Tatiana


Cheguei na casa da Nath pontualmente as dez horas. Interfonei, ela imediatamente abriu o portão pra mim. Peguei o elevador, parei em frente a porta, respirei fundo e toquei a campainha. Não demorou muito e ela abriu.

Naquele momento meu mundo parou, ela estava linda, nunca tinha visto a Nath tão a vontade. Ela vestia um short jeans e uma regata lilás. O cabelo molhado, aqueles fios caindo no rosto, nossa! Como conseguia ficar mais linda.

Ela me convidou pra entrar, fomos pra cozinha, pra minha surpresa ela estava preparando um café da manhã pra gente.

Achei muito fofo, pensei que era pra eu chegar cedo e ver ela cozinhando, já que fiz a piada a chamando de dondoca.

Sentamos a mesa, tinha de tudo um pouco, pensei que a qualquer momento fosse chegar mais gente, porque tinha muita coisa só pra nós duas. Fiquei feliz quando brinquei perguntando quem iria chegar e ela respondeu que era tudo para mim. E que fez tudo aquilo, pois não sabia do que eu gostava.

Nunca tinha comido panquecas no café da manhã, adorei! comi um pouco de tudo, estava tudo perfeito.

Tinha um vaso lindo de orquídeas no centro da mesa, fiquei encantada e não pude deixar de comentar. Ela mais uma vez me surpreendeu, pegando outro vaso no aparador e me dando de presente.

Tem como não se apaixonar por ela? Não tem.

Ajudei aquela ruiva linda a retirar a mesa, levamos as coisas pra cozinha. Quando fui colocar a louça na pia, nossas mãos se tocaram, senti meu corpo todo estremecer, ela conseguia me tirar de órbita só em me olhar.

Quando nossos olhares se cruzaram, não sei o que me deu, acho que foi medo. Medo de não me controlar e agarrar ela ali mesmo na cozinha, ela retirou sua mão e eu perguntei onde era o banheiro. Precisava sair de perto dela, respirar para não estragar tudo, claro que tinha um clima entre a gente, mas nunca falamos sobre isso. Não podia me precipitar e estragar nossa amizade.

Nath me disse onde era o banheiro, entrei, fechei a porta por trás de mim, encostei na porta e fiquei parada olhando para o teto, pensando no que não aconteceu, ou melhor no que poderia ter acontecido. Lavei meu rosto e minhas mãos e voltei pra cozinha. Ofereci ajuda, porém ela recusou, fiquei só observando ela.

Conversamos muito, não sei se ela é muito distraída ou fingiu não perceber que a Cris é entendida e estava o tempo todo dando em cima dela, que eu também sou gay. Será que o gaydar dela é quebrado?

Nath terminou de fazer o almoço quase 14:00. Ajudei ela a arrumar a mesa, almoçamos num clima descontraído e não pude deixar de notar um brilho diferente no olhar dela, depois que eu falei que era entendida.

Estava tudo perfeito, só faltava o beijo, e como eu queria aquele beijo. Terminamos de almoçar, ela serviu a mouse e fomos pra sala de video. Escolhemos um filme, deitamos no sofá e acabamos adormecendo.

Acordei com a Nath ajoelhada na minha frente, na hora me assustei, nem sei o que pensei, sentei no sofá e perguntei o que foi.

Ela disse que estava com medo de me assustar, o que acabou acontecendo.

Ela fez um lanche pra gente, colocou o filme novamente já que dormimos e perdemos o filme quase todo.

Sentamos no tapete, tinha mais espaço pra colocar as bandejas. Comemos pipoca igual criança, jogando uma na outra. Tudo parecia mágico.

Quando o filme acabou, ela estava chorando, confesso que achei lindo. Só as pessoas românticas se emocionam com filmes.

Começamos a conversar e a Nath ficou séria, pediu pra eu deixar ela falar até o fim. Na hora achei que tivesse dito algo que ela não gostou.

Ela começou a falar e meu corpo foi esquentando, não sei explicar o que senti. Um misto de felicidade e desejo, uma vontade louca de tomar ela em meus braços e matar a vontade que estava daquela boca gostosa.

Deixei ela falar, quando terminou eu estava emocionada. nunca ninguém
tinha se declarado pra mim. E era ela, a mulher que me encantou desde o primeiro momento, parada na minha frente dizendo que me queria.

Mesmo com toda a alegria que estava sentindo, na hora me bateu um medo, medo de perder o que eu ainda nem tinha. Nath é mais velha que eu e pelo pouco que conversamos, deu pra perceber que é experiente, que já teve várias mulheres.

