- Não acredito que vocês me arrastaram pra isso – resmungava Erika enquanto seguia os outros pelos caminhos estreitos entre a multidão.

- Ai, Erika, Você ia passar a noite toda sozinha sem fazer nada, isso será muito mais divertido – falou Melissa – E depois, se não queria vir não deveria ter apostado que era melhor que a Katerine no videogame e ainda assim perdido pra ela. Nós só nos aproveitamos e foi você mesma que aceitou a aposta.

- Maldita hora que eu apostei isso viu – resmungou de novo a garota.

O grupo circulava pelo lugar procurando uma boa mesa de onde pudessem assistir a apresentação da tal banda que Erika sequer se dava ao trabalho de lembrar o nome. Até que encontraram um bom lugar de onde poderiam ver facilmente o palco. Erika estava entediada ao extremo e apenas se sentou com uma garrafa de água mineral nas mãos e ficou encarando o nada. O resto do pessoal pediu suas bebidas e estavam se divertindo bastante.

Por causa da aposta Erika teve que entrar junto dos outros e assistir ao show; o que para eles seria muito bom já que ela não bebia e assim eles poderiam exagerar um pouco que ela os levaria de carro pra casa. Demorou quase 40 minutos do momento em que eles encontraram uma mesa até a hora em que as primeiras movimentações no palco começaram. As luzes daquela parte estavam toda apagadas o que não permitia que as pessoas que começaram a entrar e sair do pequeno palco fossem reconhecidas.

Quase meia hora depois disso foi que o dono do lugar subiu no pequeno espaço reservado ao palco, que ficava quase um metro acima do nível onde o resto das pessoas ficavam. Ele falou algumas coisas e apresentou a banda, novamente Erika nem se deu ao trabalho de ouvir e continuou encarando sua bebida, que agora era um refrigerante de lata. Algum tempo depois as luzes mudaram e todo o palco começou a ser mais iluminado revelando a tal banda.

Mesmo sem querer os olhos de Erika e os de todos os outros foram atraídos para o pequeno palco para verem quem apareceria ali. Uma figura a frente de um microfone no centro era o que mais chamava a atenção. Era uma garota na casa dos 20 anos, deveria ter em torno de 170cm, com cabelos loiros dourados que refletiam as luzes do lugar e um sorriso enorme colorido de batom vermelho. Ela a linda vocalista da banda, vestindo uma calça jeans colada, uma regata com estampas coloridas e um colete jeans com a barra desfiada. Era linda e tinha uma voz muito boa. O som deles era animado e agradável de ouvir até na opinião de Erika.

- Tem que admitir que eles são bons – disse Melissa perto do ouvido de Erika para que ela escutasse.

- É – respondeu a maior – São muito bons mesmo. Fiquei surpresa.

E ela tinha mesmo ficado surpresa. Não havia um estilo muito definido na banda, era mais como cada um colocando um pouco do que mais gostava e fazendo disso uma agradável e divertida mistura. Dava mesmo para ver que todos os cinco estavam se divertindo em cima daquele palco. E notar isso fez Erika começar a observar com mais atenção os integrantes da banda. O pianista vestia uma camisa polo simples com uma calça azul escura tinha cabelos castanhos bem curtos. O baterista estava com uma regata verde e um cabelo preto um pouco comprido e bagunçado. O baixista usava um jeans mais claro com uma camisa branca por baixo de uma social azul com os botões abertos.

E, observando a banda, Erika notou uma figura que vez uma das sobrancelhas da garota erguer em surpresa. O guitarrista da banda era na verdade “A” guitarrista. Uma garota que era claramente a mais baixa de todos estava do lado direito da vocalista, um pouco fora das luzes mais fortes, segurando uma guitarra em tons de verde e branco. Ela vestia um jeans mais largo e com as barras desfiadas, um coturno preto com a parte superior dos cadarços soltos, uma regata cinza e, por cima, uma camisa xadrez vermelha que era pelo menos uns 2 números maior do que deveria. Mas o que surpreendeu mesmo Erika foi o fato da tal garota tocar incrivelmente bem.

A guitarrista também cantava como segunda voz em algumas musicas, em outras fazia apenas um fundo para a vocalista loira, mas sempre ficando atrás e fora da atenção e por isso Erika a achou interessante. Apesar de não ser uma pessoa muito ligada a musica era nítido até para ela que a banda tinha um potencial enorme. Depois de 15 musicas, entre elas muitas composições originais e alguns covers, o show finalmente terminou com muita gente aplaudindo os músicos no palco e com razão; Erika estava entre esses que aplaudiam.

- Vem – chamou Melissa animada, em parte pelo show e em parte pela doses de álcool ingeridas por ela – Vem comigo pro camarim, assim fica mais fácil de eu sair. E tá parecendo que você gostou deles, pode conhecer o pessoal da banda.

- Sei não – respondeu Erika virando a lata do seu 5 refrigerante da noite – Eu não conheço ninguém lá, e nem sou fã. Só gostei do som deles, Melissa, não signifique que eu estou interessada na banda.

- Deixa de ser chata Erika, você adorou lees! E se não conhece agora vai conhecer - falando isso Melissa segurou o punho do casaco de Erika e saiu arrastando a maior na direção dos camarins.

Fim do capítulo