Era um sábado de manhã. Eu estava na garagem de casa. Como fazia algum tempo que não dirigia meu carro, eu resolvi dar um trato nele. Nunca fui muito chegada em mecânica, mas o básico eu sabia, tanto pelo meu pai quanto por Sean que era um apaixonado por carros. O dia tinha amanhecido em uma temperatura amena, permitindo usar uma blusa com manga comprida, mas já agora pela metade da manhã, estava começando a esquentar. Eu usava um jeans velho, ele estava até com alguns rasgos no joelho esquerdo, uma blusa regata preta, e a camisa de manga comprida xadrez que usava mais cedo, estava amarrada na cintura. Eu estava sozinha em casa, cada um da minha família com seus próprios afazeres. Por conta disso eu estava com o som ligado quase no último, enquanto mexia na mangueira do carro. Eu estava ciente que meu rosto estava sujo de graxa e estava começando a suar.

Senti dois braços rodearem minha cintura e um beijo delicado sendo depositado no meu pescoço. Sorri com o gesto. Virei-me calmamente e me encostei-me no carro. Puxei seu corpo para mais perto do meu e lhe dei um selinho.

- Achei que não vinha mais, você demorou.

- Não demorei não! Foi o tempo deu tomar banho e vir pra cá. Na verdade perdi quase meia hora te chamando na frente da casa e nada de você. Se olhar seu celular vai ver que tem ligação perdida minha.

- Você sabia que eu ia estar aqui na garagem, e te avisei também que não ia ter ninguém em casa. Era só entrar direto.

- De qualquer forma, estou aqui agora. – Ela se aproximou de mim para me beijar e eu me afastei. Ela me olhou confusa. – O que foi?

- Estou suja de graxa. Não quero sujar seu rosto. Você ta tão limpinha e cheirosa e eu toda suja aqui. – Ela sorriu pra mim e colocou as duas mãos nos bolsos de trás da minha calça. Se aproximou bem do meu rosto e ficou a milímetros dos meus lábios.

- Quem decide isso sou eu, não acha? E alias, você está irresistível assim.

Mal tive tempo de pensar e ela juntou nossos lábios em um beijo apaixonado. Muito intenso. O qual quando terminou, levei alguns minutos para recuperar meu fôlego novamente. Pelo visto ela realmente tinha gostado de como eu estava. Ela se afastou e limpou um pedaço da mesa que estava as ferramentas e sentou ali. Sorri pra ela e continuei mexendo no motor.

- Linda, me passa a chave Philips, por favor? – Ela me entregou a chave. Olhei e franzi a testa. – Essa é a chave de fenda, a Philips é a que tem a estrelinha, sabe?

- Você achou mesmo que eu ia saber qual era a chave Philips? Eu mal sei o que é um parafuso. – Não consegui segurar meu riso. Ela procurou sobre a caixa de ferramentas. – É essa aqui? – Perguntou com uma cara confusa.

- Essa mesmo, Camz. Não sabe, mas aprende rápido. – Me aproximei dela e toquei seu nariz com meu dedo sujo de graxa.

- Heeey. – Ela franziu o nariz, e confesso que foi o gesto mais adorável que vi.

- Não foi você que disse não ligar pra isso?

- Sim, mas se eu for me sujar que seja de um jeito mais interessante.

- É? E qual seria esse jeito interessante? – Eu levantei minha sobrancelha esquerda.

