Isabella

                 Depois que cheguei em casa, tomei um banho rápido e voltei para casa dos meus pais, desta vez me certifiquei de estar com sandálias. Sorri lembrando de Larissa, ela estava cada vez mais me conquistando. Peguei Nikki no colo, ia leva-la junto. Assim que estacionei o carro dava para ouvir a conversa de minha família na piscina. Nikki pulou logo do banco e foi me esperar no portão.

- Veja se não é a minha linda Isabella.

                 Falou meu pai chegando um pouco para o lado me dando espaço para sentar ao seu lado na cadeira. Beijou o topo de minha cabeça, logo depois perguntou:

- Onde você foi com tanta pressa?

- Ora Antônio, não se intrometa nos assuntos de nossa filha, homem.

                 Mamãe me olhou sorrindo, sabia que ela estava doida para saber também, mas não perdia uma chance de atormentar meu pai. Não falei nada, Iara estava na piscina com Kadu, caminhei em direção aos dois.

- Olha Kadu, sua tia ingrata resolveu aparecer.

- Não dê ouvidos a essa sua mãe, ela é desequilibrada.

- Mamãe disiquibada.

                 Rimos com a intenção dele de repetir o que eu disse, sentei na borda da piscina, colocando meus pés dentro d’água. Kadu estava com boias nos braços o que lhe permitia ficar flutuando na agua.

- Então você se separou e eu não estou sabendo?

-Como assim, meu casamento vai muito bem obrigado.

- Não vi ele na festa ontem e se eu não estou com um sério problema de visão ele não está aqui hoje.

- Você devia largar a carreira de advocacia e virar comediante sabia? George está viajando, está em uma conferência com outros cirurgiões. Mas e você o que me conta de novidade?

                Não consegui conter o sorriso que surgiu em meus lábios, só de pensar em tudo que aconteceu com Lari, eu fico feliz da vida. Iara me olha ainda mais curiosa e diz:

- Então vai me contar ou vai ficar ai com essa cara de tacho?

- Até que ia mais depois dessa grosseria estou começando a repensar.

- Isabella Magalhães é bom você desembuchar de uma vez ou chamo a mamãe e ela tira tudo de você.

- Ok! Não precisa apelar. O que eu tenho de novidade é que estou namorando.

             Minha irmã deu um pequeno grito e bateu palmas o que foi suficiente para papai e mamãe nos olharem.

- Xiii, quer que eles venham aqui é?

- Ora e por que esse segredo agora? Afinal pela sua cara de felicidade a dona Helena já deve ter sacado.

- Eu sei, só não quero dizer ainda.

- Me conta tudo.

              Narrei toda a história sem deixar de mencionar nem um detalhe, no fim quando já tinha falado basicamente tudo ela disse:

- Agora sim, essa é a irmã que eu sempre admirei. E quando ira nos apresentar oficialmente Larissa?

- Não sei ainda, ela está em Ouro Preto, nem sei quando volta ainda. Sabe o que é pior, mal começamos a namorar e já tivemos que ficar longe.

- Ihh, maninha eu sei bem como é isso. Mesmo depois de quase cinco anos de casada.

- Me pergunto como vai ser quando ela tiver que voltar a morar lá. Não tenho segurança suficiente para namorar a distância.

- Quem sabe ela venha morar aqui. Você precisa parar de sofrer por antecedência. Vive um momento de cada vez Isa.

             Balancei a cabeça concordando com o que ela disse, olhei para Kadu, estava ficando vermelho do sol já.

- Você vai deixar seu filho virar um camarão é?

- Camaião.

              Era engraçada a inocência de Kadu. Mal sabia que falávamos dele.

- Vem meu amor, vamos sair dessa água, está na hora de papá e naná.

               O garoto bateu palmas animado por ir comer claro. Caminhamos em direção aos meus pais, os dois eram puro chamego, sentei de frente aos dois. Tomei um gole de água, quase me engasguei quando papai disse:

- Então quando é que vai trazer Larissa aqui, para eu saber quais as intenções dela com você.

               A água pareceu voltar por todos os buracos imagináveis, arregalei os olhos, mamãe não parava de rir.

- P-pai como assim?

