Capítulo 40- Boate Parte I
Isabella
Não aguentei não comentar sobre o que Minerva me contou, Lari pareceu não dar importância. No fundo eu me senti culpada por ela ter passado por tudo isso sozinha, desejei ter a conhecido antes. Tudo o que ela disse era que o que importava mesmo é que estou ao seu lado hoje, meu desejo era protegê-la de tudo. Dormimos abraçadas. Quando acordei ela não estava ao meu lado, ouvi vozes na cozinha, pensei que talvez tivesse ido falar com Milena.
Caminhei em direção a cozinha, todos estavam lá, ela fazia sanduiches, reclamei por ninguém ter me chamado. No fim juntei-me a eles, foi hilário ouvir as histórias que Milena contou e logo depois todos já estavam contando as suas próprias proezas. Quando percebemos que estava ficando tarde fomos nos arrumar, logo que ficamos sozinhas eu disse para Lari:
- Iria adorar ver você montando um cavalo.
- Eu posso fazer isso para você, embora no momento só desejo cavalgar em você. – sorriu mordendo minha orelha, senti meu corpo arrepiar.
- Hummm, eu quero, quero muito. Pena que não podemos agora. – falei jogando-a na cama. – Eu vou tomar banho primeiro, depois você vai.
- Nada justo. Me deixa ir com você? – fez cara de cachorro sem dono.
- Não, não podemos atrasar o pessoal mais ainda. Quem sabe mais tarde?
- Tudo bem, fazer o que né? – beijei sua boca e fui para o banho.
Alguns minutos se passaram e eu já saia do banheiro, estava secando os cabelos com a toalha.
- Meu amor, pode ir tomar seu banho. – ela não respondeu nada.
Parei de secar os cabelos e olhei para a cama, ela estava dormindo, parecia até um anjo de tão linda, me aproximei sem deixar de olha-la, ajoelhei-me próxima a cama, tirei uma mecha de seus cabelos que cobria parte de seu rosto. Nesse momento ela abre os olhos lentamente, sorri para mim e diz:
- Dormi. – ri do seu jeitinho inocente.
- Não tem problema, mas agora você precisa ir se arrumar, daqui a pouco o pessoal está batendo aqui na porta.
- Tudo bem. Me dá um beijo?
- Todos os beijos meu amor.
- Agora chega vai lá. – ela se levantou e foi para o banho.
Fiquei me vestindo, optei por uma calça preta e uma blusinha leve e para os pés um sapato de salto. Fiz uma maquiagem não muito carregada, prendi os cabelos em um coque, rapidinho já estava pronta. Larissa não demorou a se vestir, estava simplesmente linda em um vestido tubinho preto, o que realçava seu tom de pele.
- Você está linda. – me disse sorrindo.
- Você que está magnifica. – respondi nada mais que a verdade.
- Meninas estão prontas? – era Mile perguntando do outro lado da porta.
- Já estamos descendo. – Lari respondeu. – Vamos?
- Sim.
Descemos as escadas lado a lado, Ben, Maísa, Isac e Milena se viraram para nos ver, começaram a bater palmas e assoviar. Dizendo coisas do tipo, “casal top”, “duas gatas”, “hoje tem”.
- Dá para parar? – indaguei já vermelha.
- Claro que não, vocês estão lindas. – falou Maísa.
- Verdade, mas por favor se forem praticar coito escolham um lugar mais seguro, não quero ver vocês se pegando de novo. – Mile falou para risada geral de todos.
- Certo, não se preocupe. Vamos? O motorista já está esperando. – Lari respondeu.
Seguimos para a garagem, a limusine já estava pronta, tinham algumas bebidas lá. O pessoal já estava bem animado, Milena era a que no momento mais bebia, olhei para Lari que pareceu entender minha preocupação.
- Ela está bem? – perguntei quase em um sussurro.
- Não, mas vai agir assim a noite inteira, provavelmente iremos traze-la apagada para casa. – falou olhando-a.
A música rolava solta no carro, grandes nomes do pop. Logo chegamos a boate, a fachada em preto e vermelho, o nome “Paradise” era iluminado por alguns refletores. A fila estava imensa, ali haviam alguns repórteres pelo que percebi. Os meninos saíram primeiro, logo que Larissa colocou o pé fora, vários flashes foram disparados. Assim que saiu me estendeu a mão, respirei fundo e segurei.
E mais flashes em nossa direção, ela segurou minha mão com carinho e disse:
- Você está bem? – parecia preocupada comigo.
- Sim, só não estou acostumada com isso. – sorri para acalma-la.
- Larissa, Larissa, posse com seus amigos, para tiramos uma foto de todos. – uma fotografa falou.