Pensei em falar pra ela sobre mim, até comecei. Disse que não tive nenhum relacionamento sério, que tive uma paixão platônica por anos e como mais ninguém me interessava, não fiquei com ninguém nesse período.

Só que o principal eu não falei, omiti que minha paixão era a Cris e que eu sou virgem. Virgem de tudo.

Os meninos nunca me interessaram, então nunca namorei um menino. Beijei uns quatro meninos no máximo. E com as mulheres, sempre fui um desastre, não passava do segundo encontro.

Estava perdida nesses pensamentos, quando Nath foi se aproximando de mim, colou o rosto no meu, nossa respiração já tava acelerada, foi beijando cada parte do meu rosto, até que seus lábios tocaram os meus.

Senti meu corpo tremer, arrepiar, conheci o sentido da expressão borboletas no estômago, tinha muitas, meu corpo parecia flutuar. O beijo era doce, calmo apaixonado, do jeito que eu sempre sonhei que seria.

Mas como todo beijo ele foi ficando mais quente, ela já me apertava contra o corpo dela, comecei a sentir umas coisas que nunca tinha sentido antes, graças a deus o ar começou a nos faltar e fomos diminuindo o ritmo até nos separar.

Ficamos nos olhando, com cara de bobas. Pra completar a minha alegria Nath me pediu pra ficar com ela, na hora não entendi mas quando a ficha caiu eu era só sorrisos.

Passamos o resto da tarde e o início da noite naquele clima de romance. Ela me contou sobre a família dela, de como adorava os sobrinhos. Contou do hospital em que trabalhava, bem diferente do nosso.

Agora entendo como ela tirou de letra aquela primeira semana no hospital. Ela era chefe da pediatria em um hospital publico 5 vezes maior que o nosso. Então o dia que foi mais cheio pra ela aqui não chegava nem perto de um dia calmo no hospital do Rio.

Como sempre toda conversa tem a parte ruim e essa não seria diferente, ela me contou do namoro dela com a Duda. Elas trabalhavam no mesmo hospital, se conheceram lá quando a Nath tinha 20 anos, fazia sua residênciae começaram a namorar. Com o tempo a Duda foi ficando muito ciumenta, fazia cenas no ambiente de trabalho, sem contar as traições em todo o hospital. Ela foi se cansando daquela situação e acabou terminando o namoro de quase seis anos.

Eu sei que nunca deveria falar isso, mas quem trabalha em hospital sabe né, todo mundo já pegou todo mundo e quem ainda não se pegou vai se pegar. Então eu entendo o ciúme dela, até porque a Nathalia é linda e onde ela passa, todo mundo para pra olhar.

Eu contei pra ela da minha cidade, o porquê resolvi morar aqui, falei da faculdade, passei em Administração e começo no próximo semestre.

Lógico que ela quis saber das minhas aventuras amorosas, como só fiquei com algumas garotas não tinha muito o que contar.

Entre um beijo e outro falávamos sobre nós até que Nath sentiu fome e sugeriu que pedíssemos na cantina italiana que eu queria ir no outro dia.

Fiquei feliz por ela não ter esquecido.

Ela ligou, como sempre exagerada pediu canelone e ravioli ao molho e queijo.

Mesmo sem conseguir parar de se beijar, levantamos e tentamos chegar até a cozinha, acho que levamos uns 20 minutos, pois ela ia me jogando na parede a cada dois passos que a gente dava.

Aquele clima de namoro tava uma delicia. Namoro? Meu Deus e agora, será que estamos namorando? Ela pediu pra eu ficar com ela, mas não disse que era namoro.

Enfim conseguimos chegar na cozinha, não iria ficar perdendo tempo pensando em qual era o nosso status, estar com ela me bastava.

Com muitos beijos e trocas de carinho, arrumamos a mesa. Não demorou muito e o jantar chegou.

Jantamos a luz de velas, com direito a vinho e comida na boca. Nossa ela é mais do que eu sonhei pra mim. Não resisti e perguntei:

--Nath, você preparou tudo do almoço ao jantar, e não vem me dizer que o jantar você pediu no restaurante, porquê ouvi quando fez o pedido e com certeza já tinha ligado antes, pois sabia exatamente o que tinha no cardápio e o que pedir, até nisso você pensou!

--Nossa como é observadora essa minha namorada!

--Sou é?

--Só se você não quiser.

--Isso é um pedido de namoro?