- Acho que vocês pensam que sou cegou ou o que?

- Não pensamos nada disso, claro que não pai.

- Então quando vai trazê-la aqui de novo, espero que dessa vez do jeito certo, sem aquela cena de ontem.

               Nesse instante quase cai da cadeira, como ele tinha visto tudo isso, afinal tinha ficado tão na cara assim? O que eu ia dizer agora?

- Eu-eu-eu...

- Você o que?

             Respirei fundo, e resolvi contar de uma vez.

- Estamos namorando sim, mas não sei quando vou traze-la aqui, ela está em Ouro Preto resolvendo umas coisas da empresa.

- Quando ela voltar convide-a para vir aqui, direi a Isac que traga Milena também, elas são amigas né?

- Sim, são.

           Fiquei admirada por ele saber os detalhes, como iria dizer a Larissa que ela iria ser questionada pelo meu pai, mal começamos a namorar e ele já quer saber se ela quer algo sério. Senti um arrepio ao imaginar se ela queria casar, como eu faria isso, não posso casar de novo, posso? Isabella se acalme, respire fundo, que está falando em casamento é você. Larissa nem deve pensar nisso ainda. 

           Os assuntos foram mudando, sai de lá quase a noite já. Tomei banho pedi uma pizza e fiquei vegetando em frente à tv, em uma das mãos estava com o controle remoto e na outra o celular, esperando que Lari me ligasse. O telefone vibrou em minha mão, era ela. Conversamos por pouco tempo, ela tinha que ligar para Ruan, disse que talvez fosse jantar por lá.

           Nikki estava deitada em meu colo, fiquei por todo o resto da noite sem fazer nada. Desejei ter Larissa ao meu lado, era impressionante como sentia sua falta. Não tinha mais como esconder o que sentia por ela, se mostrava a cada dia uma mulher incrível, só tenho certos receios ainda, precisávamos conversar sobre como nos comportaríamos na empresa, sei que ela iria se chatear, mas não posso arriscar minha carreira, assumir um relacionamento com ela traria vários comentários, o que não seria agradável, espero que ela me compreenda. Então me lembrei do tempo que ela ficaria, isso seria outro problema, seis meses passam rápido, me perguntava se ainda estaríamos juntas a essa altura. Vai ver Iara tem razão, preciso parar de sofrer por antecedência. Fui tomar um banho e tentar esquecer de tudo isso.

         Pouco tempo depois, me bateu uma saudade de ouvir a voz de Lari, pelo horário pensei que ela já estaria em casa, liguei e para minha surpresa quem atendeu foi uma criança que depois fiquei sabendo ser Davi, ele era engraçado, me pediu para esperar até ela perder a partida. Larissa era mesmo uma meninona, ela disse que Davi queria que eu o namorasse, disse que ele seria um concorrente desleal, falei que não existia concorrente a sua altura. Conversamos por um tempo, até que precisei ir dormi, pedi que avisasse quando chegasse em casa. Logo depois de encerrar a ligação acabei dormindo.

         O barulho irritante do despertador me fez acordar, depois de deligar o alarme passei a mão nos olhos tentando afastar o restante do sono que ainda sentia, me virei na cama, em seguida senti meu corpo se chocar contra o chão, nada melhor que uma queda para te deixar alerta. Comecei a rir, em outras ocasiões ficaria o dia inteiro de mal humor.

        Isso já seria o efeito de Larissa sobre mim? Até quando tenho motivo para ficar brava dou risada agora? Parei de rir e me levantei, fui para o banho. Preparei algo rápido para comer, já estava quase atrasada, me perguntei com será que Larissa estava, peguei o celular e enviei uma mensagem.

“Bom dia, meu amor, espero que tenha dormido bem. Estou com saudades de você. Volta logo para mim? Bjus. Bella.”

        Lá estava eu mais uma vez em frente ao espelho, pronta para outro dia de trabalho, me despedi de Nikki e caminhei para fora do apartamento. Entrei no elevador, um andar abaixo do meu alguém entrou. Fixei meu olhar para o corredor, ali haviam caixas que deduzir ser de uma mudança, antes que as portas do elevador se fechassem olhei mais uma vez para as caixas, qual não foi minha surpresa ao ver Alana pegando uma das caixas do chão.