Os meninos vieram para se juntar a nós, ficamos os seis juntos. E logo depois já entravamos na boate.
- Juro que estou cega depois de tanto flash. – Maísa falou piscando os olhos com agonia.
- Acredite nunca me acostumei com isso, sempre que eu e Lari saiamos era assim. – Milena disse.
Não precisamos ficar na fila, ter alguém com status era bom em certas ocasiões. O lugar era imenso, já haviam várias pessoas dançando. Larissa me colocou em sua frente, sussurrou em meu ouvido:
- Aqui eu posso ficar de olho em você. – depois que falou beijou meu pescoço.
Apenas acenei um positivo com a cabeça, andamos o primeiro andar inteiro, a zona era grande demais, encontramos uma mesa vazia no segundo andar, era um ambiente mais calmo.
- Adorei o lugar. – Ben falou.
- Todos nós adoramos - Maísa falou beijando o namorado em seguida.
- Olha não sei vocês, mais eu preciso de um drink. – Milena falou indo em direção ao bar junto de Isac e do outro casal.
- O que está acontecendo com ela? – perguntei.
- Os pais estão se separando. Ela acha que ele está traindo a mãe dela. – falou olhando para os quatro no bar.
- Nossa.
- Pior que eu também acho isso, claro que não falei para ela. Mas eles dois sempre foram apaixonados e a desculpa que a mãe dela usou foi de que não existe mais paixão. – falou com o olhar triste.
- Não consigo entender por que as pessoas traem, é tão mais fácil e menos doloroso você simplesmente terminar do que trair a quem você jurou amar. – falei lembrando que já havia passado por isso.
- Eu sei. Nunca desejei casar. – olhei-a surpresa, ela sorriu e continuou. – sempre via o amor dos meus pais e me perguntava se um dia eu teria algo assim. Confesso que desacreditei, até que eu te encontrei. Acho que casamento é para todo o sempre exatamente como nos votos “até que a morte nos separe” e ainda penso que nem a morte pode separar um amor verdadeiro, afinal meus pais são a prova disso. – sorriu com tristeza.
- Então quer dizer que eu sou o amor da sua vida? – perguntei sorrindo, tentando espantar aquele olhar carregado de dor.
- Sem dúvida nenhuma. – apertou minha mão com carinho. Me olhava tão intensamente que o tempo parecia parar. – Só tem uma coisa.
- O quê? – perguntei curiosa.
- Quando eu te pedir em casamento e você disser que sim, vai ter que ser para sempre. – ficou quieta observando minha reação.
- Tudo bem, ficaremos juntas para todo o sempre.
- Esse é seu, esse aqui é para você. – Milena nos entregou duas bebidas.
- Obrigada.
- Agora um brinde. – disse Ben. – As velhas amizades, as novas, ao amor e toda a felicidade que ele nos proporciona.
Tocamos os copos uns nos outros e bebemos em seguida. Já era pouco mais de uma da manhã, os quatro estavam mais que alterados. Agora estavam dançando na pista. Milena era a mais bêbada do grupo, Isac depois que eu pedi diminuiu o ritmo, ele iria ter que ficar de olho nela. Estávamos sentadas na mesa apenas nos duas, quando senti uma mão tocar meu ombro. Me virei e dei de cara com ninguém mais, ninguém menos que Alana, acompanhada de John.
- Isa? – juro que desejei no fundo de minha alma que eu estivesse alucinando.
- Oi, Alana.
- Não acreditei quando John disse que vocês estavam aqui. – olhou para Lari e sorrindo disse. – Como vai Larissa?
- Bem e você? - falou simpática.
- Eu disse que elas estavam aqui. – John sorriu. – Oi meninas.
- Oi. – respondemos igual.
- Sentem-se conosco. – Larissa disse educadamente.
- Será um prazer. – Alana falou já se sentando de frente para mim.
- Vocês estão sozinhas? – John perguntou.
- Não, o pessoal está na pista. – respondi desconfortável pela presença da minha ex.
- Alana disse que eu estava louco em dizer que vocês estavam aqui. – olhou para ela.
- Mais é claro que eu duvidaria, nunca pensei encontrar Isa em uma balada em plena quinta feira. Quando éramos casadas isso nunca acontecia. – falou com um sorriso sarcástico, acho que ela estava querendo provocar minha namorada.
- Acho que as coisas mudam, as pessoas mudam, não importa o lugar desde que Lari esteja comigo para mim está ótimo. – sorri para minha loirinha, segurando sua mão.
- Pelo visto o amor fisgou vocês. - John disse tentando amenizar o clima que começava a se instalar.