Quando terminei a pergunta Nath já estava de joelhos na minha frente, pegou minha mão, olhou nos meus olhos e disse:

--Quer ser minha namorada Tatiana?

--É tudo que eu mais quero desde que te conheci Nath.

Ela beijou minha mão, se levantou me puxou pra ela e me beijou de um jeito que se não tivesse presa em seus braços teria caído. Minhas pernas faltaram naquele momento.

Eu estava explodindo de felicidade, tinha vontade de gritar, sair correndo, abraçar todo mundo na rua, a vontade que eu tinha é que todo mundo pudesse ser feliz como eu estava naquele momento.

Voltamos a jantar, Nath me servindo o tempo inteiro, de quando em vez na boca. Quando percebemos já estava na segunda garrafa de vinho. Comecei a beber mais devagar, Com todo aquele clima, literalmente me perderia ali mesmo.

Terminamos o jantar, levamos a garrafa de vinho e as taças pra varanda, Nath foi até a sala de video colocar suas musicas preferidas pra gente ouvir.

--Não sei se você vai gostar, meus amigos falam que eu tinha que ter nascido na época dos meus pais, pois só gosto de música velha. -Nath falou sorrindo pra mim.

--Aí é que você se engana, meus pais adoram ouvir música e fui criada ao som dos mais diversos cantores.

--Que bom, mas se não gostar promete que fala.

--Prometo. -respondi e dei um selinho nela.

Como a hora passou voando, quando me dei conta já era quase meia noite.

--Preciso ir, minha linda. -falei e ela abriu um lindo sorriso

--Adorei o minha linda e detestei a parte em que tem que ir.

--Está tarde Nath, e daqui a pouco não tem mais taxi pra mim. Depois de uma hora fica um deserto, essa cidade.

--Você acha que eu deixaria minha namorada voltar pra casa sozinha em um taxi?

--A é! E o que você faria?

--Te levaria em casa é claro.

--Você acha que eu deixaria minha namorada dirigir depois de ter bebido duas garrafas de vinho?

--Verdade, tinha esquecido o quanto já bebi. Só tem um jeito de resolver isso.

--E qual seria o jeito? -falei com medo da resposta da Nath.

--Dorme aqui comigo, amanhã quando acordar eu te levo. -ela disse de um jeito tão lindo.

--Nath, a gente começou a namorar hoje, não acha que estamos indo rápido demais? -falei desesperada com medo do que poderia acontecer se eu dormisse com ela.

--Tatiana, não sou nenhuma tarada, e sei respeitar uma mulher, principalmente a minha namorada. Eu falei dormir, deitar e dormir. E outra coisa somos adultas e não vai acontecer nada que você não queira. -ela disse com um sorriso safado nos lábios.

--Dona Nathalia, pode tirar esse sorriso sem vergonha do rosto, porque só vou DORMIR com você.

--Desde que seja agarradinha, pra mim está perfeito minha princesa. -ela falou e eu me derreti toda.

Resolvi dormir lá, mas com medo da Nath tentar alguma coisa, de eu não resistir e o pior de não saber o que fazer com aquele mulherão que agora era meu.

Sim aquela mulher linda, carinhosa, romântica e muito gostosa era minha, minha namorada.


Tudo em Tati encantava Nathalia, aquele jeito de menina, a seriedade de mulher, tão nova e ao mesmo tempo tão responsável e madura.

Quando ela sorria, tudo se iluminava. Nath ficava feito boba olhando pra ela como se não existisse mais nada nem ninguém.

Conseguiu convencer sua loirinha a dormir com ela ainda que fosse só dormir, para Nath já era maravilhoso.

Ficaram mais a vontade, Nath abriu a terceira garrafa de vinho estavam mais soltas rindo atoa, Tati estava sentada entre as pernas de Nath.

Ficaram namorando até a garrafa de vinho acabar, Nath estava se sentindo uma adolescente, descobrindo o amor.

--Nath, o vinho está fazendo efeito e eu estou com sono. -Tati falou cheia de manha.

--Vou pegar uma roupa pra você trocar no meu banheiro tem toalha limpa. - falou se levantando com ela nos braços.

--Assim você vai me deixar mal acostumada. -Tati falou beijando seu pescoço.

--Se for pra ganhar esses beijos sempre, te carrego no colo todo dia.

--Assim eu vou me apaixonar por você.

--Não seria nada mal, porque eu já estou louca por você. -falou colocando ela no chão e imprensando ela na porta do seu quarto com o corpo.

--Nath, por favor! Você disse dormir lembra. -ela falou e Nath percebeu uma certa apreensão nos olhos dela.