        Era só o que faltava, ela ir morar ali, de todos os lugares naquela cidade precisava vir morar no mesmo prédio que eu? Calma, afinal pode nem ser dela a mudança, vai ver estava ajudando alguém, balancei a cabeça lembrando que ela não é esse tipo de pessoa. Se fosse para cair na gandaia podia contar com ela, mas para dar uma ajuda em algo, pode esquecer de sua existência.

      Cheguei na garagem, entrei no carro e segui para a empresa. Assim que cheguei encontrei Benjamim.

- Bom dia Isabella, que cara é essa?

- Bom dia Ben, vem comigo.

       Puxei o homem até meu escritório, assim que entramos me atirei na cadeira, ainda sentia o efeito de dar de cara com Alana depois de tanto tempo. Ele continuava parado esperando que eu me manifestasse.

- Alana.

       Me olhou ainda sem entender nada.

- Alana estava carregando umas caixas de mudança, no meu prédio, um andar a baixo do meu.

       Foi a vez dele se jogar na cadeira, fitou o teto, parecia tentar acreditar naquilo.

- Pode não ser dela.

       Logo depois que disse isso pareceu se tocar de algo, sorriu amarelo e continuou:

- Só pode ser dela, vai ver casou, ou achou outra para enganar.

- Eu sinceramente conto com a ideia de que não seja dela mesmo, que ela tenha virado boazinha e esteja ajudando alguém. Odiaria morar no mesmo prédio que ela.

- Isso seria bem estranho, você não está com medo de uma recaída está?

- N-não, claro que não, estou namorando.

       Esqueci que não tinha contando para ninguém além dos meus pais e Iara. Meu amigo me encarou com a boca aberta e disse:

- Amiga ingrata, eu sempre aqui do seu lado e você nem para me ligar e contar que desencalhou.

- Ei, estava sozinha por opção, não estava encalhada. Estou namorando a Lari.

      Ele sorriu abertamente, logo depois falou:

- Até que enfim, isso significa que Milena me deve 200 pratas.

- Quer dizer que já rolava aposta, é isso?

- Sim, Eu e Mile, ela disse que você não ia atrás dela, e que tinha acabado por aqui mesmo.

       Fingi ficar brava com eles, Ben caminha em minha direção e me abraça.

- Não fica brava, prometo levar vocês duas para jantar comigo e Maísa.

- Tudo bem, só não sei quando, afinal ela está em Ouro Preto, nem sei se volta essa semana.

- Nossa, faz tempo que não te via assim, isso é saudade?

- Sim, muita, como pode isso, falei com ela ontem à noite, e mesmo que seja assim tão recente é estranho saber que ela está longe.

- Isso cara amiga, se chama amor.

- Eu sei, eu sei.

- Bom, fique ai sonhando com sua donzela que está longe, por que esse lindo cara aqui, precisa ir trabalhar. Almoça comigo hoje?

- Tudo bem, me deixa acompanhar você, preciso falar com Ingrid. Passa aqui na hora do almoço que vou sim.

         Caminhamos lado a lado, ele seguiu para a saída do prédio e eu para o escritório de Ingrid. Encontrei-a chegando, era incrível como mesmo com a idade ela ainda era tão bonita, arrancava olhares por onde passava. Até mesmo ali na empresa onde todos estavam acostumados a vê-la diariamente.

- Bom dia Dra. Isabella.

- Bom dia Ingrid, preciso te mostrar os resultados de algumas ações.

- Claro, venha comigo.

         Segui a mulher até seu escritório, assim que entramos ela disse:

- Sente-se por favor.

         Concordei e me sentei em frente a sua mesa, retirei os papeis de minha pasta e começamos a analisar toda a documentação. Passamos maior parte da manhã em meio a processos e mais processos. Ingrid sempre tinha ótimas opiniões sobre cada um deles, se preocupava com a integridade da empresa, parecia até ser dona de tudo. O que era ótimo por que significava que Larissa não tinha com o que se preocupar. Assim que terminamos tudo na hora do almoço, antes que eu saísse ela fala:

- Isabella você sabe quando Larissa volta?

