Prólogo.

 

 

 

      Você sabe quando encontra o verdadeiro amor da sua vida. Você simplesmente sabe. Sente. Foi assim que eu soube, assim que eu me senti desde a primeira vez que vi Camila. Comigo aconteceu deste jeito, sem nenhum aviso prévio. Desde a primeira vez que meus olhos se encontraram com os seus. Seu sorriso direcionado para mim, e apenas pra mim. Quando sua voz doce e suave pronunciou meu nome pela primeira vez e eu me esqueci de tudo e de todos. Não acredito em destino, nunca fui de acreditar. Mas eu apostaria minha alma que Camila estava destinada para entrar na minha vida, pra fazer parte dela. Para marcá-la.

 

 

 

     Posso não ter grandes histórias para contar, grandes aventuras, feitos honráveis, ou qualquer outra coisa que seja digna de monumentos ou que mereçam levar meu nome. Mas eu vivi um grande amor. Eu realmente descobri o significado desta palavra, eu senti esta palavra, em todas as suas dimensões. Não me arrependo de nada. Porque quando se ama não há espaço para arrependimentos. Há apenas certezas. Contarei aqui a minha história, é esta a contribuição que deixarei. A história do meu primeiro e eterno amor.

 

          

 

                                                                                              Laura Carter.

 

 

 

Capítulo Um.

 

 

 

      O dia amanheceu chuvoso. Era mais um sábado que prometia ser tedioso como todos os outros dessa época do ano, a qual as chuvas e o vento forte quase nunca dão trégua. O despertador me perturbava insistentemente na cômoda ao lado da minha cama. Estiquei meu braço para cessar com aquele barulho incômodo sem ao menos tirar o travesseiro de cima do meu rosto. Tateei até que finalmente o encontrei e o desliguei. Por que diabos ele estava tocando num sábado?. Busquei em minha mente algum compromisso que eu poderia ter e que justificaria o motivo deu ter que acordar cedo. Lembrei, e não eram poucos. Tirei o travesseiro do meu rosto e olhei para o relógio, marcava seis e cinco da manhã. Desviei meu olhar para a janela e percebi que ainda chovia, o tempo estava nublado e frio. Joguei as cobertas para o lado e me sentei na cama, passei os dedos entre o cabelo e joguei minha cabeça pra trás me arrependendo de ter ido dormir tarde.

 

 

 

      Muito bem, eu teria que passar na casa de Diana pra emprestar o carro pra sua família o deles havia quebrado há dois dias e ainda estava no mecânico, e eles teriam que buscar hoje no aeroporto da cidade vizinha a irmã da mãe de Diana e sua filha, que pelo que entendi viriam morar aqui. Não contive um pequeno riso. Quem em sã consciência viria morar neste fim de mundo? Numa cidadezinha pequena perdida no mapa dos EUA.  Pelo que entendi, elas moravam em Miami, a família tinha uma quantia de dinheiro considerável, eram donos de uma empresa de transportadora, entretanto, um dos sócios estava desviando dinheiro e fizeram com que perdessem muito dinheiro, falindo a empresa. Não tenho certeza se é essa a história mesmo, quando Diana me contou estava quase dormindo na aula de matemática. Levantei-me da cama e me espreguicei lentamente. Depois de levar o carro até a casa de Diana teria que passar na paróquia da cidade e ajudar com os preparativos da quermesse que aconteceria de noite. Resolvi não enrolar mais e me dirigi ao banheiro para tomar um banho.

 

 

 

     Desci as escadas lentamente, tentando acostumar meu corpo com o fato de que estávamos sim, acordados num sábado de manhã.  Direcionei-me até o balcão da cozinha, onde minha mãe terminava de preparar o café e a de arrumar a mesa.

 

 

 

- Bom dia, mãe. – Fui até ela e depositei um beijo em sua bochecha.

 

 

 

- Bom dia, filha. – Ela me entregou alguns pratos e me indicou a mesa. Distribui-os em seus devidos lugares e me sentei. – Por que está de pé tão cedo?

 

 

 

- Vou emprestar meu carro para os Hansen, lembra? – Peguei uma maçã que estava na fruteira e dei uma mordida.

 

 

 

- Ah sim, é verdade. Tinha me esquecido que era hoje. Malika deve estar ansiosa com a chegada da irmã. – Levantei meu olhar para ela que deixava a garrafa de café sobre a mesa e apenas dei de ombros.

 

 

 

- Depois vou passar na paróquia para ajudar seu Antônio nos preparativos da quermesse.

 

 

 

- Mais alguém vai ajudar vocês agora cedo?

 

 

 

- Creio que Kate e Troy também vão.