--Tudo bem princesa, não vou forçar a barra. Só que é muito difícil ficar perto de você e não te agarrar. -falou beijando ela novamente.

--Nathalia! -ela falou toda séria, Nath nem esperou ela terminar a frase e levantou as mãos se rendendo.

--Parei, parei. -deu um beijo em sua testa e abriu a porta do quarto, dando passagem pra ela entrar.

--Vou tomar banho, você pode ver a roupa pra mim agora? -ela falou igual criança, com os olhinhos fechando de sono.

--Claro princesa, tem um babydoll que ganhei, ficou pequeno e nunca fui trocar, acho que vai dar direitinho em você. -falou indo em direção ao closet.

--Não demora, tá!

--Não vai nem ter tempo de sentir saudade. -Nath saiu e logo voltou com o babydoll, ela foi tomar banho e os pensamentos de Nath entraram com ela no banheiro.

--"como queria estar lá dentro com ela, suspirei só de imaginar, acho que estou apaixonada por uma menina, nunca pensei que isso fosse acontecer, mas aconteceu, me encantei por uma menina-mulher."

Enquanto Tati tomava banho, Nath ficou pensando no porquê dessa resistência toda, esperou ela sair banho e entrou em seguida.

Quando saiu do banho sentou na cama e resolveu conversar com a Tati.

--Minha princesa, senta aqui. -falou apontando para a cama.

--Oi minha deusa!. -ela falou se sentando.

--Eu notei que toda vez que o clima esquenta você se esquiva e queria entender o porquê.

--Não me esquivo, só acho que é cedo demais.

--Tati, olha pra mim. Sei que não sou tão mais velha que você, mas sou experiente o suficiente pra perceber que alguma coisa te incomoda. -terminou de falar e Tatiana abaixou a cabeça.

Nath segurou seu queixo fazendo com que ela a olhasse, sempre gostou de falar olhando nos olhos.

--Minha princesa, eu entendo que tenha tido poucos relacionamentos e que não se sinta a vontade assim de primeira. Só quero que saiba que se esse for o motivo, não precisa se sentir assim. Quando te pedi em namoro, não foi da boca pra fora. Não quero só uma noite com você, quero todas as noites com você.

--Nath, nunca ouvi de ninguém a vida inteira metade das coisas que você me disse hoje. Nunca senti por ninguém, um terço do sinto quando estou nos seus braços. Não tem nada de errado com você e nem em ser o primeiro encontro. É outra coisa. - quando ela disse isso a cabeça de Nath rodou, veio logo aquele amor platônico em sua mente.

--Você ainda é apaixonada pela outra Tati? -perguntou com um nó na garganta.

--Claro que não Nath. Desde que você parou em frente ao balcão da recepção naquela segunda feira, não consigo pensar em mais nada que não seja você.

Na hora Nathalia respirou aliviada em saber que não tinha outra nos pensamentos de Tati.

--Então qual é o problema, fala pra mim. Seja o que for vamos resolver juntas. -falou já abraçando sua pequena e beijando sua testa pra passar segurança.

--Vou falar tudo, mas dessa vez é você quem não vai me interromper até eu terminar.

--Tudo bem, minha linda. Se isso for fazer você se sentir melhor, eu escuto tudo calada.

--Então, como eu falei tive uma paixão platônica por anos e não tive nenhum relacionamento nesse período. Antes disso fiquei com algumas meninas, mas nada que tenha chegado a ser um namoro.

--Desculpa interromper, mas você ta me dizendo que sou sua primeira namorada?

--Sim Nath, na verdade muito mais que isso, você vai ser minha primeira mulher. Melhor dizendo, você vai ser a primeira em tudo. Nunca tive relação nem com homem, nem com mulher. -ela falou com os olhos cheios de lágrimas e abaixou a cabeça.

--Olha pra mim, não precisa se sentir assim, eu vou te respeitar e esperar seu momento. Desculpe se fui apressada demais, se eu soubesse jamais teria tentado e insistido. me perdoa princesa?

--Não tem o que perdoar Nath, você não sabia, e mesmo que soubesse. Eu me deixei levar pelos beijos e quis tanto quanto você. Só não me sinto segura ainda, tenho medo de não saber o que fazer e te decepcionar. Não quero te perder Nath.

--Você não vai me perder, fica tranquila. Vai ser tudo no seu tempo. Quando estiver segura pra ir adiante, eu te prometo que vai ser a noite mais linda da sua vida.