       Arregalei o olho já pensando que pelo visto ela já sabia do meu romance com Lari, engoli em seco do de pensar a possibilidade de todas as fofocas que surgiriam caso todos ficassem sabendo. Tentei parecer o mais natural possível, respondi em seguida:

- Na verdade não sei, você devia perguntar a Milena, talvez ela saiba te informar.

      A mulher sorri para mim, o que confirmou minha suspeita de que ela sabia de algo.

- Isabella, eu estava aqui no domingo quando você veio atrás dela.

       Nesse momento desejei que se abrisse um buraco bem em baixo de mim e me mandasse para o centro da terra.

- E-eu, e-eu.

- Calma, não precisa ficar assim também. Não sabia que era uma relação secreta.

       A mulher estava claramente se divertindo as minhas custas.

- Não é secreta, só não vejo necessidade de tornar claro por aqui.

- Isa, a vida é de vocês, não tem que dá satisfação para ninguém. É normal que você queira manter assim por enquanto, só não demore muito a tornar isso público, Larissa é linda, inteligente, gentil e milionária, você não pode deixar que as predadoras dessa cidade pensem que ela ainda está solteira. E não se preocupe que não comentei com ninguém sobre o que vi.

     Agradeci a ela e me retirei o mais rápido que pude, uma coisa me perturbava o que diabos essa mulher estaria fazendo ali em pleno domingo? Não tinha uma vida fora dali não? E a esposa dela o que será que pensava de ficar sozinha no fim de semana. Meu celular tocou, atendi sem prestar atenção para ver que era.

- Alô.

- Oi linda, que voz é essa?

      Bom deixe-me pensar, minha ex provavelmente está morando no mesmo prédio que eu, e Ingrid sabe de nós duas.

- Nada, como você está?

      Percebi que ela não estava bem, demorou a me responder, pensei que talvez não tivesse acreditado que não era nada.

- Estou bem, cansada, passei a noite tendo pesadelos, voltar para cá sempre traz à tona o que aconteceu.

     Senti muita tristeza em sua voz quando disse isso, me bateu uma vontade de abraça-la e dizer que tudo ia ficar bem. Queria protege-la e tirar essa dor que sabia que ela ainda carregava.

- Sinto muito meu amor, queria poder fazer algo para te ajudar.

- Tu-tudo bem linda, daqui a pouco isso passa.

- Você volta quando?

- Ainda não sei ao certo, amanhã tenho mais uma reunião com os fornecedores, e mais um jantar na quinta à noite com um possível cliente. Então provavelmente só voltarei no fim de semana.

    Imaginei como seria torturante para ela ficar sozinha na casa que um dia foi cheia de lembranças felizes. Senti um aperto no peito, não gostava de saber que ela sofria.

- Mas me diz como foi sua manhã?

    Percebi que preferiu mudar de assunto, talvez não quisesse ficar falando disso.

- Bem, acabei de sair da sala de Ingrid, agora vou procurar o Benjamim para almoçar. E você?

- Estou na sala de Ruan, prometi a Marta que almoçaria com eles, e por sinal vou pegar os meninos na escola.

- Tudo bem meu amor, assim você se distrai um pouco.

- Distraio sim, aqueles moleques são uns pestinhas. Meu amor, preciso ir agora, Ruan está me chamando. Amo você, bom almoço linda.

- Para você também, te amo.

       Encerrei a ligação e Benjamim já estava me esperando em minha sala. Assim que entrei ela foi logo falando:

- Onde diabos você estava mulher?

- Com a Ingrid. Depois a Lari me ligou.

- Algum problema?

- Sim, ela está triste, disse que não conseguiu dormi direito. O acidente com a família ainda mexe muito com ela.

- Entendo, deve ser barra ficar naquela casa sozinha. Ela volta quando?

- Talvez no fim de semana.

- Isa, por que você não vai para lá ficar com ela? Tira esses dias de folga, faz companhia a ela.

       Será que eu devia mesmo fazer isso? Depois pensaria com calma, doía em mim ver ela sofrendo. No fim sabia que acabaria indo cuidar dela.

