexa, como se não acredita-se no que acabara de acontecer.

- descul.... mas sou interrompida.

- eu sinto muito, mas eu não posso.

Disse ela saindo tão rápido que nem tive tempo de retrucar ou me desculpar.

Me deixando com o coração na  mão.

Fim do capítulo