--Ai Nath, desde que cheguei aqui acho que dormi na sexta e to sonhando até agora. Isso tudo que estamos vivendo hoje só pode ser um sonho. Daqui a pouco vou acordar com o despertador me avisando que está na hora de acordar pra almoçar com você.

--Não é sonho. -falou beijando seus lábios.

--Na verdade vai ser um sonho ter você na minha vida. - ela sorriu, me deu um selinho e eu me afastei.

--O que foi agora Tati?

--Ainda tem uma coisa que preciso te dizer.

--Eu imagino o que seja, não precisa falar quem é se não quiser Tati.

--Eu preciso sim, nunca namorei, mas sei que um relacionamento é construído em cima de confiança, ainda mais a pessoa sendo quem é.

--Tati, to começando a ficar preocupada.

--Nath, a pessoa por quem eu fui apaixonada esse tempo todo é a Cris.

--Eu não acredito, como eu não imaginei, aquela intimidade toda entre vocês é claro que tinha mais que um sentimento de amizade alí. Como posso ser tão lesada pra algumas coisas?

--Nath você ta interpretando tudo errado, temos intimidade sim, somos amigas a mais de três anos. Nem passa pela cabeça dela, o que eu sentia. Ela sempre me viu como uma irmã, cuidava de mim e me protegia. Sempre se sentiu responsável por mim, aqui sozinha nessa cidade, longe de casa. E eu me contentei em ter ela por perto ainda que fosse dessa maneira e nada mais.

--Tati desculpa, eu não sou assim. Sou sempre bem racional, mas você ta despertando em mim coisas que jamais pensei em sentir ou fazer. Não estou desconfiando de você, é que só de imaginar que você gostava dela, e ela com aquele carinho todo com você, eu fico louca de ciúmes.

--Então quer dizer que minha namorada além de linda, carinhosa e romântica, ainda é ciumenta? -ela falou com aquele sorriso, e Nath se derreteu toda.

--Não sei, quer dizer não era. O que sei é que não quero nenhuma mulher te rondando.

--Ta bom minha ruiva linda! Agora vamos dormir, porque amanhã tenho muito que estudar.

--Tudo bem minha princesa, vamos deitar e amanhã se você quiser e concordar te levo em casa você pega o que precisa e passa o dia aqui comigo. Eu prometo que vou me comportar e estudo com você.

--Nossa!!!! Ganhei na loteria e não sabia. Minha namorada é perfeita.

Deitaram abraçadas trocaram alguns beijos, mas evitaram os mais quentes, era muito difícil resistir.

Tati adormeceu nos braços de Nath que ficou admirando aquele anjo loiro que já mexia tanto com ela.

--"Como pode em tão pouco tempo uma pessoa mudar sua vida daquele jeito." Com esse pensamento, Nath apertou ela contra o seu corpo e adormeceu em seguida.



***

Nathalia acordou se sentindo no paraíso Tati estava deitada em seu braço virada de frente pra ela.

Ficou admirando sua princesa dormir por um tempo, tudo estava acontecendo tão rápido. Ontem era uma solteira convicta, hoje acordava com a namorada em seus braços e estava adorando tudo aquilo.

Levantou bem devagar pra não acorda-la. Tomou um banho, colocou uma roupa bem confortável, escreveu um bilhete pra Tati caso ela acordasse.

Princesa, bom dia!
Fui a padaria, não demoro.
bjos… Sua Nath.

Como toda mulher apaixonada, pegou seu perfume, espirrou no papel e colocou em cima de seu travesseiro.

Saiu do quarto na ponta dos pés, pegou as chaves e o celular no aparador, tinha varias chamadas perdidas e sms. Nath fechou a porta de casa e discou para aquele número já conhecido.

--Se eu estivesse morrendo você teria perdido meu enterro essa hora.

--Bom dia pra você também Beatriz. Eu posso saber o que aconteceu de tão grave pra você me ligar até as três da manhã?

--Na verdade não aconteceu nada. Só senti uma saudade muito grande de você e um medo muito grande de te perder.

--Ai meu amor, me perdoa. Acabei esquecendo o telefone no silencioso e ainda deixei no aparador por isso não vi suas ligações. Você sabe que nunca vai me perder, que nada nem ninguém vai me separar de você, não sabe?

--Eu sei, mas tenho medo mesmo assim. Eu te amo tá?

--Eu também te amo Anna Beatriz. Preciso desligar pois tenho um compromisso, a noite a gente conversa, beijos meu amor.

--Tá bom. Beijos.

Fim do capítulo