- Quer saber, você tem razão. Vou sim para Ouro Preto, vou cuidar dela. Hoje à tarde pego a estrada. Vou avisar ao Siqueira que irei me ausentar. Larissa precisa de mim, e vê-la assim me machuca.

- Isso mesmo, cuide da sua amada. Então vamos almoçar?

- Sim, só me deixa ligar para o Siqueira primeiro, assim vou logo de uma vez só.

      Liguei para ele e expliquei que iria me ausentar, ele ficou encarregado de cuidar de tudo na minha ausência. Logo depois fomos em direção ao restaurante, encontramos Milena na saída.

- Então Milena almoça conosco?

- Sim, vamos.

- Mile, preciso me desculpar por ter ti deixado falando sozinha.

- Não precisa se desculpar, foi por uma boa causa.

- Uma ótima causa, me rendeu 200 pratas fácil, fácil.

     Benjamim falou provocando-a, ela não deu muita bola para o que ele disse. Lembrei que precisava do endereço da casa de Larissa. Chegamos ao restaurante, depois que fizemos os pedidos eu disse:

- Mile, preciso de sua ajuda.

     Ela me olhou, e Ben sorria matreiro. Sabia que ele queria ver a reação de Milena, não pensei que houvesse algo por trás disso. Continuei:

- Vou para Ouro Preto hoje, quero fazer uma surpresa para Larissa. Preciso do endereço dela.

     Benjamim caiu na risada, e Milena ficou com cara fechada, ela abriu a bolsa e tirou de lá duas notas de cem reais, entregou a Ben, eu fiquei sem entender nada.

- Nós apostamos para ver quem ia ceder primeiro no fator distância. E mais uma vez eu ganhei.

- Não acredito, seu cretino por isso me fez mudar de ideia sobre ir?

- Não, me preocupo com a felicidade de vocês.

- Ora Benjamim, me poupe você só queria me arrancar mais dinheiro.

    Milena disse e não conseguiu fingir-se de brava. Olhou para mim e disse:

- O endereço é esse.

      Pegou um papel anotou e logo depois me entregou.

- Fico feliz de saber que você está fazendo isso, Lari ama você, vai ser bom ela ter alguém por perto. E mais ainda se for você.

- Eu sei, só queria que você não dissesse nada, caso fale com ela hoje ainda.

- Sem problema, não estragaria sua surpresa.

      Almoçamos em um clima descontraído, colocamos Benjamim para pagar a conta, afinal ele estava nos explorando. Me despedi dos dois e segui para o meu apartamento, arrumei minhas coisas para levar, e em seguida foi na casa dos meus pais, teria que ir deixar Nikki com eles. Peguei a mochila que tinha arrumado, as coisas de Nikki e sai para o elevador, entrei e logo depois já estava no estacionamento.

     Assim que abri a porta, Nikki começou a latir, olhei para ver quem era. Para meu desespero era Alana. Ela se abaixou e acariciou a cadela que ficou mais calma, não tive reação nenhuma, continuei parada ali diante daquela por quem um dia tinha morrido de amores.

- Oi Isa, como você está?

- Bem, preciso ir, estou atrasada.

- Vai viajar?

- Sim.

   Por que diabos me ocupei em responder isso? Tentei sair o mais rápido que pude de sua presença.  Cheguei no carro e joguei minhas coisas de qualquer jeito, Nikki entrou em seguida, Alana permanecia no mesmo lugar de antes. Cheguei na casa dos meus pais rápido, desci apenas para deixar Nikki. Assim que entrei minha mãe disse:

- Isa, o que acontece?

- Nada mamãe, só preciso de um favor seu.

-Claro meu amor.

- Cuida de Nikki essa semana, estou indo para Ouro Preto, ficar com Larissa.

  - Você parando de trabalhar, é o fim das eras. Só pode ser, nunca te vi largar tudo assim.

- Mamãe, não tenho tempo para tudo isso, então a senhora fica com ela?

- Claro Isa, faça uma boa viagem e dirija com cuidado.

            Ela me abraçou e logo depois eu já estava na estrada rumo a encontrar aquela que me deu um novo sentido na vida. Senti uma felicidade sem tamanho, percebi que aquele sentimento estava tomando proporções imensas.

 

 

Fim do capítulo