- Sem dúvida nenhuma. – Lari respondeu olhando para Alana.
- Bem, eu vou até o bar, John vai querer algo? – Alana falou.
- Sim, uma dose de whisky.
- Tudo bem, volto logo.
Virei-me para Lari que olhava ela se afastando, parecia distante, segurei sua mão e ela percebeu que eu a estava olhando e me sorriu, em seguida disse:
- Acho que vou buscar uma bebida para nós também, já volto. – saiu em direção ao bar.
Comecei a ficar aflita, John me chamou:
- Sinto muito por você está nessa situação. – falou solidário.
- Não tem situação nenhuma eu estou com a Lari. – falei olhando para as duas que conversavam.
- Eu sei o que Alana fez quando vocês estavam casadas, ela me contou a história inteira. Se quer saber, ela mudou. Está diferente, em nada se parece com a menina com quem você foi casada.
- Não importa, não se trata mais dela ter mudado ou não, eu estou com Larissa e a amo, não quero Alana em nosso caminho causando problemas como sempre. Se ela realmente mudou o melhor que ela pode fazer para provar isso é não nos atrapalhar e manter distância. – falei não entendendo o motivo pelo qual ele me contou aquilo.
- Espero que você consiga fazê-la entender isso. Ela gosta de você e me disse que vai te reconquistar.
- Desculpa a demora, o bar estava cheio. – Alana falou.
Larissa sentou ao meu lado colocando nossas bebidas na mesa. Olhei sorrindo, me aproximei dela e perguntei em seu ouvido:
- Você está bem.
- Sim, só um pouco cansada já. – sorriu docemente. Dei um rápido selinho nela, observei Alana nos olhando.
- Alana, aquela loira não para de olhar para você. – John falou.
- Qual?
- Aquela ali, perto do bar. – Apontou para onde a moça estava.
Nesse instante a mulher levantou o copo para Alana, essa apenas sorriu e nada mais.
- Ela está te dando maior mole. – o homem falou. – Você não vai fazer nada?
- Não estou afim, só quero beber com vocês e bater papo. – Falou sorrindo para mim.
- Certo. – John falou. – Mas e vocês meninas quando voltam para BH?
- Não sabemos ainda, talvez no domingo à tarde. - Lari falou.
- Pena que nós iremos amanhã, tenho alguns compromissos lá e depois vou para o Canadá. – falou bebendo seu drink.
- Já faz alguns anos que não saio do país acredita? – Lari contou. – Quem sabe nós não façamos uma viagem juntas, o que acha meu amor? – me perguntou com carinho. Antes que eu respondesse Alana se antecipou.
- Isa adora viajar, passamos grande parte do nosso relacionamento viajando juntas. – só podia ser brincadeira, o que diabos ela estava fazendo. Vi Lari olha-la com os olhos semicerrados, John tomou um gole de sua bebida como se não tivesse escutado aquilo.
- Isso não foi bem uma verdade. A grande parte de nosso relacionamento você passou me traindo. – falei já demonstrando meu total desagrado com os comentários que ela fazia.
- Gente a Milena não está nada bem. – Benjamim chegou junto de Maísa.
- O que houve? – Larissa perguntou preocupada.
- Ela está completamente bêbada, Isac está com ela no carro já, só viemos chamar vocês para ir embora. – olhou Alana e disse. – Olá.
- Oi Isac, Maísa. – ela falou acenando para os dois.
- Então vamos embora, só me deixa fechar a conta, já volto. – Larissa foi para o bar.
- Isa vamos esperar vocês lá fora. Até mais Alana. – disse isso e já foi saindo.
- Bom também vou pagar nossas comandas. – John falou caminhando para onde Lari estava. Percebi que a intensão dele era nos deixar sozinhas.
- Você não conseguiu esquecer o que fiz não é? – Alana perguntou sem me olhar. – Eu me arrependo de todo sofrimento que te causei. Se eu pudesse faria tudo diferente.
- Não acredito muito nisso. – falei impaciente pela demora de Larissa.
- Eu mudei Isabella e vou te mostrar isso. Eu quero muito te ter de volta, sabe aquela história de que só se dá valor quando se perde? Só reconheci a importância que você tinha em minha vida depois que saiu dela.
- Alana me poupe do seu discurso meia boca. – tentei me levantar, porem ela segurou meu braço me impedindo.
- Espera. Quando eu vi você no elevador aquele dia, sabia que era o destino me dando uma segunda chance. Vou te reconquistar Isa, custe o que custar. – nesse momento Larissa aparece.
- Está tudo bem aqui? – perguntou olhando para meu braço que Alana ainda segurava.
Fim do capítulo
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