Ela fez sinal com o dedo para me aproximar. E eu como uma boa namorada, obedeci. Ela enlaçou meu pescoço com suas duas mãos e abriu as pernas para que eu me encaixasse entre elas. Camila vestia um short curto e uma blusa levemente folgada. Aproximei meu rosto do dela e esperei pelo seu movimento. Ela juntou nossos lábios e ficou assim. Logo ela prendeu meu lábio inferior e começou a ch*par levemente. Foi inevitável não soltar um suspiro. Camila ficou entretida dessa forma por um tempo. Estava deixando ela fazer o que quisesse. Como se nem ela aguentasse mais, entreabriu meus lábios e adentrou minha boca com sua língua. Coloquei uma mão em sua cintura e a outra deixei repousar em sua coxa. Ela puxou levemente meus cabelos, e aquilo me tirava do sério. Apertei a mão que estava em sua coxa e segurei sua língua para logo depois começar a ch*par. Camila soltou um gemido abafado. Abaixei meus beijos para o seu pescoço. Ela jogou os cabelos por cima do outro ombro me dando mais acesso. Segurei com as duas mãos sua cintura e puxei seu corpo para mais junto do meu. Dessa vez foi eu quem soltei um gemido. Voltei a beija-lá com ardor. Seu cheiro me inebriava, e Camila com aquele short não me permitia manter a razão. Subi minha mão devagar por sua barriga, dentro da blusa. Quando estava quase chegando a base do seio ela tirou minha mão delicadamente. Continuamos nos beijando e nosso amasso estava ficando mais quente. Depois de um tempo tentei novamente. Dessa vez com a outra mão e por cima da blusa. Quando estava quase tocando seu seio, ela segurou minha mão.

- Laura, não desse jeito. – Ela disse ainda sobre meus lábios.

- Camz, faz quase três meses que estamos juntas e você mal deixa eu te tocar. – Ela se afastou de mim e desceu da mesa.

- Eu sei, mas não desse jeito, Laur. – Ela ficou do lado oposto a mim. – Acho melhor eu ir embora.

- Não. – Me aproximei dela. Segurei suas mãos. – Me desculpe. Eu não devia ter feito isso. Eu vou esperar o seu tempo, tudo bem? – Olhei em seus olhos e beijei suas mãos. – Eu não quis forçar nada, me desculpe se foi essa a impressão que passei. Eu gosto muito de você Camz, e às vezes perco o controle, mas isso não vai se repetir. – Ela levou minha mão até meu rosto e fez um carinho.

- Eu sei, está tudo bem. E obrigada por me permitir ter meu tempo. – Dei um selinho nela.

- Vem cá, não vai embora. Me ajuda com o carro, como acha que eu ia terminar isso sem minha assistente hein? – Ela sorriu e eu a puxei para perto do carro novamente.

- É um bonito carro, Laur. Seus pais que deram?

- Mais ou menos, eu ajudo na loja do meu pai quando posso desde os 14 anos, e desde então guardava o dinheiro que recebia. Quando fiz dezesseis anos e tirei a carteira, eu tinha uma quantia boa de dinheiro guardado. Um amigo do meu pai estava mudando de pais e queria vender logo o carro, então estava com um preço muito bom. Eu dei o dinheiro que tinha e meu pai completou o que faltava.

- Guardava dinheiro desde o quatorze? Quanta determinação, não sei se teria conseguido juntar dinheiro por tanto tempo.

- Ah eu sempre quis ter um carro, então não foi tão difícil pra mim. – Ela voltou a sentar na mesa.

Passamos o resto da manhã assim. Camila me ajudando, ou tentando pelo menos, a arrumar o carro. Vez ou outra trocávamos alguns beijos. Quando nos demos conta já era o horário de almoço. Meu pai chegou em casa junto com Sean e convidou Camila para comer com a gente. Ela aceitou e fiquei feliz por isso. Camila achou um assunto em comum tanto com meu pai quanto com Sean e ficaram conversando durante todo o almoço. Aquilo realmente me deixava contente. Ver que minha família se dava bem com Camila, e eu esperava que isso continuasse quando chegasse a hora deu contar que ela era minha namorada. Depois de almoçarmos, Sean chamou Camila para jogar vídeo-game, então fomos para sala e me surpreendi com o quanto Camila jogava bem. Aproveitei para tomar um banho e trocar de roupa. Depois desci e fiquei lendo um livro no sofá enquanto os dois jogavam e esperava a hora em que se cansariam e eu pudesse  ter novamente a atenção de Camila.

Fim do capítulo