 

 

 

- Estranharia se me dissesse que Kate não fosse. – dei um pequeno sorriso com o comentário, Kate era uma pessoa muito envolvida com a igreja, e o motivo também deu estar ajudando com a quermesse. Minha família não era totalmente religiosa, mas íamos todos os domingos à missa, não sei se por acreditarmos mesmo nos ensinamentos ou porque isso se tornará um hábito.

 

 

 

- Onde está o resto da família?

 

 

 

- Querida, ainda não são nem sete horas. Seu pai e seus irmãos ainda estão dormindo.

 

 

 

- E você o que faz acordada tão cedo? Pensei que hoje era seu dia de folga. --Aproveitei e me servi de uma generosa dose de café e de algumas torradas com geleia.

 

 

 

- Vou cobrir o horário da Sandra hoje no hospital, ela me ligou ontem a noite pedindo, aparentemente a mãe dela não está bem e ela preferiu ficar em casa cuidando dela.

 

 

 

- Ha sim, entendi. – Terminei meu café da manhã conversando sobre algumas bobeiras com minha mãe, procurei pelas minhas chaves do carro pela sala. Despedi-me de minha mãe e sai de casa.

 

 

 

    As ruas ainda estavam praticamente desertas e uma fina garoa caia pela cidade, dirigia com tranquilidade, sem pressa, eu amava dirigir. Logo mais cheguei à casa de Diana, desci do carro e me dirigi até a porta apertando a companhia, podia ouvir vozes e dentre elas a voz de Diana anunciando que ia atender a porta.

 

 

 

- Hey Laura. – Diana abriu a porta com um sorriso enorme no rosto e me envolveu em seus braços em um abraço apertado.

 

 

 

- Bom dia, Diana. – Eu retribui seu sorriso me afastando um pouco. – Está de bom humor hoje.

 

 

 

- Como não estar? Minha prima chega hoje e pra ficar. Faz muito tempo que não vejo ela.

 

 

 

- Imagino a saudade que deve estar, você só fala dela nessas últimas semana. – dei uma pequena risada. - Vocês vão hoje na quermesse?

 

 

 

- Claro, ai você vai conhecer ela. Depois a gente podia fazer alguma coisa.

 

 

 

- Pode ser, na hora a gente decide certinho. Espero que até de noite o tempo abra um pouco. – olhei para o céu que estava completamente nublado.

 

 

 

- Você vai onde agora?

 

 

 

- Vou ajudar seu Antônio com alguns preparativos agora cedo.

 

 

 

- Verdade, você tinha me dito já.  Ia te chamar caso quisesse ir conosco, tem um lugar no carro, minha mãe resolveu ficar pra terminar de arrumar a casa. Aí só vai eu e meu pai.

 

- Acho que melhor não, como disse já tenho compromisso e é ate melhor ir esse lugar vago pra caber as malas.

 

 

 

- É não tinha pensado nisso. – Falou fazendo uma careta, aproveitei e dei um leve tapinha em sua testa. – Hey. – Eu ri e lhe entreguei as chaves.

 

 

 

- Já vou indo Diana, até de noite.

 

 

 

- Espera, eu te levo até a igreja, o carro é seu mesmo. – Ela riu.

 

 

 

- Não precisa, vou andando mesmo, até prefiro, estou muito sedentária ultimamente. Só destrava o carro pra mim, vou pegar meu guarda-chuva que esqueci e ate ir embora pra casa depois deve chover.

 

 

 

- Tem certeza?

 

 

 

- Tenho sim, Dawg. – Me aproximei dela depositando um beijo em sua bochecha e me despedindo. – Até mais tarde.

 

 

 

- Tchau, Laura.

 

 

 

    Ela destravou o carro e eu peguei meu guarda-chuva e minha bolsa que também havia esquecido. Ri comigo mesmo, como posso ser tão esquecida? Acenei para Diana que ainda permanecia na porta e tomei meu caminho para a igreja.

 

 

 

     A manhã passou rápido, quando cheguei na igreja Kate já estava lá. Ajudamos com a decoração e a montar algumas barracas, Troy e alguns meninos também não demoraram pra chegar e nos ajudaram. Havia bastante gente ajudando, os fundos arrecadados iriam para uma reforma na igreja, por ser antiga havia algumas infiltrações e algumas rachaduras.

 

 

 

Quando percebi já era hora do almoço, fui pra casa e de tarde, por insistência de Kate acabei voltando e terminando de ajeitar tudo. Finalmente quando o relógio passava das 17:00 horas, estava tudo terminado. A quermesse começaria às oito da noite, logo após uma pequena missa. Diana mandou mensagem na hora do almoço avisando que já tinha chego, mandei outra respondendo para passar em casa com meu carro para irmos para a quermesse juntas.

 

 

 

 

 

O tempo realmente abriu o que achei incrível, pois apostaria que a tendência era piorar. Kate me deixou em casa e finalmente após um banho deitei em minha cama determinada a tirar um cochilo antes de sair de casa novamente.

 

Fim do capítulo